Por que há desigualdades no
mundo e na igreja?
“Pois
nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente,
abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra”
(Deuteronômio 15:11).
Este texto bíblico é claro em seu
significado. Diz que sempre existirão pobres no mundo e inclusive entre o povo
de Deus, pois nesta ocasião Deus estava falando ao povo de Israel; nós
somos o Israel espiritual.
Isto ocorre não por que seja da
vontade de Deus ou da igreja, mas sim como uma conseqüência do pecado. Deus
está predizendo neste verso uma das conseqüências do mal ter entrado no mundo:
as desigualdades sociais.
O Senhor não apenas disse que tal
(desigualdade social) haveria entre o mundo e Seu povo; Ele proveu e ordenou
uma solução momentânea para o mesmo (quando Jesus voltar, a solução será
completa, pois terminará o pecado e suas conseqüências):
“Eu ter ordeno: livremente
abrirás a mão a teu irmão, para o necessitado e o pobre...”. Deus colocou sobre
a responsabilidade do mais abastados, ajudar aqueles que são menos afortunados.
Nos dias de hoje, esta ordem de Deus está sendo seguida por poucos; Deus irá
pedir contas a cada um por isto (leia atentamente Mateus 25:31-46).
Isto não quer dizer que a pessoa
ao ser ajudada não necessite trabalhar quando tem saúde para isto e também a
oportunidade de ter um emprego:
“Porque, quando ainda
convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma”.
(2 Ts 3:10 RA).
A Bíblia condena o sustento
daqueles que não querem trabalhar, que por preguiça não se esforcem:
“Vai ter com a formiga, ó
preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio”. (Provérbios 6:6 RA).
Cristo faz referência à existência dos pobres
(desigualdade social) em Mateus 26: 11:
“Porque os pobres, sempre os
tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes”.
“Nunca irá acabar a
necessidade de se demonstrar generosidade e caridade cristãs. Tiago diz que os
pobres são os que Deus escolheu para Si (Tg 2:5). Os pobres necessitados têm
direito de pedir a ajuda dos que têm meios e deve ser lhes ser dado a ajuda que
necessitam, não de mal grado senão liberalmente. A aparente contradição entre
este versículo e o verso 4 se deve a que no verso 4 se apresenta o resultado da
cooperação com o plano aqui exposto (ver com. vers. 4). Contudo nunca chegaria
o momento quanto não haveria oportunidade de ajudar a algum semelhante”[1].
Plano de Deus Para Sanar a Desigualdade em Israel[2]
O povo devia ser impressionado
com o fato de que era a terra de Deus que se lhes permitia possuir por algum
tempo; de que Ele era o legítimo possuidor, o proprietário original, e de que
desejava se tivesse consideração especial pelos pobres e infelizes. A mente de
todos devia ser impressionada com o fato de que os pobres têm tanto direito a
um lugar no mundo de Deus como o têm os mais ricos.
Tais foram as disposições tomadas
por nosso misericordioso Criador a fim de diminuir o sofrimento, trazer algum
raio de esperança, lampejar uma réstia de luz na vida dos que são destituídos
de bens e se acham angustiados.
O Senhor queria pôr obstáculo ao
amor desordenado à propriedade e ao poderio. Grandes males resultariam da
acumulação contínua da riqueza por uma classe, e da pobreza e degradação por
outra. Sem alguma restrição, o poderio dos ricos se tornaria um monopólio, e os
pobres, se bem que sob todos os aspectos perfeitamente tão dignos à vista de
Deus, seriam considerados e tratados como inferiores aos seus irmãos mais
prósperos. A consciência desta opressão despertaria as paixões das classes mais
pobres. Haveria um sentimento de aflição e desespero que teria como tendência
desmoralizar a sociedade e abrir as portas aos crimes de toda espécie. Os
estatutos que Deus estabelecera destinavam-se a promover a igualdade social. As
disposições do ano sabático e do jubileu em grande medida poriam em ordem
aquilo que no intervalo anterior havia ido mal na economia social e política da
nação.
Aqueles estatutos destinavam-se a
abençoar os ricos não menos que os pobres. Restringiriam a avareza e a disposição
para a exaltação própria, e cultivariam um espírito nobre e de beneficência; e,
alimentando a boa vontade e a confiança entre todas as classes, promoveriam a
ordem social, a estabilidade do governo. Nós nos achamos todos entretecidos na
grande trama da humanidade, e o que quer que possamos fazer para beneficiar e
elevar a outrem, refletirá em bênçãos a nós mesmos. A lei da dependência
recíproca vigora em todas as classes da sociedade. Os pobres não dependem dos
ricos mais do que estes dependem daqueles. Enquanto uma classe pede
participação nas bênçãos que Deus conferiu aos seus vizinhos mais ricos, a
outra necessita do serviço fiel, e da força do cérebro, ossos e músculos,
coisas que são o capital do pobre. ...
Muitos há que insistem com grande
entusiasmo que todos os homens deviam ter participação igual nas bênçãos
temporais de Deus. Mas isto não foi o propósito do Criador. A diversidade de
condições é um dos meios pelos quais é desígnio de Deus provar e desenvolver o
caráter. Contudo, é Seu intuito que aqueles que têm haveres terrestres se
considerem simplesmente como mordomos de Seus bens, estando-lhes confiados os
meios a serem empregados para o benefício dos sofredores e necessitados.
Cristo disse que teremos os
pobres sempre conosco; e Ele une Seu interesse com o de Seu povo sofredor. O
coração de nosso Redentor compadece-se dos mais pobres e humildes de Seus
filhos terrestres. Ele nos diz que são Seus representantes na Terra. Pô-los
entre nós para despertar em nosso coração o amor que Ele sente pelos que sofrem
e são oprimidos. A piedade e a benevolência a eles mostradas são aceitas por
Cristo como se o fossem para com Ele mesmo. Um ato de crueldade ou negligência
para com eles, é considerado como se fosse praticado a Ele. (Patriarcas e Profetas,
págs. 534-536[3]).
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