A aparente contradição entre Efésios 2:8-9 e Hebreus 12:14 surge quando temos uma visão apenas parcial da graça. De fato, somos salvos unicamente pela graça, que é um presente de Deus e que não leva em conta qualquer esforço nosso, além da aceitação. Entretanto, Deus não é um Deus de libertinagem, e sim da liberdade. E como toda liberdade tem seus limites, o limite está no respeito que Deus tem por nosso livre arbítrio. Portanto, para manifestar o livro arbítrio é preciso praticar a aceitação. Entretanto, além de aceitar, depois de salvo, o cristão, inevitável e naturalmente, mostra os frutos, o resultado, da salvação que recebeu (Gálatas 5:22). Crer que Deus salvaria alguém do pecado e o deixaria continuar vivendo no pecado seria uma grande incoerência. Há cristãos que, por saberem que a salvação é de graça, pensam que podem continuar vivendo em pecado, que mesmo assim serão salvos. Isso é o engano da “graça barata”, como concordam a maioria dos teólogos, Martin L. Jones, Dr. Russell Shedd e Richard Foster, por exemplo.
Na prática, o que acontece é que existem dois extremismos, ambos, enganos. Um deles é pensar que para sermos salvos precisamos ou podemos fazer alguma coisa. O outro é pensar que porque fomos salvos não precisamos ou não podemos fazer mais nada. O equilíbrio é entender que uma vez salvos pela graça, fazemos boas obras, não para sermos salvos, mas porque fomos salvos. E nada melhor para explicar isso, do que o texto de Hebreus mencionado. Esse texto só é mal entendido quando lido somente um versículo, levando-o a uma interpretação, fora do seu contexto, errada. É preciso ler o texto todo para entender o que ele diz, e não correr o risco de distorcer a mensagem por usar somente palavras isoladas de sua parte.
Entendido como um todo, o texto de Hebreus é uma ampliação do texto de Efésios mencionado acima. Em Efésios, Paulo diz que fomos salvos mediante a graça, pela fé. Ou seja, a fé antecede a graça. Nesse texto de Hebreus, Paulo começa justamente falando sobre a fé, no capítulo onze verso um, que é onde começa o texto. Observando os versos oito, nove e dez do capítulo doze, nós vemos que o texto de Paulo já está chegando a uma culminação da mostragem de que o cristão já está salvo. E daí vem o resultado, que é andar, viver, em santificação, ou seja, num comportamento que foi gerado, motivado, pela salvação que já ocorreu (Efésios 2:10; João 14:15). Nesse entendimento, percebemos então que o verso quatorze fala do esforço como resultado, não como requisito, da salvação. Note as partes do verso. Em sua primeira parte vemos que viver em paz é um requisito para santificação - mas não para salvação, pois apesar de relacionarem-se, santificação e salvação não são a mesma coisa. Em sua segunda parte vemos que tudo isso é um resultado que gera outro resultado, que tem a ver com Deus, que, também, tem tudo a ver com salvação, mas não é a mesma coisa que salvação, pois só vê a Deus quem já foi salvo.
Um abraço,
Twitter: @Valdeci_Junior
Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Zacarias 3 fala a respeito das vestes sujas de Josué e de como ele se encontrava diante de Deus. O que ele fez para estar assim?
muito bom me ajudo muito em muiiito obde toois
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