sábado, 11 de junho de 2011

Religião No Tempo de Jesus



Na época de Jesus também havia vários lugares para “congregar” ou só existia uma sinagoga?

A significação literal da palavra sinagoga é a de uma convenção ou assembléia. A palavra, como no caso de ‘igreja’, veio a significar o próprio edifício, onde a assembléia se reunia. ‘Assembléias’ locais para instrução da Lei, e para culto, existiam desde tempos muito afastados, como eram, por exemplo, ‘as casas dos profetas’ (1 Sm 10.11 - 19.20 a 24 - 2 Rs 4.1) - e durante o cativeiro não eram raras as reuniões dos anciãos de Israel (veja Ez 8.1) –
As verdadeiras sinagogas parece terem-se formado mais tarde, na dispersão. Desde o ano 200 (a.C.), mais ou menos, começou a desenvolver-se na Palestina este gênero de assembléia com uma sistemática organização, multiplicando-se os edifícios próprios para os serviços religiosos. Estavam estas assembléias intimamente relacionadas com a obra dos escribas, como sendo instituições para instruir o povo na Lei e ensinar a sua aplicação na vida diária. Nas sinagogas, os custosos rolos das Escrituras, escritos pelos escribas, eram cuidadosamente guardados numa caixa ou arca, que de um modo visível estava voltada para o povo que se achava sentado.
Havia serviços regulares todos os sábados, e também no segundo e quinto dia da semana. Uma especial importância era dada nestes serviços à leitura da Lei e dos Profetas - e também se faziam orações, exortações, explicações, e se davam esmolas. Como o conhecimento da antiga língua hebraica foi a pouco extinguindo-se, tinha a leitura de indicadas porções da Escritura de ser acompanhada da respectiva tradução em aramaico, ou talvez mesmo em grego, que parece ter sido uma língua entendida ao norte da Palestina no tempo de Jesus Cristo. As sinagogas eram não somente lugares de culto, mas também escolas, onde as crianças aprendiam a ler e a escrever - e serviam, também, de pequenos tribunais de justiça, nos quais a sentença não só era dada mas executada (Mt 10.17).
Geralmente a sinagoga estava sob a direção dos ‘anciãos’ (Mc 7.3), sendo o primeiro deles chamado algumas vezes o príncipe ou o chefe daquelas assembléias (Lc 13.14 - At 13.15). os lugares dos anciãos, e dos principais, eram em frente da arca, estando eles voltados para a congregação. os anciãos tinham o poder de disciplinar, de excomungar e de açoitar - e eram eles, ou os principais, que na ocasião do serviço religioso convidavam pessoas de consideração para ler, ou orar, ou pregar.
A coleta era levantada por dois ou mais indivíduos, e havia um ‘ministro’ (assistente), (Lc 4.20), que tinha sob o seu cuidado os livros sagrados, e cumpria os simples deveres de guarda. A ordem do culto nas sinagogas assemelhava-se muito à que se acha descrita em Ne 8.1 a 8, devendo comparar-se esta passagem com a de Lc 4.16 a 20.
As sinagogas eram muito numerosas. Em qualquer povoação, em que vivia um certo número de judeus, tratando dos seus negócios, ali havia uma sinagoga. As companhias comerciais também possuíam a sua própria sinagoga, e até pessoas estranhas as construíam para os da sua própria nação. E por isso se fala em sinagogas ‘dos Cireneus, dos Alexandrinos, e dos da Cilícia e Ásia’, sendo essas pessoas do gênero daquelas que desses países numa ocasião subiram a Jerusalém (At 6.9). No tempo de Jesus Cristo era raro o país, em todo o império romano, onde não fosse encontrada uma sinagoga.
É importante lembrar que todas as sinagogas eram da religião judaica. Religião única e predominante no contexto cultural de Jesus, embora houvesse uns poucos estrangeiros helenistas, pagãos e romanos que por ali vivessem e talvez, até em alguma cidade da palestina ousassem erigir algum templo ao seu próprio deus. A religião e a política caminham juntas no mundo judaico. Por isto, o sumo sacerdote em exercício era precisamente aquele que presidia o Sinédrio, máximo órgão jurídico e administrativo da nação judaica.
Dentro do judaísmo porém haviam diferentes partidos religiosos e/ou políticos. Alguns estão registrados na Bíblia.
Os fariseus eram os representantes mais rigorosos da espiritualidade judaica. Com a sua insistência na observância estrita da Lei mosaica e no respeito às tradições dos pais, exerciam uma forte influência no povo.
Os saduceus representavam, de certo modo, a aristocracia de Israel. Na sua doutrina, em contraste com o que ensinavam os fariseus, os saduceus mantinham não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito.
Os zelotes constituíam um grupo judaico nacionalista. Eram os mesmos cananitas. Um dos doze discípulos era zelote. Para eles o Messias seram um chefe político que os libertaria do jugo de Roma.
Os samaritanos eram um partido religioso, embora israelita, mais separado do judaísmo. Tinham um lugar específico e distinto para adorar. Algumas de suas crenças podem ser vistas em João 4:7-9,20,25.
Os essênios eram um partido religioso separatista nascido na época helenística. Eram rigorosos observadores da lei. Consideravam que o sacerdócio era corrupto e rechaçavam muitas práticas religiosas e o sistema sacrifical judaico. Este grupo não é mencionado no Novo Testamento.
Existiam ainda outros grupos que influenciavam com suas formas de pensar, como os escribas, os herodianos, etc.
Podemos ver que Jesus viveu numa época que trazia dificuldades em escolher qual a melhor linha de interpretação Bíblica. Qual o melhor caminho a seguir. Jesus conviveu com todos estes segmentos, entretanto ele, maior que tudo isto, estabeleceu-se como um novo e único caminho que conduz ao Pai.

Um Abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior



Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Como surgiu o pecado no Universo e no mundo?

Um comentário:

  1. Gostei muito da forma como abordou o assunto sendo imparcial, no último parágrafo escreveu "Qual o melhor caminho a seguir. Jesus conviveu com todos estes segmentos, entretanto ele, maior que tudo isto, estabeleceu-se como um novo e único caminho que conduz ao Pai." Será que Cristo apontou para a Igreja nos dias de hoje?

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