sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O Que Vamos Mudar Na Nossa Igreja?

“E se a igreja fosse sua, o que você mudaria? “Há alguns meses, levantei essa pergunta. Em blogs e redes sociais, os participantes quiseram me responder em particular, sem se expor para os demais internautas. E as respostas se prenderam aos usos e costumes, à abordagem da transmissão da mensagem e à plástica das programações. Superficial. Por um lado, graças a Deus por isso! Sem questionamentos doutrinários! Mas então, o que nos falta? Carecemos de quê? De coragem para pôr a boca no trombone? De profundidade? Ou de maior reflexão e conhecimento eclesiásticos, para então conseguirmos dar uma contribuição mais plausível de sugestão de mudança?
Em meu blog, o espaço onde está a maior e mais contínua frequência de interação é numa publicação de 07/04/2011, onde fiz um pedido de oração. De lá pra cá, já postei mais de mil novos textos. Mas aquela postagem continua, de longe, sendo a que mais recebe comentários. Corrigindo, nem são comentários. Os internautas transformaram o que seria o espaço para comentários em um mural de pedidos de oração.
Eu resumiria tudo isso em uma palavra: “carência”.
Pra começo de história, a pergunta deveria ser feita de forma diferente, pois somos a igreja. Ela não está lá e nós aqui. A igreja é o ajuntamento das pessoas, fisicamente, em atividade ou propósito. Com prédio ou sem. A igreja é você! Então, a pergunta é: o que devo mudar em mim para que a igreja seja diferente? Já parou para pensar nisso? Se a igreja precisa de ajustes, em primeiro lugar, os parafusos frouxos devem ser procurados na minha pessoa.  Mas e quanto aos problemas distantes ou maiores do que eu? Responda questionando sobre como exponenciar o tamanho do seu raio de influência. Não pela força, mas pelo espírito (Zacarias 4:6). 
Nelson Mandela não começou pelo poder estatal. Mas a partir do que existia em si, deu um giro de 180 graus no destino de milhares. Uma influência tão radical, que continua até mesmo com o exercício prático do legado póstumo. Nossa carência é individual, porém, múltipla. Nossa oportunidade também.
Não penso em mudar coisa alguma na igreja. Levantei a pergunta com o único propósito de obter subsídio para escrever este texto. Mas tenho consciência de que precisamos ser incomodados. Nossa carência está relacionada com sacudidura. Quando recebi o convite para o “Reavivados Por Sua Palavra”, na Rádio Novo Tempo, relutei em aceitar, sem saber o porquê. Depois descobri. A coragem para dizer “sim” só chegaria quando o projeto estivesse internalizado em mim. Ou melhor, o reavivamento começa de dentro pra fora, como as ondinhas produzidas por uma pedra jogada na lagoa.
Penso que Ellen White gostaria de mudar algo na igreja. Mas ela não o faria. Não por reservas, mas por isso ser-lhe impossível: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação. ” Isso deveria ser mudado na igreja: nosso estado espiritual, de morno para quente.
Jesus também, tão insatisfeito com a situação da igreja, até passa mal. Sim, Ele está com náuseas (Apocalipse 3:16)! Por isso, nos escreveu um bilhete de amor (v.19). Porque Seu sofrimento é por você e por mim. A carta à igreja de Laodicéia (v.14-22) é um verdadeiro anseio para que a igreja migre para o status de reavivada, através do estudo da Bíblia, da aceitação do senhorio de Jesus e da oração pelo batismo com o Espírito Santo (v.17). E quem de nós não pode revestir-se desta áurea esclarecedora?
 “Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). E a carência é tão grande que nem sabemos do que precisamos. O que me entristece é que, de modo geral, os internautas não reclamam por reavivamento e reforma. Pedem oração por cura e prosperidade. Bem diferente da oração do Mestre em João 17. Nela está o recebimento da glória de todos para todos que participam da comunhão. É o que você pode fazer. Reformar seus hábitos para orar mais, abrir o coração e ler a Bíblia, a ponto de poder ser visto como um reavivado!

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