A música é moralmente neutra, irmão. O que não é neutro são todos os contatos que o ser humano tem com a música. Se o irmão for à Lua e colocar um aparelho de som lá rodando uma música qualquer, deixá-lo tocando por 50 anos, e depois deste período voltar lá, sendo que ninguém tenha ido lá durante este período, que efeito moral irá encontrar produzido por esta música neste período? Bom ou mal?
Ok, você pode dizer que isso é utópico.
Certo. Então imagine o seguinte. Uma cabine com três compartimentos. O compartimento da direita tem uma porta, o da esquerda também tem uma porta, no lado oposto da cabine, e o compartimento do meio não tem porta nenhuma, e nenhum acesso visual aos outros compartimentos, estando somente ali, entre os outros dois. Esta cabine esta numa “muralha da china” da vida, onde quem entra pela porta de um lado não tem noção alguma do “mundo” de quem entra na porta do outro lado. Mas, no compartimento do meio, está o aparelho de som, tocando uma música romântica, com o som saído para os dois compartimentos que têm porta.
Aí você pega um homem, casado, de trinta anos, e coloca no compartimento do “mundo 1”, ouvindo a música, sem saber que, simultaneamente, você colocou, no compartimento do “mundo 2”, um homem casado, de trinta anos. Ambos ouvem a música ao mesmo tempo.
Terminada a música, ambos saem, cada um para seu mundo.
O homem do “mundo 1”, motivado pela música, passa na floricultura, compra um buquê de rosas, vai pra casa, corteja a esposa, e os dois vão pra cama, nos conformes do casamento, fazem o que um casal faz, e dormem felizes.
O homem do “mundo 2”, motivado pela música, passa na casa da ex-namorada (do tempo que ele era jovem) que ele sabe que está na deprê por ter sido abandonada pelo marido, se aproveita da situação, dá um ‘consolo’ pra ela, colo, e transa.
Estas ações são más ou boas? O efeito moral produzido pela música nos homens é um efeito moral bom ou ruim? Diante das respostas, como você classificaria a música: boa ou ruim?
A “cabine” é a “Lua”, irmão.
Somos místicos (ou míticos) demais nesta tendenciosidade de querer espiritualizar a música. Se a música não é moralmente neutra, ela vai ser salva ou perdida?
A música é apenas um fenômeno físico, irmão, por isso, é moralmente neutra. Entretanto, todos os contatos que os seres humanos têm com a música não são neutros. Então, que relevância tem em dizer que a música é moralmente neutra, se ela não existe “na lua”, somente? A relevância é respeitarmos o fato de que uma mesma música pode ser boa ou ruim, com a finalidade de não rotularmos músicas, estilos e instrumentos, mas de sermos mais inteligentes que isto, na sabedoria de como usá-los. Nós, seres humanos, não somos moralmente neutros, e sempre seremos influenciados. Mas a influencia poderá variar redondamente.
"As igrejas também precisam admitir que não existe um estilo de música em particular que é ‘sagrado’. O que faz uma música sagrada é a sua mensagem. A música não é nada mais do que um arranjo de notas e ritmos. São as palavras que fazem uma música espiritual. Não existe música cristã, mas, sim, letras cristãs. Se fosse tocada uma música sem palavras, você não saberia se é cristã ou não (Rick Warren)".
Sei que há muitos que dizem mais ou menos assim: “toda música, seja ela instrumental ou não, não é neutra, mas possui valores que são transmitidos através de sua sonoridade”.
É? Então sente-se ao piano, numa praça pública, e coloque, perto de você, quatro pessoas para quem você é totalmente desconhecido. Mas conte com o seguinte: estas pessoas são um judeu, um nazista, um brasileiro fã de Rubinho Barrichello e um adventista. E então, toque, sem cantar (somente ao piano), sem que eles vejam a letra, o hino número 557 do Hinário Adventista. Que valores estas pessoas receberão em suas mentes, através da sonoridade?
Há algum tempo atrás, presenciamos (fora da IASD, pra variar, né?) sobre uma pessoa que aceitou a Jesus por causa da música “Céu” (o funk “Créu” com a letra mudada). Não defendo este extremismo para dentro da nossa culturinha iasdiana, que não está preparada para isto, mas esta música levou a pessoa a Jesus. Isso é um fato. Contra fatos não há argumentos. E aí, essa música (sem contar a letra), neste uso, foi moralmente ruim?
Pense nisto
Pr. Valdeci Jr.
É? Então sente-se ao piano, numa praça pública, e coloque, perto de você, quatro pessoas para quem você é totalmente desconhecido. Mas conte com o seguinte: estas pessoas são um judeu, um nazista, um brasileiro fã de Rubinho Barrichello e um adventista. E então, toque, sem cantar (somente ao piano), sem que eles vejam a letra, o hino número 557 do Hinário Adventista. Que valores estas pessoas receberão em suas mentes, através da sonoridade?
Há algum tempo atrás, presenciamos (fora da IASD, pra variar, né?) sobre uma pessoa que aceitou a Jesus por causa da música “Céu” (o funk “Créu” com a letra mudada). Não defendo este extremismo para dentro da nossa culturinha iasdiana, que não está preparada para isto, mas esta música levou a pessoa a Jesus. Isso é um fato. Contra fatos não há argumentos. E aí, essa música (sem contar a letra), neste uso, foi moralmente ruim?
Pense nisto
Pr. Valdeci Jr.
Twitter: @valdeci_junior
Pergunta Que Será Respondida Amanhã
Sansão e sua extrema força, são uma lenda, não são? Pastor, gostaria de entender melhor a história, ou parábola, não sei, de Sansão. O que esse conto tem a ver conosoco, hoje, em pleno século XXI?
Um outro exemplo é a Bíblia. A mensagem bíblica, nunca será neutra, como Deus diz em Isaías, que Sua palavra nunca voltará vazia. Mas e o material onde está a mensagem, no caso, a tinta e o papel?
ResponderExcluirHá quem argumente que, num exorcismo, quando se canta o hino Castelo Forte e quando se abre a Bíblia o Diabo treme e foge, portanto, tais elementos (o hino e a Bíblia) não seriam neutros. Isso é verdade em parte. Por que? Não sei se você já teve a oportunidade de ver alguém que não estava espiritualmente preparado abrir a Bíblia ou tentar cantar, perto de um endemoniado. Já viu? O que acontece? O Diabo dá gargalhadas, quando não agride o "crente". E então, nesse caso, que efeito positivo o papel e a tinta tiveram?
Me entende? Se você chamar de "Bíblia" o papel e a tinta, esse material é neutro. Você sabe qual é o papel mais usado nos presídios pra fazer cigarro de maconha? Sim, é a Bíblia! E a maioria dos presos não se converte por isso. Se você passar numa cela chinesa e jogar uma Bíblia em Português lá dentro, a menos que ocorra um milagre, que efeito aquela Bíblia vai ter? Percebe o que não é neutro? São todos os contatos que os seres criados e inteligentes têem com a mensagem Bíblica. Assim como na música. Isso nunca será neutro. Logo, isso nos chama a termos um respeito muito grande pelo material bíblico, porque embora ele seja neutro, nem você, nem eu, nem os anjos e espíritos que estão nos influenciando são neutros. Como não somos neutros, o que fizermos do material neutro é que vai determinar nossa moral. Muito cuidado! Mas também, por outro lado, não façamos uma mistificação que confunda-se com obscurantismo.
Não concordo, pastor Valdecir.
ResponderExcluirPodemos verificar a incoerência substituindo o objeto de estudo por Alimentos. Se eu oferecer o mesmo alimento para os 4 indivíduos da história citada, certamente este alimento não transmitirá valores a eles, assim como na música. Mas este não é um argumento válido para classificar tais objetos como neutros. Conquanto não transmitam valores, estes influenciam o organismo humano como um todo, logo não podem ser neutros. Vemos isso em citações proféticas - não somente de Ellen White, mas também dos outros profetas -, quando Salomão nos adverte contra o vinho fermentado, ou quando Elle White explica que apenas abondonando a alimentação cárnea muitos pecados poderiam ser vencidos. De igual forma na música, o apóstolo Paulo nos aconselha a cantar salmos e hinos espirítuais, Ellen White adverte contra o contexto de culto da campal de Indiana, e também diz que a música seria um laço nos últimos dias. Portanto, não é neutra. Há varios estudos que comprovam músicas (instrumentais) com diferentes ritmos, tonalidades, escalas e andamentos, causam reações distintas e produzem emoções em comum nas pessoas, ou seja, é no mínimo incoerente dizer que "o que importa na música é a letra, e não a parte instrumental", pois jamais um salmo cantado ao som de piano e orquestra terá a mesmo efeito do mesmo salmo cantado ao estilo pop-rock, por mais leve e "reverente" que possa parecer.
Eu lhe entendo, Fernando, e respeito o seu ponto de vista. Somos livres para pensar diferentemente. Mas se você ler direitinho, nós mais concordamos do que discordamos, rsrs.
ResponderExcluirNote que, neste artigo, eu escrevi que "todos os contatos que os seres humanos têm com a música não são neutros". Quando me reporto à neutralidade, reporto-me mais à questão da neutralidade moral da música isolada de contatos.
Sobre este texto acerca da adoração em indiana, lhe faria bem ler o texto "A Bateria e a Inspiração" publicado primeiramente pelo NovoTempo/Advir e posteriormente aqui Na Sala Do Pastor, neste link http://www.nasaladopastor.com/2010/09/bateria-e-inspiracao.html
Obrigado por sua participação aqui na Sala, e tenha um boa leitura!
Um abração,
Valdeci Jr.
Realmente um fenômeno físico em si não tem um valor moral e as associações que trazemos em nossas experiência de vida é quem criam valores no fenômeno em si.
ResponderExcluirMuito boa a reflexão Pastor Valdecir!
abraço!
Fernando Furtado, gostei do seu comentário sobre a música. um exemplo disso é como as crianças reagem ao ouvir um rock, embora elas não entendem nada da letra há uma reação, um comportamento corporal por causa do som estridente. Mais do que nunca precisamos urgentemente de um reavimento e uma reforma em nossas igrejas, somente assim o Espirito Santo será derramado sobre o povo de Deus.
ResponderExcluirate + um abraço
Vandilton de Araújo
Concordo que o som seja neutro por se tratar de um fenômeno físico, porém a música não é um fenômeno meramente físico, ela envolve um arranjo de itens que tem efeito sobre o psicológico humano. É claro que ela não obriga as pessoas a fazerem o certo ou errado mas as influencia (no caso da música romântica ter influenciado os dois homens da história para a sexualidade, embora o ato não tenha sido pecaminoso nas duas situações. Se a música fosse neutra, após os dois homens a escutarem, um chegaria em casa romântico e o outro violento).
ResponderExcluirNos escritos de Ellen White existem orientações de como deve ser a música (o que mostra que deve ser usada com sabedoria)
Com relação à conversão com a música Céu: Se eu ameaçar as pessoas a irem à igreja, não é impossível que alguém realmente vá, goste e se converta, mas isso não justifica meu erro em ameaçar.
Obrigado por seu comentário, Rogério.
ResponderExcluirEle não me fez mudar de opinião, mas me ajudou a melhorar a redação desta postagem. Mudei a primeira frase do texto que dizia "A música é neutra" para agora dizer "A música é moralmente neutra". Concordo com você que a música sempre vai produzir algum efeito nos seres vivos que com ela interagem. Só não dá pra determinarmos sempre que moralidade tal efeito terá. Portanto, afinando a redação, dá pra ver que pensamos harmonicamente. Um abraço,
Valdeci Jr.
É difícil estabelecermos que "tal música é boa e só produzirá efeitos bons".
ResponderExcluirPois bem, eu me sinto muito mal ouvindo hinos como "Meu Nome Na Oração" (HA452, o antigo "Mamãe orou por mim", ou então o "Vigiar e Orar" (HA21). Esses hinos tem algo de ruim? Não. São apropriados para a igreja? Sim. Me fazem bem? Não. O problema está nos hinos? Não, o problema está em mim. Por quê? Algo no meu passado me influenciou a não gostar desses hinos!
Esse foi apenas um exemplo, envolvendo músicas, independentemente do arranjo e estilo musical (que independem da letra e da música), mas que também pode ser aplicado a estes.
A maneira como a música é executada influencia o ouvinte? Com certeza. Não somente a música, mas quaisquer outros sons. E isso tudo também é reforçado pela maneira como aprendemos a relacionar sons às emoções. No Sinai, Deus manifestou sua presença em meio a muito ruído e trovões, pois precisava mostrar ao povo que Ele era muito maior do que tudo o que eles já haviam visto. Já para Elias, ele se mostrou na suave brisa. O mesmo Deus, a mesma grandeza, a mesma santidade, propósitos diferentes.
Olá amigo!
ResponderExcluirNão gostei do último parágrafo da sua redação. Concordei com você quase em tudo. Mas querer comparar os hinos da igreja Adventista com um Funk, e ainda chamar de "culturinha" a da igreja adventista, já é demais, né? E eu pergunto, essa pessoa que aceitou a Jesus ouvindo "Céu" já conhecia a versão de Funk dela? Ou no mínimo ouviu alguma dessas batidas de Funk? Porque se sim, essa música já não seria moralmente neutra, pois ele já teria ouvido isso e associado ao sensualismo presente.
Outra questão é que a música como fenômeno físico é que é moralmente neutra. Mas no momento que o compositor cria um conjunto de notas (música) ela não é mais moralmente neutra, porque ela foi criada a partir de pré concepções musicais de sua cultura e ou sociedade, seja um Funk ou uma melodia clássica ou um hino. Seria a mesma coisa em relação às letras. As letras também são moralmente neutras, mas dependendo da frase que eu crie vai deixar de ser moralmente neutra, e refletir o meu pensamento. Seja para o bem ou para o mal.
Sem citar ainda a questão dos efeitos físicos da música comprovados cientificamentes. Experimente ouvir uma música minimalista por 40 minutos, ou uma batida de tambores africanos repetidos freneticamente, ou um Funk (que teria talvez o mesmo efeito) pra ver o que acontece. Não tem como isso ser moralmente neutro.
Portanto cuidado com suas palavras em desvalorizar o que moralmente elevaria para o bem e supervalorizar pseudo conversões baseados em sentimentalismo barato.
Pr. Valdecir, não quconsegui aceitar nada do que disse, ao meu ver, nada foi útil !
ResponderExcluirMúsica não é neutra e nem moralmente neutra, tudo que influencia não é neutro.
Você foi até na lua para tentar comprovar sua visão. Eu vou até Deus para entender por Ele, que tudo é lícito, mas nem tudo me convém