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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

“JESUS CHOROU”? - João 10-11

Muitas vezes já vi cristãos escaparem pela culatra de João 11:35, ao serem intimados a declamar um versículo bíblico. Por não saberem nada melhor, maior ou mais especial, no susto, dizem: “Jesus chorou”. E se alguém reclamar, ainda poderão dizer: “Mas é um verso bíblico!”. E num contexto assim vemos o questionamento paradoxal que confronta a simplicidade com a seriedade deste versículo.
Seriedade? Sim! Veja a pergunta que surge na cabeça de muitos, ao lerem-no: “Por quem Jesus chorou? Por Lázaro ou por si mesmo?”. O verso 33 trinta e três começa a explicar, e os comentários bíblicos “SDABC” e “O Desejado de Todas as Nações” pegando esta ponta de corda, nos elucidam mais sobre o assunto. E, teologicamente, a conclusão é que “em Sua humanidade, Jesus foi comovido pela dor humana e chorou com os aflitos”. Mas, por trás desta afirmação, há muito significado.
Foi uma cena dolorosa. Lázaro fora muito amado, e suas irmãs choravam por ele, com o coração despedaçado. Os amigos uniam-se ao coro, chorando juntos. Em face dessa aflição humana, dentre muitos amigos consternados pranteando o morto, “Jesus chorou”. Se bem que fosse o Filho de Deus, revestira-Se, no entanto, da natureza humana e comoveu-Se com sua dor.
Seu coração está sempre pronto a compadecer-se perante o sofrimento. Chora com os que choram, e alegra-se com os que alegram-se. Não foi, porém, simplesmente pela simpatia humana para com Maria e Marta, que Jesus chorou. Havia, em Suas lágrimas, uma dor tão acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da terra. Cristo não chorou por Lázaro, pois estava para chamá-lo do sepulcro. Chorou por aqueles muitos que ora pranteavam a Lázaro mas, em breve, tramariam a morte dAquele que era a ressurreição e a vida.
O juízo que estava para cair sobre Jerusalém estava delineado perante a visão futurística de Jesus. Ele contemplou Jerusalém cercada pelas legiões romanas. Viu que muitos dos que agora choravam por Lázaro morreriam no cerco da cidade e não haveria esperança em sua morte.
Não foi somente pela cena que se desenrolava a Seus olhos, que Cristo chorou. Pesava sobre Ele a “dor dos séculos” Lançando o olhar através dos séculos por vir, viu o sofrimento, a dor, as lágrimas e a morte que caberia em sorte aos homens. Seu coração pungiu-se por sentir pena da família humana de todos os tempos e em todas as terras. Pesavam-lhe, fortemente, sobre a alma, as misérias da raça pecadora
Foi assim, que a fonte das lágrimas se lhe rompeu. Jesus em um anelo tão profundo em aliviar todas as dores dos humanos, ao ponto de chorar.


Valdeci Júnior
Fátima Silva


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

RÉ_LAMENTAÇÕES - Lamentações

Se você acha que já conseguiu escapar-se do Jeremias, está enganado. Só porque ontem você terminou a leitura do livro de Jeremias? Hoje, devemos começar a ler o livro de Lamentações que, também, foi escrito por ele. Portanto, continuamos nos braços do profeta Jeremias. E, pelas barbas do profeta, por favor, não deixe de fazer sua leitura. De qualquer forma, a oportunidade de assentar-se aos pés do grande Jeremias para dele aprender termina, realmente, hoje. Porque a leitura proposta para hoje é o livro inteiro, de Lamentações. Mas não se assuste, porque o livro é pequeno. Tem apenas cinco capítulos pequenos. Então, não precisa lamentar. É só ler.
E, falando em lamentação, você tem tido uma vida de lamentações? Porque, no plano de leitura bíblica, as lamentações de Jeremias ficam limitadas a apenas um dia, mas uma vida inteira de lamentações, é bravo. Quando assumimos o perfil de influenciador macambúzio, sorumbático, com a síndrome de sentir-se jururu o tempo todo, essa influencia fede na vida das pessoas ao nosso redor. Acontece um fluir negativo que vai até aqueles a quem influenciamos, e depois retorna para nós mesmos. E vamos todos ficando cada vez mais em pior situação. Coisa triste de ser ouvida é lamentação.
Como tem sido sua vida? Tem lamentado muito? Aí você pode ré_lamentar: “Ah, mas não tem como, se há tantas razões para lamentar, como não vou lamentar?”. E diante disso, aqui vão dois conselhos.
1) Lamente. Deus nos ama tanto, que dispõe-se a ouvir até as nossas lamentações. Quando ninguém mais está a agüentar, Ele está disposto. Então, pegue o livro de Jeremias, e leia-o em voz alta, como se fosse a sua oração. Ao falar assim com Deus, aplique o texto à sua vida. Desabafe-se. Deite-se no divã do Senhor, e Ele vai lavar sua alma. Ou seja, se tiver que lamentar-se de qualquer coisa, lamente-se para Deus. Ele é o verdadeiro amigo, que pode realmente ouvir-lhe. Lamente só para Ele.
2) Não lamente. Se você colocar a dica acima em prática, conseguirá então perceber que a vida não é tão dramática assim. Você vai cair na real: “Uau! acho que eu até exagerei, agora!”. E vai começar a perceber que na sua vida tem muito mais coisas boas do que ruins. O problema é que tendemos a ficar focados apenas nas coisas ruins. Você está respirando? Onde você pode fabricar ou comprar um sistema respiratório? Você está conseguindo ler este texto? Que benção! Há tantas outras bênçãos a ser contadas!
Não seja conhecido como um lamentador. Lamentar é ré_lamentar. É um atraso de vida. Não precisa lamentar, basta ler o livro de Lamentações.


Valdeci Júnior

Fátima Silva

sábado, 24 de agosto de 2013

EVITE SOFRER - Jeremias 39-41

Pense em um camarada que sofreu sentimentalmente. Pensou? Agora, pense em uma pessoa que tenha passado por grandes sofrimentos físicos. Pensou? Além disso, pense em um grande sofrimento mental. Conseguiu imaginar, numa opressão mental? Esses foram alguns dos sofrimento de Jeremias. E todos estes sofrimentos – físico, emocional, mental – terminam afetando, também, a vida espiritual. Não que a pessoa, fatalmente, vá se apostatar. Mas a fé sofre bombardeadas. Uma área afeta a outra, pois, na visão holística bíblica (que não é dicotômica nem tricotômica), somos um todo indivisível. E Jeremias, holisticamente, sofreu. Ele teve o destino de passar pelas circunstâncias mais terríveis.
Está sofrendo muito e quiser sentir um alívio? Olhe uma vitrine onde está exposto um grande sofredor, Jeremias, e você vai ver um sofrimento tão maior que o seu, que vai até ficar aliviado. Não que precisemos que alguém sofra mais do que nós para que encontremos alívio. Não é isso. Mas, quando olhamos para pessoas assim, vemos poderíamos estar sofrendo muito mais. Então, graças a Deus por não estarmos com maiores consternações.
Sofrimento emocional. Quem já não teve os sentimentos abalados, não é verdade? Se você está sentindo-se assim, além de recomendar que você, indispensavelmente, faça a leitura bíblica de hoje, recomendo também uma leitura adicional indispensável. Leia “A Cura Para os Traumas Emocionais”, de David Seamands, Editora Betânia. E, acima de tudo, entregue o seu coração a Deus.
Sofrimento físico. Dor, doença, deficiência, limitação... Já passou por isso? Está passando por isso? Mais de 80% das doenças são psicossomáticas. Não é popularizar, dizendo que a doença esteja só na cabeça. Não é isso. É que o poder da mente tem uma influencia muito grande na patologia, porque, afinal de contas, quem manda e desmanda em todo o corpo é o cérebro. Então, que tal, em vez de deixar seu cérebro concentrado demais só no sofrimento da sua doença, abrandar-lhe, distraindo-o com uma boa leitura. Uma boa pedida é a leitura bíblica de hoje: Jeremias 39-41. Mas também não deixe de ler a revista “Vida e Saúde”, da Casa Publicadora Brasileira.
Sofrimento mental. Perturbação, depressão, estresse, toque, síndrome do pânico, tristeza, e coisas semelhantes... Você já experimentou? É? Então, vai aqui também a recomendação de um outro livro: “Mente Caráter e Personalidade”, também, da Casa Publicadora Brasileira. E, além disso, evite colocar as bobagens desta vida na sua mente. Mantenha a sua mente ocupada, preenchida, com coisas boas, sadias, construtivas. Combinado?
Não há dúvida, de que se você seguir todas essas dicas, vai ter uma boa saúde espiritual, além de conseguir evitar muitos outros tipos de sofrimentos. Pense em alguém que não precisa sofrer: você.


Valdeci Júnior

Fátima Silva

domingo, 30 de junho de 2013

IDENTIFICAÇÕES COMUNS - SALMOS 86-89

Como intercessor cadastrado no www.bibliaonline.net, recebi, li e orei por uma mensagem que veio até a mim pela internet, um e-mail. Nesse site tem um lugar em que podemos nos cadastrar para receber pedidos de oração e orar por eles. Muitas outras pessoas entram em sites como www.lugardepaz.com.br, www.jesusvoltara.com.br, www.esperanca.com.br e fazem seus pedidos. Então, os milhares pedidos de oração que são feitos neles são distribuídos para os colaboradores do BibliaOnLine, a fim de que a intercessão seja feita. O colaborador intercessor pode receber um e-mail semanal com alguns desses pedidos. A pessoa pode receceber o e-mail com os pedidos, abrir, ler e orar pela necessidade de cada uma das pessoas. É um ministério de oração intercessória. Orar uns pelos outros nos faz muito bem.
É interessante ver como Deus guia as coisas. No dia em que escrevi este comentário que agora você lê, a atividade que fiz antes de dedicar o tempo de oração por esses amigos internautas foi justamente fazer a leitura bíblica do dia. Ao ler os versos, não conseguia me segurar sem orar. Incrível! Parecia que muitas das palavras dos salmistas eram palavras minhas. Enquanto ia lendo, meio que pensando, meio que dizendo assim: “É, Senhor, é isso mesmo que estou sentindo! Essa é minha necessidade. Sou eu falando Contigo. Meu Deus, é desse jeito que o vejo, é dessa forma que o louvo”, eu ia me identificando com os salmistas nas orações deles. Ao terminar a leitura, pensei que devem existir outras pessoas que também fazem isso.
Você já fez isso alguma vez? Ler um salmo, que é uma oração a Deus, e se identificar com ele? Dá impressão que as palavras dele servem como palavras suas para Deus. Sem perceber, ao invés de apenas ler, começa a orar ao mesmo tempo? Fiquei pensando que isso já deve ter acontecido com alguns, mas com muita gente não. Imagino a quantidade de pessoas que perdem a oportunidade de ter essa intimidade com Deus porque não leem a Bíblia. Ah, se as pessoas lessem a Bíblia! Não seria uma bênção se as pessoas ficassem mais “Por Dentro da Bíblia”?
Fico olhando para esses salmistas, os autores dos salmos, e fico olhando para esses internautas, que escrevem seus pedidos de oração. Como são parecidos! Como somos parecidos! Você, eles e eu. Somos filhos de Deus que sofrem, mas que, ao mesmo tempo, esperam uma resposta do Senhor. Embora cansados, seguimos lutando, olhando para esse Deus, na esperança de que o que ainda temos é Ele que tem sustentado.
E aí questiono: Até quando, Senhor? E eu mesmo respondo: Até o dia em que estivermos todos juntos, felizes, lá no Céu. Amém!

Valdeci Júnior

Fátima Silva

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O SOFRIMENTO PODE SER UMA DISCIPLINA - JÓ 35-37

Você está lendo direitinho o livro de Jó? Tem sido perseverante em ler os discursos dos quatro amigos e, principalmente ontem e hoje, o discurso do “amigo” Eliú? Porque se não formos perseverantes para, pelo menos, ler a história, é uma vergonha, não é mesmo? Pense na perseverança que Jó teve, ao suportar o sofrimento dele. Ele foi o homem que mais sofreu no mundo, mas que também se tornou símbolo da paciência, pela perseverança que teve em suportar tudo.
Os amigos dele, apesar de ficarem falando muita besteira, também foram perseverantes, coitados! Eles não merecem só a nossa critica, mas merecem também a nossa atenção, porque, apesar dos pesares, eles estavam tentando acertar. Pelo menos, eles estavam ao redor do sorumbático sofredor. Isso já foi uma virtude: aguentar ficar ao lado de Jó.
E nós estamos lendo, especificamente, sobre a última fala de Eliú, que foi o último dos quatro a falar, antes de Deus chegar e se pronunciar naquela discussão. E como as leituras de ontem e de hoje são um discurso só, quero retomar um trecho, que está em Jó 33:14-19, para contextualizar o que quero dizer aqui sobre a leitura de hoje. Assim, faríamos um fechamento sobre essa discussão do sofrimento de Jó.
“Pois a verdade é que Deus fala, ora de um modo, ora de outro, mesmo que o homem não o perceba. Em sonho ou em visão durante a noite, quando o sono profundo cai sobre os homens e eles dormem em suas camas, ele pode falar aos ouvidos deles e aterrorizá-los com advertências, para prevenir o homem das suas más ações e livrá-lo do orgulho, para preservar da cova a sua alma, e a sua vida da espada. Ou o homem pode ser castigado no leito de dor, com os seus ossos em constante agonia.”
Comentando sobre isso, veja o que encontrei no periódico “Jó, sofrimento e restauração”, 3º trimestre de 1980, pág. 75: “Eliú era um jovem insatisfeito tanto com os discursos de Jó como os de seus três amigos. Talvez a maior contribuição de Eliú ao debate é a nova ênfase à ideia de que o sofrimento pode ser disciplina, em vez de punição... O conceito de Eliú sobre o sofrimento considerando-o como disciplina não é novo na história de Jó. É a ênfase que ele dá ao conceito que é nova... [Jó] ...deixou que Eliú realçasse a ideia de que o sofrimento pode ser uma disciplina, antes que uma punição”.
Essa é a grande lição. O sofrimento que nos assola não é de todo mal. O lado bom é que ele nos disciplina.


Valdeci Júnior

Fátima Silva

segunda-feira, 3 de junho de 2013

VOCÊ ENTENDE? - JÓ 06-07

“A maioria das pessoas gasta mais tempo e energia falando dos problemas que enfrentando os problemas.” Essa frase foi dita por Henry Ford, o homem que fundou a indústria de automóveis Ford. Ele era um industriário, mas, nesse pensamento, não só filosofou legal, como fez uma bela uma análise daquilo que acontece no comportamento humano diante do sofrimento, adversidades e obstáculos que a vida nos impõe. Você não acha?
É exatamente isso que encontramos na leitura bíblica de hoje: um longo discurso de quem está enfrentando a dor. Diante disso, você pode questionar: “Então, pastor, para que ficar gastando tempo lendo um texto que só tem lamúrias?” Permita-me lhe dizer uma coisa, aliás, três:
1. Você já passou por um grande sofrimento na vida? Um sofrimento bastante intenso, muito prolongado? Se sim, irá concordar que quando passamos por um sofrimento bem grande, temos vontade de nos encontrar com alguém que consiga nos entender, perceber a dor que sentimos, que saiba falar nossa mesma linguagem. Então, quando nos encontramos com uma pessoa que também já passou por uma consternação do tamanho da aflição que estamos enfrentando ou, às vezes, até maior, parece que é tão bom! Pois, ao ouvirmos a outra pessoa relatar o que já passou, temos a impressão de que não estamos sozinhos neste mundo, no aspecto de sentir aquela dor. É gostosa a sensação de que tem alguém do nosso lado, que também já passou por isso.
2. Se você nunca passou por um grande sofrimento na vida, sem querer jogar praga para você, provavelmente ainda vá sofrer algum dia. Por via de regra, todo mundo, nesta vida, mais cedo ou mais tarde, sofre. E aí, no dia em que você estiver sofrendo, lembre-se disso que escrevi logo acima. Você vai querer encontrar alguém que lhe entenda. E se sentirá bem se conseguir conversar com alguém, se conseguir ouvir alguém que também sofre ou que também já sofreu.
3. Quero dirigir-me agora para você que, talvez, esteja sofrendo neste momento. Você quer se encontrar com alguém que tem na cabeça algo parecido que você? Que sente no peito e na pele um pouco de dor como você? Abra sua Bíblia no livro de Jó e leia-o. São palavras de quem entende a dor. Todo mundo que está passando por algum tipo de sofrimento deveria ler esse livro. Faz bem se encontrar com alguém que nos entende.
Um detalhe importante, que peço para que você lembre sempre: o sofrimento é a maior prova de que estamos aqui neste mundo apenas de passagem. Nosso destino é o Céu. E lá, as alegrias serão infinitamente maiores! Pense nisso.



Valdeci Júnior
Fátima Silva

sexta-feira, 31 de maio de 2013

NÃO CAIA NA ARMADILHA - JÓ 03-05

Se você está em dia com sua leitura da Bíblia, está acompanhando um verdadeiro drama. Por um lado, é uma leitura gostosa de fazer, já que se trata de um conto curioso. Mas existem pessoas que desanimam a ler esse livro por diversas razões: há diálogos que trazem argumentos longamente repetitivos; pelo fato de que o livro é grande; por, às vezes, achar, enganadamente, que não se trataria de uma história real; e por outros equívocos mais desse tipo. Então, para você não cair nessa armadilha, quero apresentar um ponto de vista do teólogo Gerald Wheeler.
Wheeler comenta que esse livro tem deixado muitos leitores perplexos durante milhares de anos. O problema é que a maioria das pessoas folheia o começo e o fim do livro e faz uma conclusão de que Satanás é o responsável de todos os sofrimentos humanos e pronto. A realidade é que poucos se atrevem a cavar os mistérios mais profundos e a mensagem vital que estão contidos no restante do livro.
Perceba que o livro de Jó não se preocupa tanto em mostrar quem ou o que causa o sofrimento. Uma preocupação maior que essa é mostrar a forma como as pessoas reagem diante da provação. Vemos Jó lutando para entender como é possível que Deus inflija esse tipo de sofrimento para Seus servos fiéis. Os argumentos dos amigos de Jó são a parte mais patética da história, já que se esforçam para “preservar a fé”, mesmo que isso custasse o sacrifício das boas relações de amizade entre eles. De uma maneira geral, observa-se que os amigos de Jó parecem acreditar que Deus recompensa os justos e castiga os maus. E é engraçado que quando o mundo parece não se encaixar no padrão simplório que esses personagens pensam sobre a vida e a defendem, a posição teológica de cada um começa a titubear, mas parecem ficar desesperados para fazer qualquer coisa para conservar a opinião própria deles, mesmo que isso signifique destruir os outros.
É aí que vem o pé de guerra do livro de Jó. De um lado, Jó põe a responsabilidade do mal que está devastando sua vida nas costas de Deus. Os amigos, por outro lado, garantem que ele é um pecador. Aí Jó se ira contra Deus. Diante disso, seus amigos o pressionam, procurando seu “pecado oculto”, a suposta causa do sofrimento dele. Nesse diálogo, o eco que podemos ouvir é o das incompreensões teológicas de todos os tempos que, ironicamente, fazem muitos se desentenderem.
Mas enquanto o pecado e o sofrimento reinam neste mundo, deixe que o livro de Jó fale ao seu coração!


Valdeci Júnior

Fátima Silva

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Para Que Serve Deus?

Foi numa noite chuvosa, depois de um cansativo dia de reuniões, que, de uma maneira inusitada, comprei este livro “Para Que Serve Deus”. Eu cheguei ao hotel e contei os detalhes do meu desvio de percurso ao cruzar Maceió (AL) a um colega, e terminamos concordando que, dentre as tantas dificuldades que aquela trajetória deveria ter proporcionado, Deus realmente havia me ajudado a fazer tudo tão rápido e com tanta precisão. Eu estava feliz, pois já fizera dezenas de tentativas de comprar tal livro e não conseguira. Mas, cansado, fui dormir cedo.


Foi apenas no dia seguinte que comecei a entender porque a compra se dera daquela forma. Internado na Clínica Santa Mônica, na Bahia, eu tive tempo de sobra para meditar sobre “Onde está Deus quando chega a dor?”. O conteúdo deste primeiro capítulo parecia-me um consolo a conta-gotas, ou melhor, a conta-páginas. Deus tinha um momento certo para que eu conhecesse a luta de Yancey entre a vida e a morte. Ou melhor, Ele preparou o consolo certo que um filho seu estava precisando no leito de um hospital. Antes de ler o capítulo eu estava banhado de lágrimas enfermas; e no mesmo dia, após lê-lo, eu tinha lágrimas de gratidão por ver o quanto Deus se importa com detalhes da minha vida, e de compaixão em meditar sobre o quando os universitários de Virgínia Tech sofreram em Abril de 2007.

Sempre sonhei em ser missionário. E Deus tem me dado o privilégio de realizar este sonho em uma das regiões mais subdesenvolvidas do Brasil. Aliás, a sensação é a de estar em outro país, que ainda se diz terra brasileira. As alegrias são muitas, mas os desafios também são enormes. E o maior desafio de um missionário é conseguir sintonizar sua cosmovisão com a visão de mundo dos nativos da terra onde está servindo. Na China, a afloração desta dualidade serve como um mostruário extremo de vitrine, protótipo instrutor de quem, como eu, em escala menor, enfrenta a transculturação por amor à grande comissão. Neste capítulo da história, Deus, mais uma vez, restaurou meu senso de missão.

Sexo. Como o faz com todo homem, Satanás também já me levou a querer iludir-me com o mito da grama mais verde. É claro que a gente tenta cortar a tentação pela raiz, mas a falsa ilusão sempre faz o pecado parecer gostoso. Incomodar-se na cadeira, fazer careta, sentir raiva, indignação, nojo, dó e compaixão pelas vidas torturadas ao extremo pelo sexo errado, cria no leitor a completa repulsa pela sedução proibida. Que Deus abençoe a todas as prostitutas com quem Philip se encontrou em Green Lake em 2004.

Posso ser tentado a pensar que ficar trancafiado trabalhando numa dissertação de mestrado seja algo errado. Mas é de seus escritórios que homens como Yancey e seu mentor Lewis ajudam a equilibrar a fé de milhões de pessoas. É preciso ser um pouco cético para ser um crente equilibrado. O ceticismo moderado é a proteção contra o obscurantismo. Além de vir aprendendo isso com Philip Yancey ao longo dos livros (anos), passei a ver o Céu sob outro prisma, pelo modo com que ele meio biografa C. S. Lewis. “Escreveu a um amigo que ele mais desejava a própria morte nos momentos de alegria, não quando a vida parecesse mais difícil. Para ele, os prazeres deste mundo sempre apontavam para outro mundo, e as coisas boas eram provas indiretas de um bom Deus” (página 98). Através de Lewis, Deus me fez perceber que as alegrias neste mundo enfatizam sobre o quanto devem ser boas as alegrias do porvir. Obrigado Senhor, pelo lado intelectual da fé.

Mas é importante também sair da bolha. A cada vez que leio, num livro de Yancey, seus comentários sobre a “Faculdade Bíblica”, eu o entendo muito bem, pois eu também fui aluno interno de colégios cristãos, por oito anos. Nesta identificação, em muitas leituras, dou risadas sobre cultura à parte que vivemos. Exclusivismo é a tentação farisaica de todo cristão que começa a gostar demais da instituição que o abraça. Se em nosso culto racional não tivermos a humildade intelectual suficiente para ter empatia pelo mundo, nosso Deus não serve para nada.

No semestre passado, os professores Emílio Abdala e Érico Xavier, em suas respectivas matérias, fizeram com que nós alunos refletíssemos sobre o quanto a igreja precisa crescer no cumprimento da missão integral. Como somos pequenos nisso! Como temos que aprender com os de fora! Voltei-me destas classes para a realidade do campo ministerial quebrando a cabeça sobre como eu poderia fazer algo neste sentido. E foi exatamente aí que Deus me fez ler sobre a missão integral que a igreja faz acontecer na África do Sul e perceber que, em matéria de missão integral, o melhor não é seguir métodos elaborados por outros, mas sim aproveitar-se do contexto para servir ao próprio contexto.

Política. Atualmente estou morando numa das regiões mais corruptas do Brasil. A corrupção aqui é grande ao ponto de que pessoas boas fazem coisas absurdas pensando, sinceramente, serem atitudes moralmente normais. Estamos em época de eleições municipais. É quando a corrupção afeta o cidadão da maneira mais intensa possível. Eu estava planejando sobre como instruir as igrejas que lidero sobre a conduta e a ética recomendáveis a um cristão neste contexto. Yancey e Deus me deram de presente o capítulo sete de “Para Que Serve Deus”. Na hora certa. No mesmo dia, pude postar vários textos sobre o cristianismo e a política na internet. No dia seguinte, lá estava eu cumprindo o compromisso de agenda de encontrar-me com pastores evangélicos e políticos regionais, munido da nutrição dos textos do dia anterior.

Deus nos guia a cada dia. De volta da dita reunião, no dia seguinte, diante de tantos poderes maiores que tentam dominar a sociedade, eu me sentia um nada. Já se sentiu assim? Leia o capítulo “Dunas de Areia e Arranha Céus” e encontre-se com os cristãos missionários que mais se sentem assim neste mundo. Mas “Jesus comparou o reino a coisas pequenas – sal na carne, fermento no pão, uma pequena semente na horta – como se quisesse enfatizar que não devemos julgar o impacto do evangelho pelos números” (página 278).

O título da palestra que Yancey fez em agosto de 2003 em Chicago foi: “Por que eu gostaria de ser um alcoólico”. Pensando em tudo que ele disse, eu redigiria um desabafo intitulado: “Como eu gostaria que minha igreja fosse [como] um bar”. Mas oro a Deus para que eu consiga torná-la pelo menos como uma associação do Alcoólicos Anônimos. Embriagados da graça que o evangelho proporciona, podemos exalar ao menos àqueles que podem ser afetados por nossa influência. Que comédia, que tragédia, que capítulo, este!

Para o próximo fim de semana, a temática do meu calendário de pregações indica-me pregar sobre a graça. Ainda estou naquela fase pré-preparatória do sermão, de procurar por idéias. E então começo a semana lendo a palestra que fecha o livro com chave de ouro: “A graça sob o fogo cruzado”. Dizem que a repartição da minha igreja na Índia ameaça ser em breve o ponto mundial mais forte dessa denominação cristã. Deve ser por causa do que Yancey comenta: “Não conheço nenhum laboratório melhor para testar a graça do que este país, a Índia, a mais volátil mistura de castas, línguas, raças e religiões do mundo”. Mas e quanto à igreja? “Sabemos como seria a graça aqui neste lugar?” (pátina 264).

Lendo a biblioteca escrita por Yancey noto que, ao longo destas três décadas, este escritor tem ficado cada vez mais crente. E nesta última quinzena, ele serviu para mostrar-me que Deus se preocupa tanto com a minha vida a ponto de providenciar-me, em cada momento dela, exatamente o que eu preciso. Ele – Deus – me ama! Portanto, eu devo servir para amá-Lo também!

domingo, 1 de julho de 2012

SOFRIMENTO ACOMPANHADO - Salmos 90-99


Você está pronto para morrer? Você topa viver sofrendo? Está disposto a ficar cantando, feliz da vida, mesmo em meio a muito sofrimento? Então você está pronto para ser um cristão!
Como assim? Ser cristão é viver sofrendo e ainda ter que cantar? Ser cristão é correr risco de morte? Você sabe que existem igrejas pregando que se eu me tornar um crente, todos os meus problemas de desemprego, falta de dinheiro, doenças e solidão vão se resolver?
As igrejas podem pregar isso, mas a Bíblia não promete que se formos fiéis a Deus, a vida será um mar de rosas. A teologia da prosperidade é um grande engano crasso.
Lembrei de uma história verídica que encontrei no livro Nisto Cremos (Casa Publicadora Brasileira), um dos melhores livros para sistematizar as principais crenças bíblicas no formato de um estudo sério.
Nyangwira vivia na África Central quando conheceu o evangelho cristão. Estudou a Bíblia profundamente por mais de um ano. Em resultado disso, como desejava ardentemente tornar-se uma cristã, quis receber o batismo bíblico pelas águas. Porém tinha um grande problema: seu esposo.
Em uma tardinha, quando compartilhou com o esposo as coisas que havia aprendido, ele gritou:
- Não quero saber desta espécie de religião aqui na minha casa de jeito nenhum! Se continuar estudando, fique sabendo que matarei você!
Ela sabia que ele mataria mesmo. Nyangwira decidiu que continuaria estudando a Bíblia e se preparou para batizar-se.
Quando chegou o dia do batismo, antes de sair de casa, ajoelhou-se, com muito respeito, ao lado do esposo  e explicou que iria entregar-se a Jesus. Ele puxou da bainha um facão grande que tinha e disse:
- Eu já lhe disse que não quero que você se batize. Não brinque comigo! Se fizer isso, você morrerá.
Mas, a cristã Nyangwira, determinada a seguir ao Senhor, deixou o marido esbravejando em casa e foi para o local do batismo. Aquela mulher, antes de entrar nas águas batismais, confessou todos os seus pecados e dedicou a vida ao Salvador sem saber se no dia seguinte ainda estaria viva ou não em nome de Cristo.
Na hora que foi batizada, ela sentiu uma paz muito grande, mas quando voltou para casa... Como sabia o que iria encontrar, ela já pegou o facão e entregou ao esposo.
– Você foi batizada? – ele perguntou, irritado.
– Sim! – respondeu Nyangwira com simplicidade. – Aqui está o facão.
– Você está pronta para morrer?
– Sim, estou.
Ele ficou tão espantado com a coragem da esposa, que não desejou mais matá-la. Cumpriu-se o que encontramos nos salmos. Na vida, vamos ter muitas diculdades, mas Deus nos acompanhará e poderemos louvá-Lo.

Twitter: @Valdeci_Junior
e
Fátima Silva


sábado, 9 de junho de 2012

JÓ, NOSSO DRAMA - Jó 22-24


Moisés foi um verdadeiro teatrólogo quando escreveu esse livro. Tanto é que Neil Simon tomou emprestado o cenário de Jó para uma peça: God’s Favorite. Outros dois que fizeram isso foram Archibald MacLeish e Robert Frost na peça The Masque of Reason. Mais recentemente, o romancista Muriel Spark produziu uma versão atualizada e moderna de Jó. No Brasil, foi um romance publicado com o título Razão de Deus. A peça Amadeus também deve muito da sua trama a Jó porque o autor tratou a mesma questão, apenas invertendo a perspectiva.
Jó não entendia por que estava sofrendo o juízo de Deus. Mas seria muito útil se pensássemos no livro dele como uma peça de mistério, uma história policial. Por exemplo: nós, da platéia, chegamos cedo para uma entrevista coletiva, onde o diretor da peça explica sua obra (Jó 1 e 2). Antes do início, já ficamos sabendo qual é o papel de cada um na peça, então, já entendemos que o drama pessoal na Terra tem origem num drama cósmico no Céu. Será que Jó acreditará em Deus ou irá negá-lo?

Humm!!!!!!!!

...

Suspense!!!

As cortinas se fecham!

Ao ser reabertas, podemos contemplá-los, sozinhos, no palco, os atores, que limitados à peça, não tem noção sobre a perspectiva onisciente que temos, da platéia. E, apesar de sabermos as respostas do enigma, o detetive principal não as conhece. E aí se desenrola a trama bíblica. De início, não sabendo do ato que se passou no céu, Jó está preso nos ingredientes do drama. Atormentado pelo sofrimento, passa horas no palco tentando descobrir o que nós, espectadores, já sabemos. Para ele, a perspectiva é diferente da nossa. Ele se coça com cacos e faz perguntas incisivas daquelas que todas as pessoas que sofrem fazem: “Por que tem que ser comigo, Senhor? O que eu fiz de errado? O que Deus está tentando me dizer?”
A leitura corre o risco de ficar chata se não prestarmos atenção nos detalhes. Para nós, da platéia, as questões de Jó perderam o sentido porque sabemos as respostas. Mas é por isso que devemos continuar lendo o livro de Jó. O autor deixou um elemento da narrativa que não entregou de bandeja: o mistério de como Jó reagirá. É só a questão da fé do homem Jó que fica sem resposta.
Que livro genial! É por isso que ele perdura como uma obra literária, que faz com que o leitor fique envolvido. Ele luta com o sofrimento com tanta garra que não há como não se envolver. Não tem como não fazer das perguntas de Jó as nossas próprias perguntas. Você também vira personagem!

Twitter: @Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

sexta-feira, 8 de junho de 2012

"SOFRIMENTO" NÃO É O TEMA DE JÓ - Jó 20-21


 É um prazer muito grande escrever para você, mais uma vez, para colocarmos na nossa mente mais um pouquinho da Palavra de Deus. Esse comentário existe para nos levar a estudar a Bíblia todos os dias do ano com o objetivo de ler a Bíblia inteira em um ano.
Temos estudado sobre o livro de Jó. Ao falarmos nele, do que você lembra? Sofrimento?
Fiz alguns comentários sobre o problema do sofrimento depois que começamos a estudar seu livro porque, na realidade, Jó sofreu tanto, que não temos como fugir disso, ainda mais que isso tem muito a ver conosco que sofremos hoje.
Mas quero lhe contar um segredinho sobre o livro de Jó: o tema dele não é sofrimento. Preste bem atenção nele como um todo e você perceberá uma outra coisa que, aliás, percebemos em todo o Antigo Testamento.
O Antigo Testamento, na verdade, não dá uma lição de teologia com conceitos abstratos e ordenados logicamente. Ao contrário disso, ele proporciona um curso avançado de “vida com Deus”. Portanto, o livro de Jó é mais um desses reflexos do que ele é (Antigo Testamento).
Esse livro não está centralizado, de forma alguma, no problema do sofrimento. Diferente disso, Jó fala sobre fé, pois ele confiou naquilo que Deus prometeu. O resultado da fé dele foi uma vida de fidelidade e perseverança. E esse é o segredo, porque se você tiver essa visão, essa postura, ao sentar-se para começar a ler o livro de Jó e lê-lo inteiro com esse propósito, irá tirar muito mais proveito dele, com certeza!
No entanto, se você quiser ler um livro sobre sofrimento, recomendo que leia Deus Sabe que Sofremos, Decepcionado com Deus, Onde está Deus Quando Chega a Dor, A Dádiva da Dor, todos escritos pelo autor Phillip Yancey. Agora, se você quiser ler um livro sobre fé, então leia o livro de Jó. Mas pode ler, também, A Bíblia que Jesus lia, da editora Vida. É do mesmo autor e retrata, de uma maneira muito interessante, sobre Jó e sua experiência.
Mas o importante é você ler bastante essas revelações sobre Deus para ter mais fé em Jesus. Viva como os heróis da fé mencionados em Hebreus 11, que cujas condições de pobreza e perseguição os distinguiam como indivíduos indesejados do ponto de vista mundano. Eram pessoas de Deus e recipientes de bênçãos divinas, foram um exército de Deus que, da fraqueza, tiraram força (versos 32-38).
Que as pessoas, ao passarem por sua vida, enxerguem em você uma fé tão genuína, a ponto de exclamar: “o mundo não é digno do(a)...” (coloque seu nome).
Viva pela fé!

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Fátima Silva

quarta-feira, 6 de junho de 2012

DES... - Jó 15-17


E o relato de Jó continua. Para quem está lendo esses capítulos todos os dias, parece uma novela, uma trama, onde, a cada dia, só se desenrola um pouquinho e nunca chegamos ao fim da história. De capítulo em capítulo, Jó continua sofrendo.
O livro de Jó é bem inteligente, pois fica no campo das idéias e filosofa bastante. É bem intelectual.
Satanás já tinha tirado tudo de Jó, até a saúde física, mas uma coisa o inimigo de Deus não tem como mexer, se não permitirmos: a nossa mente.
Então, na leitura de hoje, encontramos um homem destituído de tudo que ele tinha, “detonado” em todos os aspectos, mas lúcido com uma mente brilhante. E é com essa única coisa que lhe resta, que Jó segue lutando.
Diante disso, percebemos que o sofrimento de Jó foi principalmente mental. Ele teve uma luta existencial muito intensa, uma pressão psicológica jogada pelos amigos e esposa. Sobre ela, lemos em Jó 2:9, quando ela já entregou os pontos logo no começo e disse que Jó amaldiçoasse o Deus dele e morresse. Mas sabemos qual era a posição de Jó. O que lemos ontem sobre o que ele disse de tudo isso? O que Jó pensava sobre Deus? “Ainda que Ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15). Isso que é fé.
Jó era muito guerreiro. E nesses capítulos de hoje, o que encontramos é a seqüência dessas batalhas mentais, existenciais e questionadoras que Jó continuou tendo, uma hora mais caído, outra hora mais animado, mas nunca se entregou, e manteve-se fiel até o fim.
Podemos dizer que Jó fazia das esperanças, dez mil esperanças. Da desigualdade, dez igualdades. Da desunião, ele procurava dez uniões. Na desgraça, Jó procurava encontrar dez graças. Até do desamor, depois reconstruiu dez amores que foi sua próxima família. Em meio aos desrespeitos, Jó mantinha muito mais que dez respeitos; do desânimo, ele tirava dez ânimos e das desvantagens, ele fazia dez vantagens.
Jó era assim: um desbravador, em meio a dez bravas dores, que não aumentava uma desilusão da vida em dez ilusões, jamais. Jó não fazia de um desfalecimento, dez falecimentos. Pelo contrário! Diante dos descontentamentos dos amigos, Jó ainda tinha dez contentamentos; diante das desarmonias, dez harmonias. E isso fez com que ele, em vez de ter em si, deslealdade, carregasse, em seu caráter, dez lealdades.
Esse foi Jó, diante dos embates, provas e lutas da vida. E você? Está disposto a fazer dos desencantos, dez encantos? Você está disposto a fazer, dos desencontros, dez encontros? Então, lembre-se de Jó! Porque o primeiro passo para o sucesso é seguir os passos de pessoas bem-sucedidas.

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domingo, 3 de junho de 2012

TEM QUE AGÜENTAR - Jó 06-07


Jó estava com problemas sérios. Você já se encontrou assim? Não sei de qual situação de problemas está lembrando agora, mas entendo que deve ter passado por momentos muito difíceis na sua vida, apesar de não conhecer você. Agora, os problemas de Jó, nós conhecemos: os rebanhos dele tinham sido roubados, os filhos tinham sido mortos e a esposa dele queria que ele amaldiçoasse a Deus e morresse. Jó estava sendo acossado por sofrimentos muito atrozes. Como escreveu William Barclay: “Não havia hospitalização para o seu mal, e ele enfrentou suas calamidades sozinho.”
Ele teve até uns amigos que foram visitá-lo, mas o pior é que eles não tinham tato para acompanhar alguém no sofrimento. Veja, que interessante: os amigos de Jó se assentaram durante sete dias em silêncio, igual ave agourenta.
Você pode imaginar o que é estar seriamente enfermo e ter alguns amigos olhando para você durante sete dias sem dizer nada? É sinistro, não? O pior é que quando os amigos de Jó abriram a boca para dizer alguma coisa, teria sido melhor se eles tivessem ficado calados. Eles não tinham nada para oferecer, exceto críticas! Jó deve ter sentido que o mundo dele estava desmoronando. Parecia que não tinha mais motivo nenhum para viver! Deve ter sido por isso que ele falou: “Que esperança posso ter, se já não tenho forças? Como posso ter paciência, se não tenho futuro?” (Jó 6:11).
Essa experiência de Jó é uma lição muito objetiva para nós, afinal, também não estamos vivendo em tempos de prova? Cada um de nós, mais cedo ou mais tarde, enfrenta problemas difíceis. Quando isso acontece, precisamos estar cientes de que a vida aqui neste mundo é passageira.
Sabemos que a vida não será sempre um mar de rosas. Poderá ser uma doença grave, uma invalidez, uma dívida, mas o fato é que não precisamos entrar em desespero. Jó, no verso citado acima, está só questionando. Perguntas, questionamentos e porquês não têm como evitar, pois em algum momento ou outro da vida essas coisas passam pela cabeça da gente. Porém, nem por isso, Jó se matou. Ele preferiu esperar no Senhor.
E olha que as promessas de Deus não falham! É por isso que lhe digo que nos tempos difíceis e nas provas, sejam elas quais forem, Deus será fiel em fortalecer a nossa esperança. Porque Ele é a nossa Fonte de força.
Portanto, não se desespere com a leitura de hoje. O texto da história de Jó não acaba aqui. Se Jó agüentou firme a prova dele, o que custa para você agüentar firme na leitura?
Eu garanto que irá compensar!


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Fátima Silva

sábado, 2 de junho de 2012

DIÁLOGOS - Jó 03-05


Todas as pessoas sofrem neste mundo devido ao pecado que existe nele. Mas essa explicação bate como um martelo de borracha num ferro frio, quando estamos passando pelo sofrimento profundo.
Você que está lendo o livro de Jó, sabe que ele sofreu muito. No início do seu sofrimento, também começaram os diálogos com seus amigos. Na realidade, passou algum tempo, desde o momento em que Jó expressou confiança tranqüila em Deus e uma resignação diante do que estava acontecendo. Depois de algum tempo, a notícia das calamidades chegou até seus amigos e eles foram visitá-lo. Se você observar bem, verá que Jó teve uma mudança nas suas atitudes, então podemos deduzir que esse espaço de tempo é o que explica essa mudança de comportamento. O que dá impressão é que os golpes trágicos iniciais que Jó recebeu não foram tão prejudiciais ao seu estado de ânimo, como as semanas de constante sofrimento foram depois disso.
Um dos amigos de Jó era Elifaz. Ele é uma representação típica de como o sofrimento era encarado naquela época. Nas palavras dele, podemos ver que ele se equivoca, pois mistura verdade com erro, mas a Bíblia também relata os erros das pessoas. Então, as palavras de Elifaz demonstram que se tivermos uma compreensão errada sobre Deus e a maneira que Ele tem para agir, muitas vezes isso vai limitar nossa compaixão.
E precisamos compreender isso! Necessitamos entender que nos momentos de desalento, nem sempre o mais útil é sermos informados de que nós mesmos é quem causamos as dificuldades nas quais nos encontramos. O que precisamos, realmente, é ter certeza de que compreendemos claramente como Deus lida com a humanidade. Afinal, quando as pessoas estão sofrendo, não precisam somente de explicações.
Precisamos aceitar o fato de que o pesar pelas perdas sofridas é um processo normal do qual devemos ter alguma compreensão, antes que possamos ajudar outras pessoas a enfrentar um processo como esse.
Resumindo, podemos observar que mesmo Elifaz conseguindo expressar a atitude para com o sofrimento que predominava naquela época, por misturar verdades com enganos, ela acabava não tendo uma compreensão plena e correta sobre Deus e sobre como Ele age. Com isso, a resposta dele ao desalento e as queixas de Jó demonstrava que ele poderia até ser um homem moral, mas era muito destituído de simpatia e cordialidade.
A lição que tiramos é que uma errônea compreensão sobre Deus e a maneira como Ele age, restringe a nossa capacidade para manifestar a espécie de compaixão da qual as pessoas que sofrem precisam. Então, estude o livro de Jó como um todo e aprenda a lidar com o sofrimento.

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Fátima Silva

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O LIVRO DE JÓ - Jó 01-02


Hoje, iniciamos um novo mês com uma leitura nova que é o livro de Jó. Esse é um livro que tem uma identidade própria porque conta sobre uma história que não aconteceu entre aquele povo que estamos acostumados a ler no texto bíblico. Estamos familiarizados com os descendentes de Sete, de Noé, de Sem, de Abraão, do povo de Israel, e por fim, os judeus. Esses são os personagens principais do palco histórico bíblico. Mas o livro de Jó é diferente.
Jó era um homem bem-sucedido e um pai de família respeitado que vivia na terra de Uz, um lugar que, provavelmente, ficava num território próximo ao deserto da Síria ou no Norte da Arábia, não muito longe de Edom, a terra dos filhos de Esaú. Portanto, Jó não era israelita.
Dada essa informação, muitos estudiosos profundos questionam: “Mas o livro de Jó pode ser relacionado com o livro de Gênesis. Esse livro cita as alusões ao relato que o livro de Gênesis faz da criação, da queda dos seres humanos em pecado e do dilúvio.” De fato, precisamos concordar com isso, pois quem escreveu o livro de Gênesis foi Moisés.
Você lembra que Moisés passou 40 anos em Mídia? Durante esse tempo em que ele viveu nessa cidade, sob a direção do Espírito Santo, ele escreveu o livro de Gênesis e o de Jó.
O principal assunto desse relato bíblico (Jó) é mostrar o domínio que Deus tem sobre as questões do Universo e, especialmente, as questões do planeta Terra. No livro de Jó, não encontramos uma explicação cabal para o sofrimento. Mas apesar disso, mostra que o sofrimento é sempre infligido por Satanás, mas que Deus predomina sobre ele para fins misericordiosos.
Então, as cinco grandes verdades do livro de Jó são as seguintes:
1. A experiência de Jó ilustra que pessoas justas podem sofrem;
2. A maior preocupação de Jó era harmonizar sua fé na suprema justiça de Deus com as aflições que ele não merecia, mas estava recebendo;
3. Deus deplora as noções de que os justos são sempre abençoados e de que o sofrimento é sempre resultado dos pecados do sofredor;
4. Deus é completamente justo, mesmo que nesta vida os ímpios, muitas vezes, não sejam punidos, e os inocentes, muitas vezes, tenham de sofrer;
5. Apesar dos seus sofrimentos, os seres humanos, impelidos pelo amor, precisam entregar-se inteiramente a Deus, porque Ele é o Senhor.
Jó servia ao Senhor porque ele O amava e não por causa da prosperidade ou prestígio. Faça como Jó. Siga o exemplo dele amando ao Deus Eterno você também, de forma incondicional.
Seja feliz!

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Fátima Silva

domingo, 1 de abril de 2012

Servo de Deus Também Sofre?

Pastor, depois que escolhi servir a Deus, trabalhando em sua obra, parece que o sofrimento aumentou pro meu lado. O que há de errado?


Talvez não haja nada de errado. Vou fazer uma recomendação. Compensa ler o capítulo todo (Auxílio na Vida Diária), mas essa citação é muito boa:

O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. Se nada visse em nós que pudesse glorificar Seu nome, não desperdiçaria tempo a depurar-nos. Não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura. O ferreiro põe o ferro e aço no fogo, a fim de provar que qualidade de metais são. O Senhor permite que Seus eleitos sejam postos na fornalha da aflição para lhes provar a têmpera e ver se poder ser formados para Sua obra” (Ellen White, A Ciência do Bom Viver, 209 [ou 472]).

“O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido durante um pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará forças e os porá sobre firmes alicerces”. 1Pedro 5:10.

Resumindo:
a)      Você tem um valor muito mais precioso do que os que não sofrem.
b)      Esta provação vai passar.
c)       Você será infinitamente mais brilhante do que antes.

Deus lhe ama muito!

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terça-feira, 15 de março de 2011

Deus Foi Duro Com os Leprosos e a Lepra?

As orientações de Deus sobre como cuidar dos leprosos no livro de Números não são duras demais?


Uma leitura inicial do livro de Números pode levar o leitor a pensar que Deus estava sendo “desumano” em Suas orientações sobre como os israelitas deveriam tratar os leprosos. Entretanto, para compreendermos esse texto, precisamos imergir um pouco mais na cultura hebraica e no contexto de Números. Imagine aqueles dois milhões de pessoas no deserto, sem a tecnologia, sem a medicina moderna, com pouquíssima água, sem saneamento básico, vivendo em barracas, com praticamente a mesma roupa a vida toda, naquelas condições climáticas! O que você faria se estivesse lá, naquele contexto, e algumas pessoas tivessem lepra?
É claro que o leproso preferiria não ter lepra. Mas uma vez que havia manifestado a doença, por amar seus irmãos, ele ficaria muito triste se soubesse que a sua doença estivesse levando outros à morte. Portanto, evitar o contato direto com os sãos era, também, uma forma de amar. Pois ele faria o que se a lepra era incurável e contagiosa até pelo simples contato? Agir de outra forma seria eliminar, banir, definitivamente, todo aquele povo da face da Terra. O amor à sociedade como um todo, muitas vezes, faz algumas exigências ao indivíduo. Isso é natural.
Naquele tempo, os leprosos não ficavam sem um lugar para viver. Existiam as aldeias, ou vales, ou cidades próprias para eles, onde teriam casa e amparo. A Bíblia não diz que os israelitas deveriam deixar de amar os leprosos. Não! Pelo contrário, os habitantes da sociedade comum iam até a habitação dos leprosos para suprir as necessidades deles. Os leprosos eram praticamente mantidos pela parte “normal” da sociedade com um tipo de aposentadoria por invalidez, o que não deixa de ser um seguro social.
Atualmente, a hanseníase tem cura, e logo depois do início do seu tratamento não é mais contagiosa. Não precisamos mais levar os doentes para viverem em outra cidade. Mas, em relação a muitas enfermidades, hoje, nós agimos de forma semelhante àqueles costumes do mundo antigo, com a diferença apenas de que o fazemos aos moldes modernos. Quando alguém entre nós fica muito doente, deixa de morar em casa e vai morar no hospital, um lugar comum de habitações de muitos outros doentes. Se a doença é grave ou se os recursos hospitalares são escassos, limitamos as visitações, e se é mais grave ainda, cortamos, de vez, as visitações. O que mudou foram as características físicas, mas o princípio continua o mesmo.
Realmente, a doença não nos deixa em uma situação agradável. Mas enquanto vivermos neste mundo de pecado, vamos passar por essas dores, que são um mal necessário. “Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.” 2 Pedro 3:13.

Espero encontrar-lhe lá.

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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Sou o único cristão em minha família. Meus parentes não me obrigam a não ser cristão. Mas todas as vezes que tento ir à igreja, eles ficam chateados, e chegam a tentar proibir-me. O que faço?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Policial Cristão Que Mata Pra Se Defender



Com é visto perante a Lei de Deus um policial que mata uma pessoa para se defender?



            Perante a Lei de Deus, este policial é visto como um pecador. Matar, mesmo em defesa própria, é um pecado. Todavia, podemos estar certos de que Deus não considera como sendo da mesma categoria todos os tipos de pecados, mesmo que um pecado, por menor que seja, possa nos tirar do Céu se não nos arrependermos. O fato de cada pessoa ser julgada “segundo as suas obras” (ver Mateus 16:27 e Apocalipse 22:12) indica que para Deus alguns pecados são mais graves do que outros. (leia também Lucas 12:47 e 48). Com isto quero dizer que mesmo que continue sendo um pecado, o homicídio cometido por um policial em legítima defesa não possui a mesma gravidade de um homicídio cometido por uma pessoa que “mata por prazer”.
            Podemos ver na Bíblia uma diferença entre homicídio culposo e doloso. Números 35:9-34 é claro quanto a isto. A pessoa que matava alguém por maldade, era morta pelo vingador, que era um dos parentes mais próximos da vítima. Já aquele que matava alguém involuntariamente podia correr para uma cidade de refúgio, onde era protegido da vingança. Interessante é que em ambos os casos podemos perceber que o pecador sofria a conseqüência por seu pecado, mesma que a conseqüência não fosse tão grave (lembra-se do castigo “segundo as suas obras”?). Mesmo que homicida tivesse matado alguém sem que houvesse nele a intenção e tivesse sido livrado da pena de morte, tinha de morar por toda a vida na cidade de refúgio para não ser morto por um familiar daquele que fora morto.
            Portanto, o policial que matou um bandido para se defender pode contar com o perdão de Deus por meio da fé no sacrifício substitutivo de Jesus Cristo (assim como qualquer outro pecador): “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. 1ª João 1:9.

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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Os jovens são mais facilmente induzidos ao pecado?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Todas as coisas contribuem para o bem?



Tenho dúvidas sobre Romanos 8:28: "Sabemos que todas as coisas obram para o bem dos que amam a Deus, dos que têm sido chamados segundo seu propósito." Como são possíveis tais coisas?


Como é bom ver que você se interessa em saber a correta interpretação das verdades contidas na Palavra de Deus. Este verso que você questiona deixa muitas pessoas a questionar o porquê do sofrimento, uma vez que Deus se diz ser bom e todo poderoso. Carece mesmo de uma interpretação equilibrada.

Na expressão “e sabemos”, vemos que Paulo acrescenta um outro motivo para olhar com confiança para o futuro. Sabemos que, de acordo com o propósito eterno de Deus, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que O amam. Mesmo as dificultades e sofrimentos desta vida, longe de estorvar nossa salvação, podem cooperar com ela. O cristão pode estar, a cada passo, nas mãos de Deus e levar a cabo os propósitos divinos.

Quanto à frase, “As que amam a Deus”, a sintaxis do grego faz com que esta declaração seja enfática. As palavras descrevem como verdaderos seguidores de Deus, os que realmente têm fé e confiam em Sua condução. Seu amor por Deus é uma resposta ao amor de Deus para com eles e à obra que Ele faz em todas as coisas para sua salvação. O amor de Deus deve chegar primeiro ao homem e entrar em seu coração, antes mesmo de este amar Áquele (1 João 4: 19), e o Espírito Santo também deve iluminar primeiro a um homem para que este possa orar como deve fazê-lo (Rom. 8: 26).

Anteriormente Paulo se referira ao amor de Deus por nós (cap. 5: 5, 8), e o menciona outra vez neste capítulo (cap. 8: 39). Também se refere várias vezes ao nosso amor para com os nossos próximos (cap. 12: 9-10; 13: 8-9).

Mas esta é sua referência mais específica na epístola aos Romanos quanto ao nosso amor para com Deus. A fé se menciona com freqüência e a esperança tem sido o tema dos versículos precedentes deste capítulo (cap. 8: 24-25). Agora Paulo amplia a lista mencionando o amor a Deus. É claro, cada referência que se faz à fé nesta epístola implica também amor, pois a fé cristã se baseia no amor e na admiração pro Deus e por tudo o que Ele é. Deus sempre está empenhado no bem dos que experimentam tal amor (1 Cor. 2: 9, Efe. 6: 24; 2 Tim. 4: 8; Tia. 1: 12).

Ao escrever “todas as coisas” Paulo demonstra que tinha o propósito de que isto se estendesse ao seu sentido mais amplo, incluindo todo o mencionado nos versos 35 e 39-39. Mas também pode referir-se especialmente às “aflições do tempo presente” (vers. 18).

Embora a evidência textual se incline, por todo este texto, para o pensamento de que “tudo coopera para o bem”, a construção grega indica que deve haver um sujeito implícito, pessoal, isto é, não são somente as coisas que operam, mas é Deus quem aproveita-se das circunstâncias para operar para o bem daqueles que o amam.

Para o bem? Sim. Nada pode lesionar a um cristão, a menos que o permita, o nosso Senhor (ver João 1:12; 2:6). Tudo o que se permite ajuda para o bem dos que amam a Deus. Se Deus permite que nos sobrevenham sofrimentos e perplexidades, não é para nos destruir, mas para nos refinar e santificar (Rom. 8:17). As dificuldades e os desenganos desta vida fazem que percamos o apego a este mundo e nos impulsionam a olhar para o céu como nosso lar. Ensinam-nos a verdade quanto à nossa condição frágil e perecível e fazem com que dependamos de Deus para receber apoio e salvação. Também desenvolvem em nós um espírito mais humilde e submisso, uma disposição mais paciente e terna. Isto têm experimentado os filhos de Deus através da história, e al final de suas vidas têm podido dizer que foram afligidos para seu bem (Sal. 119: 67, 71; cf. Heb. 12: 11). Antes de morrer José disse a seus irmãos: "Intentais mal contra mim, mas Deus o encaminhou para bem" (Gên. 50: 20).

Esta palavra que está traduzida por “propósito” no original grego é próthesis, que significa colocar algo ante a vista de outros. Neste sentido, se aplica ao pão que era colocado sobre a mesa da proposição (Mat. 12: 4; Mar. 2: 26; Luc. 6: 4). O verbo do qual se deriva esse termo, em Rm 3:25 é protíth'mi, que se usa para descrever o ato de Deus quando “colocou” a seu filho. Quando se aplica à mente significa um “plano” ou um “propósito”.

O eterno propósito de Deus (Efe. 3:110 é salvar aos pecadores por meio da graça (2 Tim. 1:9); e como este é o “propósito do que faz todas as coisas segundo o desígnio de sua vontade” (Ef. 1:11), se deduz então que “todas as coisa” devem ajudar “para o bem” dos “chamados” conforme este propósito.

Paulo reconhece plenamente a liberdade da vontade humana. Uma clara evidência disto é a grande importância que ele dá às exortações nas suas epístolas. Mas ele sempre vê por trás de tudo a soberania e o propósito de Deus. E não há contradição nisto, pois o propósito de Deus de salvar o homem se leva a cabo por meio do devido exercício da vontade dos seres humanos.

Vale ainda ressaltar o termo “são chamados”. O contexto implica que o convite tem sido aceito (ver Rom. 1: 6-7; 1 Cor. 1: 2, 24; Jud. 1; Apoc. 17: 14). Aos cristãos se denomina “chamados” porque Deus, mediante o Evangelho, os tem convidado a serem salvos. A salvação nunca se impõe ao pecador rebelde, mas o indivíduo a recebe ao aceitar o convite por livre exercício de sua vontade junto com a exortação que Deus faz chegar ao coração pela influência do Espírito Santo, para fazer efetivo o convite. Os que “amam a Deus” têm experimentado por si mesmos a evidência de que têm sido “chamados” “segundo o seu propósito”, pois seu convite tem produzido o propósito determinado (cf. Rom. 8: 16).

Portanto, faça uso destas explicações para aplicar lições práticas à sua vida.

Um abraço do seu amigo e irmão em Cristo,


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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Como será o milênio?