Gostaria de entender o texto de Marcos 2:21 e 22, que fala de remendo novo em pano velho.
Quanto à parábola de Marcos 2:21-22, que está também em Mateus 9:16-17, estes inauguram a segunda parte da resposta de Cristo aos fariseus, atingindo o núcleo da questão levantada: o conflito entre o “novo” e o“velho” (http://www.advir.com.br/sermoes/teses_exegese5_jejum.htm).
O trecho do texto é Marcos 2:13-22. Leia todo esse trecho. Jesus convidara Levi Mateus para ser seu discípulo. Ninguém, dentre os fariseus, escribas, e discípulos de João, esperavam uma coisa dessas. Jesus rompera o convencional, pois chamara um “pecador” para ser um pregador. Como se não bastasse, foi à casa desse aspirante tomar uma refeição com um grande número de pessoas desprezadas (“de sua qualidade”). Enquanto eles comiam alegremente, os fariseus se assustavam com essa atitude de Jesus. E pra completar, os fariseus e os discípulos de João estavam jejuando. Eram muitos os contrastes.
Jesus então faz uso de duas parábolas.
As parábolas eram referentes a remendo novo costurado em vestes velhas e vinho novo posto em odres velhos (odre era a vasilha de couro que utilizavam para armazenar vinho).
A resposta de Jesus era oportuna, pois os discípulos de João observavam muitas das formas ritualísticas prescritas pelos rabis, e esperavam mesmo serem justificados por elas. Misturavam a mensagem de seu mestre Batista com o ritualismo dos fariseus.
Assim Jesus adverte também a Seus discípulos, para não mesclar a velha religião da salvação pelas obras pregada pelos fariseus, com o evangelho da salvação pela graça (que já era o real ensino bíblico da época, porém mal interpretado pelos rabis da época), que somente Ele pregava.
Há duas verdades importantes na experiência de Cristo, quando interrogado no banquete da casa de Levi, que servem para nós hoje. A primeira verdade é que, Deus considera importante o motivo que nos leva a jejuar. “O espírito do verdadeiro jejum e oração é o espírito que rende a Deus mente, coração e vontade”. “Jejuar e orar quando imbuídos de um espírito de justificação própria, é uma abominação aos olhos de Deus”.
O jejum deve ser praticado quando necessário, mas sempre deve ser motivado por um espírito de entrega e não de barganha com Deus. Ele é, na verdade, uma humilhação de nossa parte, através da qual sentimos mais nossa dependência de Deus, sentimo-nos mais próximos do Pai, percebemos a incapacidade humana e recorremos mais ao divino poder.
A segunda verdade é que Jesus, mesmo estando em um banquete, praticava em essência o verdadeiro jejum. Entendemos isso quando vemos a essência do jejum descrita em Isaías 58:6. O texto diz: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras das servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo.”
E Jesus estava entre pecadores pregando as boas novas de salvação.
“Não em ociosas lamentações, em simples humilhação do corpo e multidão de sacrifícios, jaz o verdadeiro espírito de devoção, mas revela-se na entrega do próprio eu em voluntário serviço para Deus e o homem”.
Como podemos ver, o jejum é considerado autêntico, quando praticado em espírito de entrega. Assim fazendo, estaremos mais receptivos para receber as bênçãos gratuitas de Deus. Não devemos fazer do jejum um ato meritório, ou seja, para alcançar os favores de Deus, isso é mesclar as boas novas do evangelho com o formalismo do judaísmo antigo.
Um abraço,
Twitter: @Valdeci_Junior
Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
A Bíblia nos diz que enquanto Jesus orava seu suor tornou-se em sangue, o que provocou isso?