Vejamos o relato Bíblico da origem do sexo:
“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e
manhã, o sexto dia.” Gênesis 1:31
Note bem, no sexto dia Deus
criara o homem e a mulher. Criou a sexualidade deles também. E Deus viu que
tudo quanto fizera era muito bom.
Algumas pessoas acham que o sexo era algo puro, mas
que após o pecado degenerou-se. Esta não é a posição bíblica.
Se olharmos para o propósito
para o qual Deus criou o sexo veremos que não é apenas para procriação, mas sim
para a alegria e felicidade humanas.
O matrimônio e o Sábado são sagrados. Foram as duas instituições que
Deus deixou para o bem do homem desde a criação. A orientação bíblica é que
homem e mulher cheguem ao casamento virgens, e legal e religiosamente livres:
solteiros, ou viúvos, ou divorciados (como parte inocente). Se vivem
maritalmente quando o Evangelho os alcança, que se casem.
Nenhum outro tipo de
relacionamento sexual é aprovado por Deus. O casamento satisfaz
as necessidades básicas de pertencer, de amar e de ser correspondido.
É protegido pela sociedade e dá dignidade ao casal e aos filhos. Exige
esforço e determinação para torná-lo bom e satisfatório. Nunca deve um casal
pensar que seu casamento foi em erro. O segredo do êxito é manter comunhão com
Cristo e decidir tornar o cônjuge feliz.
Para a felicidade no Casamento o amor é fundamental.
Alguns
acham que o sexo é o presente de casamento que Deus concede a cada casal que se
casa. A procriação humana poderia ter sido planejada por Deus da seguinte
maneira: o homem colocar uma “sementinha sexual” na mulher (na boca, por
exemplo). Por que será que Deus ideou o sexo como o conhecemos, como algo tão
íntimo? Por que Deus ama o homem. O grande prazer e satisfação trazidos pelo
sexo ilustram o quanto Deus ama a humanidade e quer ver-nos felizes. Sendo que
tudo o que Deus faz é bom, reconhecemos que por mais que os homens tenham
deturpado esta dádiva divina, em si mesma ela não é pecaminosa, mas sim santa e
pura como tudo o que Deus faz.
A sexualidade possui três propósitos, que são:
1. Unidade (Gen. 2:18 e 24): Deus criou o homem e a mulher para que vivam em relação e em comunhão, porque “não é bom que o homem esteja só”. Aqui se enfatiza as necessidades sociais que são satisfeitas na relação matrimonial. Ao mesmo tempo, as necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais são contempladas nessa unidade. A unidade baseia-se no amor, e é o amor que deve ser expresso na relação sexual porque “a união de dois corpos não pode produzir por si mesma o amor. Só pode expressar um amor já existente”. O sexo será o servo do matrimônio, e não seu senhor. Isso quer dizer que o caráter da pessoa amada será mais importante que seu corpo ou seus atrativos sensuais.
2. Proporcionar prazer sexual (Cantares e Provérbios);A Bíblia nos apresenta claramente este propósito da sexualidade. Especialmente os livros de Cantares e Provérbios de Salomão se ocupam desse aspecto da sexualidade que não se pode estudar separado dos outros dois propósitos.
O capítulo 5 de Provérbios refere-se à vida sexual
humana, e o versículo 21 deve ser entendido nesse contexto específico, quando
diz: “Porque os caminhos (sexuais) do
homem estão perante os olhos do Senhor, e Ele considera todas as suas veredas
(sexuais)”. Deus observa o ato sexual dos cônjuges entregues ao prazer
inocente designado por Ele mesmo, e o aprova; alegra-Se com o gozo puro e
santo.[i]
É interessante notar que em Cantares não se faz referência
á função procriadora, só a função prazenteira da sexualidade, embora os amantes
não se neguem a beleza de sua própria concepção (Cantares 3:4) e nascimento
(Cantares 6:9; 8:5). Richard Davidson diz que nesse livro “a união sexual
ocorre com valor e significados independentes, os quais não necessitam ser
justificados como meio para um fim superior (por exemplo, a procriação)”. Dito
de outra maneira, o prazer sexual tem seu próprio lugar e não fica sujeito á
procriação nem é controlado por ela. Não se pode perder de vista, entretanto, a
integração dos três propósitos da sexualidade. “Vários estudos recentes têm
analisados profundamente e demonstrado de modo conclusivo a íntima relação
entre os primeiros capítulos de Gênesis e Cantares. Na ‘sinfonia de amor’ que
cômica no Éden e é arruinada depois da queda, Cantares constitui uma ‘poesia do
amor redimido’. Cantares é o comentário defensor de Gênesis 2 e 3; o paraíso
perdido é agora um paraíso reconquistado. [ii]
3. Procriação (Gen. 1:28);O terceiro propósito para o qual foi criada a sexualidade – poderia ser o primeiro ou o segundo, já que a ordem na qual foram colocados neste livro não indica hierarquia, mas enumeração – é o que nos permite concretizar num filho ou numa filha a unidade baseada no amor gostoso e prazenteiro.
Em Gênesis 1:28, Deus diz a Adão e Eva : “ Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a Terra.” Essa ordem é anterior à queda no pecado e,
logicamente, traz implícita a ordem: “Usem sua sexualidade para trazer crianças
ao mundo e povoar a Terra.” Assim o uso imediato da sexualidade nos alvores da
humanidade foi com o propósito de que o primeiro casal constituísse uma
família.
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