quinta-feira, 30 de junho de 2011

Em Sintonia Com Deus

Por favor, me indique mais um bom livro que traga o equilíbrio sobre o uso da música pelo cristão.











Um dos melhores livros que já comprei na minha vida, é este que estou indicando aqui hoje. Mas, como tem pessoas que criticam quando um pastor fala de música, dizendo que quem tem que falar de música seja alguém com formação em música, hoje vou deixar André Reis apresentar o livro aqui. Tirei a resenha abaixo do site dele. Muito boa.

Foi lançado em Janeiro de 2010 pela Review and Herald of livro "In Tune with God", da Dr. Liliane Doukhan. Tive o privilégio de tê-la como minha professora de Bibliografia e Pesquisa quando estudei música na Andrews no ano de 1999.
A Dra. Lilianne Doukhan é formada em piano pelo Conservatório de Estrasburgo e Ph.D. em Musicologia. Ela é atualmente professora de História da Música e Literatura, no departamento de música da Universidade Andrews, e ocupa a cadeira Oliver Beltz em Adoração e Música na Igreja no Seminário Teológico da Universidade Andrews.
O livro "In Tune With God" é fruto de toda uma vida de estudos da música secular e sacra e suas implicações antropológicas, sociológicas e religiosas. Embora escrito para o contexto adventista, sem dúvida o livro pode articular soluções para vários grupos religiosos.
O livro começa com o capítulo "A Natureza da Música", uma discussão sobre aspectos técnicos da música tais como melodia, harmonia e ritmo e como cada uma age na percepção de certa peça musical.
Bastante interessante é sua discussão sobre "ritmo", faceta profundamente mal compreendida da música. Ela mostra como o ritmo é responsável pela organização da música e longe de ser o vilão na música sacra, ele é necessário para ordenar a música e é capaz de energizar uma peça musical. Citando outros autores, Doukhan conclui que é o ritmo que confere à música sua capacidade de influenciar o ser humano para a ação, objetivo sublime da adoração. Quando bem utilizado, o ritmo certamente poderia ter uma parte a cumprir na revitalização da música na adoração adventista atual.
Especialmente interessante é o capítulo "The Meaning of Music" onde Doukhan analisa o que é música e onde também procura desmontar mitos sobre certos estilos de música como "sacros" e "não-sacros". Entre muitos conceitos valiosos, ela diz que valor da música sacra depende do contexto em que é tocada.
A página 47 traz a seção: "Estética x Ética" em que Doukhan analisa o conceito equivocado de que a expressão da verdade depende da beleza do meio que expressa essa verdade.
Doukhan começa essaa seção dizendo que "Música que eleva nossa mente não é necessariamente sacra por ter essas qualidades; e música barata ou que é tocada de maneira medíocre não tem nada a ver com religião ou moralidade e sim com mal-gosto." (p. 47).
Para apoiar seu ponto, Doukhan cita Harold Best, guru da música sacra ao dizer que : "A beleza de Deus não é beleza estética mas beleza moral e ética. A beleza da criação não é beleza moral; é beleza estética, beleza de artefato. A beleza estética está na maneira e na qualidade inerente a algo que é feito ou dito. A verdade está no que é dito. ... Ser movido emocionalmente pela música não é o mesmo que ser espiritualmente ou moralmente transformado por ela." (p. 48).
Em outras palavras, se o meio carece de estética ou beleza, a "verdade" que ele expressa está comprometida. Essa equivalência de estética = verdade está bastante impregnada na psiquê adventista moderna. Junte-se a isso o conceito implícito em várias escolas de pensamenteo de que o culto adventista tem aspectos quase salvíficos e precisa ser "aceitável a Deus" do ponto de vista soteriológico e os abusos e extremismo se alastram desenfreadamente.
Obviamente a música do culto precisa ser aceitável, mas esse "aceitável" tem muito pouco a ver como aspectos estéticos da música e do culto. O culto é aceitável pelas suas qualidades intangíveis do adorador como a justiça e obediência como lemos em Amós: "Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!" (Amós 5:23-24).
Entre outros capítulos importantes do livro, tais como discussões sobre histórica da música, eu gostaria de destacar o capítulo "Música no Templo" em que Doukhan analisa os instrumentos e a música do templo de Salolmão e no Templo de Herodes. Esse capítulo foi traduzido pelo Pr. Isaac Meira e pode ser lido aqui em nosso blog.
Doukhan também analisa a música sacra de vários pontos de vista inclusive do ponto de vista do Pastor. Ela analisa vários conceitos musicais de Ellen White.
Doukhan dedica toda uma seção do livro (quatro capítulos) para falar sobre a os desafios e potencial da música contemporânea (p. 215). Aqui ela demonstra profundo equilíbrio, evitando as armadilhas exegéticas esposadas por outros autores adventistas como Bacchiocchi e outros. Certamente o fato de Doukhan ter profundo conhecimento de aspectos musicológicos ajuda a propor soluções de bom senso às muitas dificuldades da música sacra adventista.
Ao falar do rock (p. 243), ela insiste em que se faça distinção entre os vários estilos de música rock. Essa falha em itemizar estilos musicais juntamente com a legendária tendência evangélica de demonizar o rock tem levado ao repúdio de qualquer música secular popular e seus instrumentos (percussão, bateria, guitarra) como "rock" ou "heavy metal.
Neste capítulo ela também discute a agenda cultural que está por trás do rock e como músicos podem evitar essa agenda ao incorporar aspectos dessa música na música sacra pós-moderna.
E embora Doukhan não repudie completamente elementos da música rock na música sacra, Doukhan dá um alerta para músicos sacros, dizendo que "É necessário um músico de alto calibre para transformar a música rock em um evento de adoração. A linguagem musical moderna, de maneira geral, empresta vários elementos do cenário do rock: instrumentos, técnicas, acordes, ritmos, etc. Este é o idioma da geração mais jovem e seria muito difícil, senão impossível, fazer voltar o relógio em termos de instrumentos e estilos. Semelhantemente, ninguém hoje sequer cogitaria em usar uma charrete ou um jumento para ir ao trabalho. As ferramentas hoje são muito diferentes mas o espírito deve se manter o mesmo. Se usados com maestria e equilíbrio, de forma apropriada a certa circunstância, as ferramentas de hoje podem enriquecer certas experiências musicais e dar ao povo a oportunidade de louvar e cantar em seu próprio idioma. Se não é possível alcançar esse objetivo, se "há mais medo de perda do que a expectativa de ganho", então deve-se reconhecer as limitações de certo estilo, ou os limites pessoais e renunciar ao seu uso. Afinal de contas, não se trata de nós ou da música. Estamos falando sobre adoração, sobre ser leais a Deus. O que está em jogo aqui é, primeiramente e acima de tudo, o reino de Deus e o bem-estar espiritual dos indivíduos que nos foram confiados." (p. 248; grifo nosso).
E é justamente essa abordagem equilibrada que recomenda o livro In Tune With God para o leitor judicioso e interessado em analisar todos os lados de uma questão antes de tomar sua posição. Leitores críticos teriam que ser muito experientes na área de teologia e da música para desafiar a Dra. Doukhan a propor soluções mais factíveis às várias questões da música sacra adventista moderna do que ela o fez no seu belo livro.
O livro pode ser lido em parte no Google Books. Quem estiver interessado em adquiri-lo pode fazê-lo através do Amazon.com, que envia livros internacionalmente.
Um abraço e ótima leitura!
André Reis


Uma outra leitura que lhe recomendo é o artigo de Michael Tomlinson "Música Contemporânea é Música Cristã" (clique aqui), publicado pela revista Ministry.

Em Cristo,

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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
O “filho pródigo”, (Lc 15) era batizado? Aquela parábola é para ilustrar alguém já batizado ou que ainda não batizou-se?

terça-feira, 28 de junho de 2011

Crianças São Mortas Por Conivência de Um Profeta?

Por que um Deus de amor permitiu que as ursas matassem as crianças que zombaram de Eliseu?
           
            Para reflexão sobre este assunto, segue abaixo um comentário de 2Reis 2:23-24, extraído do livro Profetas e Reis.
            A obra de Eliseu como profeta foi de algum modo muito diferente da de Elias. A Elias haviam sido confiadas mensagens de condenação e juízo; sua voz era de destemida reprovação, chamando rei e povo a voltarem de seus maus caminhos. A missão de Eliseu era mais pacífica; devia desenvolver e fortalecer a obra que Elias havia iniciado; ensinar ao povo o caminho do Senhor. A inspiração pinta-o como entrando em contato pessoal com o povo; rodeado pelos filhos dos profetas; produzindo cura e júbilo por intermédio de seus milagres e seu ministério.
            Eliseu era um homem de espírito brando e bondoso; mas que podia também ser severo é mostrado pela maldição que lançou quando, a caminho de Betel, foi escarnecido por rapazes ímpios que haviam saído da cidade. Esses rapazes tinham ouvido da ascensão de Elias, e fizeram deste solene acontecimento o assunto de seus motejos, dizendo a Eliseu: "Sobe, calvo; sobe, calvo."
Ao som de suas zombeteiras palavras o profeta voltou-se, e sob a inspiração do Todo-poderoso pronunciou uma maldição sobre eles. O terrível juízo que se seguiu foi de Deus. "Então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos." II Reis 2:23 e 24.
            Tivesse Eliseu permitido que a zombaria passasse despercebida, e teria continuado a ser ridicularizado e insultado pela turba, e sua missão para instruir e salvar em um tempo de grave perigo nacional poderia ter sido derrotada. Este único exemplo de terrível severidade foi suficiente para exigir respeito pelo resto de sua vida. Durante cinqüenta anos ele entrou e saiu pelas portas de Betel, e andou de um para outro lado em sua terra, de cidade em cidade, passando pelo meio de multidões indolentes, rudes e dissolutas de jovens; mas nenhum o injuriou ou fez caso omisso de suas qualificações como profeta do Altíssimo.
            Até mesmo a bondade deve ter seus limites. A autoridade deve ser mantida mediante firme severidade, ou será recebida por muitos com zombaria e desdém. A assim chamada tolerância, lisonja, e indulgência, usadas para com a juventude por pais e responsáveis, é um dos piores males que lhes pode sobrevir. Em toda família, firmeza, decisão, exigências positivas, são essenciais.
            A reverência, que faltava aos jovens que zombaram de Eliseu, é uma graça que deve ser cuidadosamente acariciada. Cada criança deve ser ensinada a mostrar verdadeira reverência para com Deus. Jamais deve o Seu nome ser pronunciado leviana ou irrefletidamente. Anjos, ao pronunciarem aquele nome, velam o rosto. Com que reverência não devemos nós, que somos caídos e pecadores, tomá-lo em nossos lábios!
            A cortesia, também, é uma das graças do Espírito, e deve ser cultivada por todos. Ela tem poder para abrandar as naturezas que sem ela se desenvolveriam desgraciosas e rudes. Os que professam ser seguidores de Cristo, e são ao mesmo tempo ríspidos, desamáveis e descorteses, não têm aprendido de Jesus. Sua sinceridade pode não ser passível de dúvida, sua retidão pode ser indiscutível; mas sinceridade e retidão não se harmonizam com falta de bondade e de cortesia.

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Por favor, me indique mais um bom livro que traga o equilíbrio sobre o uso da música pelo cristão.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Paulo Fora do Corpo?

Em 2 Coríntios Paulo parece tornar claro que lhe foi possível estar “fora do corpo”. Isso prova que a pessoa real é uma alma imaterial, ou espírito, que é independente do corpo?

A passagem, em seu contexto, diz assim: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu as palavras inefáveis, as quis não é lícito ao homem referir (2Coríntios 12:1-4).

Paulo está falando de “visões e revelações”. O que ele viu e ouviu era tão real e vívido que ele pensava se Deus não poderia realmente tê-lo trasportado ao Céu durante o breve período da revelação. Contudo, ele não queria afirmar isso como um fato. Evidentemente, a outra opção era que ele tinha simplesmente visto uma visão e ouvido naquela visão a revelação que “não lhe era lícito” repetir. Mas, se ele não foi literalmente arrebatado ao Céu em corpo, ele contudo parecia estar ali, e naturalmente poderia descrever aquela condição como sendo “fora do corpo”. De fato, como poderia alguém expressar melhor o pensamento de estar em um lugar distante sem literalmente ir lá?

Ao escrever à igreja de Colossos, Paulo usa esse mesmo tipo de linguagem: “Pois, embora ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, alegrando-me e verificando a vossa boa ordem e a frimeza da vossa fé em Cristo (Colossenses 2:5)”.

Não temos nenhuma dificuldade em compreender essas palavras de Paulo. Ninguém acha nelas qualquer prova para uma entidade etérea, imortal, chamada alma. De fato, podemos escrever a um amigo com quem não nos é possível estar em certa ocasião importante: “Estarei contigo em espírito”. Mas nenhum de nós, inclusive o objetor, acredita que quando falamos assim queremos dizer que uma entidade imortal dentro de nós partirá em certo momento para estar com o amigo. Então, por que deveria alguém pensar que Paulo, em 2Coríntios 12, está ensinando a doutrina de espíritos desincorporados?

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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Por que um Deus de amor permitiu que as ursas matassem as crianças que zombaram de Eliseu?

domingo, 26 de junho de 2011

Música Contemporânea Cristã é Música Cristã

Um papo aberto sobre a função da música contemporânea na igreja de hoje







“Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores. … exultai diante do Rei, o Senhor” (Salmo 98:4-6).

A música – tópico polêmico no atual panorama do cristianismo – é, também, um assunto de tempero forte dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nada inflama as paixões dos crentes mais que a “dignidade” ou a “falta de dignidade” desse ou daquele tipo de música. Infelizmente, deixa-se passar por alto a realidade de que fatores como gosto pessoal, cultura, educação, estilo de vida e inúmeros outros podem ditar a preferência musical de uma pessoa. Portanto, muitos membros da igreja que são sinceros, porém dogmáticos, podem estar tomando determinada posição mais por opiniões pessoais que por princípios bíblicos.
A música é comum a todos os povos, classes e culturas. Por ela, cada sociedade compartilha de um tipo de apreciação. E os tipos de música são notoriamente diversos, de fato. Mas tudo é música do mesmo jeito. Então, por que o assunto da música é tão controvertido? Por que, de forma frequente, a intolerância, proeminentemente, se assenta na fileira da frente, quando a música começa a tocar? Por que uma forma de música é aceita hoje, se para uma ou duas gerações atrás ela era “barulho demoníaco, desviando as pessoas de Deus”?
Dan e Peter Stevens, autores de “Por que derrubar o Rock?” (Why Knock Rock?), declaram: “Assim como uma língua … a música tem a capacidade de se comunicar somente com a cultura que a produz. Ela geralmente confunde quem está de fora, assim como pessoas de idiomas diferentes, algumas vezes, são vítimas de mal-entendidos e frustrações em virtude de falhas de comunicação. Isto ocorre com música ou diferentes gerações” (Dan Stevens and Peter Stevens, Why Knock Rock? (Minneapolis: Bethany House Pub., 1994).
Simplificando, as pessoas gostam do que elas gostam. Se algo soa estranho ou diferente, então, para muitos, “é do diabo”. Mas espere um minuto! Só porque eu não gosto de alguma coisa ou porque tive alguma experiência negativa com ela, isso não a torna pecaminosa ou maligna. Quando eu estava no Ensino Médio, me machuquei num acidente com esqui aquático no mar. Até hoje não pratico mais esqui aquático. Portanto, praticar esqui aquáticoé errado? Não, só não é meu esporte favorito.
As Zonas de Conforto Variam
Será que alguns líderes de igreja denunciam o “rock” cristão porque eles não o entendem ou, talvez, porque estejam cegados de preconceitos oriundos de sua geração ou preferência pessoal? Não há dúvida de que eles sejam líderes íntegros! Mas integridade não pode ser algo que leve os jovens adventistas a rejeitarem a religião simplesmente pela falta de uma forma legítima de expressar sua própria identidade cristã. Como aconteceu com Davi, não deveria ser permitido à atual geração de adventistas o ato de “lutar com sua própria armadura”?
Ao dizer tudo isso, não estou promovendo “rock and roll”. Só estou defendendo uma forma legítima de fazer música cristã e dar o testemunho da fé em Jesus. Creio que a música, em si mesma, é destituída de qualidade moral, tanto para o bem quanto para o mal. A questão tem mais a ver com o emprego da música que com a música propriamente dita. Paul Hamel, um músico adventista conservador, faz a aplicação à neutralidade da música instrumental quando ele escreve o seguinte, em Adventists Affirm: “Talvez nenhuma linha melódica seja de herança maligna, ou uma harmonia de quatro partes inaceitável. Eu não tenho como conceber uma série de acordes que seriam, em si mesmos, objetáveis”. Embora, aqui, Hamel seja tão verdadeiro, por outro lado, ele toma uma posição inconsistente quando lida com a música rock cristã, considerando-a “incabível na igreja, não importando quão ortodoxa seja sua letra”, por causa de sua associação com “tipos de comportamentos  não cristãos e inaceitáveis”.
Padronização Dúbia?
O problema é que, de certo modo, Hamel não aplica o mesmo padrão para a música secular clássica que tem, também, suas raízes e suas associações não cristãs. Tome, por exemplo, a marcha nupcial de Lohengrin, uma ópera libreto que ele reconhece ser “baseada em conceitos longe dos ideais cristãos”. Ainda assim, ele declara: “Embora não tenha sido criada com um propósito sacro, ela é uma música que foi artisticamente composta, em contraste com o que é ocasionalmente ouvido em nossas igrejas hoje em dia” (Paul Hamel, Adventist Affirm, Fall 1991). Evidentemente, ele considera que músicos cristãos contemporâneos tais como Amy Grant, Russ Taff, Ray Boltz e David Meece (formado na Juilliard, renomada escola de música e artes em NY, EUA) sejam algo menos que “compositores artísticos”. Mas, baseado em quê? A única resposta possível é “gosto pessoal”.
A música pode ser boa ou má dependendo do seu uso. Considere como os nazistas tocavam a música de Wagner para acalmar as emoções das suas vítimas de câmara de gás, enquanto estas marchavam para a morte. A música usada para o mal produz resultados malignos, mas não é por isso que a gente vai “jogar o bebê fora, junto com a água da banheira”. Eliminar as raízes seculares da música cristã significaria dizer adeus aos hinos de Martinho Lutero, cuja musicalidade foi emprestada das músicas folclóricas seculares alemãs. Bernard de Clairvaux, um cristão do século XII, colocou a letra de “Oh! Fronte Ensangüentada” [Hinário Adventista, 65] numa música de uma dança germânica. E do atual “Hinário Adventista do Sétimo Dia”, vários hinos teriam que sair porque foram baseados em canções seculares contemporâneas de seus dias.
Seria possível dizer que todos os nossos hinos tenham sido significativamente influenciados pela música de seus dias? Seria muito bom conceder, aos atuais cristãos, um pouco mais de latitude para pensar e agir por si mesmos, no exercício da harmonização das suas preferências musicais com as suas próprias consciências. Sejam quais forem os nossos caprichos musicais, vamos nos lembrar que a nossa juventude tem o direito à sua própria preferência também. A despeito de como nos sintamos em relação à música cristã contemporânea, ela é música CRISTÃ.
Diferente do Rock Secular
A música cristã contemporânea se difere do rock secular em quatro áreas principais: letra, estilo de vida, objetivos e estética visual. Em cada uma dessas áreas, o artista cristão procura exaltar a Jesus Cristo e/ou o estilo de vida cristão. Para milhões de pessoas, essas músicas têm sido benéficas na manutenção da sua caminhada com Cristo e do contínuo estado de oração defendido em I Tessalonicenses 5:17.
Barbara Jepson, escrevendo no Wall Street Journal, observa: “A questão, eu penso, não é se essa mistura do sacro com o secular é inapropriada, mas quão efetivamente ela funciona. Como sou uma jornalista musical e, ao mesmo tempo, cristã, tenho três critérios: De alguma forma, o conteúdo espiritual me encoraja, exorta ou conforta? Segundo, a música é atraente? Finalmente, a música combina com a letra…?” (Barbara Jepson, “Pop Music for the Young and Pious”, Wall Street Journal, Jan. 6, 1993). E ela prossegue mostrando como a música cristã contemporânea amplamente se encaixa nesses requerimentos espirituais tão fielmente como qualquer outro tipo de música cristã tradicional.
Pela contemplação, nós somos transformados (veja 2Coríntios 3:18). Aqueles que enchem suas mentes com mensagens seculares, positivas ou negativas, invariavelmente se tornarão mais seculares. Entretanto, aqueles que ouvem música cristã contemporânea estão enchendo suas mentes com uma mensagem cristã. E isso, somado a uma fiel vida devocional, termina resultando em frutificação espiritual. Mas, para muitos jovens adventistas, as formas tradicionais ou antigas de louvor a Deus simplesmente “não colam”. É algo que, nada mais nada menos, não lhes dá uma comunicação com a qual possam identificar-se. E, com certeza, isso não é porque eles teriam sido “corrompidos pelo mundo”, como alguns prefeririam definir sem pensar.
No começo dos anos 70, Bob Larson, um ex-músico de rock secular e DJ, condenou a música rock cristã. E, de fato, ele é a fonte mais frequentemente citada por adventistas que desejam denegrir a música cristã contemporânea. Infelizmente, eles citam o Larson do passado. Nos anos 80, depois de entrevistar músicos, ouvi-los e estudar o rock cristão, Larson mudou de ideia. Depois disso, passou a endossar, avidamente, esse tipo de música como uma alternativa cristã saudável.
Jovens que abandonam “Guns ‘n Roses” ou “Red Hot Chili Peppers” por Cristo, precisam de uma alternativa saudável e jovem: música de boa qualidade que lhes dê motivação positiva e lhes fale do amor de Jesus. Se forçados a engolir a música de uma geração passada, da qual eles não gostam, eventualmente se voltarão contra ela –  e contra a igreja, que os roubou de sua verdadeira geração e de seu significado pessoal.
Evangelismo Contemporâneo Cristão
Os jovens de hoje, principalmente os adolescentes, vivem com a música. É a paixão deles. Para alguns, é a sua vida. A compreensão do que isso significa pode nos dar um forte grau de cuidado, quando somos tentados a tentar alcançar a juventude com a música religiosa dos anos 40, 50 ou até mais antiga ainda. Seria errado que um evangelista jovem recrutasse bons cantores adventistas com modos contemporâneos e fizesse uma campanha voltada a um público de adolescentes e jovens de até 30 anos? Billy Graham destaca que 85% de todas as conversões para Cristo acontecem entre aqueles que têm até 18 anos. Com tudo isso em mente, se tal campanha fosse realizada numa cultura contemporânea, será que ela teria algum tipo de sucesso sem o uso de uma música contemporânea cuidadosamente escolhida?
A música cristã contemporânea é uma forma de traduzir a mensagem adventista do sétimo dia para uma linguagem que será compreendida pela geração presente. Se os músicos adventistas pudessem desfrutar do apoio dos líderes da igreja quando expressam as três mensagens angélicas de um jeito mais contemporâneo, veríamos um crescimento tanto no ganhar como no manter os jovens na igreja. Se pudéssemos ter a garantia da liberdade de expressão, incontestavelmente, estancaríamos a corrente hemorrágica da igreja que perde seus jovens.

Pastor Michael Tomlinson

Fonte: www.ministrymagazine.org - Traduzido e publicado em Advir

Em 2Coríntios, Paulo parece tornar claro que lhe foi possível estar “fora do corpo”. Isso prova que a pessoa real é uma alma imaterial, ou espírito, que é independente do corpo?

sábado, 25 de junho de 2011

A Bíblia na Linguagem de Hoje é um Cumprimento Profético?

Parece que a NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje) está tomando uma circulação global? Se seu conteúdo foi drasticamente adulterado, é através de sua circulação que a Bíblia será tirada das nossas mãos?

Eu tenho em minha biblioteca particular, mais de sessenta versões da Bíblia. Em português não somente duas, como você mencionou, mas perto de uma dezena. Eu entendo que, no contexto em que você vive, a NTLH talvez esteja tomando um espaço considerável que lhe preocupe. Mas quero tranqüiliza-lo ao lhe dizer que isto está longe de ser uma realidade global.
Primeiro, porque tanto a nossa teologia, quanto as teologias católicas e evangélicas são muito mais fortemente desenvolvidas em terras e línguas onde nem há esta versão. Segundo, porque, mesmo para nós de língua portuguesa, teologicamente falando, a melhor tradução da Bíblia que temos hoje, é a Bíblia de Jerusalém, que é uma obra pertencente à igreja católica, o que dá força de harmonia, e não de contradição, às diferentes versões da SBB.
Mas, na realidade, não há tradução perfeita e sem seus problemas particulares. Por exemplo, semanticamente falando, as versões de João Ferreira de Almeida já estão apresentando um arcadismo que em algumas instâncias tem causado um bloqueio de compreensão no próprio entendimento bíblico.
Mas se não olharmos somente a sua região, mas o Brasil como um todo, perceberemos que a tendência de uma aceitação geral da próxima geração de bíblias, dá preferência a uma versão cujos direitos não pertencem nem à SBB nem à IC, que é à NVI – Nova Versão Internacional, e não a NTLH, da SBB. Hoje, entre os estudiosos, eruditos e os teólogos das línguas portuguesa e inglesa, há um consenso muito forte em admitir que esta é a melhor versão para o uso popular. Particularmente, é a Bíblia que eu também mais gosto.
Existem vários tipos de leitura da Bíblia. Uma leitura somente devocional, e não exegética, é ótima de ser feita na NTLH. Mas quando se fala de interpretação bíblica, nenhum conselheiro, erudito, teólogo ou exegeta sério, seja católico, evangélico, protestante, ou adventista, recomenda ou estuda somente a NTLH. Particularmente, aqui nós incentivamos fortemente as pessoas a usarem a NVI. Apesar de que aqui cabe uma observação muito importante: há muitos erros de tradução das versões anteriores que foram corrigidos na NTLH. Portanto, é importante que se use várias versões, comparando-as.
Mesmo que o povo não seguisse as orientações, e passasse a usar somente a NTLH, as outras bíblias continuariam disponíveis para aqueles que se sentissem melhor em defender as doutrinas usando-as. Mesmo que o mercado não mais as disponibilizem, a) há milhões já impressos; b) há as versões nas outras línguas – a Bíblia está traduzida para mais de 3000 línguas e dialetos e para nenhum destes o texto base foi a NTLH, e considerando-se que o trabalho de edição de uma Bíblia leva em torno de dez anos, imagine quantos séculos seriam necessários para retraduzir todas as versões do mundo a partir da NTLH!; c) há as edições nas línguas originais, grego, hebraico e aramaico. E mesmo que todas estas versões do mundo fossem preferidas pela NTLH, a ponto de eximirem-se, eu poderia mostrar-lhe, na NTLH, todas as doutrinas bíblico-cristãs necessárias para a salvação de qualquer ser humano. Aliá, há passagens bíblicas que, na NTLH estão muito melhor traduzidas do que em qualquer outra versão, como por exemplo Isaías 28:10 e 13.
No primeiro cumprimento profético de as bíblias serem tiradas das mãos do povo, o acontecimento foi literal. Na revolução francesa, a Bíblia era arrancada mesmo, fisicamente falando, e queimada aos montões. Se naquela época sua tradução e circulação já era ampla e livre, e aconteceu assim, porque agora seria diferente? Se a NTLH e os restos das outras versões fossem continuar nas nossas mãos, por ocasião deste acontecimento profético, por que somos orientados a memorizar os textos bíblicos, para mantermos a nossa fé, por não os termos mais para ler (e diga-se de passagem que, em se falando de promessas bíblicas, muitas passagens da NTLH são as melhores para se manter a fé)? As citações inspiradas que dizem que a Bíblia um dia será tirada das mãos do povo, não o dizem que isto será feito através do surgimento de uma nova versão que sutilmente tenha pequenas mudanças. Quem sabe, poderá até ser, mas temos que esperar pra ver acontecer pois não há nenhum amparo bíblico para se pregar isto hoje. E tampouco a NTLH cumpriria este hipotético requisito, pois apesar se ser uma versão com alguns problemas de tradução, como todas têm, também não é correto irmos ao extremo de dizer que “seu conteúdo foi drasticamente adulterado”, pois a partir dela ainda é possível se pregar corretamente a salvação.
Olha, se formos fazer uma aplicação secundária da previsão de que a Bíblia sairá das mãos do povo, podemos até fazer, se formos sinceros de que estamos apenas fazendo uma comparação figurada e não revelando um cumprimento profético. Por exemplo: o fato de o amor de muitos se esfriar, e, embora a Bíblia estando aí, ela não seja lida, não é um tipo da ausência da Palavra de Deus na vida das pessoas? Mas isto é só uma aplicação, e não um cumprimento profético.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos (Mateus 5:6 - NVI)”. Vá a Cristo, e você jamais terá sede, pois foi Ele quem disse: “‘O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre’. E Jesus terminou, dizendo: ‘Fiquem alertas!’ (Lucas 21:33 – NTLH)”.

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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Música Contemporânea Cristã é Música Cristã?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Divino e a Morte Juntos

O que as palavras do profeta em Isaías 65:20 querem dizer?


Para ilustrar, chamo sua atenção â foto ao lado. Este é um dos quadros mais irônicos que já presenciei em meu ministério. Atrás, a parte de um cenário que ainda não havia sido de todo retirado. Era a decoração que enfeitara a igreja para uma linda programação do dia das mães. E, envolta por este visual abençoado, uma apresentação fúnebre. A mesma mulher que, no dia anterior, fora homenageada por sua plenitude materna agora chorava por um pedaço seu que se fora. Esta cena deixou-me profuntamente reflexivo ao pensar: "como é possível que algo tão divino possa coexistir com tamanha desgraça?". Bom, isso é porque vivemos neste mundo provisório de pecado. Mas e no Céu, será assim também? É o que parece, em Isaías 65:20.
Muitos comentaristas bíblicos ficam perplexos com este versículo, pois parece que a morte e o pecado vão continuar quando já deveriam ter acabado. Consideram ser estranho que ainda subsistam a morte e o pecado. O problema se resolve ao considerar-se que Isaías descreve o Novo Céu e a Nova Terra como seria Canaã, caso o plano divino para com Israel tivesse se cumprido.
Nos versos 17-25, Isaías descreve o Novo Céu  e a Nova Terra que teriam existido se o povo de Israel tivesse feito caso às mensagens dos profetas e tivesse cumprido o propósito divino depois que voltou do cativeiro. Israel fracassou. Portanto, em sua aplicação secundária estes versículos descrevem o Novo Céu  e a Nova Terra que existirão depois do milênio. No entanto, deveria entender-se que a descrição se refere em primeiro termo à situação de Israel, e só pode fazer-se a aplicação secundária à luz do que escreveram quanto à vida futura os autores do Novo Testamento e os comentaristas bíblicos inspirados por Deus. Quando se segue este princípio de interpretação, a passagem não apresenta nenhum problema.
Por outra parte, se tenta-se aplicar todos os detalhes da passagem ao Novo Céu  e a Nova Terra do futuro, aparecem várias dificuldades. Segundo o que diz o verso 20, a menos do que se compreenda de que a linguagem é sumamente metafórica, a morte ainda existirá, enquanto João fala de um céu e de uma terra onde não terá mais morte (Ap. 21:4).
A ressurreição e a imortalidade teriam sido precedidas por um período durante o qual a observância das leis de Deus e a cooperação com o programa divino teriam eliminado em grande medida as doenças e a morte prematura. Neste versículo, Isaías faz ressaltar essas bênçãos que Israel teria de receber se cumprisse com o plano divino.

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Parece que a NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje) está tomando uma circulação global? Se seu conteúdo foi drasticamente adulterado, é através de sua circulação que a Bíblia será tirada das nossas mãos?

O Cristão e a Música Rock? Não Recomendo!

O que dizer do livro “O Cristão e a Música Rock”, de Samuele Bachhiocchi? Sua igreja não se contradiz por, ao mesmo tempo em que lança um livro assim, continuar produzindo músicas que o próprio livro condena?

Este é um livro que não recomendo! Para começo de história, precisamos analisar que este livro, originalmente intitulado The Christian And The Rock Music, foi lançado pela Biblical Perspectives, que era uma editora do próprio autor, e não uma instituição da IASD. No Brasil, qual foi a editora que lançou o livro? Nem a CPB nem outra imprensa oficial da IASD quiseram associar sua imagem com tal livro. Já nos EUA, a Andrews Universtiy (principal universidade adventista do mundo) deu sua resposta, através do livro Joyful Noise, de Ed Christian, publicado pela casa publicadora adventista norte-americana Review and Herald. Joyful Noise é, substancialmente, uma coletânea re-trabalhada de artigos publicados em resposta ao espúrio livro do Dr. Samuele Bacchiocchi, O Cristão e a Música Rock. A validade desta obra é o alcançar de sua proposta em ser “um olhar sensível à música cristã”, que pode trazer cura a um assunto tão sensível.

Sobre o livro O Cristão e a Música Rock

Antes de apresentar um resumo do recomendável livro de Ed Christian, dou aqui um resumo do meu parecer a respeito de The Christian And The Rock Music, de Samuele Bacchiocchi. Já li o livro do Bacchiocchi. Precisei ler no MSWord, pois no livro que li tem mais anotações que fiz sobre as incoerências do conteúdo do que o próprio conteúdo em si. Mas, em primeiro lugar, tenha em mente que aquele livro não é uma bíblia. Há alguma coisa coerente; há muita coisa que precisa ser revista; há muita coisa que para o autor é “x” e para quem lê e interpreta é “y”.
Mas o maior problema desse livro também é confundir as coisas. O autor é muito infeliz em generalizar muita coisa. Por exemplo, o que é rock?  Uma coisa é o mundo, indústria, cultura, tribo rock, outra coisa é chamar um estilo musical de rock. Estas duas coisas muitas vezes se relacionam, muitas vezes não. E mesmo depois que separamos, da tribo rock, o estilo musical rock, ainda há um universo de coisas que não podem ser confundidas. Não podemos pegar uma composição de estilo pop-rock com letra cristã, com uma equalização que respeita os limites dos ouvidos, uma mixagem que equilibre a possibilidade da percepção da presença de outros instrumentos, da harmonia, da melodia e da letra, composta e executada por pessoas que têm relacionamento e comunhão com Deus e profundo amor por Jesus, em ambientes onde o visual é redentivo, onde o clima é de adoração, onde os princípios são as doutrinas de Deus e dar a esse tipo de rock o mesmo tratamento que damos a um rock pesado, com letra profana, com uma equalização que mata os ouvidos, com uma mixagem que só faz aparecer o ritmo e desaparecer as mensagens da harmonia, melodia e letra, tocado por pessoas que têm comunhão com o Diabo, em shows onde o visual é das trevas, onde o cheiro das drogas está no ar, onde a bebida rola solta, onde a dança é sensual, em veneração por uma tribo cujos valores são a libertinagem sexual e o uso de entorpecentes, etc, etc, etc. E esse é o maior problema desse livro. Jogar tudo num saco só.
O livro tem muitas outras incoerências, inclusive bíblicas, que anotei, Mas a maior e principal é a que cito aqui neste parágrafo. Essa é uma incoerência tão discrepante que torna a obra tão simplória ao ponto de nem compensar ver mais detalhes. Explico. Independentemente de o rock ser ruim ou não, precisamos olhar para o fato de que o livro O Cristão e a Música Rock trata-se de uma obra que pretende discriminar um estilo musical à luz da inspiração e, ao mesmo tempo, não consegue citar uma única passagem bíblica que seja selecionadora de estilo musical (porque não existe, é claro). Logo, teologicamente, isso é trash.
Se você quer conhecer mais sobre os sérios problemas deste livro de Bacchiocchi, leia o artigo “Resenha: O Cristão e a Música Rock”, de André Reis, postado neste site (clique aqui) .

Joyful Noise – A Resposta

O próprio extremista Wolfgang H. M. Stefani confessou que “a publicação do livro Joyful Noise por Ed Christian aumentou, de novo, o nível do debate acerca da música. Isto sempre é valioso, porque ainda há muita coisa a ser discutida e aprendida acerca do discipulado cristão nesta arena complexa da vida”. É um produto direcionado aos cristãos que assumem que a música que eles ouvem viria a ser a música que Deus gosta. Por proibirem a música que não gostam, estes cristãos alienam os jovens.
Ed Christian argumenta que a música não poderia ser julgada pelos caprichos pessoais de um indivíduo, mas pelos frutos espirituais que ela possui. A música que Deus usa é aquela que leva o povo para mais perto dEle, gostemos dela ou não. Entretanto, quando se trata de música para o serviço de adoração, a unidade é importante. E aqui vem o ponto: para que uma música seja apropriada para a igreja ela não pode excluir nem ofender, mas trazer as pessoas e ergue-las para Deus. Esta é a mensagem do livro Joyful Noise.
O autor examina os argumentos daqueles que rejeitam a Música Contemporânea Cristã (MCC), e são a favor apenas das tradicionais clássicas. Ele mostra como Deus pode usar a nova musicalidade para abençoar igrejas e mudar vidas. Sobre seu próprio livro, Ed Christian nos diz:
“Filhinhos, se vocês estão doentes e cansados das pessoas que vivem depreciando a MCC que vocês amam, vocês precisam deste livro. Porque ele os ajudará a combater os os argumentos tolos destas pessoas. Quero dar uma idéia: ele é um bom presente para os seus pais, professores e pastores.
“Pais, se vocês estão chateados por causa da música que os seus filhos estão ouvindo, e por causa do que eles estão fazendo com ela, este livro irá guiá-los, oferecendo-lhes conselhos sensíveis, com os quais vocês poderão trabalhar. Minha sugestão é que este livro é um bom presente que vocês podem dar aos seus filhos.
“Pais e Líderes, se vocês estão se perguntando sobre os prós e contras a respeito de usar a MCC em suas igrejas, este livro irá limpar pra vocês todas as falácias sem sentido e lhes ajudará a pensar de forma mais clara”.
Ed, que quando lançou este livro era professor de inglês e de Bíblia na Universidade da Pensilvânia e editor do Journal of The Adventist Theological Society, já havia também escrito dezenas de artigos bíblicos, populares e acadêmicos, e sido chamado para palestrar em muitos países. Ele disponibiliza esta sua obra, parcialmente, no Google Books (clique aqui). O livro pode ser comprado no site Amazon.
Veja como o teólogo adventista da Andrews, especializado em Antigo Testamento, Richard Davidson, louvou a Christian pelo livro: “Muito bom! Minha família inteira leu isso! E nós sentimos que esse livro cobre todas as bases que necessitam ser cobertas… Os teus argumentos teológicos estão todos certos e ao ponto”.

Acima de tudo, prefira a Bíblia. Ela não se preocupa em discriminar nem instrumentos musicais nem estilos musicais. Ela preocupa-se em promover o louvor a Deus, com tudo o que somos e temos.


Leia também "As Diferenças Entre o Louvor e a Adoração", "Música e Cultura", "A Neutralidade da Música", "Seria Errado Bater Palmas Na Igreja?", "Música, Gosto Musical e Espiritualidade",  "A Bateria e a Inspiração" e "Tambores Criados Por Deus", clicando nestes links.

Um abraço,
Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Pastor, em sua postagem “A Bateria e a Inspiração”, do dia 26/09/10, você usou Ezequiel 28:13 para apoiar-se no argumento de que teria sido Deus quem criara os tambores. Entretanto, há quem questione tal tradução. Um grande contra-argumento, por exemplo, pode ser visto numa postagem de Hilton Bastos, “Tambores Criados Por Deus?”, no blog Resta Uma Esperança. O que dizer? Qual é a melhor tradução de Ezequiel 28:13? Com tambores ou sem tambores?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Mentira de Raabe



Como explicar o fato da prostituta Raabe haver escondido os espias de Josué, e haver mentido a respeito (Js 2), e Deus ainda usar de misericórdia para com ela e seus familiares? (Js 6:22-25)

Somos propensos, muitas vezes, a pensar que Deus, para ser justo, deve restringir Sua oferta de salvação apenas às pessoas moralmente dignas. Mas a mensagem bíblica, revelada tanto no Antigo Testamento como no Novo, é que a oferta de salvação é extensiva a todos os pecadores.
São de Cristo as palavras: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lc 5:31 e 32). Em Isaías 1:18 é apresentado o convite: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.”
A experiência da prostituta Raabe é uma das mais belas histórias de salvação pela graça “mediante a fé” (Ef 2:8) encontradas nas páginas do Antigo Testamento. Como Abraão foi justificado pela fé (Gn 15:6; Rm 4), e essa fé se evidenciou na prática de boas obras (Tg 2:21-24), assim também o foi Raabe. Hebreus 11:31 declara que “pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias”. E Tiago 2:25 acrescenta que a fé dessa mulher foi genuína porque resultou na prática de boas obras.
Mas o fato da vida de Raabe ser poupada, sendo ela uma prostituta e havendo mentido aos emissários do rei de Jericó, não significa que Deus estivesse sancionando tais pecados explicitamente condenados no Decálogo (ver Êx 20:14 e 16). Nesse incidente, Deus manifestou Sua graça salvadora a uma prostituta possuída de uma fé genuína, com o propósito de salvá-la de sua vida de pecado. O mesmo poder regenerador que atuaria na vida da “mulher adúltera”, durante o ministério terrestre de Cristo (Jo 8:1-11), também transformou a vida da prostituta Raabe. E o mesmo amor compassivo que perdoaria as mentiras do pretensioso apóstolo Pedro (Mc 14:27-31; 66-72) também perdoou a mentira de Raabe.
A galeria dos heróis da fé (ver Hb 11), da qual Raabe faz parte (verso 31), não é composta por santos que nunca pecaram, mas por pecadores que pela graça divina alcançaram a vitória sobre os seus pecados. Essa galeria é formada por pessoas que, à semelhança do filho pródigo (Lc 15:11-32), deixaram as imundícies de uma vida de pecado e voltaram à casa paterna; pessoas que estavam mortas em “delitos e pecados” mas que foram regeneradas pela graça divina (Ef 2:1 e 5).
Assim como Deus perdoou e regenerou Raabe, Ele também está disposto a perdoar e regenerar a cada um dos demais seres humanos atingidos pelos “dardos inflamados do maligno” (Ef 6:16).

Fonte: 
Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
O que as palavras do profeta em Isaías 65:20 querem dizer?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Deus Mandou Balaão Ir, Depois Irou-se




Por que Deus mandou Balaão ir, e depois, por ele ter ido, ficou irado com ele (Números 22)?









No verso 12, Deus havia feito conhecer sua vontade a Balaão. No verso 20, o Senhor lhe permitiu que fosse. Esta foi uma instrução meramente permissiva, baseada não na vontade de Deus, mas na própria vontade de Balaão. Si o profeta tivesse desejado cumprir a vontade de Deus, as palavras registradas no verso 12 teriam sido suficientes para definir o assunto.  Mas quando um homem é rebelde de coração, Deus pode permitir-lhe seguir seus desejos, se sofrer suas conseqüências (ver Salmo 81:11-12; Oséias 4:17).

Por isto, como nos recomenda Eclesiastes capítulo 10, temos que pensar muito bem antes de agirmos. Mas lembre-se do Salmo 37, que lhe aconselha entregar o seu caminho ao Senhor, e confiar nEle, pois do mais, Ele cuidará.

Que Deus lhe abençoe,



Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Como explicar o fato da prostituta Raabe haver escondido os espias de Josué, e haver mentido a respeito (Js 2), e Deus ainda usar de misericórdia para com ela e seus familiares? (Js 6:22-25)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Escravos, Escravidão X Amor de Deus

O Antigo Testamento, e as leis de Moisés sobre escravidão, não contradizem o caráter amoroso de Deus?

Se fizermos uma leitura superficial do Antigo Testamento, ao vermos Deus aparentemente aprovando a escravidão, poderemos ser tentados a imaginar que os relatos Mosaicos destoam do conceito de do caráter de Deus que temos. Entretanto, devemos nos recordar de que ao tirar o povo hebreu da terra do Egito, Deus o tirou tal como era, com o propósito de transforma-lo, gradualmente, no que gostaria que fosse: uma representação adequada do Céu.

Mesmo que o Novo Testamento designe ao homem novos ideais e o poder divino para alcança-los, ele não provoca uma compreensão instantânea da plenitude do ideal de Deus para o homem. Compreender e alcançar este ideal são obra de toda uma vida (veja João 1:12; Gálatas 3:13-14; 2Pedro 3:18). Deus não realiza um milagre para produzir isto em um instante, especialmente quando estes hábitos correspondem com costumes e práticas gerais. Se o fizesse assim, não seria possível haver desenvolvimento de caráter. Por esta razão, Deus toma aos seus tão como se encontram e, mediante a revelação progressivamente mais clara da sua vontade, os conduz mais e mais acima, a ideais mais elevados. Assim aconteceu no caso de algumas leis civis dadas no Sinai; por um tempo Deus permitiu que certos costumes continuassem, mas ao mesmo tempo erigiu uma salvaguarda contra o seu abuso. O abandono final destes costumes aconteceria depois. Este princípio de uma revelação crescente em seu esclarecimento, da vontade de Deus, foi mencionado por Cristo (Mateus 19:7- 9; João 15:22; 16:13; Atos 17:30; 1Timóteo 1:13).

Ao tratar sobre os escravos Hebreus, Deus deixou claro que não deveria haver nada como uma escravidão permanente e involuntária de um escravo hebreu submetido a um amo hebreu (Levítico 25:25-55). Mas, porque a escravidão era uma instituição estabelecida e geral, Deus permitiu a sua prática. Com tudo, ao mesmo tempo procurou aliviar os males que a acompanhavam. Nos países pagãos daquela época, os escravos eram comumente considerados mais como bichos do que como homens; os escravos já nasciam em tal infortúnio, sem merece-lo; não tinham direitos políticos nem sociais; suas famílias poderiam ser desfeitas a qualquer momento; estavam submetidos a quaisquer tipos de torturas por anos intermináveis. Isto era muito mais desprezível, aos olhos de Deus.

Foi por isto que, por contraste, o Senhor protegeu cuidadosamente os direitos dos escravos hebreus e ainda fez com que a sorte de um escravo estrangeiro entre os hebreus fosse muito melhor do que seria em sem próprio país de origem (Veja Êxodo 21). O trato duro para com os escravos era expressamente proibido (Levítico 25:43). O amo deveria considerar os escravo como seu irmão (Deutonômio 15; 12; Filemom 16). E ainda mais: ao se pagar o preço do resgate de um escravo, deveria se computar o tempo que havia servido ao seu amo, valorizando os seus dias como os dias de trabalho de um jornaleiro (Levítico 25:50). O cálculo do preço do resgate incluía o tempo que faltava até o ano do jubileu (Levítico 25:48-52).

O espírito destas leis sobre os escravos é o mesmo que Paulo expressa em Colossenses 4:1, e o que mencionou ao enviar o escravo Onésimo de volta ao seu amo cristão, Filemom (leia o livro de Filemom). Se fizermos uma reflexão acurada e aprofundada, perceberemos que, em espírito, a lei de Moisés se opõe à escravidão. A sua ênfase na dignidade do homem com feito à imagem de Deus, o seu reconhecimento de que toda a humanidade se originou de um casal, continham o princípio das afirmações de todos os direitos humanos (Levítico 25:39-42; 26:11-13).

“Porque o SENHOR fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos, quando vir que o seu poder se foi, e já não há nem escravo nem livre. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus
(Deuteronômio 32:36; Gálatas 3:28)”.

Em Cristo,


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Perguntas Que Será Respondida Amanhã:

Por que Deus mandou Balaão ir, e depois, por ele ter ido, ficou irado com ele (Números 22)?

terça-feira, 14 de junho de 2011

Escritos Judaicos

Que parte das Escrituras Sagradas o judeus aceitam?

Os livros sagrados dos judeus são um conjunto de textos históricos, literários e religiosos. A Bíblia judaica equivale ao Antigo Testamento, organizada em 24 livros, divididos em três grupos (são 24, porque livros como Reis, Samuel e Crônicas não são divididos e os profetas menores são contados como um só livro – o Livro dos Doze):

1 – A Lei (Torá) – o pentateuco, os cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Contêm as normas legais, morais e as regras do culto judaico. Reunião de vários textos escritos no decorrer dos anos, tornando-se completo por volta do ano 400 a.C.

2 – Os profetas (Nevihim) – são livros históricos e proféticos que buscam uma interpretação religiosa para a história. Os livros proféticos são: Isaías, jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

3 – Os escritos (Ketuvhim) – demais livros escritos. Os Salmos, textos poéticos com grande significado histórico. Grande parte desses livros foi escrita durante o período dos reis, podendo ser divididos em vários tipos, sendo os três mais importantes: cânticos de louvor (hinos), de lamentação (orações) e de ação de graças. O Livro de Jó– livro de grande importância para a literatura mundial. O livro de Daniel – a mais recente escritura do Antigo Testamento, aproximadamente 165 a. C.

Existe ainda o Talmud (estudo), texto usado pelos rabinos em seus ensinamentos para orientar os fiéis em situações concretas. Contém leis, regras, preceitos morais, comentários, histórias, etc.

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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
O Antigo Testamento, e as leis de Moisés sobre escravidão, não contradizem o caráter amoroso de Deus?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Rápido Despojo, Presa Segura



Qual o significado do nome do filho de Isaías, em Isaías 8:1 e 3?









Disse-me também o SENHOR: Toma uma ardósia grande e escreve nela de maneira inteligível: Rápido-Despojo-Presa-Segura. Tomei para isto comigo testemunhas fidedignas, a Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias. Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-Segura.
Isaías 8:1-3.

O que há em um nome? (Isa. 8:1-10). Você pode se imaginar jogando bola com o segundo filho de Isaías? Quando você acabasse de dizer: "Maher-shalal-hash-baz, passe a bola!" já seria tarde. Mas muito mais longo do que o nome é o seu significado: "Rápido-Despojo-Presa-Segura" ou "Apresse o Espólio, Acelere o Saque".
A mensagem do nome tem a ver claramente com uma conquista rápida. Para entender, observe quem conquista quem, no capítulo 8 verso 4.
Isaías 8:1-10 reforça a mensagem do capítulo 7. Antes que uma criança alcançasse certa fase, os espólios de guerra das capitais da Síria e de Israel do Norte seriam levados pela Assíria. Além disso, tendo em vista que Judá havia recusado a mensagem divina de certeza, representada pelas águas mansas do ribeiro de Siloé, em Jerusalém, o reino seria subjugado pelo poder da Assíria, representada pela inundação do grande rio Eufrates.
Pelo motivo de Acaz ter-se voltado para a Assíria, os nomes dos filhos de Isaías se referiam a Judá, como também a Israel do Norte: "Apresse o Espólio, Acelere o Saque", mas "um remanescente voltará". Por que ainda havia esperança? Porque embora a Assíria enchesse a terra do Emanuel (Isa. 8:8), eles ainda tinham a promessa de que "Deus é conosco" (v. 10).
Realmente, o que vemos é um tema que permeia todo o livro de Isaías. Embora devesse haver juízos contra os inimigos de Deus em Judá e nas outras nações, derramados na forma de desastres militares, sofrimento e exílio, o Senhor estaria com os sobreviventes fiéis do Seu povo e os haveria de restaurar à sua terra. 
Isaías diz que registrou legalmente o nome da criança e teve relações matrimoniais com sua esposa ("a profetisa") Isa. 8:1-3. O tempo envolvido nesse filho era a essência do seu significado como sinal. Tal como o sinal de Emanuel, desde o tempo em que o menino foi concebido e nasceu, antes que ele chamasse por seu pai ou sua mãe (v. 4), a Assíria derrotaria Síria e Israel.
O que há em um nome? Mesmo depois que Israel foi invadido pelas tropas assírias, em Sua misericórdia ainda Deus continuou dando oportunidade a Seu povo. A Isaías foi-lhe dito que seu filho deveria se chamar Maher-shalal-hash-baz, "Rápido despojo-Presa segura". Este nome incomum deveria ser para o povo uma advertência de que o desastre se aproximava com a invasão assíria. Se o povo já estava tremendo de medo diante dos dois "tições tirados do fogo" o que não ocorreria diante da Assíria, que viria como uma enchente que alagaria a terra?
Enquanto Israel e Judá seguissem o caminho da falta de confiança em Deus, Isaías continuaria confiando no Senhor e se, movido pelo exemplo de Isaías o povo se voltasse para Deus, nada haveria que temer. Deus, em Sua misericórdia, daria nova oportunidade a Seu povo.
A destruição que veio ao reino do norte foi enviada por Deus. A Assíria seria apenas um instrumento nas mãos de Deus para executar Seu propósito.
Devemos aqui entender a verdadeira filosofia da História. A história das nações que, uma após outra, têm ocupado seus destinados tempos e lugares, testemunhando inconscientemente da verdade da qual elas próprias desconheciam o sentido, fala a nós. A cada nação, a cada indivíduo de hoje, tem Deus designado um lugar no Seu grande plano. Homens e nações estão sendo hoje medidos pelo prumo que se acha na mão dAquele que não comete erro. Todos estão pela sua própria escolha decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito.

Que Deus o abençoe,

Twitter: @Valdeci_Junior

Fontes: http://casanet.cpb.com.br/servicos/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2004/li422004.html; EGW, Educação, 178; http://www.ellenwhitebooks.com/; Lição de Escola Sabatina, 2º Trimestre 2004.


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Que parte das Escrituras Sagradas o judeus aceitam?

domingo, 12 de junho de 2011

Origem do Pecado



Como surgiu o pecado no Universo e no mundo?


Se Deus é eterno (Salmo 45:6 – RC; ver também Salmo 90:2) e, se pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus (Hebreus 11:2), compreendemos que houve um tempo em que existia somente a família triúna da Divindade em perfeita harmonia e amor. Deus então resolve criar. Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles, pois ele falou, e tudo se fez” (Salmo 33:6 e 9). Este exército dos céus o adorava (Neemias 9:6) e milhares o serviam (Daniel 7:10) na cidade celestial; os muitos milhares de anjos (Hebreus 12:22), ao redor do trono (Apocalipse 5:11). “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros: Santo, santo, santo é o SENHOR” (Isaías 6:2 e 3). Sim, todos os seus anjos, os seus exércitos celestiais... foram criados pelo Senhor (Salmo 148:2-5)! Naquele tempo da eternidade, muito antes da criação do nosso planeta, todos os anjos, juntos, alegremente cantavam e rejubilavam (Jó 38:4-7). Não existia o mal e tudo era paz e harmonia no Céu. Esses seres haviam sido criados por Deus dotados de “livre arbítrio”, melhor dizendo, “vontade”, “poder de escolha”. Como Deus é amor, jamais gostaria que Suas criaturas O servissem por obrigatoriedade. Todos os anjos eram livres para escolher receber o amor de Deus e, com Ele, relacionar-se.
Havia um poderoso anjo, a quem chamamos de Lúcifer. A ele, Deus conferira capacidade e posição muito especiais. Veja como ele era: “O sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.  Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado” (Ezequiel 28:12-15).
O Criador o havia criado como um ser inteligente e não um robô. Mas ele começou a usar mal o seu livre arbítrio. Misteriosamente, passou a cultivar um narcisismo muito intenso e a ficar cada vez mais cheio de si. Queria ser igual a Deus. Por possuir tão alta glória e posição sobre os outros anjos, se achava melhor que eles. Não percebia muita diferença entre si e o Deus Filho, que se revelava aos anjos na forma de um anjo comandante. Este desequilíbrio veio à tona no coração de Lúcifer, quando a Trindade reuniu-se para planejar a criação de um novo planeta, lindo e habitado por seres inteligentes: a Terra. Lúcifer não foi convidado! Percebeu nítida a diferença: não era criador, mas criatura. Em vez de reconhecer sua posição e a de seu Criador, continuou alimentando aquele mistério errado em seu coração e, como a Bíblia diz, “se achou iniquidade em ti... se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda... Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra... Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça... profanaste os teus santuários” (Ezequiel 28:15-18). Nas palavras de Billy Graham, ele “não estava satisfeito de se achar subordinado ao seu Criador. Queria usurpar o trono de Deus...” Seu argumento para com os outros anjos era de que o governo de Deus não era justo, pois eles, criaturas, não tinham outra opção a quem servir. Iniciava-se uma rebelião coletiva.
Várias e várias vezes, Deus advertiu Lúcifer e deu-lhe oportunidade de arrepender-se, mas sempre respeitando sua liberdade de escolha. Nem os anjos fiéis reconheceram plenamente seu caráter, e essa é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Era preciso deixar que muito tempo se passasse até que fossem demonstradas ao Universo, as extremas consequências do pecado (1 Coríntios 4:9). Mas não no Céu! “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva (Lúcifer)! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas (o reino de Deus). Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima (dos anjos) de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei... subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao (Deus) Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o mais profundo abismo (Isaías 14:12-14). Houve peleja no céu. Miguel (Jesus) e os seus anjos pelejaram contra (Lúcifer) o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. A sua cauda (influência) arrastou a terça parte (dos anjos) (Apocalipse 12:4, 7-9), caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18).
Mas o mal não é o centro das atenções do Universo. Deus continuava suas atividades, inclusive, criando. Ele veio até este nosso planeta, num tempo em que aqui só existia o reino mineral. Não havia vida. O Espírito Santo já rondava guarda no globo da terra (Isaías 40:22 - RC). E então, como vemos no relato de Gênesis 1 e 2, Ele criou este mundo que conhecemos, porém, perfeito, sem maldade e sem pecado.
Adão e Eva foram criados para povoar este planeta e governá-lo, honrando e servindo seu Criador. Entretanto, eles não o poderiam fazê-lo forçadamente. Deus os criou para o bem, mas amou-os tanto, a ponto de dar-lhes a opção de seguir este bem ou não.

Esses seres eram fruto do amor de Deus. O amor que levou o Criador a compartilhar Sua vida. Não pode existir amor onde não há liberdade. Portanto, a possibilidade de amar ou rejeitar a Deus, de servi-Lo ou abandoná-Lo, de fazer o bem ou o mal, era parte de um mundo perfeito. Se não existisse a possibilidade do mal, as criaturas não seriam livres. Seriam escravas do bem.[1]

Deus combinou com o casal que a voluntariedade dessa obediência seria demonstrada de uma forma muito simples: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” (Gênesis 216 e 17). Satanás, que havia sido expulso do céu, questionava ser impossível seguir a este bem divino e ser feliz. Por não poder mais habitar perto das moradas do altíssimo (Salmo 91:1), ele e os anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio (Judas 6), foram atirados para a terra (Apocalipse 12:9). Seu primeiro pecado havia sido querer ser Deus e dizer que Deus não era verdadeiro. Agora, ele tenta convencer Eva à desobediência com essas mesmas corrupções de pensamento: “É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3:4 e 5). Eva, que já estava encantada por ver uma serpente falar, agora se deleita em pensar em ser como Deus. Ela e seu marido haviam sido muito bem advertidos, mas escolheram desobedecer. O fruto que eles comeram era simples, mas a sua atitude tinha o profundo significado de uma aberta rejeição do comando divino. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12).
O inimigo passou então a achar-se no direito de ser o deus deste século (2 Coríntios 4:4), o príncipe deste mundo (João 16:11). Ao contrário do que afirma o grande psicanalista Renato Mezan, que o demônio é apenas um “mecanismo de defesa”, a Bíblia diz que o diabo é um ser pessoal, que desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta (Apocalipse 12:12), pois em breve será lançado para dentro do lago de fogo (Apocalipse 20:10 e 15), preparado para ele e seus anjos (Mateus 25:41), para serem destruídos para sempre. Ele anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (1 Pedro 5:8).
Estes anjos maus e expulsos são espíritos enganadores (1 Timóteo 4:1); demônios, operadores de sinais (Apocalipse 16:14), de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens  seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais... (Apocalipse 13:13 e 14). Inspiram os falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça (2 Coríntios 11:13-15).
Mas não desanime! Você pode ser fortalecido no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para ficar firmes contra o diabo; a nossa luta é contra os principados e potestades; os dominadores deste mundo tenebroso; as forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Efésios 6:10-12). Deus, aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos (Salmo 91:11). Não tenha medo! O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra (Salmo 34:7).
Assim é o desfecho desta batalha universal. Satanás tentando provar que servir a Deus não é bom. Deus tentando conquistar Suas criaturas ao melhor caminho: servi-Lo. As criaturas de todo o Universo estão a observar este período de 6000 anos de pecado no planeta Terra, para comprovarem a justiça de Deus, baseada na milagrosa combinação de amor e misericórdia (Salmo 85:10). Portanto, a guerra consiste em conquistar a nossa escolha individual. Porque nos tornamos espetáculo, tanto a anjos, como a homens (1 Coríntios 4:9). A luta é do bem contra mal, para ver quem será o dono do seu coração, o que determinará também o seu destino. No trono do viver só pode haver um senhor. A quem você entregará sua vontade? “Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24:15).


Que Deus lhe abençoe,

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[1]Alejandro Bullón, O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000), 20.

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Qual o significado do nome do filho de Isaías, em Isaías 8:1 e 3?