Você gosta de
assistir aos noticiários na TV? “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos;
aborreço o proceder dos que se desviam; nada disto se me pegará” (Salmo 101:3).
Há anos, perdi
o hábito de assistir aos telejornais ou revistas eletrônicas dos principais
canais de TV. Hoje, leio alguma coluna de reflexão ou matéria de turismo em
alguma fonte impressa esporadicamente. Pensei que passaria a ser alguém, como
dizem, “desinformado”. Para minha surpresa, além de não perder nada, passei a
ter uma percepção mais aguçada para muitas coisas. E se você duvida, para
argumentar o contrário, experimente primeiro passar um semestre sem se abeberar
dessas fontes, pelo menos. Vai descobrir o mesmo.
Quando dizemos
que precisamos de todas as informações transmitidas pela mídia para ser pessoas
bem informadas, estamos estreitando a dimensão universal de tudo o que existe.
Como seria possível colocar a totalidade dos fatos ocorridos em todos os
horários e locais, os procedimentos, contextos, ideias e pessoas, em espaços
tão limitados de veiculação informativa? É óbvio que o divulgador opta por
divulgar o que quer. Como quer ser visto, usa como critério para esse filtro, o
que seu contemplador gostará de assistir. Como Satanás nos aguça a gostar mais
daquilo que não presta, aí entra o sensacionalismo.
A prática do
jornal é um sensacionalismo não assumido (muitos discordam disso) exatamente
por distorcer diante do seu consumidor final o universalismo da realidade. Se
você gastar as 12 horas claras do dia na movimentação urbana, provavelmente
verá muita coisa normal e até boa. Mas, na sua TV, verá um quadro de desgraças
repintando a mesma realidade. Você viu inúmeras esquinas e cruzamentos
apertadíssimos, com intensa complexidade semafórica, onde milhares de
automóveis e pedestres cruzaram durante o dia sem colidir. Porém, no telejornal,
contemplará, como se fosse um todo da realidade urbana, os isoladíssimos
acidentes de trânsito que aconteceram; foram farejados, chafurdados e exibidos.
Por que o jornalista não gastou seu tempo mostrando como o trânsito é complexo
e funciona relativamente tão bem? Por que não empregou seus esforços em fazer
uma matéria que ensinasse como ter mais destrezas, percepção e cuidados em
pontos específicos do tráfego que são críticos? Na linguagem técnica, não é “matéria
quente”. Ou seja, é a notícia que não vende e não conquista audiência. Uma das
características do sensacionalismo é a de não se preocupar com o que a pessoa
precisa ver, mas somente com o que ela quer ver. A partir desta bitolação, a
prioridade de formar, educar e redimir é sacrificada. Qual a vantagem em
assistir a notificação de um acidente de trânsito? É melhor ler minha Bíblia.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
Concordo! Disse tudo, a mídia mostra o que quer, alias, o que da audiência.
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