segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Carnes Imundas



Em Lucas 10:8 Jesus liberou as carnes imundas para os discípulos?

Para responder a esta pergunta, abaixo algumas palavras de Rick Warren, de Saddleback, Califórnia, EUA, ministro batista que é considerado o pastor mais influente da atualidade.



“Jesus disse aos discípulos: “Quando entrardes numa cidade, e vos receberem, comei do que vos oferecem” (Lucas 10:8). Isso significa que Jesus estava dando mais do que um conselho sobre a dieta dos apóstolos. Estava ensinando que eles deveriam ser sensíveis à cultura local. Ele dizia que se enturmassem com aqueles que estavam querendo alcançar. Eles precisavam se adaptar aos costumes culturais, desde que não violassem os princípios bíblicos”.



Espero que tal declaração tenha lhe esclarecido o presente questionamento. Caso restem ainda dúvidas, sinta-se à vontade para continuar correspondendo-se conosco.

Um abraço, e fique na paz do Senhor.

Twitter: @Valdeci_Junior




Pergunta que Será Respondida Amanhã:
Gostaria de ter uma explicação sobre Malaquias 4:5 e 6. O que significa?

domingo, 30 de janeiro de 2011

Saindo do Casulo: Adolescente Questiona Sobre a Justiça de Deus

...Sobre religião, quando eu era um menino, eu aceitava tudo que eles me ensinavam, de boa. Mas não consigo mais acreditar em coisas só porque os outros dizem... Tenho dúvidas sobre os métodos de Deus querer se passar por justo... Se eu fosse onipotente e estivesse no lugar dEle, penso que faria diferente...

Amigo,

Em primeiro lugar, quero dizer que lhe admiro muito, só por este pouco contato aqui. Porque este contato demonstra duas coisas: 1)Você é uma pessoa que tem uma inteligência acima da média; 2)Você está interessado em Deus, caso contrário não estaria perguntando sobre Ele.
Isso é muito bom. E não se culpe tanto por questionar assim não, porque todo bom cristão mais cedo ou mais tarde, tem seu momento da dúvida, onde ele tem que encontrar suas próprias respostas. E você está na idade certa de que isso aconteça naturalmente na vida. Ontem você era uma criança, hoje você é um indivíduo. E essa individualidade precisa ter sua identidade em muitos assuntos da vida, inclusive a fé. Logo, não é mais suficiente para você, simplesmente, como uma criança, aceitar que é assim e assado porque os outros disseram que é, e pronto. Se nessa idade, você aceitasse as coisas assim eu ficaria preocupado, porque seria um indício de que não teria amadurecido.
Mas graças a Deus que você amadureceu e está na fase de ter suas próprias respostas. Quando tinha 18 anos (demorei um pouquinho mais que você, rsrsrs, mas também cheguei lá), eu também me deparei na mesma encruzilhada. Eu pensava assim: “o caramba, que vou ter essa crença só porque a recebi por herança!”. E daí eu botei em cheque e questionei toda a doutrina que minha igreja ensinava. Reestudei tudo, por mim mesmo. Ralei muito. Sempre na expectativa de que se encontrasse um erro não o aceitaria, e que se encontrasse um caminho melhor me redefinria. Foi muito bom, e me redefini pro resto da vida.
Mas é por isso que acho que a(s) resposta(s)  que você busca pode não ser motivada pelas razoes que você pensa. Seria muito fácil eu lhe dizer assim: “Cara, esse é o seu conceito de justiça, mas não o de Deus”.
Mas não é bem assim. Vejo que há muita coisa por trás, e somente dialogando sobre elas é que eu poderia ajudar-lhe melhor. Então, para isso, vou lhe fazer umas perguntinhas, posso?
Você disse sobre sua formação cristã. Mas como se deu essa educação? Quem lhe educou assim e como? O que foi feito? Desde que idade? Em que igreja? Usando quais métodos? Qual foi o seu envolvimento, ao longo de cada faixa etária da vida? Quantos livros já leu sobre esse assunto que você questiona? Quando? Quais? Qual foi o último que leu na íntegra? Terminou quando? Qual(is) está lendo agora?
Você falou sobre que já foi devidamente instruído nos caminhos do Senhor. Mas o que  é conhecer a Deus? Você faz a sua devoção diária? Na prática: Lê a Bíblia diariamente em leitura pessoal, como alimento espiritual, numa comunhão com Deus? Gasta um tempo especial diário de oração, sozinho com Deus, abrindo o coração a Ele, como a um amigo, contando tudo sobre sua vida pra Ele? Você louva a Deus todos os dias , cantando para Ele e sobre Ele? O que você faz diariamente para testemunhar (testemunho ativo, e não passivo) sobre Deus para alguém? Faz o culto familiar cotidiano? Freqüenta a igreja regularmente e trabalha para contribuir com o serviço efetivo de Deus, pelo menos uma vez por semana?
Essas perguntas têm a seguinte razão: se não estivermos sadios no relacionamento  com Deus, não estaremos preparado para compreendê-Lo, pois ele é um Ser. É como acontece num relacionamento humano. Não se conhece, de verdade, uma pessoa, sob um currículo, mas sob um teto.
Penso que conhecendo-lhe melhor, baseado nesses pontos em que lhe indaguei, terei o começo das condições em ajudar-lhe a começar a encontrar-se, em suas definições cristãs. Não se assuste, isso é normal. Qualquer coisa que você escrever não terá resposta certa ou errada. Quero apenas saber em que ponto estamos para definirmos para onde iremos.
Mas muito obrigado por participar desta Sala! Se você deseja fazer o curso bíblico avançado, “Princípios”, clique aí ao lado, e peça já o seu curso. É uma linda revista, com cem páginas ilustradas. Você pode também presentear a outras pessoas com esta revista.
A distribuição desta revista é gratuita.
Não pare de estudar nunca! Saia do casulo!


Um abraço, e, por enquanto, oro por ti.

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Em Lucas 10:8 Jesus liberou as carnes imundas para os discípulos?

sábado, 29 de janeiro de 2011

Profeta Trabalhando Pelado?

Gostaria que me explicassem a mensagem do capítulo l9:l9-24 de 1 Samuel. O que quer dizer o rei ir profetizando por todo o caminho, e chegando na casa dos profetas tirou a roupa e profetizou o dia inteiro e a noite inteira. O que significa ele ter ficado nu?




Prezado amigo, pra mim, é um prazer receber a sua pergunta. Você questiona sobre algo realmente curioso, mas não tão problemático. Examine esta passagem em pelo menos umas cinco versões diferentes da bíblia.

A casa dos profetas era o seminário da época.

O comentário bíblico SDABC nos explica que a expressão original hebraica pode indicar vários modos, como: maltrapilho, vestido de maneira pobre, vestido com uma só roupa, ou tendo tirado o manto. Estas diferentes formas de traduzir o mesmo termo original estão em nossas versões para a língua portuguesa nas seguintes passagens: (Jó 1: 21; 22: 6; 24: 7, 10; Is. 58: 7; 20: 2).

‘Tirar a roupa” pode não significar “tirar toda a roupa”.

Pelo costume da época e o contexto da narração, aqui é muito provável que Saul tenha tirado o seu manto real e permanecido somente com sua roupa comum. Existia a túnica interna que era uma prenda interior comumente usada somente dentro de casa. Na rua, o manto exterior ou a capa apenas era jogado por cima. Despojado de seu manto real, talvez Saul ficou vestido à semelhança de um dos alunos da escola dos profetas.

Talvez aqui o Espírito Santo tenha se apossado de Saul, pessoalmente, pela última vez.

A historia de Saul nos mostra o fato de que alguém ser hoje um representante de Deus já não tem sua salvação para sempre garantida. Devemos vigiar e orar sempre, pois enquanto aqui vivermos estaremos correndo o risco da apostasia.Mas em Cristo podemos todas as coisas!

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Sobre religião, quando eu era um menino, eu aceitava tudo que eles me ensinavam, de boa. Mas não consigo mais acreditar em coisas só porque os outros dizem. Tenho dúvidas sobre os métodos de Deus querer se passar por justo. Se eu fosse onipotente e estivesse no lugar dEle, penso que faria diferente.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Os diferentes tipos de interpretação bíblica para o "Milênio"



Quais são as correntes teológicas de estudo sobre o milênio?



Depois da tribulação Cristo voltará à Terra. A palavra millennium vem do latim mille e annus que significa mil anos. O termo grego usado na Bíblia é chiliasm (quiliasmo). Os tipos de estudos sobre o Milênio, podem se agrupar em três modos:

1) Amilenistas: Os que defendem esta posição não crêem na literalidade do reino milenial. Para eles o milênio é uma realidade puramente espiritual, que se estende do primeiro advento ao segundo advento de Cristo, período este que já se completou quase 2.000 anos, e que culminará na grande tribulação para restauração da igreja e o progresso do testemunho do evangelho.

2) Pós-Milenistas: Tal como os amilenistas, os pós-milenistas colocam a segunda vinda e o arrebatamento da igreja depois do milênio e da tribulação. eles identificam a tribulação com a revolta de Gogue e Magogue (Ap.20:8,9). Os pós-milenistas acreditam que a história avança em direção à cristianização do mundo pela igreja, e que haverá um milênio futuro de duração indeterminada.

3) Pré-Milenistas: Para estes o milênio é futuro e literal de mil anos na terra, que vem precedido pela tribulação, e é posterior a segunda vinda. Há dois tipos de pré-milenismo, a saber:

a) Pré-Milenismo Histórico: Colocam o milênio depois da tribulação, mas crêem que a tribulação será um período breve e indeterminado de aflição.

b) Pré-Milenismo Dispensacionalista: Estes vinculam a tribulação à 70ª. semana de Daniel, e, assim, baseado nela, consideram a sua duração por um período de sete anos.

Cremos que o pré milenismo histórico é o modelo correto de interpretação bíblica. Um estudo histórico que apresenta as razoes destas correntes pode ser visto em, C. Mervyn Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, Casa Publicadora Brasileira, 0800 979 06 06.

Um abraço do seu amigo e irmão em Cristo,

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Gostaria que me explicassem a mensagem do capítulo l9:l9-24 de 1 Samuel. O que quer dizer o rei ir profetizando por todo o caminho, e chegando na casa dos profetas tirou a roupa e profetizou o dia inteiro e a noite inteira. O que significa ele ter ficado nu?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Desejo de Mulher Para Homem



Qual o significado da palavra desejo em Gênesis 3:16 ?












Sua pergunta merece uma atenção especial.

À mulher disse: Multiplicarei em grande maneira as dores de tua gravidez; com dor darás à luz os seus filhos; e teu desejo será para teu marido, e ele te dominará. Gênesis 3:16 (tradução própria).

Teu desejo será para o teu marido.

A palavra hebraica shuq, aqui traduzida como desejo, significa “ir após algo”; “ter um intenso anelo por uma coisa”, o que indica o mais forte anseio possível da parte dela. Mesmo que oprimida pelo homem e torturada pelas dores do parto, a mulher ainda sentiria um intenso desejo pelo seu esposo. Parece razoável concluir que esse “desejo” foi dado para aliviar as dores do sexo feminino e para unir ainda mais estreitamente o coração do esposo e da esposa.
Como sabemos que na Bíblia a mulher é símbolo da igreja, e que o marido é símbolo de Cristo (Ef 5:23 e 32), uma vez que aqui está claro que Deus não estava se reportando somente a Eva, mas ao destino da humanidade, vemos nesta expressão um sentido mais profundo. A igreja tendo um desejo de Cristo. Como seus filhos, bem aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos (Mt 5:6) pela água da vida (Jo 4:13 e 14) que a todos sacia definitivamente.
No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. I João 4:18.

Que o Senhor abençoe a sua busca por Ele!!!


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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Quais são as correntes teológicas de estudo sobre o milênio?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Mulher Adúltera de João 8 é a mesma Maria Madalena? - Texto




Podemos identificar a mulher adúltera de João 8: 1-11 como sendo Maria Madalena?


Veja o vídeo deste conteúdo clicando aqui.


[1]A maioria dos manuscritos antigos do Evangelho de João não contém o texto de João 7:53 a 8:11, onde aparece o relato sobre "uma mulher surpreendida em adultério" (8:3). Mas existem evidências suficientes para crermos que esse relato descreve um incidente genuíno na vida de Jesus, que enfatiza a mesma graça salvadora manifesta no diálogo com a mulher samaritana (João 4:1-42), na parábola do filho pródigo (Luc. 15:11-32) e na história de Maria Madalena (João 12:1-8). Profetas posteriores consideram o relato de João 8: 1-11 uma experiência real[2].

A tentativa de identificar a mulher surpreendida em adultério como sendo a "Suzana" mencionada em Lucas 8:3 não passa de mera conjectura, pois nem o relato bíblico e nem os comentários que mais se prezam mencionam o nome dessa mulher.

Estudiosos entendem que a mulher era casada e que fora induzida "ao pecado" pelos seus próprios acusadores com a intenção de "armar uma cilada para Jesus"[3].

Diz uma comentarista bíblica que o encontro daquela mulher com o Salvador marcou "o início de uma nova vida, vida de pureza e paz, devotada ao serviço de Deus", transformando-a em um dos "mais firmes seguidores" de Jesus e "um dos mais resolutos amigos de Jesus" que esteve com Ele mesmo "ao pé da cruz" por ocasião da crucifixão[4].

Já Maria Madalena é identificada nos Evangelhos como a pessoa de quem Jesus expulsou "sete demônios" (Mar. 16:9; Luc. 8:2), e que presenciou a crucifixão e o sepultamento de Cristo (Mal. 27:56, 61; João 19:25). Foi a ela que Cristo apareceu primeiro depois de ressuscitado, tornando-se a primeira porta-voz da ressurreição (Mal. 28: 1-10; Mar. 16:1-11; Luc. 24:1-11; João 20:1-18). Comentaristas bíblicos questionam, porém, se a unção de Jesus mencionada em Lucas 7:36-50 seria a mesma registrada em João 12:1-8 (ver também Mal. 26:6-13; Mar. 14:3-9), realizada por Maria Madalena.

Todavia, em harmonia com uma antiga tradição cristã, confirmamos que foi realmente Maria Madalena que ungiu com perfume a Jesus no banquete na casa de Simão. Maria Madalena era a irmã de Marta e Lázaro, e ela foi induzida "ao pecado" pelo próprio Simão. Além disso, ela "foi a última a deixar o sepulcro do Salvador, e a primeira a ser por Ele saudada na manhã da ressurreição".

A tentativa de identificar Maria Madalena como sendo a mulher surpreendida em adultério (João 8: 1-11) é, tanto passível de contestação quanto passível de aceitação. De contestação porque, em primeiro lugar, como já mencionado, a Bíblia jamais chama esta mulher de Maria Madalena. Os comentários sobre o Evangelho de João consultados na pesquisa para este artigo não fazem tal associação. A existência de uma tradição cristã antiga que corroborasse essa associação parece descartada por Carmen Bernabé Ubieta em sua obra María Magdalena: Tradiciones en el Cristianismo Primitivo (EstelIa, Espanha: Verbo Divino, 1994), onde nem ao menos aparece qualquer alusão ao texto de João 8: 1-11.

Por outro lado, de aceitação, pois John Fisher, um dos oponentes de Lutero, publicou em 1508 uma exposição homilética na qual ele identificava Maria Madalena como sendo a mulher surpreendida em adultério[5]. Mais recentemente, Morris Venden popularizou essa interpretação através do seu livro, no capítulo 2[6]. Mas a abordagem de Venden é igualmente homilética (somente de aplicação para a vida pessoal; somente tirando lições, com numa parábola), sem quaisquer tentativas de comprovação para suas idéias.

Poderíamos também buscar endosso para a referida associação onde vemos a mulher surpreendida em adultério como uma das mais dedicadas seguidoras de Cristo e como uma das mulheres que permaneceu ao pé da cruz por ocasião da crucifixão. Mas não podemos nos esquecer que Maria Madalena não foi a única mulher com essas características (ver Luc. 23:44-56).

Seja como for, qualquer tentativa de identificação entre a mulher surpreendida em adultério com Maria Madalena não passa de mera inferência não sugerida explicitamente pelo texto bíblico. Portanto, essa teoria deveria ser considerada uma opinião pessoal de quem a advoga, sem o apoio dos comentaristas bíblicos.

Um abraço do seu amigo e irmão em Cristo,
Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Qual o significado da palavra desejo em Gênesis 3:16

[1]Adaptado de Alberto Timm, CPB, RA, Fevereiro de 2004.
[2]Review and Herald - de 25 de novembro de 1902 e 6 de setembro de 1906; Signs of the Times - 23 de outubro de 1879.
[3]Review and Herald, 25 de novembro de 1902.
[4]Signs of the Times, 23 de outubro de 1879.
[5]Jaroslav Pelican, The Christian Tradition, voI. 4, pág. 131.
[6]Morris Venden, “Como Jesus Tratava as Pessoas” (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1989).

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Que Feridas São Estas Nas Tuas Mãos (Zacarias 13:6)?

Gostaria de obter esclarecimento sobre um versículo bíblico e a aplicação que se faz do mesmo. Falo de Zacarias 13 verso 6: “Se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos”. Sempre aplicamos essa passagem a Jesus, inclusive o quarteto Arautos do Rei e a Meditação Matinal, Uma Palavra Amiga. Mas estudando o contexto não consigo ver esta passagem como sendo uma profecia messiânica. Estas aplicações seriam interpretações errôneas da profecia?

Prezada irmã em Cristo, recebi com alegria o seu email. Vejo que você é uma estudiosa da Palavra de Deus, como os cristãos de Beréia (At 17:11). Sua carta demonstra uma dedicação ao pesquisar e refletir sobre os estudos inspirados. Imagino que o Senhor tem você como um dos “Bem-aventurados... que lêem e... que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Ap. 1:3).
Em sua análise sobre Zacarias 13:6 você segue o início de uma seqüência correta de passos a serem observados para a interpretação de uma passagem bíblica, e sua posterior aplicação. Você estuda o contexto. Continuarei aqui este estudo. Usarei alguns termos teológicos, mas antes procurarei defini-los. Para maior esclarecimento aconselho que busque a literatura mencionada nas notas de rodapé.
Realmente não temos autoridade de colocar na boca do profeta palavras que ele não disse. Os cuidados para não cairmos no erro de uma falsa interpretação são ensinados pela “ciência e arte de apurar o sentido do texto bíblico”[1], a hermenêutica.
Seguindo as regras de interpretação bíblica, considerando os abismos cronológico, geográfico, cultural, lingüístico, literário e espiritual que existem entre nós e o profeta autor, podemos fazer uma exegese (verificação do sentido do texto bíblico dentro de seus contextos histórico e literário) segura. Isto é o que os teólogos fazem (ou pelo menos deveriam fazer - honestamente) ao estudarem a Bíblia para descobrir suas verdades, aplicá-las e transmiti-las em exposição (pregação ou ensino) às pessoas em geral. Uns com uma maior compreensão, outros de forma mais limitada e ainda outros até mesmo adulterando o sentido profético (consciente ou inconscientemente). A esta última situação chamaríamos eisegese, i. e., uma falsa pregação. O que jamais deveríamos fazer.
Interpretação
Uma exegese honesta às regras da hermenêutica chega à conclusão de que, em primeira estância, Zacarias realmente não estava falando do Messias que ele esperava. “A pergunta acerca destas feridas parece estar dirigida, segundo o contexto, ao falso profeta convertido (Zc 13:5-6)”[2], pelas marcas que havia recebido em honra aos ídolos[3]. Os primeiros argumentos de que não seria possível o profeta estar referindo-se a Jesus seriam: a) Cristo não foi ferido entre os braços; b) não foi ferido em casa, mas na cruz; c) não foi ferido por amigos, mas por inimigos; d) não foi interrogado após a ressurreição; e) não poderia dizer que não era profeta; f) não diria que era lavrador; g) não diria que era escravo[4].
Aplicação
Aplicar é descobrir que lição espiritual direta o texto tem para o tempo presente. Zc 16:6 nos ensina uma lição. Existem muitas pessoas que hoje estão convertidas mas carregam em si (no caráter, no comportamento, no corpo, etc) as marcas do seu passado, adquiridas pela indução de “amigos”, quando eram escravas do pecado.
Aplicação Secundária
Ao aplicarmos os ensinamentos bíblicos para a nossa realidade, reflexão e crescimento, podemos usar de um recurso chamado “aplicação secundária”. Na aplicação secundária não afirmamos o mesmo que o profeta queria dizer, ao mesmo tempo que também não ensinamos que ele queria dizer o que estamos dizendo, mas que estamos apenas tomando emprestadas as suas palavras para uma nova aplicação. Isto é usar o recurso (palavras do profeta) de forma honesta (citando o profeta; não mentindo sobre o que o profeta não queria dizer) para um fim benéfico (aplicação). Neste caso, ensinaríamos assim: “Zacarias, ao escrever estas palavras (13:6) estava se referindo ao profeta pagão convertido de seus dias, mas podemos ver aqui uma demonstração do que aconteceu e acontece com Jesus, que por tomar sobre si os nossos pecados, mesmo após estar glorificado ainda carrega suas marcas...”   Isto não é eisegese, é aplicação secundária.
Apesar de ser uma comparação metafórica com a intenção original do texto, nem sempre a aplicação secundária cita qual era esta intenção primária. Mas também não apresenta uma interpretação contrária, ou seja, não expõe o profeta de modo violado. Um exemplo disto é a música de Jader Santos[5], “Feridas”. Faz uso das palavras de Zacarias para aplicar a um possível diálogo que teremos com Jesus, no céu. Mas o compositor não diz que era isto que Zacarias estava querendo dizer em seu livro. Torcer o texto bíblico, neste caso, seria dizer: “Zacarias, em seu livro, no capítulo treze verso seis, escreveu sobre Jesus”.
A aplicação secundária de Zc 13:6 para o Messias é praticada entre os estudantes da bíblia contemporâneos[6].
 “Alguns intérpretes têm aplicado este texto a Cristo, como uma figura do flagelamento e das feridas que lhe infligiram os que deveriam ter sido seus amigos (Mt 27: 26; Mc 14: 65; 15: 15; Lc 22: 63; Jo 19: 1, 17- 18). Mas isto tem que se fazer mediante uma ‘aplicação secundaria’, ou fazendo uma separação depois de Zc 13:5 e relacionando o verso 6 com o verso 7”[7],
que contêm clara profecia acerca de Cristo (Mt 26: 31)[8]. Usando a aplicação secundária este ferido é referido como sendo Jesus[9].
Esta aplicação é coerente nos aspectos de que: a) Cristo foi ferido nas mãos e entre as mãos, tendo seu lado traspassado (Sl 22:16; Zc 12:10; Jo 19:19, 37; 20:25-27); b) Ele foi ferido em seu lar judaico (Sl 2:2; Is 53:1; Lc 4:29; 23:18; Jo 1:11); c) Traído por um amigo (Sl 41:9; Mt 26:14:16); d) Após a ressurreição teve sua identidade questionada e a prova foram suas feridas (Jo 20:24-26); e) Ninguém o ungiu como profeta, i.e., não tinha um título de profeta oficialmente reconhecido (Mt 21:23-27); f) Ele é um lavrador da lavoura do Senhor (Mt 13:37) e; g) o servo (que também pode ser traduzido por “escravo”) sofredor (Is 49:1-7; 50; 52:13 a 53:12; At 3:13-26; 4:27; Fp 2:7).
Entretanto, alguns teólogos preferem não fazer esta aplicação secundária, em suas listas de profecias messiânicas[10].
Reinterpretação
“Em nosso estudo da Bíblia, podemos encontrar algum texto que foi citado posteriormente por outro escritor inspirado, que o retirou de seu contexto original e lhe deu um novo significado. ...[o] texto foi reinterpretado[11]”. Isto é chamado de dupla aplicação.
Uma reinterpretação do texto dando-lhe um significado maior e/ou mais completo é chamada de  sensus plenior[12].
Geralmente, no caso de reinterpretação, o primeiro profeta desconhecia o segundo significado. Isto não é freqüente nos textos bíblicos, mas encontramos alguns exemplos. Em Isaías 64 o profeta está fazendo sua última oração em intercessão pelo Israel antigo e cita que o que Deus faria por ele. Até os dias de Jesus, a interpretação de Is 64:4 seria neste contexto. Mas Paulo reinterpreta aquelas palavras num sentido do contexto da Nova Terra. Isto é sensus plenior. Um outro caso de reinterpretação é visto em Mateus. Ao referir-se à liberação de Israel da escravidão, Oséias disse que Deus chamou a seu filho (Israel) do Egito (Os 11:1), mas Mateus viu nas palavras  de Oséias uma profecia para Cristo (Mt 2:15)[13]. Foi revelada uma dupla aplicação do texto.
Mais exemplos:
Isaías descreveu em forma vívida o estado espiritual de Israel em seus dias (Is 6: 9, 10; 29: 13), mas Cristo declarou que estas palavras proféticas descreviam sua geração (Mt 13: 14, 15; 15: 7-9), dizendo: ‘Se cumpre neles a profecia de Isaías’.
A exegese feita por Paulo dos incidentes históricos e das declarações proféticas registradas no A.T. se ajusta ao molde traçado por Cristo e os evangelistas. Na verdade, Paulo interpreta muitas passagens de uma maneira que nem sempre se faz evidente se usar-se apenas o A.T. (ver At 13: 32, 33; 2 Co 8: 15; Gl 3: 13, 16; 4: 22-31; 1 Tm 5: 17, 18; Hb 1: 5-8; 10: 5).
É natural que surja a pergunta: Como podemos saber quando pode considerar-se que certo incidente histórico tem seu equivalente em um acontecimento posterior, ou quando una declaração profética tem dupla aplicação? A resposta é esta: quando um autor inspirado faz tal aplicação.  Ir além do que está claramente exposto pela Inspiração é entrar no pântano da opinião pessoal. Se não nos prendermos a esta delimitação corremos um sério risco de vãs interpretações (Cl 2:8)[14].
Posto que cremos que tanto os autores do N.T. como os do A.T. foram plenamente inspirados, para ser conseqüentes, devemos crer que certas profecias têm dupla aplicação.
Ellen G. White, com autoridade de inspiração, ao tratar um texto bíblico por vezes ela o faz com fidelidade ao seu primeiro sentido e outras vezes faz dele aplicação. Mas algumas vezes ela reinterpreta o texto bíblico num sentido de sensus plenior ou mesmo de dupla aplicação. Podemos ver isto no exemplo do uso que ela faz da citação de Zc 13:6:
Mesmo a maneira de Sua morte foi prefigurada. Como a serpente de bronze foi levantada no deserto, assim devia ser levantado o Redentor por vir, ‘para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’. (Jo 3:16). ‘E se alguém Lhe disser: Que feridas são essas nas Tuas mãos? Dirá Ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos Meus amigos’ (Zc 13:6)[15],
pois Sua mais elevada honra foi e é ter estas marcas[16]
Comentando sobre a eternidade ela usa este verso numa aplicação dizendo que
Jesus apresentará Suas mãos com os sinais de Sua crucifixão. Os sinais desta crueldade sempre Ele os levará. Cada vestígio dos cravos contará a história da maravilhosa redenção do homem e o valioso preço por que foi comprada. Os mesmos homens que arremeteram a lança no lado do Senhor da vida, verão o sinal da lança, e lamentarão com profunda angústia a parte que desempenharam em desfigurar o Seu corpo[17].
Baseados na crença de que o dom de E. White tem autoridade profética, cremos que suas reinterpretações sobre qualquer texto sejam verdadeiras, mas podem ainda não abranger ali toda a verdade inserida, não sendo, neste caso, a palavra final sobre esta passagem. Ela própria declarou que seus estudos deveriam ser “uma luz menor” com o objetivo de “guiar homens e mulheres à luz maior”, a Palavra de Deus[18].
Portanto, podemos dizer que a aplicação de Zc 13:6 para referir-se a Jesus tem amparos tanto exegético, num caráter de aplicação secundária, quanto inspirado, baseados no uso que Ellen White faz do texto.
Amiga, escolha fontes salutares para beber. Continue com sua devoção, lendo diariamente a Bíblia e testemunhando para outros sobre o que Jesus fez por você e por eles.
Que o Deus dos Céus continue abençoando muito a você.

Um abraço do seu amigo e irmão em Cristo,

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Podemos identificar a mulher adúltera de João 8: 1-11 como sendo Maria Madalena?


[1]Roy B. Zuck, A Interpretação Bíblica, São Paulo: Edições Vida Nova, 1991, 22.
[2]Nichol, F. D., ed. Seventh Day Adventist Bible Commentary.  10 vols. Washington, D.C: Review And Herald Publishing Association, 1953, about Zac 13:6 “in thy hands”.
[3]Adam Clarke, editor, The Holy Bible – A Commentary And Critical Notes, (New York: Abingdon-Cokesbury Press) about Zac 13:6.
[4]Charles L. Feinberg, Os Profetas Menores – Comentário Bíblico, São Paulo, SP: Editora Vida, 1988.
[5]Jader D. Santos, Feridas, (Rio de Janeiro, RJ: A Voz da Profecia, CD Áudio, Quarteto “Arautos do Rei”Álbum “Começando Aqui”, faixa 5).
[6]Rodolpho Gorski, Uma Palavra Amiga, Meditações Diárias – 29 de Dezembro, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), 367.
[7]Nichol.
[8]Charles.
[9]http://www.ad.org.br/ad/a_cinco5.asp (Assembléia de Deus) A Vinda do Senhor e o Arrebatamento da Igreja; http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_rab%C3%ADnica,.( Literatura Rabínica), “Profecia – Acontecimento X Cumprimento” Enciclopédia Livre WIKIPEDIA; http://www.rrb.org/rrbpo/bbs/read_simple.asp?page=1&id=3&table=WTBT, (Ministério Cristão Independente - RRBNet):, SENHOR JESUS CRISTO;
[10]O Dr. Rodrigo Pereira Silva (Unasp C2), em sua lista de profecias messiânicas, não inclui esta passagem - Rodrigo P. Silva, A Eternidade Começa Aqui, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), 62; O livro das 27 crenças fundamentais da IASD, em sua lista de profecias messiânicas, não inclui esta passagem - Rubens Lessa, editor, Nisto Cremos, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003).
[11]Emilson dos Reis, Como Preparar e Apresentar Sermões, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003).
[12]Henry A. Virkler, Hermenêutica (Miami: Vida, 1987).
[13]Nichol, F. D., 1:1031.
[14]http://www.pressiechurch.org/Theol_2/divine_meaning_and_authorial_int.htm; ver também caso específico em http://www.xenos.org/ministries/crossroads /OnlineJournal/issue3/mtmain.htm#CASE
[15]Ellen G. White, Atos dos Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), 226.
[16]Idem, O Cuidado de Deus, MM 1995, 31/12 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), 379; Idem, Marata, O Senhor Vem, MM 1997, 20/12, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), 360.
[17]Idem, Primeiros Escritos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), 179.
[18]Idem, Evangelismo (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1959), 257 e 256.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Instrumentos Musicais na Bíblia: Adufe e Saltério




Que tipo de instrumentos eram o Adufe e o Saltério (cf. Salmo 150) ?






O Saltério era um instrumento de cordas para acompanhar a voz (Sl 33.2 - 144.9). Era uma espécie de alaúde, semelhante à viola, mas de forma triangular. O número das suas cordas variava, entre seis a doze. Eram colocadas sobre uma pele muito esticada, presa ao cavalete, e tocavam-se com os dedos, como a harpa (2 Sm 6.5 - 1 Rs 10.12).
O Adufe, também traduzido como Tamborim ou Tamboril, vem do hebraico tôf (1 Cr. 13:8; Is. 5:12; Ez. 28:13; Dn. 3:5, 7, 10, 15).  Certos eruditos, especialistas em instrumentos musicais antigos, concordam  que tôf era um pequeno tambor para ser executado com as duas mãos, formado por um aro de madeira e provavelmente com dois revestimentos de couro. Batia-se nele com as mãos para produzir um som rítmico. Geralmente eram as mulheres que o usavam, para acompanhar o canto, com o fim de marcar o ritmo.


Louvai ao Senhor!!


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Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Gostaria de obter esclarecimento sobre um versículo bíblico e a aplicação que se faz do mesmo. Falo de Zacarias 13 verso 6: “Se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos”. Sempre aplicamos essa passagem a Jesus, inclusive o quarteto Arautos do Rei e a Meditação Matinal, Uma Palavra Amiga. Mas estudando o contexto não consigo ver esta passagem como sendo uma profecia messiânica. Estas aplicações seriam interpretações errôneas da profecia?

domingo, 23 de janeiro de 2011

No Princípio Era o Verbo...

O que querem dizer as palavras de João 1:1, ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus’?



Vamos por partes. O termo “no princípio indica o tempo mais remoto que se possa conceber, antes da criação de "todas as coisas" (verso 3), antes de todo e de qualquer outro "princípio". Isto é, a eternidade passada.

O relato da criação começa com as palavras hebréias equivalentes (ver com. Gên. 1: 1). Em Gên. 1: 1 se refere ao "princípio" deste mundo. Mas o "Verbo" de João 1:1-4 é o Criador de todas as coisas e portanto precede ao "princípio" de Gên. 1: 1. De modo que "o princípio" de Juan 1: 1 é anterior ao "princípio" de Gên. 1: 1. Quando começou tudo o que teve um princípio, o "Verbo" já "era".

O fato de usar o verbo era em primeiro lugar no texto aí dá uma idéia da continuidade de existência, como se fosse um "sendo". O Verbo era por toda a eternidade.

Tanto com o significado das palavras como com a forma delas, João faz ressaltar a contínua, atemporal e ilimitada existência de Cristo antes de sua encarnação. Na eternidade passada não teve um ponto de referência antes do qual se pudesse ter dito que não existia o Verbo. O Filho existia com o Pai, desde toda a eternidade. "Nunca teve um tempo quando ele não tenha estado em estreita relação com o Deus eterno" (Ev 446). Você pode comparar com Apoc. 22: 13 onde Jesus se proclama a si mesmo "o princípio e o fim", ou seja, aquele que é "o mesmo ontem, e hoje, e pelos séculos" (Heb. 13: 8).

A palavra grega gínomai, empregada no versículo 14, aparece também no verso 3 ao referir-se à criação de todas as coisas. Quer dizer que, literalmente, "todas as coisas por ele chegaram a ser". Jesus declarou: "antes que Abraão fosse, eu sou (8: 58). O mesmo contraste aparece no Sal. 90: 2: "Antes que as montanhas chegassem a ser, desde o século e até o século tu és Deus".

Agora, o termo “verbo” vem do grego lógos, "palavra", ou "exclamação", "dito", "discurso", "narração", "relato", "tratado", com ênfase na disposição sistemática e cheia de significado dos pensamentos assim expressados. Aqui João emprega o termo para designar a Cristo, quem veio para revelar o caráter, a mente e a vontade do Pai, bem como um discurso é a expressão de idéias. O termo identifica a Cristo como a expressão encarnada da vontade do Pai de que todos os homens sejam salvos (1 Tim. 2: 4), como "o pensamento de Deus fato audível" (DTG 11). O Filho já existia, antes da encarnação, mas não o conhecíamos. Para nós, existia somente em palavra, oral ou escrita. Mas vindo a plenitude dos tempos, o que era palavra, teoria, se encarnou, se tornou visível, pela pessoa de Jesus.

Quando João diz assim que o verbo estava com Deus, ele está querendo denotar relação íntima e companheirismo. A palavra aqui implica estreita relação pessoal numa empresa de interesse mútuo e incumbência de ambos.

O fato de que o Verbo estava "com Deus", isto é com o Pai, enfaticamente declara que ele era um ser completamente diferente do Pai. Como o aclara o contexto, o Verbo estava relacionado com Deus num sentido único e exclusivo. O Verbo era "com Deus" na eternidade passada, mas se fez "carne" a fim de estar com "nós", isto é, conosco. Veio a ser o Emanuel; o "Deus conosco" (Mt. 1: 23). É impossível compreender a importância da encarnação a não ser que se projete a mesma no pano de fundo da existência eterna de Cristo como Deus e como intimamente unido a Deus.

O Verbo era Deus. João quer dizer que o Verbo participava da essência da Trindade, que era divino no sentido máximo e absoluto.

Cristo é eternamente Deus no sentido supremo e absoluto do termo.

As evidências da deidade de Cristo são muitas e irrefutáveis. Se as pode resumir brevemente: (1) A vida que viveu (Heb. 4: 15; 1 Ped. 2: 22), (2) as palavras que falou (João 7: 46; 14: 10; cf. Mat. 7: 29), (3) os milagres que realizou (João 5: 20; 14: 11), (4) as profecias que se cumpriram nele (Luc. 24: 26-27, 44; João 5:39;).

Resumindo, João estava falando da encarnação de Jesus Cristo. Estava mostrando que o Deus todo poderoso se tornou acessível a você e a mim. Aceite-O em seu coração!.

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Que tipo de instrumentos eram o Adufe e o Saltério (cf. Sl 150) ?