quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Preocupação de Paulo Com o Bem Estar Familiar (inclusive, o sexo)




“Eu não consigo entender os ensinamentos de Paulo em I Coríntios 7. O querem dizer os versos 5 e 14?”




Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio. Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido. Se assim não fosse, seus filhos seriam impuros, mas agora são santos.
(1Coríntios 7:5 e 14)

Esta epístola trata especificamente dos problemas que a igreja de Corinto estava enfrentando: dissensão, imoralidade, problemas na forma de adoração pública e confusão acerca dos dons espirituais. Poderíamos assim dividir a carta de I Coríntios em cinco capítulos. O segundo deles seria o que trata da imoralidade e se estenderia do primeiro versículo 5 ao ultimo capitulo do capitulo 7. Isto é, o que Paulo começou neste capitulo começou bem atrás e termine bem adiante. Leia todo este trecho como sendo um só.
Você vai perceber que Paulo estava preocupado com a saúde do comportamento sexual dos membros daquela igreja. Primeiro ele trata do problema, falando sobre vários tipos de desvios sexuais. Cita pormenores de maneiras sexuais que são consideradas por Deus como perversão do correto. Depois ele dá a solução. A solução é o equilíbrio moral do membro vivendo bem no estado civil que se encontra. Segundo o apóstolo, o melhor , pelas circunstâncias atuais, seria viver só. Mas se não conseguisse manter o pudor vivendo assim, que então se casasse.
Nestas orientações Paulo coloca, em alguns aspectos, o casamento em seu devido lugar.  O capitulo sete é uma resposta a questionamento dos corintos quanto a problemas do matrimônio propriamente dito. Ali ele orienta a monogamia, a fidelidade, o cumprimento do dever que cada cônjuge tem um para com o outro e, nos versos quatro e cinco, da entrega sexual mútua entre os dois. Uma vez que ele falara do lado sujo que o mundo de pecado construiu das ações sexuais, agora ele apresenta a forma correta.
O sexo em seu plano original, dentro do casamento legalmente aceito, é uma santa benção que Deus deixou para o casal entender mais ainda o amor de Cristo pela igreja. Algo tão vital para o relacionamento, que não pode deixar de ser praticado. O que o verso quatro quer dizer é que, a partir do momento em que uma pessoa está casada, ela se entrega à outra de forma tão plena, que até seu corpo pertence ao seu cônjuge, e não mais a si mesmo. Por isto o verdadeiro amor numa relação sexual deve ser transmitido numa intenção de dar, e não de receber. Porque quando uma pessoa casa, ela não deve casar-se para ser feliz, mas para fazer o outro feliz. Logo a relação física do casal é o símbolo indispensável desta entrega. O verso cinco fala da possível falta que pode acontecer. Da falta das atividades intimas do casal. O que ele quer dizer é que esta falta não é sadia, porque vai deixar o parceiro privado de algo muito importante para si, que é dar e receber amor. A menos que os dois combinem, porque então ninguém vai ficar se sentindo mal amado.
Esta interrupção das atividades sexuais por motivo de oração mais intensa, não significa que o ato sexual é incompatível com a oração, logo é pecaminoso. Pelo contrario, se alguém não pode orar por suas atividades sexuais, há algo errado. A pausa na prática de atividades intimas entre o casal por motivo de oração, é pela necessidade de um tempo maior com Deus num contato individual e mais compenetrado. Quer um exemplo disto? Eu e minha esposa nos acordamos às cinco da manhã. Antes de fazermos o culto familiar matinal temos o costume de fazer o culto individual. Assim que acordo, pego minha toalha, terno, calçados, saio e fecho a porta do quarto. Tomo banho, me arrumo, vou para a sacada da casa, fecho a porta e então faço minha devoção pessoal. Por que? Porque enquanto me arrumo, minha esposa já está fazendo a devoção dela. Depois que ela se arruma. Assim, se ficarmos perto um do outro, vai atrapalhar a oração do outro. Se arrumar perto do outro não é pecado, mas nos privamos disto pra que a oração do outro seja num contato individual mais intenso, demorado e compenetrado e individual.
Paulo estava falando para recém conversos. Alguns haviam aceitado o evangelho já casados. Dentre estes, uns tinham o cônjuge que não aceitara o cristianismo. Logo formavam um casal de crente com descrente. Isto torna a vida conjugal muito mais difícil. É um jugo desigual. Mas, uma vez que já estavam casados, que lutassem para viver bem, mesmo com religiões diferentes. Dizer que o incrédulo era santificado no cônjuge crente não era dizer que a santidade de um era imputada ao outro, ou dizer que se um está salvo o outro também já tem salvação. Aqui, Paulo quis dizer duas coisas.
Viver ao lado de alguém que está seguindo a Cristo traz bênçãos pra si. Imagine, se você vive ao lado de um fumante, vai ser contaminado pelo cigarro também, mas se viver ao lado de alguém que está sempre louvando vai ser beneficiado pela atmosfera agradável criada por ele. Quando eles diziam que eram santos, simplesmente estavam identificando-se como seguidores de Deus, mas ainda mortais e sujeitos ao pecado e suas conseqüências, como qualquer outra pessoa. Nada mais. O termo santo, era um tipo de posição, ou melhor, nomeclatura usada para os crentes. Logo, a palavra que aí está traduzida como imunda, para os filhos dos não crentes, quer dizer, não crente, isto é, descrente. Um marido de uma crente era bem vindo na comunidade dos crentes. Não era um desconhecido qualquer. Um filho de uma crente era conhecido entre os crentes.
Paulo estava preocupado com o bem estar familiar. O desejo dele era que a chegada do evangelho aos corintos solidificasse as famílias, e não as dividisse.

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
“Tenho dúvidas sobre Isaías 55:11. Como são possíveis tais coisas?”

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