Na leitura de
hoje, encontramos uma aparente contradição bíblica, que pode ser expressa pela
pergunta: “Se Deus disse ‘não matarás’, como ordenava a prática da pena capital?”
As diferentes
sociedades têm diferentes formas de reprimir e banir o mal existente no seu
seio. Apesar de o mandamento ser contra o assassinato, Deus permitira à
comunidade israelita, especialmente às autoridades máximas, proferir uma
sentença de morte para os que cometiam alguns tipos de crimes ou pecados. Paulo
falou sobre a autoridade que Deus dava aos dirigentes públicos para
administrarem tais execuções de juízo (Romanos 13:3-4). O mandamento “não
matarás” era aplicado a todos os homens individualmente, enquanto as ordenanças
de execução eram dadas coletivamente. A regularização da pena de morte não
autoriza a arbitrariedade homicida de um indivíduo. Mesmo atualmente, nas
sociedades modernas onde é regularizada a pena de morte, acontece assim. Não é
uma pessoa que decide a morte da outra, para alimentar os seus sentimentos
maus. É o sistema que determina a morte do criminoso, com dor no coração por
precisar fazer o que se deve ser feito. Não é vingança, e sim, o trabalho de um
sistema judicial. Em tal sistema, as pessoas da parte inocente e ofendida não
têm o poder de decidir nada em relação ao condenado. Quem decide é a lei. E essa
moldura de execução protege a própria pessoa de praticar os problemas que estão
por trás do sexto mandamento.
Você e eu,
como pessoas físicas, não temos como decidir sobre os modelos judiciários a
serem adotados ou não na sociedade em que estamos inseridos. Mas como
indivíduos, podemos entender que o sexto mandamento preocupa-se com a
possibilidade de haver ódio em nosso coração, se nós desejarmos que a vida do
próximo seja arruinada. Isso fica mais esclarecido no Novo Testamento, quando
Jesus, sem dar um posicionamento específico sobre a pena capital, por não estar
decidindo nada em nível de sociedade, dirigiu-se a indivíduos e disse que “todo
aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento.”
Pois não devemos alimentar o ódio nem a vingança no nosso coração. “Ouvistes
que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não
resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe
também a outra” (Mateus 5:22, 38-39 - RA).
Um homicídio
começa no coração daquele que odeia as pessoas. Deus valoriza a vida e
desagrada-se de qualquer indício de raiva, vingança ou rejeição (1 João 3:15).
Portanto,
independentemente dos moldes que os nossos tribunais de justiça adotem para
banir o mal, como pessoas, podemos decidir pela paz e pelo bem.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer dizer o que pensa sobre o assunto?
Então, escreva aí. Fique à vontade.
Mas lembre-se: não aceitamos comentários anônimos.
Agora, se quiser fazer uma pergunta, escreva para nasaladopastor@hotmail.com