Quando Deus opera assim em favor de um povo, Ele usa
instrumentos também humanos para tanto. São homens e mulheres que, por
intermédio deles, o amor convidativo, benévolo e divino se revela. Ao
estudarmos as histórias de José, Jonas, Ester e Rute, não podemos perceber o
amor de Deus como um cuidado prestado somente às suas próprias vidas em
exclusividade, outrossim um plano de assistência coletiva para necessidades às
quais eles e elas foram utilmente usados para supri-las, a saber, no plano da
redenção.
Deus usa-os para mostrar Seu amor em salvar nações. Eles são
exemplos do quanto a visão de Deus é diferente do olhar humano, principalmente
na atribuição de valores. Para Deus, não importa a raça, pois se assim o fosse,
não confiaria em Rute para, destacadamente, fazer parte da genealogia de Jesus,
sendo ela moabita. E ainda que fosse uma israelita, estaria em evidente exceção
numa lista genealógica que tem por praxe apresentar somente homens. Caso
semelhante a este é o de Ester que sendo mulher foi a quem Deus usou para
livrar o povo judeu de uma sangrenta execução que seria imposta por seus
opressores.
As barreiras de status são nitidamente quebradas ao percebermos
o que José era e no que ele se tornou para dar sua contribuição na história do
povo da aliança. Sua importância governamental usada para tanto faz um nítido
contraste com a humildade com que Jonas, sem querer, entrou em Nínive e
proclamou tão poderosa mensagem que salvou a milhares de um povo não nomeado
como eleito, mas inimigo dos eleitos.
Pense bem. Se você fosse um líder e pudesse tomar decisões
no lugar de Deus, faria tais delegações? Eu também não. Porque somos humanos e
temos uma ótica muito ofuscada para entendermos as maneiras pelas quais Deus
pode revelar Seu amor. É por isto que não explicamos, mas sim aceitamos. É uma
questão de fé, pois até para amar é preciso crer nAquele que lidera segundo os
critérios da graça e do amor.
Que Ele lhe abençoe ricamente,
Pr. Valdeci Júnior
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