sexta-feira, 4 de março de 2011

Peças Teatrais na Igreja: Qual o Problema?



Na igreja podem ser realizadas peças (teatro), referentes à Biblía?



Ao responder sua pergunta, já imagino algumas reações e, por isso, não poderia deixar de lembrar que qualquer assunto entre cristãos deve ser analisado com oração, equilíbrio, pesquisa profunda e disposição para ouvir e buscar conselhos.


Quando você lê as citações dos livros com espírito de profecia sobre o assunto, de primeira mão, deve ficar claro que como cristãos muitas vezes devemos evitar a ida ao teatro secular mundano, e talvez também tentativa de imitá-lo com exibições nas atividades da igreja. Por outro lado, devemos aprovar as encenações ou ilustrações bíblicas, usadas para facilitar a compreensão da mensagem bíblica. A questão é como conseguir identificar a diferença. Vamos analisar juntos.

Freqüentar teatro mundano secular e usar sua imitação na igreja, geralmente traz um ou mais dos seguintes aspectos negativos.:

• Gastos desnecessários e extravagância.

• Exibição e exaltação do ser humano.

• Atitudes que profanam a santidade da mensagem.

• Promoção de falsidades.

• Mistura do sagrado com o secular.

• Gasto de tempo naquilo que não edifica.

• Atividades sem benefício ou conteúdo.

• Desenvolvimento do gosto pelo teatro secular mundano.

• Apenas uma diversão em si.

Quando uma representação ou encenação na igreja traz algum destes aspectos, está fora dos planos de Deus. Por isso, avalie bem as atividades que você e seu grupo estão realizando.

Se você também fizer uma pesquisa bíblica, vai encontrar que Deus usou e ensinou encenações para fortalecer Sua mensagem. Desde os altares dos patriarcas até o tabernáculo de Moisés e o templo de Jerusalém. Os serviços, ministrados pelos sacerdotes eram uma encenação e ilustração da salvação através de Cristo.

No Antigo Testamento, existem ainda outros exemplos. A circuncisão, que foi ordenada por Deus, era um símbolo do concerto dEle com Seu povo. A ordem para que Moisés preparasse e levantasse uma “serpente de bronze”, como um símbolo de Cristo, era uma oferta de vida. A segunda vinda foi ilustrada pela pedra que atingiu os pés da estátua, em Daniel. O casamento de Oséias com uma prostituta encenava a apostasia de Israel e o amor de Deus.

Você também encontra ilustrações e encenações no ministério de Cristo e no restante do Novo Testamento. A cerimônia do batismo é uma encenação, instituída por Cristo, para marcar o início de uma nova vida. A Santa Ceia é uma encenação da reconsagração, também instituída por Cristo, para ser repetida pelo Seu povo. Em Apocalipse, João usa muitas encenações simbólicas que descrevem o plano da salvação dentro da realidade do grande conflito entre o bem e o mal.

Devemos apoiar e valorizar o uso de todas essas ilustrações e encenações bíblicas (batismo, santuário, etc.). O que devemos desaprovar é o uso do exibicionismo teatral, e não de qualquer tipo de encenação.

Apresentações teatrais, mesmo dentro da igreja, podem pender para serem mais prejudiciais do que edificadores quando: (1) afastam de Deus; (2) levam a perder de vista os interesses eternos; (3) alimentam o orgulho; (4) excitam a paixão; (5) glorificam o vício; (6) estimulam o sensualismo e (7) depravam a imaginação.

Disto inferimos que dramatizações são aceitáveis, em contrapartida, quando: (1) aproximam de Deus; (2) chamam atenção para os interesses eternos; (3) não alimentam o orgulho; (4) não excitam a paixão; (5) desaprovam o vício; (6) não estimulam o sensualismo; e (7) elevam a imaginação. As dramatizações devem: (1) evitar o elemento jocoso e vulgar; (2) evitar o uso de fantoches (animais e árvores que falam, etc.); (3) ser bíblica e historicamente leais aos fatos, como estes realmente ocorreram; e, acima de tudo, (4) exaltar a Deus e Sua Palavra (e não os apresentadores da programação).

Logo, o melhor a se fazer é que você organize um grupo específico para ser um ministério teatral na sua igreja. Porque, ficando específicos para isso, terão mais condições de se aperfeiçoarem, no conhecimento e na prática, a fazer o uso correto dos dons artísticos na adoração, e ao mesmo tempo a evitar os possíveis erros.

Para saber administrar essa questão, a palavra-chave é equilíbrio. É preciso ter equilíbrio para preparar uma encenação que seja edificante e não uma exibição teatral. E, por outro lado, também é preciso ter equilíbrio para tratar do assunto com amor e sem agressões.

O que coloco aqui nesta postagem está sob os princípios que aprendi ao ler a tese doutoral do pr. Paulo Clézio dos Santos (diretor do Seminário de Teologia do IAP), defendida no UNASP, sob a tutela de Alberto Timm. Esta tese trata exatamente sobre isso, mostrando o que seria errado e o que seria certo quanto ao uso ministerial da dramaturgia. Para conhecer a tese, clique aqui.


Um grande abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
O que significam as “chaves do reino dos Céus” mencionadas em Mateus 16:19?

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