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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O Cinema e a Identidade do Adventismo Relevante

Algo que deixa muitos pastores e obreiros tristes é a ênfase do “pode versus não-pode” em uma sessão de perguntas depois de uma palestra. Precisamos sim saber o que é devido ou não, mas quando ficamos exageradamente focados nisso, aí podemos ter o sintoma de algo maior. Essa discussão de usos e costumes ganhou força no mês passado. O assunto do uso do cinema para fins evangelísticos veio das redes sociais para muitas igrejas. E tive o privilégio de participar de uma espécie de mesa redonda onde vários grandes pensadores da igreja no nosso território deliberavam sobre este tema.
Daquele brainstorming, dois comentários me chamaram a atenção. O primeiro, sobre a relevância que a presença da igreja no mundo precisa ter. Na lição da Escola Sabatina deste trimestre, estamos estudando sobre essa grande necessidade da contextualização da mensagem. O mundo precisa entender, em sua própria “língua”, o que estamos pregando. E o outro comentário foi sobre a identidade singular que a igreja precisa manter no contexto em que ela está inserida. Somos um movimento de missão que nasceu de uma profecia, tem a tríplice mensagem angélica a proclamar de forma singular e, assim, agrega crenças distintivas que somam uma plenitude da sistematização de tudo aquilo que já conseguimos compreender da Revelação.
Relevância e identidade. Termos que parecem, em primeira mão, ser paradoxais. Porque temos uma identidade pela qual lutamos por sua preservação como igreja. Então, quando zelamos tanto dessa identidade podemos correr o risco de ir para o extremismo, onde a identidade, tão importante como um fim em si mesma, nos faz alienar da sociedade, perder a relevância. Sem relevância, para quê identidade? Por outro lado, temos o perigo de então abrir mão deste radicalismo de identidade para nos tornarmos relevantes, chegando a nos alinharmos tanto com a linguagem do público-alvo a ponto de perdermos a identidade. E sem identidade não haverá mais relevância. É uma linha tênue.
O espectro onde buscar o equilíbrio de não ter exagerada identidade a ponto de perder a relevância e perder a importância da própria identidade, e de não ter tanta relevância a ponto de perder a identidade e anular a própria relevância é longo. Mas não existe antagonismo nisso. Existe a necessidade de um equilíbrio que não seja sincrético. Sim, é uma tarefa difícil! É como pisar num pântano minado por baixo e embaçado por cima. Como encontrar segurança?
O motivo por trás da busca determinará o extremismo ou o bom senso. O que origina a busca pela relevância? Quais são as razões do zelo pela identidade? Não é suficiente fazer o certo. É preciso ter a motivação correta. É difícil classificar os tantos motivos errados, mas a origem correta é fácil de ser vista. Você precisa ler Mateus 16:13-28: uma conversa de Jesus com os discípulos sobre a identidade e a relevância do Mestre, da Igreja e de Sua missão. Na primeira parte, Pedro agiu como um homem muito à frente de seu próprio tempo com um insight, se não louco, sobrenatural. Ele reconheceu e declarou que Jesus era o Messias! Pense em tudo o que isso significava! Mesmo assim, tal zelo foi uma bênção, pois ele fora motivado pelo Espírito Santo. Logo em seguida, o mesmo discípulo faz outra inserção, porém agora desastrosa. Desta vez, a origem da ação humana deixara de ser divina.
Não muito tempo depois, quando chegou a hora de alavancar a missão, o santo discurso dos discípulos é traduzido para as línguas supostamente pagãs (Atos 2). O próprio Pedro se vê obrigado a quebrar as regras religiosas em nome da pregação (Atos 10 e 11). E por que tudo aquilo não caiu no extremismo desastroso? Quem sabe como alcançar a relevância sem perder a identidade é o Espírito Santo. Note que foi Ele quem fez tanto a condução à casa de Cornélio quanto a tradução idiomática.
A língua é um fator cultural que, no mundo antigo, poderia chegar a ser considerado santo ou profano. Entre os judeus, o zelo pelo hebraico canônico era muito grande. Mesmo os trechos vétero-testamentários que foram escritos em aramaico ainda tinham sido dados numa língua “do povo de Deus”. Mas quando o cristianismo começou, o idioma internacional era o grego. E os santos homens cometeram a audácia de redigir as Escrituras nesta língua que não seria sagrada? Espere! Na Revelação, a inspiração é dada pelo Espírito Santo (2Pedro 1:21). Ele foi o autor que escolheu ter agora um cânon mais relevante.
É daí que vem a única segurança que podemos ter. A maioria dos religiosos prefere polarizar-se porque o malabarismo do equilíbrio é temeroso. Na corda bamba, precisamos que Alguém nos dê a mão. O zelo pela identidade é tão necessário ao testemunho pessoal e à igreja quanto a relevância da contextualização missional. E no risco da busca por esse equilíbrio, temos que abrir mão da nossa força e deixar que o Espírito Santo guie. Ou seja, a nossa principal preocupação deve ser a busca intensa pelo reavivamento. Quando chegarmos a esta plenitude, estaremos curados das discussões que forem inúteis. O que antes era importante, teremos considerado sem valor “por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” (Filipenses 3:6-15). Porque a reforma em, por exemplo, censurar ou permitir o uso do cinema visando o testemunho do evangelho terá sido dada pelo Espírito Santo, o ponto final.
Um abraço,
Pr. Valdeci Jr.

domingo, 11 de janeiro de 2015

ADVENTISMO: Um olhar histórico

Nesta postagem, não pretendo redigir a redundância. Várias obras já contam, de forma convencional, como a Igreja Adventista surgiu e cresceu, desde seu início até os atuais dias. Mas como “‘as Ciências da Religião’ têm que ser preeminentemente históricas” (ANA, 1998, p. 60), partindo desta conhecida história, neste texto eu sigo numa análise do paralelismo entre as linhas de pensamento adventista e do mundo que cerca os adventistas. E sob o prisma historiográfico, “o pensamento religioso não evolui sozinho no espaço simbólico, ele interage com outras formas de pensamento e outras esferas de organização social, política e cultural” (DELGADO; FERREIRA, 2003, p. 102).
Um olhar atento aos pressupostos das escolas de pensamentos, em comparação ao que antecedeu à época em que o adventismo nasceu, não pode deixar se desperceber que “a ortodoxia protestante dos séculos XVII e XVIII sustentava como seu ponto central a autoridade da Bíblia” (JARDILINO, 1994, p. 25). Mas isso acompanhava a cosmovisão da época, pois

o século XVIII, no entanto, assim como o XIX, mostrou uma contínua acomodação do protestantismo à moral burguesa secularizada e iluminista, constituindo sua disciplina em sancionadora dessa moral. Assim, a conversão nada mais era do que um processo de remodelação dos indivíduos ao novo tipo de sociedade necessária à ideologia do progresso (MENDONÇA, 2008, p. 56).

O “retorno de muitas pessoas ao cristianismo durante as duas primeiras décadas do século dezenove” foi o “Segundo Grande Despertamento”. Miller estava entre os influenciados por este movimento. “À semelhança de muitos de sua geração, sentiu-se impelido a estudar a Bíblia” (KNIGHT, 2000, p. 10). “No começo do século dezenove, uma filosofia religiosa de restauração do cristianismo para a sua condição neo-testamentária primitiva começou a emergir nos Estados Unidos” (RODRIGUES, 2012, p. 277). Era o restauracionismo.
Craig Van Gelder traça as mudanças do pensamento sócioreligioso ao longo dos últimos séculos (1992, p. 69-83). Ele coloca que até no Iluminismo a cosmovisão cristã ainda estava focada em Deus e na revelação das Escrituras em harmonia com a ordem racional, o progresso histórico e o gerenciamento da vida (p. 69 e 81). Mesmo na parte inicial da Modernidade, verdades empíricas podiam ser mantidas através dos fatos observáveis e isso incluía os campos dos valores humanos (p. 78). Então Gelder argumenta que a modernidade trouxe a secularização (mudanças na ordem social, surgimento de tecnologias, migrações, novas formas de produção, etc.) que se tornou em secularismo (mudanças nos valores, chegada do individualismo, antropocentrismo e desestruturação da família) e modernismo. “O individualismo foi, sem dúvida, um dos elementos do protestantismo que mais contribuíram para a necessária mudança social ao progresso e ao mundo moderno” (MENDONÇA, 2008, p. 57).
As igrejas históricas foram participantes do processo de “racionalização e intelectualização” ocorrido no Ocidente e citado por Max Weber (1982, p. 182), “ao forjar uma postura racionalizante de vida, isto como um crescente processo de secularização” (PROENÇA, 2011, p. 251). E aqui, “entenda-se como históricas as igrejas que incorporam em suas doutrinas e ensinos os postulados fundamentais da Reforma Protestante ocorrida na Europa no século XVII, mesmo que sua origem tenha se dado muitos anos depois” (OLIVEIRA, 2004, p. 51), podendo então, para os termos deste estudo, enquadrar a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma igreja protestante.
Até por volta do final do século XIX e início do século XX, o conhecimento humano havia crescido em grande medida na área que hoje conhecemos como científica (UEHARA, 2008). As grandes descobertas, acompanhadas das possibilidades acadêmicas cada vez mais avançadas, deram ao homem a ideia de sentir-se seguro em seus conceitos desde que estes pudessem ser provados empiricamente (BERNARDES JUNIOR, et al., 2008). Como dizia Einstein: “Temos de procurar palavras antes de podermos exprimir ideias” (PAIS, 1995, p. 249).
A área de conhecimento chamada Ciência ajudou a humanidade nessa cristalização conceitual graças às grandes maravilhas das descobertas científicas. Notando o que hoje se define como Ciência, como sendo o “corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente” (HOUAISS; VILLAR, 2009, p. 463), não é difícil entender então que, no afã desta novidade, o pensamento, para ser válido, era então, construído de forma “científica”, na possibilidade de ser provado. “A modernidade ocidental caracterizou-se, basicamente, pelo processo de racionalização crescente, no qual os critérios do pensamento científico passam a dominar todas as esferas humanas” (WANDERLEY, 1998, p. 29).
Nessa mesma época, o adventismo estava decolando em seus termos missionários globais (NUNES, 1994; MAXWELL, 1982). A evangelização tinha seus desafios, mas os adventistas tinham uma vantagem: a capacidade de provar aquilo que defendiam, só que de um modo diferente, é claro. “Neste espírito de súplica e piedosa investigação das Escrituras, emergiu triunfante o movimento adventista” (OLIVEIRA, 1988, p. 35). A forte ênfase na metodologia de dar provas bíblicas das doutrinas que defendia (ver Isaías 8:20) deu forças dogmáticas ao adventismo. Mas, alguém que participara dos idos pioneiros desta igreja já tinha previsto que “novos métodos e novos planos resultarão de novas circunstâncias. Novos pensamentos virão com os novos obreiros que se dedicarem ao trabalho” (WHITE, 2007, p. 216; ver também 1Coríntios 9:19-22).
E, realmente, ao observar a história da Igreja Adventista, é possível perceber que essa força de provar a “verdade” (João 14:6), como um grande diferencial oferecido aos seus prosélitos, durou de maneira mais destacada até as décadas de 1970 e 1980, quando então o mundo já estaria tomando força em outra direção de pensamento (SANTOS, 2011, p. 631-666). Ou seja, embora os adventistas sejam oriundos do restauracionismo (KNIGHT, 2005, p. 30; RODRIGUES, 2012, p. 265-287), em alguns aspectos, a IASD já se alinhou à forma puritana e abandonou sua herança reformadora restauracionista mais radical (SEPULVEDA, [s.d.] a,b), na saudável busca pela contextualização da transmissão de sua mensagem de valores eternos, inovando os métodos sem perder os valores.

Deus Seja Louvado!

Feliz 2015!

Pr. Valdeci Jr.

Leia também: MÚSICA ADVENTISTA

ANA, Júlio de Santa. Estudos de religiã o: conflito das interpretações. In: SOUZA, Beatriz Muniz et. al (Org.). Psicologia da religião no Brasil. São Paulo, SP: PUC/UMESP, 1998.

BERNARDES JUNIOR, Assis Barreto. et al. Cientificismo e cientologia. 2008 Disponível em: <http://www.lia.ufc.br/~rudini/ufla/ufla/2008i/com161.trab.cientif.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2011.

DELGADO, Lucila de Almeida Neves: FERREIRA, Jorge (Org.). O Brasil republicano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, v.  4.

GELDER, Craig Van. Secularization and the city. In: GREENWAY, Roger S. (Ed.).  Discipling the city: a comprehensive approach to urban misión. 2. ed., Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1992.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2009.

JARDILINO, Jose Rubens Lima. As religiões do espírito: visão histórico-teológica do pentecostalismo na década de 30. São Paulo: Centro Ecumênico de Publicações e Estudos, 1994.

KNIGHT, George R. Uma igreja mundial: breve história dos adventistas do sétimo dia. Tradução de José Barbosa da Silva. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2000.

KNIGHT, George R. Em busca de identidade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

MAXWELL, Mervyn. História do adventismo. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1982.

MENDONÇA, Antonio Gouvêa. Protestantes, pentecostais & ecumênicos. 2ª ed. São Bernardo do Campo, SP: Universidade Metodista de São Paulo, 2008.

NUNES, Luiz. História do adventismo. Cachoeira, BA: Seminário Adventista Latino Americano de Teologia, 1994.

OLIVEIRA, Enoch de. A mão de Deus ao leme. 2ª ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1988.

OLIVEIRA, Marco Davi de. A religião mais negra do Brasil. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

PAIS, Abraham. A ciência e a vida de Albert Einstein. Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 1995.

PROENÇA, Wander de Lara. Sindicato de mágicos: uma história cultural da Igreja Universal do Reino de Deus (1977-2007). São Paulo: Editora Unesp, 2011.

RODRIGUES, Gerson. The United States in the first half of the nineteenth century. In:  KUHN, Wagner (Ed.). The book and the student: theological education as mission. Michigan: Department of World Mission, 2012.

SANTOS, Zinaldo A. Missão e ministério no mundo pós-moderno. In: SOUZA, Elias Brasil de (Ed.). Teologia e metodologia da missão: palestras apresentadas no VIII simpósio bíblico-teológico sul-americano. Cachoeira: CEPLIB, 2011.

SEPULVEDA, Ciro. Reinventing adventist history:  how adventist historians transformed adventist heritage so that it would fit neatly into the National Mythology. [s.d.]a Disponível em: http://www.oakwood.edu/historyportal/Ejah/Reinventing%20SDA%20history.htm. Acesso em: 24 abr. 2014.

______. The tent and the cathedral: white-collar adventists and their search for respectability. [s.d.]b Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2014.

UEHARA, Mituo. História e filosofia da ciência. São José Dos Campos, SP: Univap Virtual, 2009.

______. Ciência, filosofia e religião diante da questão da origem do Universo. Ago. 2006. Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2011. 

WANDERLEY, Luiz Eduardo W. Estudos da religião no Brasil: buscando o equilíbrio entre adaptação e criatividade. In: SOUZA, Beatriz Muniz et. al (Org.). Psicologia da religião no Brasil. São Paulo, SP: PUC/UMESP, 1998.

WEBER, Max. Ensaios de sociologia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1982.

WHITE, Ellen G. Conselhos sobre educação. 3ª ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007.


sábado, 19 de julho de 2014

ADORAÇÃO ADVENTISTA: A Música Em Espírito e em Verdade

Enquanto escrevo este texto sou elevado para mais perto do Céu através de David Phelps, ouvindo o que há de melhor dele na web. Cada música, mais inspiradora que a outra. É como Ernest Castillo escreve no prólogo de En Espíritu y en Verdad, sobre “un canto nuevo”, que vem a inspirar. Quando vamos atrás da prática da música contemporânea estamos simplesmente sendo obedientes à ordem bíblica: “Cante um cântico novo a Jeová, toda a terra” (Salmo 96:1). Aí está a inovação global do louvor.

Por isso, Jesus quebra a linha de raciocínio da mulher samaritana que via separatismo entre povos por causa da exaltação de determinados gostos preferenciais litúrgicos como tendo algo de bom “do lado de cá” e formas erradas “do lado de lá”. “Muitos têm deixado de crer na proposta que os seguidores de Jesus oferecem, porque em vez de encontrar a água viva que sacia a sede da alma, encontram apenas um conjunto de ritos, formas e cerimônias externas que não satisfazem”, escreve Adriana Perera no primeiro capítulo deste abençoadíssimo livro, ao comentar a declaração de Ellen G. White: “A religião não tem que se limitar a formas ou cerimônias externas”. E neste capítulo, apoiada em White, Perera deixa clara a advertência de que não existe essa de que os adventistas do sétimo dia sejam de Deus e demais cristãos não o seriam, só porque adoram de maneiras diferentes. Por isso, o louvor deve ser o caminho transcultural que deve levar todos a Cristo.

Esta universalização do louvor deve vir no respeito às diferenças. Unidade nas diversidades, tanto geográficas quanto históricas. É então que Lilianne Doukhan conduz o leitor da visão global presente para a análise todo-abrangente cronológica. No segundo capítulo deste livro (publicado pela editora oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia em seu país de origem há menos de um ano), ela apresenta “a música da igreja através da história”. Vale a pena destacar que na época dos pais da igreja “segundo documentos desse tempo, os hinos... provinham da música secular. Esta técnica foi usada repetidamente pelos reformadores ao longo da história, e seu uso permitia que a congregação pudesse cantar sem necessidade de aprender a toada, pois já estavam familiarizados com ela”.

Portanto, em seus primórdios a igreja não tinha essas discussões e preconceitos musicais como nos moldes atuais. O catolicismo enfiou isso no cristianismo. Foi no “Concílio de Laodícéia (c. 363-364 d.C.)” que “decidiram proibir tudo, incluindo o cântico congregacional na igreja”. E assim a Igreja privava o povo não somente de aprender através do que poderiam obter da leitura bíblica, mas também de louvar através do que poderiam expressar através da música.

Até que veio a Reforma. “Lutero... deu aos crentes a oportunidade de se unirem em cântico congregacional”.  E então, “as boas-novas eram comunicadas mediante o uso de toadas populares e conhecidas. Existiam distintos gêneros usados para este propósito”: Volkslied (canto popular), Volksballad (a balada popular), Hoflied (o canto da corte) e o Gessellschaftslied (o canto social). “Lutero usava melodias provenientes de todos estes tipos de canções para espalhar o evangelho”. Ele era missional. “Usar melodias emprestadas era uma prática artística comum na época de Lutero, mas também era uma forma de expressar as crenças de Lutero acerca da função da Igreja no mundo. Para Lutero, toda música era espiritual, ou seja, útil para a teologia. Se a igreja quisesse alcançar o mundo, necessitava ser capaz de se comunicar na linguagem do mundo”.

Sem alienar-se, o pai da Reforma protestante era contextual. “Lutero também usou os ritmos vivos característicos do seu tempo”. E isto espalhou-se na contrafacta. Na Idade Média, “os grandes compositores de motetos e missas, com frequência usaram canções populares ou seculares conhecidas como base para suas obras religiosas”. E assim, as “melodias populares eram escolhidas pelos compositores por serem doces e porque as pessoas estavam familiarizadas com elas”. Ainda mais, “as toadas também eram usadas para substituir letras pecaminosas por letras religiosas, para que assim as pessoas se esquecessem das canções imorais e se lembrassem das novas”.

Hoje, muito tempo depois, alguns perguntam sobre a canção Castelo Forte. Em “sua versão rítmica original” era “cheia de dinâmica e ritmo enérgico”. Por quê? Porque “Lutero desfrutava de cada aspecto da vida e de suas alegrias. Por esta razão, as melodias de Lutero, tanto as originais como as emprestadas, se caracterizavam por seus ritmos vivos e pela sincopa”. E prosseguindo no tempo, “uma análise da música do século XVII mostra que persiste o elemento rítmico na maioria das composições sacras”. E “quatro séculos depois da Reforma, os músicos continuaram compondo hinos com base nos modelos populares seculares, com novos textos”. Mesmo no Metodismo (que, em muitos aspectos, concebeu o Adventismo), “Wesley tomou toadas emprestadas dos corais luteranos, da música clássica e das árias de ópera”. Como dizia William Booth, “não me importa se a chamas de secular ou de sacra”.  E assim sempre foi. “Nos movimentos de reavivamento do século XIX”, usavam “uma linguagem sensível, melodias de tipo folclórico, fáceis de ensinar e contagiosas”. E “durante o século dezenove”, época dos nossos pioneiros, “a adoração e a música estavam agora nas mãos das pessoas comuns, que juntaram melodias do repertório folclórico e da música popular”. Por que hoje deveria ser diferente?

O que Ellen White diria sobre isso tudo? É aí que entra o rico artigo de alguém que é teólogo e musicólogo e, ao mesmo tempo, profundo amante e defensor da IASD. E neste terceiro capítulo do livro En Espíritu y en Verdad, Elena G. de White y la Música, o autor coloca que “quando Ellen White nasceu... as reuniões campestres... se caracterizavam pelo entusiasmo e a espontaneidade, onde os gritos de ‘glória’ e ‘aleluia’ e os hinos cantados com fervor, a capela ou ao som de órgão, reforçavam os fortes chamados dos pregadores à conversão e à santidade”. E mais especificamente quanto à música, “a hinódia adventista convertia o culto em um momento de grande entusiasmo e fervor, marcado por expressões animadas como ‘glória’ e ‘aleluias’. E Tiago White gostava de cantar tais hinos de maneira contagiosa, marcando o ritmo batendo na Bíblia”. O capítulo tem ainda um exercício hermenêutico quanto à famosa e polêmica citação de Ellen White sobre ao contexto da ‘carne santa’ em Indiana, na projeção futura quanto aos ‘gritos, com danças, músicas e tambores’, trazendo o leitor a uma compreensão correta do texto.

E a utilidade de tal capítulo se compreende na análise da posição de EGW quanto à música sacra (congregacional e devocional) e também à música em geral, na aplicação para nossos dias. “Neste momento prometedor para a música adventista, faria bem a nós, músicos e líderes, recordar nossa história, não deixando de lado a herança preciosa dos hinos tradicionais, e incorporando novas composições que... ajudem a evitar os excessos causados pelo emocionalismo na adoração”. O melhor de tudo deste capítulo é a vasta bibliografia que ele apresenta.

O que você acha do Hinário Adventista do Sétimo Dia? Temos a resposta de Miguel A. Valdivia quanto a isso em relação ao hinário em espanhol. Talvez o leitor brasileiro possa pensar sobre o que isso teria a ver com ele. A questão é que os princípios seguidos pela igreja são os mesmos. E os aproveitamentos que o adorador adventista pode ter do hinário de sua igreja também se assimilam nas mais diferentes culturas, línguas e lugares do mundo. O que o autor coloca neste artigo é sobre a postura do adventista quanto ao hinário de sua igreja nas implicações para a vida diária cristã, para a comunhão coletiva da comunidade de crentes e para o cumprimento da missão, na consciência de que “a igreja vai incorporando mudanças em sua vida litúrgica”, porque as doxologias e formas de adoração, com o tempo, evoluem.

E é aí que entra Homero Salazar, falando sobre o “ministério da música na igreja” e a importância do mesmo. Assim, ele apresenta a música na igreja primitiva e compara com a música na igreja da atualidade. Como deve ser o louvor congregacional? Os ensinos de Salazar são práticos, claros e diretos ao ponto. Por exemplo: você acha que qualquer hino serve para ser cantado em qualquer ocasião? Ele explica sobre os bons usos e os usos equivocados  do hinário. Ele mostra como os cânticos poderiam (e muitas vezes acontece) ser usados de forma errada. Para isso, abre uma explicação muito boa sobre as diferentes naturezas dos cânticos de adoração, cânticos de louvor, cânticos de edificação, cânticos de motivação missionária, cânticos para evangelização, cânticos para ocasiões especiais e cânticos para fortalecer os valores morais. E ao concluir o capítulo falando da bênção dos cultos múltiplos e compartilhando sua experiência pessoal, o autor termina refletindo no desafio que é para a IASD o lidar com os conflitos e transições de gerações no sentido de manter a tocha brilhando até que Cristo venha.

"Existem os Instrumentos Satânicos?" Este é o capítulo seis de “En Espíritu y en Verdad”, escrito por Hugo Chinchay, que tem tanto formações teológicas quanto musicais e administrativas nas melhores universidades adventistas de sua (nossa) cultura religiosa. “Ele tem dirigido coros, grupos musicais e cantado em quartetos e grupos por mais de 25 anos”, sempre sendo um obreiro de destaque no trabalho integral em servir à IASD. Para responder à pergunta, o autor faz uma profunda análise dos “instrumentos musicais na Bíblia”, e uma dedicada e didática exegese de 2Crônicas 29, quanto aos “Instrumentos do templo” e as orientações do Senhor. Se ele trata da percussão? Exatamente isso, pois o zelo de Chinchay pela igreja é muito grande. Por isso, apoiado em “Ellen White e os instrumentos musicais”, esse pastor especialista em música reflete sobre o delicado assunto da “associação entre instrumentos e música” e termina com uma lista prática e instrutiva de “pautas para a introdução de novos instrumentos”, exortando que, “finalmente, nunca nos esqueçamos de que a voz da congregação é mais importante que qualquer instrumento musical”.

E acima disso, está a importância da mensagem que é comunicada, direta ou indiretamente pela adoração. Por exemplos. Você sabe dar uma resposta adventista quanto ao que vem a ser uma “mensagem subliminar”? Já ouviu falar de James Vicary e de seu pioneirismo nas mensagens subliminares da publicidade? Você sabe o que a Ciência diz sobre as mensagens subliminares? Será que pode haver, ou não, uma mensagem subliminar em uma canção que nos introduza a uma conduta inapropriada? São estas as respostas que Josué Cortés, formado em Ciências e doutorado em Medicina, dá no sétimo capítulo do livro editado por Perera. Alguém já lhe chamou pra ouvir uma música tocada ao revés e descobrir que mensagem há no “pano de fundo” daquela gravação? Como se grava isso? É intencional ou acidental? Ou seria espiritual do mal? É perigoso? Isto existe mesmo? Existe isso em músicas religiosas também? Só para o mal, ou para o bem também? Que efeitos tais gravações podem ter sobre a nossa vida? Vou deixar você estudar profundamente esse assunto lendo este texto deste doutor no seu próprio livro, pois como ele mesmo diz: “Tenhamos a atitude ‘bereana’ de investigação. Amemos sempre a verdade e suspeitemos sempre do sensacionalismo espiritual”.

O ponto alto do livro é o capítulo oito, que trata de falar sobre “A Música e a Adoração”. Afinal, este é o tema da obra. André Reis é um verdadeiro ministro de música adventista, que tem escrito em periódicos oficiais da igreja e palestrado oficialmente por Uniões e Universidades adventistas que o convidam para ensinar exatamente sobre o tema em questão. E realmente precisamos de instrução, porque “se bem que Deus tenha criado a música, não deu instruções específicas para compor música estritamente ‘divina’. O estilo da música não é uma preocupação tratada nas Escrituras Sagradas”. E ao analisar o desenvolvimento da liturgia ao longo da história, Reis coloca que “este silêncio da Bíblia não é acidental”. Por quê? Você vai descobrir lendo o livro. Mas diante de tantos desafios, ele aconselha que “devido a tantas linhas de pensamento que prevalecem na igreja adventista sobre o papel da música no culto, a melhor estratégia é desenvolver princípios musicais fundamentados nos conceitos bíblicos de adoração”.

Ao analisar “os princípios do culto cristão”, com profunda busca bíblica, Reis evidencia que “o culto cristão tem que ser” cristocêntrico, racional, edificante, exultante e transformador. Uma rica cadeia sistemática de passagens bíblicas é disponibilizada ao leitor para esse entendimento. Mas como construir, na prática acertada, esse tipo de musicalidade eclesiástica hoje, dentro do contexto em que estamos? Aí está o melhor do livro, em dar o passo-a-passo bem útil a ser aplicado, para que, “na igreja, a música, em vez de ser um ponto de divisão”, possa, “na realidade, unir a igreja”.

E falando em princípios, a editora do livro tem também, na sequência, a autoria de um capítulo sobre “as mensagens da música”. Ela instrui sobre como que na mensagem musical deve haver os princípios da qualidade, da participação, do propósito e da pertinência. Além de ensinar os detalhes sobre cada um desses tópicos, Perera explica que “o que é apropriado para uma cultura pode não o ser para outra, e o que é conveniente em uma congregação pode causar confrontação em outras. Paulo segue escrevendo em 1Coríntios 10:32-33: ‘Não sejais tropeço nem a judeus, nem a gentios, nem à igreja de Deus; como também eu em todas as coisas agrado a todos, não procurando meu próprio benefício, mas o de muitos, para que sejam salvos’”. Quanto à mensagem verbal, a mesma autora ensina como fazer com que a mesma tenha os princípios da criatividade, da memorização, da compreensibilidade e da verdade, seguindo as instruções de 1Conríntios 14:15-17.

Sabe aquelas associações mentais que a gente faz ligando determinadas tomadas musicais com determinados contextos? “A música não tem um ‘significado intrínseco’ que seja entendido por todas as pessoas da mesma forma e em qualquer tempo e lugar. Portanto, as associações dão significado à música, e estas variam com o tempo. A música pro órgão, por exemplo, era usada nos circos e festas romanas nos séculos II e III. E no século XVIII ainda não se aceitava o órgão em muitas igrejas cristãs, por ter tais conotações pagãs. No nosso século, o órgão é considerado o rei dos instrumentos litúrgicos no mundo cristão, e está estreitamente associado às catedrais e aos templos. Se as associações nunca tivessem mudado, o órgão ainda hoje seria associado à música de fundo que os mártires cristãos que morriam no circo romano escutavam, e deveríamos tirar os órgãos das nossas igrejas por esse motivo”. A música é uma linguagem poderosa que, embora composta por diferentes mensagens, deve comunicar, em nós e através de nós, Jesus.

E quais são os efeitos da mesma? Uma peça musical pode trazer diferentes efeitos de comoção. Os sentimentos de uma peça musical podem ser refletidos fisicamente, no corpo. Podem afetar a mente. O que é melhor para o cérebro pode variar entre tocar um instrumento e escutar uma música. Depende de uma série de fatores. Existem vários autores que podem fazer-nos enxergar os porquês de a música estimular as emoções, a partir de diferentes prismas. Qual deve ser a nossa resposta? A memória desempenha vários papéis na música que escolhemos escutar, pois a música possui um elemento surpresa capaz de criar várias coisas no ouvinte, como por exemplo, o prazer. Baseados nas reações às músicas que escutamos, podemos dizer que existem músicas intrinsecamente boas ou más? Por quê? Respondendo a estes questionamentos, a professora Lourdes E. Morales Gudmundsson leva o leitor a refletir sobre “como podemos escolher a música que melhor contribua para uma vida cristã nobre e positiva”, no capítulo 10 de “En Espíritu y en Verdad”.

Mas nada melhor do que um dos nossos maiores teólogos para nos falar sobre a adoração e sua natureza prática na Igreja Adventista: Ángel Manuel Rodriguez. Doutorado em teologia pela Andrews Universitiy, ele atuou na docência universitária como professor, decano acadêmico e presidente de universidade, sendo que por uma década foi o diretor do Instituto Mundial de Pesquisa Bíblia da Igreja Adventista, tendo contribuído para os adventistas com vários livros e dezenas de artigos. E neste livro, En Espíritu y en Verdad, ele soma-se aos demais autores para levar o leitor a refletir sobre: a) qual vem a ser a conexão entre o mandamento do sábado e a adoração a Deus; b) de que maneira podemos avaliar os elementos do serviço de adoração para preservar o princípio de que Deus é o verdadeiro centro da adoração; c) quais são os elementos mais importantes da adoração na IASD; d) de que maneira a postura corporal demonstra a natureza integral da adoração; e e) qual é a resposta chave que deve nos levar a determinar o que vem a ser apropriado para o culto.

É um desafio! Principalmente quando aparece por aí essa tal de MCC: Música Contemporânea Cristã. Novamente Perera, mostra mais curiosidades indispensáveis ao leitor sobre a evolução da adoração. “Nossos hinos protestantes provêm da reforma litúrgica em que Martinho Lutero reage contra o canto gregoriano. Não obstante, estes hinos foram consideramos ‘profanos’, ‘sensuais’ e ‘mundanos’ pela igreja oficial do século XVI. Por outro lado, existem numerosos compositores que escreveram obras seculares com a mesma estrutura musical do coral ou hino luterano, mas com letra secular e em um contexto musical não religioso. Talvez não seja necessário mencionar a Cantata do Café de J. S. Bach, o Ode to Joy de L. V. Beethoven, o Va Pensiero de G. Verdi, o O Fortuna de C. Orff, etc.”. Por isso Paulo aconselha: “Não se conforme com este século!”. E o salmista completa: “Cantai um cântico novo ao Senhor”. O que Jesus faria se estivesse no nosso lugar? É exatamente esta resposta que Perera persegue para então arrazoar sobre música e cultura, sobre a delimitação dos limites e sobre o propósito da MCC.

Indo mais ao ponto, o que você quer saber é sobre “como escolher o estilo musical apropriado para sua igreja”. Janette Rodríguez Flores é profundamente bíblica (com espesso embasamento em EGW também) ao redigir esta resposta. Ela trabalha com as seguintes questões: a) que elementos influem sobre nosso gosto musical? b) que impacto tem o grupo em geral do que se forma parte sobre o estilo de música do indivíduo?; c) como podemos aplicar o princípio de Romanos 12:10 no contexto da adoração entorno dos estilos musicais; e d) será que é apropriado que o estilo de adoração varie segundo a congregação? “Oremos e busquemos ativamente criar um espírito de unidade na nossa igreja local mediante a escolha de estilos que sejam adequados para toda a nossa congregação”, abaliza esta mestra na música adventista.

Há poucas semanas, participei de um acampamento de jovens cristãos. Muitos talentos musicais reunidos. Tivemos os programas espirituais na sexta à noite e no sábado. E estava proposto que para o sábado à noite teríamos uma hora social temática de festa da roça. Foi natural, pegarmos os violões e cantarmos músicas caipiras, “da terra”, e sertanejas, cujas letras não ferissem nossos princípios. Mas uma pessoa presente “rasgou as vestes”. E a consequência de sua atitude, que não foi das mais felizes, foi, em certos aspectos, de uma negatividade desnecessária à comunidade, por vários dias posteriores. Tudo por desinformação quanto ao assunto sobre “a música secular na vida do cristão”. E eu não tiro a razão, quando temos tão pouco escrito sobre o assunto. Mas agora não vamos mais precisar ter desculpas. Rafael Rodríguez Chalas, doutor, ministro de música, professor e violonista clássico, mostra a música secular à luz da Bíblia, da Reforma e do adventismo, levando o leitor a conclusões equilibradas.

Porque precisamos que o espírito de união reine entre nós. Por isso, Flores volta com mais um capítulo (15) levando o adorador a refletir da uniformidade à unidade tanto na adoração pessoal quanto na pública. Mais Bíblia e mais Espírito de Profecia, para discutir sobre os pertinentes questionamentos: Qual é o papel do louvor na devoção pessoal do crente? Quais são alguns exemplos do uso da música na adoração pessoal? O que os salmos 38, 45, 54, 55 e 71 poderiam nos ensinar? Será que o processo de louvor começa com uma pessoa, e vai se expandindo, como e até onde? A leitura do salmo 105 é muito importante para refletir na explicação de como é o convite à comunidade religiosa para que se una em adoração. “A Bíblia nos provê lições práticas e reveladoras para desenvolver uma vida de devoção pessoal e coletiva. Para isso, o coração deve estar livre de egoísmo. Devemos buscar o que beneficia a congregação, e não o que eu prefiro ou o que me fala no âmbito pessoal”. Resultado? “Unidade na diversidade, graças ao amor de Deus”.

“Como Organizar o Ministério da Música e da Adoração em sua Igreja?” É o capítulo 16, com o pastor e doutor Andrés Flores. Ele explica sobre “como apoiar a equipe de música e adoração”, colocando qual é o “papel do pastor e da comissão da igreja”, nos sentidos de urgência e de liderança quanto aos recursos, o respaldo e a confiança da igreja e o apoio espiritual. Ensina também sobre “como formar uma equipe de música e adoração”, desde a escolha do líder até os demais componentes, a visão desta equipe, a colaboração do pastor e a orientação bíblica que tal ministério deverá seguir. Por fim, dá várias dicas de recursos práticos que podem ser buscados para a equipe de música e adoração da igreja, mostrando qual é o resultado que pode ser alcançado com um programa de música bem organizado que seja compreensível, original e espiritual, o que se pode fazer pra desenvolver a capacidade dos líderes de adoração e de que maneiras se pode facilitar a comunicação e a colaboração entre a equipe de adoração e o pregador.

É com muita emoção que chegamos ao último capítulo de “En Espíritu y en Verdad” com Alejandro Bullón. Ele faz uma exposição sobre “as emoções na adoração”. Ao ler o que este grande pastor e escritor escreve, o leitor é levado a refletir sobre: a) o que implica o conselho de EGW acerca de que se deve cultivar a voz para que “resulte agradável ao ouvido e impressione o coração”; b) como podemos distinguir entre as emoções santificadas e as emoções pecaminosas; c) quais são os perigos do emocionalismo; d) o atual desafio da igreja hoje, que “não é adotar um estilo de adoração para o corpo universal, mas respeitar a diversidade das culturas que formam parte da nossa grande família”; e e) o maior milagre que Deus pode fazer no coração dos cristãos.

No apêndice do livro está um documento sobre a “Filosofia de Música Adventista do Sétimo Dia”, votada oficialmente pela instituição, pois o livro En Espíritu y en Verdad “não propõe mudança alguma à teologia ou às doutrinas da IASD. Todos os autores são obreiros ou leigos ativos da IASD com um profundo respeito pelos regulamentos e políticas da igreja” e pelo Espírito de Profecia da mesma. “Mas a hora vem, e é agora, quando os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em Espírito e em Verdade; porque o Pai também busca por tais adoradores que assim O adoram” (João 4:23).

Eu comprei esse livro e em poucas semanas o li duas vezes. Portanto, lhe aconselho que acesse o site Amazon e compre já o seu exemplar deste livro (PERERA, Adriana (Ed.). En espíritu y en verdad: la música y la adoración en la Iglesia Adventista delSéptimo Dia. Nampa, Idaho: PacificPress Publishing Association, 2013, 176 páginas) e leia-o, o mais rápido possível. Faça-o sempre em oração, para que tudo isso redunde em bênçãos missionais para você e para sua igreja. E que Deus o abençoe! Agora, chega de David Phelps, e vamos dormir ao som de Leonardo Gonçalves!


Um abraço,
Pr. Valdeci Jr.



sexta-feira, 27 de junho de 2014

Assistir ao Jogo no Sábado é Pecado?




ADVENTISTAS PENDURAM A CHUTEIRA NESTE SÁBADO



Muitos têm me perguntado se seria pecado assistir ao jogo da copa do mundo neste sábado. A questão é muito maior do que ser pecado ou não ser. Não ficamos nos perguntado até onde podemos errar. O dever do cristão é perguntar sobre quanto mais ele pode acertar.




Além desde vídeo que coloco aqui, com um recado meu pra você, em seguida coloco um texto que encontrei no blog do pastor Ivair Augusto. Tudo que segue em marca branca abaixo é de autoria dele.



Mas eu já lhe adianto uma coisa: Os Adventistas do Sétimo Dia não assistem a jogos de futebol em dia de sábado. Se você vir algum "adventista" por aí assistindo ao jogo da copa neste sábado saiba que, naquilo ali, ele não estará representando os Adventistas do Sétimo Dia.

Quando esse assunto é discutido entre Adventistas do Sétimo Dia, isso ganha importância porque adventistas creem que a obediência é a resposta humana para a Maravilhosa Graça de Jesus.

Adventistas também são fiéis à Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras, e isto faz com que os 10 Mandamentos sejam observados; não como 'obras da lei' mas como conselhos Divinos, ordens de um Pai Amoroso que quer cercar seus filhos das armadilhas deste mundo.

Isso não é uma 'questão de consciência' é uma questão de obediência.

É o 4o Mandamento que nos 'lembra' de santificar o sábado. Dos 10 mandamentos [Êxodo 20.3-17] os 4 primeiros são orientados para a Divindade:
1. Não ter outros deuses além de Yahweh
2. Não fazer imagens de esculturas [nem mesmo do próprio Yahweh]
3. Não tomar o nome de Deus em vão
4. Lembra-te do dia do sábado para o santificar

As horas do sábado pertencem a Deus. Assim como parte de nossos bens e rendas [dízimo] é reservado para Deus, o tempo de 24hs do Sétimo Dia também pertencem a Deus.

Há várias coisas da esfera humana que Deus reivindica dos humanos:
1. o tempo sagrado [sábado]
2. parte dos bens [dízimo]
3. o corpo [santuário]
Etc.

Assim como o dízimo podemos 'roubar' a Deus [Mal.3.8] do tempo que a Ele pertence.

A palavra 'santificar' do 4o mandamento [qâdash] significa: consagrar, dedicar, manter, separar. O 4o mandamento nos lembra:
- consagre as horas do sábado
- dedique as horas do sábado a Yahweh
- mantenha as horas do sábado como santas
- separe as horas do sábado para uso sagrado

A santidade das horas do sábado estão em dedicá-las à adoração. A quem estamos adorando quando assistimos o culto? A quem estamos adorando quando assistimos a um jogo de futebol?

A nossa alegria, efusividade, energia e vibração durante o sábado devem ser dirigidas a Deus.



Além de roubar o tempo sagrado de Yahweh, estaremos dirigindo nosso 'louvor' e afeições a algo totalmente banal - futebol. Nosso século dedica afeição a banalidades - temos heróis fictícios (Vingadores); amizades fictícias (mídias sociais); experiências fictícias (filmes).

Neste sábado [28/06/14] as 13hs vai haver um jogo da Seleção Brasileira pela Copa Do Mundo, e as especulações sobre poder ou não poder assistir o jogo começaram.

É fácil minimizar a situação dizendo que não há nada de mais em assistir um jogo; afinal a TV já fica ligada na 'Novo Tempo'; é só mudar o canal.

Estamos em um tempo de preparo para a Segunda Vinda. Hoje estamos nos preparando para uma crise que está adiante de nós.

Quando o sábado for um ponto controverso no cenário mundial,de que lado vamos estar? É fácil saber. O que estamos fazendo com o sábado atualmente, faremos naquele dia da 'grande crise'.

Se hoje dizemos sim a pequenas coisas que tiram a santidade do sábado, amanhã decidiremos pelo anti-cristo e a imposição do 'falso sábado'.

Hoje estamos nos preparando para a 'grande crise'. Hoje estamos nos fortalecendo ou nos enfraquecendo.

Respondendo à pergunta inicial - Assistir jogos no sábado é pecado?

Como se trata dos 10 Mandamentos - é transgressão.

Os 10 mandamentos são o mínimo da Lei; o Pentateuco, ou Torah, ou Lei, é constituída por 613 mandamentos. Os 10 Mandamentos é o mínimo de Moral que Deus exige para a pessoa não ser considerada como ímpio.

Então você já sabe - não é pecado, é transgressão; e quem o faz se torna ímpio.

Fonte:  http://ivaircosta.blogspot.com.br/2014/06/assistir-jogos-no-sabado-e-pecado.html. 

Obrigado pastor Ivair, por ter escrito este texto no seu blog.

E o meu resumo sobre isso, amigo internauta, é o seguinte.

Jesus um dia chegou pra mim, através do apóstolo João, e disse assim: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos". Eu o amo! Portanto, em resposta à salvação que Ele já me concedeu, mantendo a aliança de obediência que já firmei com Ele, não assistirei ao jogo, e ponto final. Tenho certeza de que assim terminarei muito mais feliz!

Portanto, assistir ao Jogo no Sábado? Não, porque Jesus já me salvou dessa!

Quer saber mais o que os adventistas pensam sobre a Copa do Mundo? Leia este folder:


Um abraço, e tenha um feliz sábado!

Pr. Valdeci Jr.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Como a Igreja Adventista Funciona?

Explicado Pelos Próprios Adventistas:


Aos Olhos da Rede Globo:



Na visão do SBT:



Um abraço,

Pr. Valdeci Jr.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Igreja Adventista do Sétimo Dia ultrapassa a marca de 18 milhões

O rápido crescimento da denominação atinge um novo marco do terceiro trimestre de 2013
A Igreja Adventista do Sétimo Dia, uma das denominações cristãs que mais cresce no mundo, já registou mais de 18 milhões de membros batizados. No dia 30 de setembro de 2013 havia cerca de 18.028.796 Adventistas do Sétimo Dia em todo o mundo, de acordo com os dados estatísticos do Centro de Arquivos, Estatística e Investigação da Igreja.
Estima-se que entre 25 a 30 milhões de homens, mulheres e crianças frequentam os cultos adventistas semanais. De referir que a Igreja Adventista do Sétimo Dia não batiza bebés ou crianças muito pequenas, justificando-se assim a lacuna entre os membros participantes e os membros baptizados.
Em outubro último, o Secretário Executivo da Igreja Adventista fez a seguinte observação acerca do crescimento contínuo do número de membros da Igreja: "Por dia, cerca de 3.052 pessoas se unem à Igreja. A cada hora, 127 pessoas são batizadas. A cada minuto, dois indivíduos são batizados, e louvamos a Deus por isso" (relatório do Conselho Anual de 2013, em Silver Spring, Maryland).
David Trim, diretor do Centro de Arquivos, Estatística e Investigação da Igreja Adventista comentou o fenómeno: "Estamos muito animados com este crescimento num momento em que, a nível global, muitos grupos religiosos não mais crescem. Agradecemos a Deus que, face aos desafios da opressão política, perseguição religiosa e aumento do materialismo e secularismo, este movimento que enfatiza a esperança e plenitude continua a crescer e já passou esta meta estatística".
Formalmente organizada em 1863, a Igreja Adventista do Sétimo Dia opera em 112 faculdades e universidades, mais de 1.900 escolas secundárias e cerca de 6.000 escolas primárias, com um registro total de mais de 1,75 milhões de Instituições, juntamente com 172 hospitais, incluindo o tratamento de mais de 16 milhões de pessoas anualmente. O compromisso da Igreja para servir a humanidade inclui a Agência Humanitária Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), bem como campanhas evangelísticas e ministérios de transmissão online, projetado e partilhando a mensagem dos três anjos com todo o mundo que necessita de respostas fundamentadas na Bíblia.
19 de dezembro, 2013 | Silver Spring, Maryland, Estados Unidos | Autor: Mark A. Kellner/Adventist Review | ad7News

quinta-feira, 4 de julho de 2013

COMO FAZER UMA IGREJA ADVENTISTA CRESCER?

Uma Resenha do Livro “How to Grow an Adventist Church”, de Russell Burrill.

Um Desafio Ainda Não Alcançado

Estudos mostram que, dos 300 milhões de americanos, quase 250 milhões são uma população sem-igreja. Ou seja, somente uns 50 milhões de pessoas pertencem às 324 mil igrejas. Mas, somente a metade destes frequenta o culto regularmente. Mas se você perguntar pros americanos, 40% deles vão ter a cara de pau de dizer que foram à igreja na última semana. Mentira. Trata-se de gente que ainda tem um sentimento ligado à denominação, mas que na verdade não tem uma experiência real com Deus.

Para estas pessoas, a igreja se tornou um uma referência social. Elas foram criadas na igreja, gostam de sua cultura, mas não têm uma religião que se traduza num relacionamento vibrante esperado por Cristo. E no Brasil, a coisa não é diferente. Basta visitar as igrejas, olhar a vida das pessoas ou os sites estatísticos, como por exemplo, o do IBGE, para ver a história se reproduzir.

Como os sem-igreja são?

Classificar sem-igreja não é fácil. Mas, em linhas gerais, podemos destacar oito grupos.

Os não-cristãos, às vezes são menos sem-igreja do que os cristãos sem-igreja. São os Mulçumanos, Hindus, Judeus, Budistas, etc. Vivem nas regiões metropolitanas. Eles não se consideram sem-igreja, mas nós sabemos que precisam ser evangelizados.

Já os cristãos nominais, professam o cristianismo, mas dificilmente, ou até nunca frequentam a igreja. Cresceram na tradição, e só se lembram da igreja nas festas ou nos funerais. Mas eles se dizem batistas, metodistas, católicos, adventistas, etc., mesmo muitas vezes não tendo o nome listado na igreja.

Tem também os que não aceitam a instituição. Insatisfeitos com a igreja institucional, não vão à igreja alguma. Preferem adorar a Deus do seu próprio jeito. Mas se acham espirituais e comprometidos com o cristianismo. Isto inclui uns oito por cento dos sem-igreja. Esses religiosos sem-igreja, bem como o grupo anterior, são um público que a Igreja Adventista tem mais facilidade pra alcançar.

Outro grupo que os adventistas têm se despertado para compartilhar o evangelho com eles é o dos pós-modernos sem-igreja. Por não crerem que exista uma verdade absoluta, até que acreditam em Deus, mas o deus deles é uma mistura de várias ideologias que foram conhecendo. Nesse relativismo, muitos terminam sincronizando as religiões ocidentais e orientais e criando assim sua própria espiritualidade. Por relativizarem, são capazes de respeitar crenças diferentes sem nunca aceitá-las.

Os sem-fé são geralmente ateístas ou agnósticos. Apesar de não serem muitos, são um grupo minoritário específico que também precisam ser tocados pelo evangelho.

A comunidade homossexual se sente alienada do cristianismo conservador. Tem alguns deles que até se juntam às denominações mais liberais que tentam harmonizar o homossexualismo com o cristianismo.Mas na verdade a maior parte dos gays é desligada das igrejas conservadoras e consideram as pessoas que pertencem a elas como preconceituosas e negligentes. E de fato, as igrejas conservadores não estão preparadas para lidar com essa gente.

Um sétimo grupo sem-igreja inclui aqueles inseridos na ideologia da Nova Era. A religiosidade deles mistura paganismo e cristianismo, e às vezes até adoração satânica e bruxaria. Os crentes da Nova Era estão em crescimento rápido nos EUA. Você pode ver esse espiritualismo tanto nos produtos do cinema americano quanto da televisão brasileira.

A gente não pode esquecer ainda que as pessoas que pertencem e frequentam outras igrejas cristãs são também parte do nosso público-alvo. São pessoas, muita delas salvas em Jesus, mas que precisam continuar crescendo no conhecimento da revelação. As crenças bíblicas que são distintivas no adventismo têm que ser compartilhadas com todos os que já são cristãos vibrantes, mas que ainda não conhece toda a verdade presente.
É verdade que o adventismo cresceu tanto às custas da aceitação daqueles que já eram protestantes, ao ponto de os adventistas chegarem a ser acusados de “ladrões de ovelhas”. Mas a coisa tem mudado. Os atuais adventistas não estão mais fazendo um trabalho tão eficiente em alcançar outros cristãos. Agora são os neopentecostais e as igrejas independentes que estão assumindo a liderança arrebanhar as roubar ovelhas já conversas.

Pós Secularismo

Os cristãos preocupados demais com a influência do secularismo dentro da igreja deem ser avisados de que tal inquietação já está desatualizada. Estamos passando para que chamamos de período pós-secular (apesar de que a chegada do pós-secularismo não elimina de todo o secularismo). Isso não quer dizer que estamos voltando ao passado. As coisas não estão voltando a ser como eram antes. É que o pós-moderno assume um comportamento religioso, porém desinstitucionalizado.

Em sala de aula, na classe de Análise Multidisciplinar da Cidade do programa de Mestrado do seminário teológico do IAENE, comentando sobre esse livro, o professor Otoniel Ferreira fez lembrar que “ a afirmação de Harvey Cox no prefácio do seu recente livro “Fire from Heaven” (Addison Wesley) deveria cair na igreja como uma bomba. O autor do livro de referência de 1965, The Secular City, que influenciou duas gerações de líderes da igreja a repensar a vida e a missão da igreja em face da implacável marcha do secularismo, escreve 20 anos depois: ‘hoje é o secularismo, e não a espiritualidade, que pode se dirigir para extinção’.”
Conclusão

Para Russell Burrill, uma vez que as pessoas estão desacreditadas da igreja mas estão ávidas pela experimentação de uma religiosidade que lhes seja relevante, precisamos oferecer-lhes algo que faça sentido, na prática, para as reais necessidades da vida. Não trata-se de esquecer que haverá um Céu. Mas o Reino de Deus deve começar aqui. E Jesus viveu de uma forma que, incrivelmente, de há dois mil anos, ainda nos serve de modelo para enfrentarmos esta era pós-igreja.

O evangelho, mais do que nunca, hoje em dia precisa ser muito mais relacional do que cognitivo. Não estamos falando do abandono ao ensino. A transmissão do conhecimento das verdades bíblicas sempre será indispensável. Mas o que vai tocar realmente o coração dos sem igreja é o relacionamento autêntico e o serviço de amor que tem um sentido prático da demonstração do amor de Deus. Isso é vivido tête-à-tête. Gente se importando com gente em suas redes de amizade, e em seus pequenos grupos de relacionamentos em seus círculos sociais.

E a sustentação para tudo isso não está no evangelismo tradicional. Ele tem o seu lugar e sempre será válido. Mas para que a igreja continue sustentável em seu arrebanhamento de pessoas, o discipulado precisa tomar conta de tudo o que acontece na igreja. No templo e na vida cotidiana, é o processo de fazer discípulos, e de ser discipulados pelos mais experientes, que nos permitirá permear os atuais desafios urbanos e não deixar a bandeira da igreja cair.

E como vamos fazer isso? É o que você vai descobrir lendo este livro: Burrill,Russell How to Grow an Adventist Church. (HART, Fallbrook,CA. 2009) 110 páginas.

Um abraço,

Pr. Valdeci Jr.

domingo, 24 de junho de 2012

FRÁGIL, DEFEITUOSA... MAS AMADA!


Usando uma seleção de textos inspirados, o Pastor Érico Tadeu Xavier,  imaginou esta entrevista com a pioneira da Igreja e Mensageira da parte de Deus, Ellen G. White, respondendo àqueles que, desanimados com os defeitos da Igreja, atacam a instituição ou a abandonam, procurando outro movimento.

Pergunta: Quantas igrejas Deus têm na terra para erguer a verdade da lei e apresentar aos homens o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
White: Deus tem na Terra uma igreja que está erguendo a lei pisada a pés, e apresentando aos homens o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo... No mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados. ... – TM, 50, 58 e 59 (1893).
Pergunta: Que igreja é essa?
White: Em sentido especial, foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como atalaias e portadores da luz. A ele foi confiada a ultima mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção. – 3TS, 288 (1909).
Pergunta: A igreja Adventista do Sétimo Dia é chamada de Babilônia por alguns. O que a senhora acha disso?
White: sejam todos cuidadosos para não clamarem contra o único povo que está cumprindo a descrição dada do povo remanescente, que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé em Jesus. ... Deus tem um povo distinto, uma igreja na Terra, inferior a nenhuma outra, mas a todas superior em suas facilidades para ensinar a verdade, para vindica a Lei de Deus... Meu irmão, se estais ensinando que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é Babilônia, estais errado. – TM, 50 e 59 (1893).
Pergunta: Mas existem erros e falhas...
White: Entristecemo-nos de que hajam membros defeituosos, de que haja joio no meio do trigo. ...Embora existam males na Igreja, e tenham de existir até o fim do mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e desmoralizado pelo pecado. A igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração. – TM, 45 e 49 (1893).
Os baluartes de Satanás nunca hão de triunfar. A vitória acompanhará a terceira mensagem angélica. Como o Capitão do exército do Senhor derribou os muros de Jericó, assim triunfará o povo que guarda os mandamentos do Senhor e serão derrotados todos os elementos oponentes. – TM, 410 (1898).
Pergunta: Não seria melhor fundar uma nova organização?
White: Não podemos desviar-nos agora do fundamento estabelecido por Deus. Não podemos agora entrar em nenhuma nova organização; pois isto significaria apostasia da verdade. – 2ME, 390 (1905).
Sou instruída a dizer aos adventistas do sétimo dia em todo o mundo: Deus chamou-nos como um povo para sermos-Lhe particular tesouro. Ele designou que sua igreja na Terra esteja perfeitamente unida no Espírito e conselho do Senhor dos exércitos até o fim do tempo. – 2ME, 397 (1908).
Tomais passagens dos Testemunhos que falam do fim dos tempos da graça, da sacudidura do povo de Deus, e falais da saída dentre esse povo de um outro povo mais puro, santo, que surgirá. Ora, tudo isso agrada ao inimigo. ... Aceitassem muitos os pontos de vista que avançais, e falassem e agissem baseados nisso, e veríamos uma das maiores excitações fanáticas jamais testemunhadas entre os adventistas do sétimo dia, Isto é o que Satanás quer. – 1ME, 179 (1890).
Pergunta: A senhora crê que Deus guiará a igreja Adventista até o fim?
White: Sou animada e beneficiada ao compreender o que o Deus de Israel ainda guia Seu povo, e que continuará com eles até o fim. – 2ME, 406 (1913).
Pergunta: A Igreja Adventista do Sétimo Dia é acusada e criticada como uma igreja fraca, defeituosa e sem amor. O que a senhora pensa disso?
White: Algumas pessoas parecem pensar que ao entrar na igreja ser-lhes-ão cumpridas as expectativas, e só encontrarão os que são puros e perfeitos. São zelosos na fé, e ao verem faltas nos membros da igreja dizem: “Abandonamos o mundo para não nos associarmos com caracteres maus, mas aqui também está o mal” e perguntam, como os servos da parábola: “Porque tem então joio?”. Mas não precisamos ficar assim desapontados, pois o Senhor não nos autorizou a chegar à chegar a conclusão de que a igreja é perfeita; e todo o nosso zelo não terá êxito em tornar a igreja militante tão pura como a igreja triunfante. – TM, 47 (1893).
A igreja militante não é a igreja triunfante, e a Terra não é o Céu. A igreja se compõe de homens e mulheres errantes e imperfeitos, que são apenas alunos na escola de Cristo, a fim de serem adestrados, educados, para esta vida e para a futura vida imortal. – ST, 4 de jan. de 1883.
Deus investiu Sua igreja e Especial autoridade e poder, por cuja desconsideração e desprezo ninguém se pode justificar; pois aquele que assim procede, despreza a voz de Deus. – AA, 164 (1911).
Pergunta: Algumas pessoas alegam que Deus abandonou o seu povo devido as suas falhas.
White: A Igreja falhou deploravelmente, em corresponder às expectativas de seu Redentor e, contudo, o Senhor não Se afasta do Seu povo. Ainda é complacente com eles, não por causa de alguma bondade que se encontre neles, mas para que Seu Nome não seja desonrado perante os inimigos da verdade e da justiça, para que as instrumentalidades satânicas não exaltem na destruição do povo de Deus. Por muito tempo Ele tem suportado sua obstinação, descrença e insensatez. O Senhor os tem disciplinado com admirável clemência e compaixão. Se atenderem às suas instruções, Ele removerá suas más tendências, salvando-os com uma salvação eterna e tornando-os eternos monumentos do poder de Sua graça. – ST.T. de Nov: de 1901.
Pergunta: Muitas vezes a senhora disse não reconhecer a Sede da obra como a voz de Deus e chegou a declarar que a Associação Geral estava se corrompendo. Como a senhora explica isso?
White: Por vezes, quando um pequeno grupo de homens, aos quais se acha confiada a direção geral da obra tem procurado, em nome da Associação Geral, exercer planos imprudentes e restringir a obra de Deus, tenho dito que não poderia por mais tempo considerar a voz da Associação Geral, representada por esses o]poucos homens, como a voz de Deus. Mas isto não equivale a dizer que as decisões de uma Associação Geral composta de uma Assembléia de homens representativos e devidamente designados, de todas as partes do campo, não deva ser respeitada. Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos numa Associação, devam ter autoridade. O erro que alguns então em perigo de cometer, é dar à opinião e juízo de um homem, ou de um pequeno grupo de homens a plena medida de autoridade e influência de que Deus revestiu Sua igreja, no juízo e voz da Associação Geral reunida para fazer planos para a prosperidade e avançamento de Sua obra. – 3TS, 408 (1909)
Pergunta: O que é necessário então?
White: Tem sido necessário organizar uniões-associações, para que a Associação Geral não exerça um domínio arbitrário sobre todas as associações separadas. O poder conferido à Associação não deve concentrar-se num só homem, ou em dois ou seis; deve haver um conselho de homens sobre as divisões separadas. – MS, 26, 3 de abril de 1903.
Pergunta: Alguns estão temerosos quanto ao futuro da obra diante dos muitos desafios. Como a Senhora vê isso?
White: Não há necessidade de duvidar, de estar temeroso de que a obra não seja bem-sucedida. Deus está à testa da obra, e porá tudo em ordem. Caso haja coisas necessitando serem ajustadas na direção da obra, Deus atenderá a isso, e trabalhará para endireitar todo erro. Tenhamos fé que Deus vai conduzir a nobre nau que transporta o Seu povo em segurança para o porto. 2ME, 390 (1892).