quarta-feira, 15 de junho de 2011

Escravos, Escravidão X Amor de Deus

O Antigo Testamento, e as leis de Moisés sobre escravidão, não contradizem o caráter amoroso de Deus?

Se fizermos uma leitura superficial do Antigo Testamento, ao vermos Deus aparentemente aprovando a escravidão, poderemos ser tentados a imaginar que os relatos Mosaicos destoam do conceito de do caráter de Deus que temos. Entretanto, devemos nos recordar de que ao tirar o povo hebreu da terra do Egito, Deus o tirou tal como era, com o propósito de transforma-lo, gradualmente, no que gostaria que fosse: uma representação adequada do Céu.

Mesmo que o Novo Testamento designe ao homem novos ideais e o poder divino para alcança-los, ele não provoca uma compreensão instantânea da plenitude do ideal de Deus para o homem. Compreender e alcançar este ideal são obra de toda uma vida (veja João 1:12; Gálatas 3:13-14; 2Pedro 3:18). Deus não realiza um milagre para produzir isto em um instante, especialmente quando estes hábitos correspondem com costumes e práticas gerais. Se o fizesse assim, não seria possível haver desenvolvimento de caráter. Por esta razão, Deus toma aos seus tão como se encontram e, mediante a revelação progressivamente mais clara da sua vontade, os conduz mais e mais acima, a ideais mais elevados. Assim aconteceu no caso de algumas leis civis dadas no Sinai; por um tempo Deus permitiu que certos costumes continuassem, mas ao mesmo tempo erigiu uma salvaguarda contra o seu abuso. O abandono final destes costumes aconteceria depois. Este princípio de uma revelação crescente em seu esclarecimento, da vontade de Deus, foi mencionado por Cristo (Mateus 19:7- 9; João 15:22; 16:13; Atos 17:30; 1Timóteo 1:13).

Ao tratar sobre os escravos Hebreus, Deus deixou claro que não deveria haver nada como uma escravidão permanente e involuntária de um escravo hebreu submetido a um amo hebreu (Levítico 25:25-55). Mas, porque a escravidão era uma instituição estabelecida e geral, Deus permitiu a sua prática. Com tudo, ao mesmo tempo procurou aliviar os males que a acompanhavam. Nos países pagãos daquela época, os escravos eram comumente considerados mais como bichos do que como homens; os escravos já nasciam em tal infortúnio, sem merece-lo; não tinham direitos políticos nem sociais; suas famílias poderiam ser desfeitas a qualquer momento; estavam submetidos a quaisquer tipos de torturas por anos intermináveis. Isto era muito mais desprezível, aos olhos de Deus.

Foi por isto que, por contraste, o Senhor protegeu cuidadosamente os direitos dos escravos hebreus e ainda fez com que a sorte de um escravo estrangeiro entre os hebreus fosse muito melhor do que seria em sem próprio país de origem (Veja Êxodo 21). O trato duro para com os escravos era expressamente proibido (Levítico 25:43). O amo deveria considerar os escravo como seu irmão (Deutonômio 15; 12; Filemom 16). E ainda mais: ao se pagar o preço do resgate de um escravo, deveria se computar o tempo que havia servido ao seu amo, valorizando os seus dias como os dias de trabalho de um jornaleiro (Levítico 25:50). O cálculo do preço do resgate incluía o tempo que faltava até o ano do jubileu (Levítico 25:48-52).

O espírito destas leis sobre os escravos é o mesmo que Paulo expressa em Colossenses 4:1, e o que mencionou ao enviar o escravo Onésimo de volta ao seu amo cristão, Filemom (leia o livro de Filemom). Se fizermos uma reflexão acurada e aprofundada, perceberemos que, em espírito, a lei de Moisés se opõe à escravidão. A sua ênfase na dignidade do homem com feito à imagem de Deus, o seu reconhecimento de que toda a humanidade se originou de um casal, continham o princípio das afirmações de todos os direitos humanos (Levítico 25:39-42; 26:11-13).

“Porque o SENHOR fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos, quando vir que o seu poder se foi, e já não há nem escravo nem livre. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus
(Deuteronômio 32:36; Gálatas 3:28)”.

Em Cristo,


Twitter: @Valdeci_Junior

Perguntas Que Será Respondida Amanhã:

Por que Deus mandou Balaão ir, e depois, por ele ter ido, ficou irado com ele (Números 22)?

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