Enquanto escrevo este texto sou elevado para mais perto do
Céu através de David Phelps, ouvindo o que há de melhor dele na web. Cada
música, mais inspiradora que a outra. É como Ernest Castillo escreve no prólogo
de
En Espíritu y en Verdad, sobre “un canto nuevo”, que vem a inspirar. Quando
vamos atrás da prática da música contemporânea estamos simplesmente sendo
obedientes à ordem bíblica: “Cante um cântico novo a Jeová, toda a terra”
(Salmo 96:1). Aí está a inovação global do louvor.
Por isso, Jesus quebra a linha de raciocínio da mulher
samaritana que via separatismo entre povos por causa da exaltação de
determinados gostos preferenciais litúrgicos como tendo algo de bom “do lado de
cá” e formas erradas “do lado de lá”. “Muitos têm deixado de crer na proposta
que os seguidores de Jesus oferecem, porque em vez de encontrar a água viva que
sacia a sede da alma, encontram apenas um conjunto de ritos, formas e
cerimônias externas que não satisfazem”, escreve Adriana Perera no primeiro
capítulo deste abençoadíssimo livro, ao comentar a declaração de Ellen G.
White: “A religião não tem que se limitar a formas ou cerimônias externas”. E
neste capítulo, apoiada em White, Perera deixa clara a advertência de que não
existe essa de que os adventistas do sétimo dia sejam de Deus e demais cristãos
não o seriam, só porque adoram de maneiras diferentes. Por isso, o louvor deve
ser o caminho transcultural que deve levar todos a Cristo.
Esta universalização do louvor deve vir no respeito às
diferenças. Unidade nas diversidades, tanto geográficas quanto históricas. É
então que Lilianne Doukhan conduz o leitor da visão global presente para a
análise todo-abrangente cronológica. No segundo capítulo deste livro (publicado pela editora oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia em seu país de origem há menos de um ano), ela apresenta “a
música da igreja através da história”. Vale a pena destacar que na época dos
pais da igreja “segundo documentos desse tempo, os hinos... provinham da música
secular. Esta técnica foi usada repetidamente pelos reformadores ao longo da
história, e seu uso permitia que a congregação pudesse cantar sem necessidade
de aprender a toada, pois já estavam familiarizados com ela”.
Portanto, em seus primórdios a igreja não tinha essas
discussões e preconceitos musicais como nos moldes atuais. O catolicismo enfiou isso no
cristianismo. Foi no “Concílio de Laodícéia (c. 363-364 d.C.)” que “decidiram
proibir tudo, incluindo o cântico congregacional na igreja”. E assim a Igreja
privava o povo não somente de aprender através do que poderiam obter da leitura
bíblica, mas também de louvar através do que poderiam expressar através da
música.
Até que veio a Reforma. “Lutero... deu aos crentes a
oportunidade de se unirem em cântico congregacional”. E então, “as boas-novas eram comunicadas
mediante o uso de toadas populares e conhecidas. Existiam distintos gêneros
usados para este propósito”: Volkslied (canto popular), Volksballad (a balada
popular), Hoflied (o canto da corte) e o Gessellschaftslied (o canto social).
“Lutero usava melodias provenientes de todos estes tipos de canções para
espalhar o evangelho”. Ele era missional. “Usar melodias emprestadas era uma
prática artística comum na época de Lutero, mas também era uma forma de
expressar as crenças de Lutero acerca da função da Igreja no mundo. Para
Lutero, toda música era espiritual, ou seja, útil para a teologia. Se a igreja
quisesse alcançar o mundo, necessitava ser capaz de se comunicar na linguagem
do mundo”.
Sem alienar-se, o pai da Reforma protestante era contextual.
“Lutero também usou os ritmos vivos característicos do seu tempo”. E isto
espalhou-se na contrafacta. Na Idade
Média, “os grandes compositores de motetos e missas, com frequência usaram
canções populares ou seculares conhecidas como base para suas obras
religiosas”. E assim, as “melodias populares eram escolhidas pelos compositores
por serem doces e porque as pessoas estavam familiarizadas com elas”. Ainda
mais, “as toadas também eram usadas para substituir letras pecaminosas por
letras religiosas, para que assim as pessoas se esquecessem das canções imorais
e se lembrassem das novas”.
Hoje, muito tempo depois, alguns perguntam sobre a canção
Castelo Forte. Em “sua versão rítmica original” era “cheia de dinâmica e ritmo
enérgico”. Por quê? Porque “Lutero desfrutava de cada aspecto da vida e de suas
alegrias. Por esta razão, as melodias de Lutero, tanto as originais como as
emprestadas, se caracterizavam por seus ritmos vivos e pela sincopa”. E
prosseguindo no tempo, “uma análise da música do século XVII mostra que
persiste o elemento rítmico na maioria das composições sacras”. E “quatro séculos
depois da Reforma, os músicos continuaram compondo hinos com base nos modelos
populares seculares, com novos textos”. Mesmo no Metodismo (que, em muitos
aspectos, concebeu o Adventismo), “Wesley tomou toadas emprestadas dos corais
luteranos, da música clássica e das árias de ópera”. Como dizia William Booth,
“não me importa se a chamas de secular ou de sacra”. E assim sempre foi. “Nos movimentos de
reavivamento do século XIX”, usavam “uma linguagem sensível, melodias de tipo folclórico,
fáceis de ensinar e contagiosas”. E “durante o século dezenove”, época dos
nossos pioneiros, “a adoração e a música estavam agora nas mãos das pessoas
comuns, que juntaram melodias do repertório folclórico e da música popular”.
Por que hoje deveria ser diferente?
O que Ellen White diria sobre isso tudo? É aí que entra o
rico artigo de alguém que é teólogo e musicólogo e, ao mesmo tempo, profundo
amante e defensor da IASD. E neste terceiro capítulo do livro En Espíritu y en
Verdad, Elena G. de White y la Música, o autor coloca que “quando Ellen White
nasceu... as reuniões campestres... se caracterizavam pelo entusiasmo e a
espontaneidade, onde os gritos de ‘glória’ e ‘aleluia’ e os hinos cantados com
fervor, a capela ou ao som de órgão, reforçavam os fortes chamados dos
pregadores à conversão e à santidade”. E mais especificamente quanto à música,
“a hinódia adventista convertia o culto em um momento de grande entusiasmo e
fervor, marcado por expressões animadas como ‘glória’ e ‘aleluias’. E Tiago
White gostava de cantar tais hinos de maneira contagiosa, marcando o ritmo batendo
na Bíblia”. O capítulo tem ainda um exercício hermenêutico quanto à famosa e
polêmica citação de Ellen White sobre ao contexto da ‘carne santa’ em Indiana,
na projeção futura quanto aos ‘gritos, com danças, músicas e tambores’,
trazendo o leitor a uma compreensão correta do texto.
E a utilidade de tal capítulo se compreende na análise da
posição de EGW quanto à música sacra (congregacional e devocional) e também à
música em geral, na aplicação para nossos dias. “Neste momento prometedor para
a música adventista, faria bem a nós, músicos e líderes, recordar nossa
história, não deixando de lado a herança preciosa dos hinos tradicionais, e
incorporando novas composições que... ajudem a evitar os excessos causados pelo
emocionalismo na adoração”. O melhor de tudo deste capítulo é a vasta
bibliografia que ele apresenta.
O que você acha do Hinário Adventista do Sétimo Dia? Temos a
resposta de Miguel A. Valdivia quanto a isso em relação ao hinário em espanhol.
Talvez o leitor brasileiro possa pensar sobre o que isso teria a ver com ele. A
questão é que os princípios seguidos pela igreja são os mesmos. E os
aproveitamentos que o adorador adventista pode ter do hinário de sua igreja
também se assimilam nas mais diferentes culturas, línguas e lugares do mundo. O
que o autor coloca neste artigo é sobre a postura do adventista quanto ao
hinário de sua igreja nas implicações para a vida diária cristã, para a
comunhão coletiva da comunidade de crentes e para o cumprimento da missão, na
consciência de que “a igreja vai incorporando mudanças em sua vida litúrgica”,
porque as doxologias e formas de adoração, com o tempo, evoluem.
E é aí que entra Homero Salazar, falando sobre o “ministério
da música na igreja” e a importância do mesmo. Assim, ele apresenta a música na
igreja primitiva e compara com a música na igreja da atualidade. Como deve ser
o louvor congregacional? Os ensinos de Salazar são práticos, claros e diretos
ao ponto. Por exemplo: você acha que qualquer hino serve para ser cantado em
qualquer ocasião? Ele explica sobre os bons usos e os usos equivocados do hinário. Ele mostra como os cânticos
poderiam (e muitas vezes acontece) ser usados de forma errada. Para isso, abre
uma explicação muito boa sobre as diferentes naturezas dos cânticos de
adoração, cânticos de louvor, cânticos de edificação, cânticos de motivação
missionária, cânticos para evangelização, cânticos para ocasiões especiais e
cânticos para fortalecer os valores morais. E ao concluir o capítulo falando da
bênção dos cultos múltiplos e compartilhando sua experiência pessoal, o autor
termina refletindo no desafio que é para a IASD o lidar com os conflitos e
transições de gerações no sentido de manter a tocha brilhando até que Cristo
venha.
"Existem os Instrumentos Satânicos?" Este é o capítulo seis
de “En Espíritu y en Verdad”, escrito por Hugo Chinchay, que tem tanto
formações teológicas quanto musicais e administrativas nas melhores
universidades adventistas de sua (nossa) cultura religiosa. “Ele tem dirigido
coros, grupos musicais e cantado em quartetos e grupos por mais de 25 anos”,
sempre sendo um obreiro de destaque no trabalho integral em servir à IASD. Para
responder à pergunta, o autor faz uma profunda análise dos “instrumentos
musicais na Bíblia”, e uma dedicada e didática exegese de 2Crônicas 29, quanto
aos “Instrumentos do templo” e as orientações do Senhor. Se ele trata da
percussão? Exatamente isso, pois o zelo de Chinchay pela igreja é muito grande.
Por isso, apoiado em “Ellen White e os instrumentos musicais”, esse pastor
especialista em música reflete sobre o delicado assunto da “associação entre
instrumentos e música” e termina com uma lista prática e instrutiva de “pautas
para a introdução de novos instrumentos”, exortando que, “finalmente, nunca nos
esqueçamos de que a voz da congregação é mais importante que qualquer
instrumento musical”.
E acima disso, está a importância da mensagem que é
comunicada, direta ou indiretamente pela adoração. Por exemplos. Você sabe dar
uma resposta adventista quanto ao que vem a ser uma “mensagem subliminar”? Já
ouviu falar de James Vicary e de seu pioneirismo nas mensagens subliminares da
publicidade? Você sabe o que a Ciência diz sobre as mensagens subliminares?
Será que pode haver, ou não, uma mensagem subliminar em uma canção que nos
introduza a uma conduta inapropriada? São estas as respostas que Josué Cortés,
formado em Ciências e doutorado em Medicina, dá no sétimo capítulo do livro
editado por Perera. Alguém já lhe chamou pra ouvir uma música tocada ao revés e
descobrir que mensagem há no “pano de fundo” daquela gravação? Como se grava
isso? É intencional ou acidental? Ou seria espiritual do mal? É perigoso? Isto
existe mesmo? Existe isso em músicas religiosas também? Só para o mal, ou para
o bem também? Que efeitos tais gravações podem ter sobre a nossa vida? Vou
deixar você estudar profundamente esse assunto lendo este texto deste doutor no
seu próprio livro, pois como ele mesmo diz: “Tenhamos a atitude ‘bereana’ de
investigação. Amemos sempre a verdade e suspeitemos sempre do sensacionalismo
espiritual”.
O ponto alto do livro é o capítulo oito, que trata de falar
sobre “A Música e a Adoração”. Afinal, este é o tema da obra. André Reis é um
verdadeiro ministro de música adventista, que tem escrito em periódicos
oficiais da igreja e palestrado oficialmente por Uniões e Universidades
adventistas que o convidam para ensinar exatamente sobre o tema em questão. E
realmente precisamos de instrução, porque “se bem que Deus tenha criado a
música, não deu instruções específicas para compor música estritamente
‘divina’. O estilo da música não é uma preocupação tratada nas Escrituras
Sagradas”. E ao analisar o desenvolvimento da liturgia ao longo da história,
Reis coloca que “este silêncio da Bíblia não é acidental”. Por quê? Você vai descobrir lendo o livro. Mas diante de tantos desafios, ele aconselha que
“devido a tantas linhas de pensamento que prevalecem na igreja adventista sobre
o papel da música no culto, a melhor estratégia é desenvolver princípios musicais
fundamentados nos conceitos bíblicos de adoração”.
Ao analisar “os princípios do culto cristão”, com profunda
busca bíblica, Reis evidencia que “o culto cristão tem que ser” cristocêntrico,
racional, edificante, exultante e transformador. Uma rica cadeia sistemática de
passagens bíblicas é disponibilizada ao leitor para esse entendimento. Mas como
construir, na prática acertada, esse tipo de musicalidade eclesiástica hoje,
dentro do contexto em que estamos? Aí está o melhor do livro, em dar o passo-a-passo
bem útil a ser aplicado, para que, “na igreja, a música, em vez de ser um ponto
de divisão”, possa, “na realidade, unir a igreja”.
E falando em princípios, a editora do livro tem também, na
sequência, a autoria de um capítulo sobre “as mensagens da música”. Ela instrui
sobre como que na mensagem musical deve haver os princípios da qualidade, da
participação, do propósito e da pertinência. Além de ensinar os detalhes sobre
cada um desses tópicos, Perera explica que “o que é apropriado para uma cultura
pode não o ser para outra, e o que é conveniente em uma congregação pode causar
confrontação em outras. Paulo segue escrevendo em 1Coríntios 10:32-33: ‘Não
sejais tropeço nem a judeus, nem a gentios, nem à igreja de Deus; como também
eu em todas as coisas agrado a todos, não procurando meu próprio benefício, mas
o de muitos, para que sejam salvos’”. Quanto à mensagem verbal, a mesma autora
ensina como fazer com que a mesma tenha os princípios da criatividade, da
memorização, da compreensibilidade e da verdade, seguindo as instruções de
1Conríntios 14:15-17.
Sabe aquelas associações mentais que a gente faz ligando
determinadas tomadas musicais com determinados contextos? “A música não tem um
‘significado intrínseco’ que seja entendido por todas as pessoas da mesma forma
e em qualquer tempo e lugar. Portanto, as associações dão significado à música,
e estas variam com o tempo. A música pro órgão, por exemplo, era usada nos
circos e festas romanas nos séculos II e III. E no século XVIII ainda não se
aceitava o órgão em muitas igrejas cristãs, por ter tais conotações pagãs. No
nosso século, o órgão é considerado o rei dos instrumentos litúrgicos no mundo
cristão, e está estreitamente associado às catedrais e aos templos. Se as
associações nunca tivessem mudado, o órgão ainda hoje seria associado à música
de fundo que os mártires cristãos que morriam no circo romano escutavam, e
deveríamos tirar os órgãos das nossas igrejas por esse motivo”. A música é uma
linguagem poderosa que, embora composta por diferentes mensagens, deve
comunicar, em nós e através de nós, Jesus.
E quais são os efeitos da mesma? Uma peça musical pode
trazer diferentes efeitos de comoção. Os sentimentos de uma peça musical podem
ser refletidos fisicamente, no corpo. Podem afetar a mente. O que é melhor para
o cérebro pode variar entre tocar um instrumento e escutar uma música. Depende
de uma série de fatores. Existem vários autores que podem fazer-nos enxergar os
porquês de a música estimular as emoções, a partir de diferentes prismas. Qual
deve ser a nossa resposta? A memória desempenha vários papéis na música que
escolhemos escutar, pois a música possui um elemento surpresa capaz de criar
várias coisas no ouvinte, como por exemplo, o prazer. Baseados nas reações às
músicas que escutamos, podemos dizer que existem músicas intrinsecamente boas
ou más? Por quê? Respondendo a estes questionamentos, a professora Lourdes E.
Morales Gudmundsson leva o leitor a refletir sobre “como podemos escolher a
música que melhor contribua para uma vida cristã nobre e positiva”, no capítulo
10 de “En Espíritu y en Verdad”.
Mas nada melhor do que um dos nossos maiores teólogos para
nos falar sobre a adoração e sua natureza prática na Igreja Adventista: Ángel
Manuel Rodriguez. Doutorado em teologia pela Andrews Universitiy, ele atuou na
docência universitária como professor, decano acadêmico e presidente de
universidade, sendo que por uma década foi o diretor do Instituto Mundial de
Pesquisa Bíblia da Igreja Adventista, tendo contribuído para os adventistas com
vários livros e dezenas de artigos. E neste livro, En Espíritu y en Verdad, ele
soma-se aos demais autores para levar o leitor a refletir sobre: a) qual vem a
ser a conexão entre o mandamento do sábado e a adoração a Deus; b) de que
maneira podemos avaliar os elementos do serviço de adoração para preservar o
princípio de que Deus é o verdadeiro centro da adoração; c) quais são os
elementos mais importantes da adoração na IASD; d) de que maneira a postura
corporal demonstra a natureza integral da adoração; e e) qual é a resposta
chave que deve nos levar a determinar o que vem a ser apropriado para o culto.
É um desafio! Principalmente quando aparece por aí essa tal
de MCC: Música Contemporânea Cristã. Novamente Perera, mostra mais curiosidades
indispensáveis ao leitor sobre a evolução da adoração. “Nossos hinos
protestantes provêm da reforma litúrgica em que Martinho Lutero reage contra o
canto gregoriano. Não obstante, estes hinos foram consideramos ‘profanos’,
‘sensuais’ e ‘mundanos’ pela igreja oficial do século XVI. Por outro lado,
existem numerosos compositores que escreveram obras seculares com a mesma
estrutura musical do coral ou hino luterano, mas com letra secular e em um
contexto musical não religioso. Talvez não seja necessário mencionar a Cantata do Café de J. S. Bach, o Ode to Joy de L. V. Beethoven, o Va Pensiero de G. Verdi, o O Fortuna de C. Orff, etc.”. Por isso
Paulo aconselha: “Não se conforme com este século!”. E o salmista completa: “Cantai um cântico novo ao Senhor”. O que Jesus faria se estivesse no nosso
lugar? É exatamente esta resposta que Perera persegue para então arrazoar sobre
música e cultura, sobre a delimitação dos limites e sobre o propósito da MCC.
Indo mais ao ponto, o que você quer saber é sobre “como
escolher o estilo musical apropriado para sua igreja”. Janette Rodríguez Flores
é profundamente bíblica (com espesso embasamento em EGW também) ao redigir esta
resposta. Ela trabalha com as seguintes questões: a) que elementos influem
sobre nosso gosto musical? b) que impacto tem o grupo em geral do que se forma
parte sobre o estilo de música do indivíduo?; c) como podemos aplicar o
princípio de Romanos 12:10 no contexto da adoração entorno dos estilos
musicais; e d) será que é apropriado que o estilo de adoração varie segundo a
congregação? “Oremos e busquemos ativamente criar um espírito de unidade na
nossa igreja local mediante a escolha de estilos que sejam adequados para toda
a nossa congregação”, abaliza esta mestra na música adventista.
Há poucas semanas, participei de um acampamento de jovens
cristãos. Muitos talentos musicais reunidos. Tivemos os programas espirituais
na sexta à noite e no sábado. E estava proposto que para o sábado à noite teríamos uma hora social temática de festa da roça. Foi natural, pegarmos os
violões e cantarmos músicas caipiras, “da terra”, e sertanejas, cujas letras
não ferissem nossos princípios. Mas uma pessoa presente “rasgou as vestes”. E a
consequência de sua atitude, que não foi das mais felizes, foi, em certos
aspectos, de uma negatividade desnecessária à comunidade, por vários dias
posteriores. Tudo por desinformação quanto ao assunto sobre “a música secular
na vida do cristão”. E eu não tiro a razão, quando temos tão pouco escrito
sobre o assunto. Mas agora não vamos mais precisar ter desculpas. Rafael Rodríguez
Chalas, doutor, ministro de música, professor e violonista clássico, mostra a
música secular à luz da Bíblia, da Reforma e do adventismo, levando o leitor a
conclusões equilibradas.
Porque precisamos que o espírito de união reine entre nós.
Por isso, Flores volta com mais um capítulo (15) levando o adorador a refletir
da uniformidade à unidade tanto na adoração pessoal quanto na pública. Mais
Bíblia e mais Espírito de Profecia, para discutir sobre os pertinentes
questionamentos: Qual é o papel do louvor na devoção pessoal do crente? Quais
são alguns exemplos do uso da música na adoração pessoal? O que os salmos 38,
45, 54, 55 e 71 poderiam nos ensinar? Será que o processo de louvor começa com
uma pessoa, e vai se expandindo, como e até onde? A leitura do salmo 105 é
muito importante para refletir na explicação de como é o convite à comunidade
religiosa para que se una em adoração. “A Bíblia nos provê lições práticas e
reveladoras para desenvolver uma vida de devoção pessoal e coletiva. Para isso,
o coração deve estar livre de egoísmo. Devemos buscar o que beneficia a
congregação, e não o que eu prefiro ou o que me fala no âmbito pessoal”.
Resultado? “Unidade na diversidade, graças ao amor de Deus”.
“Como Organizar o Ministério da Música e da Adoração em sua
Igreja?” É o capítulo 16, com o pastor e doutor Andrés Flores. Ele explica
sobre “como apoiar a equipe de música e adoração”, colocando qual é o “papel do
pastor e da comissão da igreja”, nos sentidos de urgência e de liderança quanto
aos recursos, o respaldo e a confiança da igreja e o apoio espiritual. Ensina
também sobre “como formar uma equipe de música e adoração”, desde a escolha do
líder até os demais componentes, a visão desta equipe, a colaboração do pastor
e a orientação bíblica que tal ministério deverá seguir. Por fim, dá várias
dicas de recursos práticos que podem ser buscados para a equipe de música e
adoração da igreja, mostrando qual é o resultado que pode ser alcançado com um
programa de música bem organizado que seja compreensível, original e
espiritual, o que se pode fazer pra desenvolver a capacidade dos líderes de
adoração e de que maneiras se pode facilitar a comunicação e a colaboração
entre a equipe de adoração e o pregador.
É com muita emoção que chegamos ao último capítulo de “En
Espíritu y en Verdad” com Alejandro Bullón. Ele faz uma exposição sobre “as emoções
na adoração”. Ao ler o que este grande pastor e escritor escreve, o leitor é
levado a refletir sobre: a) o que implica o conselho de EGW acerca de que se
deve cultivar a voz para que “resulte agradável ao ouvido e impressione o
coração”; b) como podemos distinguir entre as emoções santificadas e as emoções
pecaminosas; c) quais são os perigos do emocionalismo; d) o atual desafio da
igreja hoje, que “não é adotar um estilo de adoração para o corpo universal,
mas respeitar a diversidade das culturas que formam parte da nossa grande
família”; e e) o maior milagre que Deus pode fazer no coração dos cristãos.
No apêndice do livro está um documento sobre a “Filosofia
de Música Adventista do Sétimo Dia”, votada oficialmente pela instituição, pois
o livro En Espíritu y en Verdad “não propõe mudança alguma à teologia ou às
doutrinas da IASD. Todos os autores são obreiros ou leigos ativos da IASD com
um profundo respeito pelos regulamentos e políticas da igreja” e pelo Espírito
de Profecia da mesma. “Mas a hora vem, e é agora, quando os
verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em Espírito e em Verdade; porque o Pai
também busca por tais adoradores que assim O adoram” (João 4:23).
Um abraço,
Pr. Valdeci Jr.