Você está
lendo direitinho o livro de Jó? Tem sido perseverante em ler os discursos dos
quatro amigos e, principalmente ontem e hoje, o discurso do “amigo” Eliú? Porque
se não formos perseverantes para, pelo menos, ler a história, é uma vergonha, não
é mesmo? Pense na perseverança que Jó teve, ao suportar o sofrimento dele. Ele
foi o homem que mais sofreu no mundo, mas que também se tornou símbolo da
paciência, pela perseverança que teve em suportar tudo.
Os amigos
dele, apesar de ficarem falando muita besteira, também foram perseverantes,
coitados! Eles não merecem só a nossa critica, mas merecem também a nossa
atenção, porque, apesar dos pesares, eles estavam tentando acertar. Pelo menos,
eles estavam ao redor do sorumbático sofredor. Isso já foi uma virtude: aguentar
ficar ao lado de Jó.
E nós estamos
lendo, especificamente, sobre a última fala de Eliú, que foi o último dos
quatro a falar, antes de Deus chegar e se pronunciar naquela discussão. E como
as leituras de ontem e de hoje são um discurso só, quero retomar um trecho, que
está em Jó 33:14-19, para contextualizar o que quero dizer aqui sobre a leitura
de hoje. Assim, faríamos um fechamento sobre essa discussão do sofrimento de
Jó.
“Pois a
verdade é que Deus fala, ora de um modo, ora de outro, mesmo que o homem não o
perceba. Em sonho ou em visão durante a noite, quando o sono profundo cai sobre
os homens e eles dormem em suas camas, ele pode falar aos ouvidos deles e
aterrorizá-los com advertências, para prevenir o homem das suas más ações e
livrá-lo do orgulho, para preservar da cova a sua alma, e a sua vida da espada.
Ou o homem pode ser castigado no leito de dor, com os seus ossos em constante
agonia.”
Comentando
sobre isso, veja o que encontrei no periódico “Jó, sofrimento e restauração”, 3º
trimestre de 1980, pág. 75: “Eliú era um jovem insatisfeito tanto com os
discursos de Jó como os de seus três amigos. Talvez a maior contribuição de
Eliú ao debate é a nova ênfase à ideia de que o sofrimento pode ser disciplina,
em vez de punição... O conceito de Eliú sobre o sofrimento considerando-o como
disciplina não é novo na história de Jó. É a ênfase que ele dá ao conceito que
é nova... [Jó] ...deixou que Eliú realçasse a ideia de que o sofrimento pode
ser uma disciplina, antes que uma punição”.
Essa é a
grande lição. O sofrimento que nos assola não é de todo mal. O lado bom é que
ele nos disciplina.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
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