Apocalipse 12 retrata o grande conflito entre o bem
e o mal em sua relação com os seguidores de Deus na terra. É um drama em quatro
atos: a origem do pecado e o início do conflito no céu; os ataques de Satanás a
Cristo, quando ele viveu entre os homens; a perseguição à igreja nos séculos
subseqüentes; e a guerra final contra o Remanescente.
O
conflito entre o bem e o mal tem raízes cósmicas. O conflito não se originou na
Terra, e nem jamais se limitou somente a este mundo. O âmago do conflito
reflete a fúria do dragão contra Cristo e sua queda definitiva no evento máximo
que foi a cruz. (v. 10 a
12). O evento da crucifixão de Cristo é o centro do centro de toda a estrutura
apocalíptica. Cristo e sua cruz oferecem certeza da vitória (v. 11).
1. Um
paralelo com Gênesis 3:15
Gênesis
3:15 Apocalipse
12
A mulher A mulher (a
igreja) - v.1
O
descendente Cristo (Miguel) - v. 5 e 17
(descendentes) (O
Remanescente)
A serpente O dragão (a serpente) - v. 9
a) O sol
representando a Cristo (João 8:12).
b) A lua,
que reflete a glória do sol, representando as Escrituras (II Pedro 1:21).
c) A coroa de doze estrelas representando
a vitória eterna concedida ao povo de Deus (João 3:36; I João 5:4), o número 12
apontando para o reino de Deus em sua totalidade, o fiel povo do Senhor.
3. O
dragão vermelho.
No
sentido primário é o próprio Satanás
que tentou matar o filho da mulher (Cristo) - v. 4 e 9. No sentido secundário, o dragão representa os
poderes terrestres usados por Satanás para combater a Cristo, Sua verdade e Seu
povo.
Parece
razoável concluir que as sete cabeças representam poderes políticos que têm
defendido a causa do dragão - poderes mundiais em sucessão e que os chifres
representam poderes que existem simultaneamente. Devido a obvia relação que
existe entre Apocalipse 12, 13 e 17 e Daniel 2 e 7, podemos dizer que os dez
chifres representam as partes em que finalmente foi dividido o Império Romano.
Essas partes tornam-se Estados soberanos que no fim dos tempos desempenham
importante papel em
apoiar Babilônia antítipa.
Precisamos
compreendemos claramente as duas ocasiões em que Satanás foi
expulso:
a) Antes da criação do mundo - a origem do conflito
ocorreu no céu (v. 7). Lúcifer (Satanás) instigou e enganou a terça parte dos
anjos contra Deus (v. 4 e 7). Houve, então, guerra no céu, mas Miguel (Cristo)
e seus anjos venceram o dragão e os seus anjos. O foco, entretanto, aponta para
outra direção: a derrota na cruz.
b) Quando Cristo o derrotou na cruz - A cruz significou a
condenação de Satanás. Ficaram "rotos os derradeiros laços de simpatia
entre Satanás e o mundo celestial". (D.N, 731).
A
expulsão inicial (no céu) foi apenas física. A expulsão moral
foi efetuada na cruz. Note as evidências de que a expulsão, do cap. 12, foi
realizada na cruz:
1) Nos versos 9 e 10 é declarado que Satanás foi expulso.
Jesus disse que Sua morte faria com que Satanás fosse expulso (João 12:31 -33).
2) A ênfase da palavra "agora" (grego: arti
- "agora mesmo"). Agora veio a salvação (v. 10). Note também a ênfase
de Jesus em S. João
12:31: "agora", "agora". Esta certeza só foi alcançada na
cruz. Observe que até a cruz Satanás tinha acesso aos anjos do céu (Jó 1:6;
2:1).
3) O verso 10 declara que foi lançado (expulso) por terra
o acusador que "os acusava de dia e de noite". Obviamente ele já era
nosso acusador quando foi expulso, o que nos dá a entender que a expulsão aqui
mencionada não é a expulsão original dos céus.
4) Finalmente a expressão "Eles o venceram pelo
sangue do Cordeiro" (v. 11) aponta claramente para a cruz.
5. Os
1260 dias-anos.
Corresponde
ao tempo em que a igreja foi perseguida. A declaração de que a "terra
abriu a boca" para socorrer a mulher aponta para os fieis filhos de Deus
que conseguiram encontrar refúgio em lugares quase inacessíveis e finalmente em
o novo mundo, onde encontraram a liberdade de culto e a libertação das falsas
doutrinas (as águas como um rio - v .15). Outros vêem, ainda, na
"terra" uma referência aos Estados protestantes da Europa e o próprio
movimento da Reforma do século XVI, que abrigou os crentes fiéis. O período de
perseguição: 538-1798 AD. Estes são os que “venceram pelo sangue do cordeiro”
(verso 11).
O
Antigo Testamento é a fonte do termo Remanescente (Loipoi), os restantes
fiéis de Israel, em qualquer época de sua história, são chamados de
Remanescentes.
A
identificação do Remanescente aqui é alcançada por meio de seis indicações:
a) Fator tempo - Esta última etapa da
igreja ocorreu após 1798, isto é, depois dos 1260 anos de isolamento no
"deserto".
b)
Harmonia com a Bíblia - Eles estão
de acordo com a fé apostólica, com a Bíblica como regra de fé.
c)
Os dez mandamentos - O remanescente
enaltece a lei moral de Deus - os dez mandamentos.
d)
O dom de profecia - O
"testemunho de Jesus" (v. 17) é identificado com o "espírito de
profecia" (19:10).
e)
É razoável supor que é esse remanescente que pregará as três mensagens de advertências finais, antes que se feche
a porta da graça (14:6-12 - onde o remanescente também é indicado).
f)
A missão mundial - A declaração
"importa que profetizes" (cap. 10:11) refere-se ao objetivo de
promulgação das mensagens angélicas a cada "tribo, língua, nação,
povo" (14:6 e 7).
É
privilégio de cada pesquisador da Bíblia e seguidor de Jesus colocar sua vida
em harmonia com as especificações do remanescente a fim de poder ser usado por
Deus para o Seu serviço nos dias finais da história antes do retorno de Cristo
a este mundo.
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