Hebreus 6:4-6, aparentemente,
parece ensinar que não há esperança de arrependimento ou de re-aceitação divina
para aqueles que aceitaram a Cristo e depois o rejeitaram. As afirmações aqui
consignadas pelo apóstolo trouxeram sérios problemas para a igreja cristã,
especialmente durante as perseguições, quando alguns fraquejaram e
posteriormente arrependidos de terem sido tíbios na fé quiseram voltar, muitas
comunidades cristãs não queriam aceitá-los escudados em Hebreus 6:6.
Mas isso parece contraditório ao
próprio cristianismo, pois os evangelhos ensinam que Cristo está sempre de
braços abertos para receber o mais indigno pecador, que reconhece o erro e
apela pelo perdão, como nos relata Mateus 18:22 e se comprova na triste
experiência de Pedro. Em contrapartida, outra verdade escriturística deve ser
lembrada: não há esperança para quem consciente e deliberadamente rejeita os
ensinamentos de Cristo e o seu sacrifício vicário em nosso favor.
Portanto, esta passagem deve ser
estudada em paralelo a 10:26-31 e 12:15-17; 25-29. Da leitura de Hebreus 6:4-6
juntamente com as outras passagens correlatas, deduzimos que Paulo fala de
pessoas que propositadamente rejeitaram a Cristo e os princípios do evangelho.
Algumas pessoas ficam perturbadas
com estes textos, pensando que é possível que eles se refiram ao apostatado
comum, que em seu coração jamais rejeitou ao Senhor, e que está constantemente
pensando que algum dia voltará a servi-lo novamente. E muitas vezes, quando ele
começa a penar seriamente em fazer isto o mais depressa possível, o Diabo o
confronta com estes textos, da mesma forma que confrontou o próprio Cristo com
textos da Escritura, procurando dar-lhes uma aplicação errônea.
O texto fala de indivíduos que
verdadeiramente iluminados. Verdadeiramente provaram o dom celestial, e sabem
por experiência o que ele significa. Tornaram-se participantes do Espírito
Santo. Provaram a Palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro. Sua
experiência alcançou as profundezas de um conhecimento definido, de forma que
conheceram os explícitos fundamentos do divino dom. E então esses indivíduos se
afastam de tudo isto, e, segundo o texto citado do décimo capítulo de Hebreus,
consideram o sangue da aliança, pelo qual foram sacrificados, como coisa
profana, comum. Desprezaram o Espírito da graça. Trata-se de uma deserção real
que leva um homem a renunciar as coisas que ele realmente sabe serem a verdade,
desrespeitando e desprezando Espírito Santo.
Logo, a maioria dos teólogos aceita
que a apostasia aqui referida é o ato de cometer o pecado imperdoável (Mat.
12:31-32), uma vez que esta é a única forma de apostasia que é sem esperança.
Para John Cotton: “nada pode existir nesta passagem que nos leve a duvidar da
total misericórdia de Deus, pois do contrário, esta passagem destruiria o
evangelho”.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer dizer o que pensa sobre o assunto?
Então, escreva aí. Fique à vontade.
Mas lembre-se: não aceitamos comentários anônimos.
Agora, se quiser fazer uma pergunta, escreva para nasaladopastor@hotmail.com