Uma leitura inicial do livro de Números pode levar o leitor a pensar que Deus estava sendo “desumano” em Suas orientações sobre como os israelitas deveriam tratar os leprosos. Entretanto, para compreendermos esse texto, precisamos imergir um pouco mais na cultura hebraica e no contexto de Números. Imagine aqueles dois milhões de pessoas no deserto, sem a tecnologia, sem a medicina moderna, com pouquíssima água, sem saneamento básico, vivendo em barracas, com praticamente a mesma roupa a vida toda, naquelas condições climáticas! O que você faria se estivesse lá, naquele contexto, e algumas pessoas tivessem lepra?
É claro que o leproso preferiria não ter lepra. Mas uma vez que havia manifestado a doença, por amar seus irmãos, ele ficaria muito triste se soubesse que a sua doença estivesse levando outros à morte. Portanto, evitar o contato direto com os sãos era, também, uma forma de amar. Pois ele faria o que se a lepra era incurável e contagiosa até pelo simples contato? Agir de outra forma seria eliminar, banir, definitivamente, todo aquele povo da face da Terra. O amor à sociedade como um todo, muitas vezes, faz algumas exigências ao indivíduo. Isso é natural.
Naquele tempo, os leprosos não ficavam sem um lugar para viver. Existiam as aldeias, ou vales, ou cidades próprias para eles, onde teriam casa e amparo. A Bíblia não diz que os israelitas deveriam deixar de amar os leprosos. Não! Pelo contrário, os habitantes da sociedade comum iam até a habitação dos leprosos para suprir as necessidades deles. Os leprosos eram praticamente mantidos pela parte “normal” da sociedade com um tipo de aposentadoria por invalidez, o que não deixa de ser um seguro social.
Atualmente, a hanseníase tem cura, e logo depois do início do seu tratamento não é mais contagiosa. Não precisamos mais levar os doentes para viverem em outra cidade. Mas, em relação a muitas enfermidades, hoje, nós agimos de forma semelhante àqueles costumes do mundo antigo, com a diferença apenas de que o fazemos aos moldes modernos. Quando alguém entre nós fica muito doente, deixa de morar em casa e vai morar no hospital, um lugar comum de habitações de muitos outros doentes. Se a doença é grave ou se os recursos hospitalares são escassos, limitamos as visitações, e se é mais grave ainda, cortamos, de vez, as visitações. O que mudou foram as características físicas, mas o princípio continua o mesmo.
Realmente, a doença não nos deixa em uma situação agradável. Mas enquanto vivermos neste mundo de pecado, vamos passar por essas dores, que são um mal necessário. “Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.” 2 Pedro 3:13.
Espero encontrar-lhe lá.
Twitter: @Valdeci_Junior
Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Sou o único cristão em minha família. Meus parentes não me obrigam a não ser cristão. Mas todas as vezes que tento ir à igreja, eles ficam chateados, e chegam a tentar proibir-me. O que faço?
Espere em Deus o tempo vai fazer mudar tudo isto ....Porém permaneça fiel a ele ....Abraços....
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