quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Que a Igreja Pensa Sobre o Controle de Natalidade

O que a igreja aconselha sobre o controle de natalidade?

As tecnologias científicas de hoje permitem o maior controle da fertilidade e da reprodução humana do que no passado. Essas tecnologias tornam possível a relação sexual com uma expectativa muito reduzida de gravidez e de nascimentos. O casal cristão tem o potencial de controlar a fertilidade, o que tem levado a muitos questionamentos com uma ampla gama de implicações religiosas, médicas, sociais e políticas. As novas técnicas oferecem oportunidades e benefícios, mas também apresentam desafios e desvantagens. Varias questões morais devem ser consideradas. Os cristãos que têm a palavra em sua escolha pessoal, quanto a estas questões, devem ser instruídos a fim de que possam tomar decisões sólidas baseadas em princípios bíblicos.
Entre as questões a serem consideradas, está o debate quanto a se é ou não apropriada a intervenção humana no processo biológico natural de reprodução humana. Se qualquer intervenção for apropriada, então devem ser tratadas as questões adicionais quanto ao que, quando e como. Outras preocupações relacionadas incluem:
a)      A probabilidade do aumento da imoralidade sexual com a disponibilidade e o uso que os métodos contraceptivos podem promover.
b)      O domínio de um dos sexos quanto aos privilégios e prerrogativas sexuais tanto do homem quanto da mulher.
c)      O debate sobre o direito de uma sociedade militar a liberdade pessoal no interesse da coletividade, e a discussão sobre o apoio econômico e educacional para os que estão em desvantagens.
d)     Aspectos relacionados com o crescimento populacional e o uso dos recursos naturais.
Entendemos que uma declaração com considerações morais sobre o controle da natalidade deve ser vista dentro de um contexto mais amplo dos ensinamentos bíblicos sobre a sexualidade, o casamento, a paternidade e o valor dos filhos, e que deve haver uma compreensão da inter-relação dessas questões. Cientes da diversidade de opiniões na igreja, o seguintes princípios bíblicos são estabelecidos para instruir e pautar a tomada de decisões.

1)      Mordomia responsável. Deus criou os seres humanos à Sua própria imagem, homem e mulher com a faculdade de pensar e de tomar decisões (Isaías 1:18; Josué 24:15; Deuteronômio 30:15-20). Deus deu aos seres humanos o domínio sobre a Terra (Gênesis 1:26-20). Esse domínio requer a supervisão e o cuidado da natureza. A mordomia cristã também requer que se assuma a responsabilidade pela procriação humana. A sexualidade como um dos aspectos da natureza humana sobre o qual o indivíduo exerce mordomia, deve ser expressa em harmonia com a vontade de Deus (Êxodo 20:14; Gênesis 39:9; Levítico 20:10-21; 1Cotíntios 6:12-20).

2)      Propósito da Reprodução. A perpetuação da família humana é um dos propósitos de Deus para a sexualidade humana (Gênesis 1:28). Embora, de forma geral, possamos inferir que o casamento destina-se a produzir descendentes, a Escritura nunca apresenta a procriação como uma obrigação do casal, a fim de agradar a Deus. Contudo, a Revelação divina confere um elevado valor aos filhos e expressa a alegria encontrada na paternidade (Mateus 19:14; Salmo 127:3). Ter e educar filhos ajuda os pais a entenderem a Deus e a desenvolverem compaixão, solicitude, humildade e abnegação (Salmo 103:13; Lucas 11:13).

3)      Propósito unificador. A sexualidade tem um propósito unificador no casamento, ordenado por Deus, e de diferente do propósito reprodutivo (Gênesis 2:24). A sexualidade no casamento destina-se a incluir alegria, prazer e deleite (Eclesiastes 9:9; Provérbios 5:18-19; Cantares 4:16-5:1). É propósito de Deus que os casais mantenham comunhão sexual além da procriação (1Coríntios 7:3-5), uma comunhão que estabeleça laços fortes e que proteja os cônjuges de um relacionamento impróprio com outra pessoa (Provérbios 5:15-20; Cantares 8:6-7). No propósito de Deus, a intimidade sexual não se destina apenas à concepção. A Escritura não proíbe o casal de desfrutar das delícias da relação conjugal enquanto tomam medidas contraceptivas.

4)      Liberdade de Escolha. Na criação – e novamente pela redenção provida por Cristo – Deus deu ao ser humano a liberdade de escolha, e pede que empregue com responsabilidade (Gálatas 5:1 e 13). No plano divino marido e mulher constituem uma unidade familiar única, tendo ambos a liberdade e responsabilidade de tomarem decisões sobre a sua família (Gênesis 2:24). Os cônjuges devem levar um ao outro em conta ao tomarem decisões sobre o controle da natalidade, estando dispostos a considerar as necessidades do outro e também as suas próprias (Filipenses 2:4). Para o casal que decide ter filhos a escolha da procriação deve ter limites. Vários fatores devem nortear sua escolha, incluindo a capacidade de atender a necessidade dos filhos (1Timóteo 5:8); a saúde física emocional e espiritual da mãe (3João 2; 1Coríntios 6:19; Filipenses 2:4; Efésios 5:25); a circunstâncias sociais e políticas nas quais os filhos nascerão (Mateus 24:19); e a qualidade de vida e os recursos globais disponíveis. Somos mordomos da criação de Deus e, portanto, devemos ir além da nossa própria felicidade e desejos e considerar as necessidades dos outros (Filipenses 2:4).

5)      Métodos Contraceptivos Apropriados. A decisão moral sobre a escolha do uso dos diferentes métodos contraceptivos deve prover da compreensão de seus prováveis efeitos sobre a saúde física e emocional, a forma pela qual atual os gastos financeiros envolvidos. Há uma diversidade de métodos para o controle da natalidade – incluindo métodos de barreira, espermicidas e esterilização – que impedem a concepção e que são moralmente aceitáveis. Outros métodos contraceptivos (alguns exemplos atuais desses métodos incluem aparelhos intra-uterinos [DIU], pílulas de hormônio [incluindo a pílula do “dia seguinte”], injeções ou implantes; as perguntas sobre esses métodos devem ser encaminhadas a um médico) podem impedir a união do óvulo com o espermatozóide (fertilização) ou podem impedir a fixação do óvulo já fertilizado (implantação). Devido à incerteza sobre como eles funcionarão em uma determinada situação, podem ser moralmente questionáveis para aqueles que crêem que a proteção da vida humana inicia na fecundação. Contudo, considerando que a maioria dos óvulos fecundados não chega a se implantar ou se perde após a implantação, mesmo quando os métodos contraceptivos não são usados, os métodos hormonais de controle de natalidade e os DIUs que representam um processo similar, podem ser vistos como moralmente aceitos. O aborto, isto é, a interrupção proposital de uma gravidez estabelecida não é moralmente aceito no que diz respeito ao controle de natalidade.
6)      Mau Uso do Controle de Natalidade. Embora acrescente capacidade de lidar com a fertilidade e de se proteger de doenças sexualmente transmissíveis possa ser útil a muitos casais o controle de natalidade pode ser mal empregado. Por exemplo, por aqueles que se engajam em relações sexuais pré-nupciais ou extra-conjugais podem mais prontamente indulgentes com tais comportamentos devido à disponibilidade dos métodos contraceptivos. O uso desses métodos para proteger a relação sexual fora do casamento pode reduzir o risco de doenças sexualmente transmissíveis e/ou gravidez. No entanto, o sexo fora do casamento é prejudicial e imoral, quer o não esses riscos tenham sido diminuídos.

Uma Abordagem Redentora. A disponibilidade dos métodos de controle da natalidade torna a educação sobre a sexualidade e a moralidade ainda mais imperativa. Menos esforço deve ser gasto na condenação e mais na educação e nas abordagens redentoras que buscam permitir a cada individuo ser persuadido pelos apelos profundos do Espírito Santo.

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O conteúdo acima, na íntegra, foi extraído do livro “Declarações da Igreja”, da Casa Publicadora Brasileira.


Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:Gostaria de entender o texto de Marcos 2:21 e 22, que fala de remendo novo em pano velho.

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