“A Epístola de Tiago é um dos
livros que mais duramente teve que lutar para obter sua incorporação ao Novo
Testamento. E ainda depois de ter chegado a ser considerada como parte da
Escritura, foi mencionada com certa reserva e suspicácia. Até em época tão
tardia como o século XVI Lutero de boa vontade a teria eliminado totalmente do
Novo Testamento (William Barclay)”.
De acordo com o Comentário
Bíblico Moody, o conteúdo de Tiago “é um pedido em prol do cristianismo vital.
Herder captou o teor deste livro quando escreveu: ‘Que nobre é o homem que fala
nesta Epístola! Que incansável paciência no sofrimento! Que grandeza na
pobreza! Que alegria na tristeza! Simplicidade, sinceridade, confiança direta
na oração! Como ele quer ação! Ação, não palavras . . . não uma fé morta!’
(citado por F.W. Farrar em
The Early Days of Christianity, pág. 324).
“No verdadeiro espírito dá
literatura da Sabedoria, Tiago maneja muitos e diferentes assuntos. Seus
parágrafos curtos e abruptos já foram comparados a um colar de pérolas - cada
um é uma entidade separada em si mesmo. Há algumas transições lógicas, mas em
grande pane as transições são abruptas ou nem existem. Este fenômeno toma
impossível um esboço no sentido usual. Aqui está, entretanto, uma lista dos
assuntos tratados na ordem de sua ocorrência na epístola”.
“A epístola de Tiago é um dos
escritos mais instrutivos do Novo Testamento. Dirigida principalmente contra os
erros particulares da época, produzidos entre os cristãos judeus, não contém as
mesmas declarações doutrinárias completas de outras epístolas, mas apresenta um
admirável resumo dos deveres práticos de todos os crentes. Aqui estão
manifestas as principais verdades do cristianismo, e se considerada com
atenção, demonstrará que coincidem inteiramente com as declarações de Paulo
acerca da graça e da justificação, abundando ao mesmo tempo em sérias
exortações à paciência da esperança e à obediência da fé e do amor, mescladas
com advertências, repreensões e exortações conforme os assuntos tratados. As
verdades aqui expostas são muito sérias, e é necessário que em todo o tempo se
sustenham e se observem as regras para sua prática. Em Cristo não há ramos
mortos ou sem seiva, e a fé não é uma graça ociosa; onde quer que esteja,
produz fruto em obras (Mathew Henry)”.
O que surpreende em Tiago é que
somente em duas ocasiões se menciona o nome de Jesus (1:1; 2:1); e também que
nada se diz acerca da Sua vida, morte e ressurreição. No entanto, a fé do autor
inspira todo o discurso e se faz manifesta nas referências ao “bom nome”. Suas
expectativas fervorosas com respeito à igreja primitiva devem servir-nos de
exemplo.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
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