Hoje, quero
apresentar uma explicação de James W. Zackrison (CPB, LES, jan-mar 2007, 2)
sobre como entendermos o livro de Eclesiastes.
Esse teólogo
explica que, ao contrário de outros livros da Bíblia, que frequentemente
começam com uma forte afirmação sobre Deus, Eclesiastes começa com um grito
sobre a falta de sentido para a vida. “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.
Essa introdução se parece mais com os modernos escritores seculares que com um
profeta de Yahweh. Não obstante, como cristãos, cremos que Eclesiastes foi
colocado no cânon das Escrituras porque Deus tem nele uma mensagem para nós.
Muitos
estudiosos afirmam que o autor não foi o rei Salomão. Mas mantemos a posição de
que Salomão foi o escritor fundamentados na tradição cristã e judaica e nas
evidências internas do livro. Ao nos dedicarmos ao estudo deste livro, alguns
simples princípios de interpretação nos serão de muita ajuda.
Para começar, Salomão
estava escrevendo no fim de uma vida cheia de amargura e ira contra si mesmo
por sua apostasia. O que é singular nesse livro é que, em alguns lugares,
Salomão escreveu sob a perspectiva de alguém alienado de Deus. Como alguns
autores modernos, ele nos dá pensamentos que saem diretamente de sua cabeça.
Vemos o mundo como aparece através desses olhos.
Essas porções
de Eclesiastes que mencionam a experiência e o raciocínio dos anos de apostasia
[de Salomão] não devem ser considerados como se representassem a mente e a
vontade do Espírito. Não obstante, são um registro inspirado do que ele
realmente pensava e fazia naquele tempo, e esse registro constitui uma grave
advertência contra o tipo errado de pensamento e ação. Passagens como essas não
devem ser tiradas de seu contexto e usadas para ensinar alguma suposta verdade
que a Inspiração nunca pretendeu que ensinassem.
Finalmente, é
esta a mensagem desse livro: Deus nos mostra como a vida é cruel e vazia quando
Ele não está presente. E esse é o livro que começaremos a ler hoje: Eclesiastes,
capítulos 1-4, onde o autor inicia, melancolicamente, tecendo um texto
reflexivo de que, para ele, nada tem sentido, chegando a dizer que nem os prazeres,
nem a própria sabedoria têm sentido. O sabor dessa melancolia é tão grande que
Salomão chega a comparar a sabedoria com a insensatez. Para ele, até mesmo o
trabalho árduo é inútil. Ele não poupa o leitor de conhecer as injustiças e os
absurdos da vida. “Bem vindos ao mundo real”, seria o slogan.
Mas como de
qualquer caos é possível sacar um proveito, o capítulo três nos ensina a
sabermos aproveitar bem o nosso tempo.
Eu também
digo: lendo a Bíblia.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer dizer o que pensa sobre o assunto?
Então, escreva aí. Fique à vontade.
Mas lembre-se: não aceitamos comentários anônimos.
Agora, se quiser fazer uma pergunta, escreva para nasaladopastor@hotmail.com