Desde que me
entendo por gente, minha família segue a Deus. Cresci, desde pequeno, indo à igreja
todos os finais de semana, participando da escolinha bíblica para os menores,
fazendo culto familiar em casa todos os dias, vendo meus pais pregarem o
evangelho, assistindo a conversas bíblicas. Sendo assim, acostumei-me a
respirar esse ar evangélico, a conversar sobre coisas da igreja, da Bíblia e
sobre Deus.
E você sabe
que toda criança é cheia de perguntas, né? Aquelas com as quais a criança
bombardeia o adulto. “Por que isso? Por que aquilo?”
Isso é normal,
pois a criança não veio ao mundo sabendo das coisas. Quando se depara com um
monte de novidades, ela quer entender. Agora, uma criança que é criada em uma casa
onde se fala de Deus, constantemente, muitas das perguntas também serão
relacionadas a Deus. “Pai, por que eu tenho que chamar a Deus de pai também?” “Mãe,
por que Jesus não frequentava a escola?” “Como a gente vai ser quando chegar no
Céu?” E, por aí vai... Não sei se é porque eu deixava meus pais, tios, líderes
da igreja, pessoas mais velhas, professores, todo mundo tonto com tantas
perguntas, que muitas vezes eu ouvi a mesma resposta: “Deuteronômio 29:29.”
Você já viu o
que está escrito lá? “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o nosso Deus,
mas as reveladas pertencem a nós, e aos nossos filhos, para sempre, para que
sigamos todas as palavras desta lei.” Ou seja, o que não está encoberto, a nós
pertence, mas o que está encoberto, ao Senhor pertence. E ponto final. Isso
queria dizer que, se não tinha explicação para alguma coisa, era porque Deus
não queria dizer, e isso era um segredo dEle, o qual a gente não devia
perscrutar. Então, eu pensava: Está bem. Se Deus quer assim, vou discutir o
quê?
Com o passar
do tempo, à medida que fui crescendo, estudando e ampliando minha visão de
mundo e meu acervo de informações, descobri algo que não sabia se era muito
triste ou muito bom: tinha muita coisa que antes eu não pensava que estaria
revelada, mas que na realidade estava sim. Na prática, já tinha perguntado
sobre tal assunto e tinha recebido a resposta “Deuteronômio 29:29”, isto é, só
Deus sabe, não temos como saber. Mas descobri que tinha como saber. O que eu
não sabia antes era por pura ignorância.
Então, Deuteronômio
29:29 estava com problemas? Não! O problema era usá-lo de maneira errada. Não
devemos nos conformar com a ignorância. Aprendi que esse verso não pode servir
como uma desculpa esfarrapada para a ociosidade da pesquisa. Não escudemos nossa
ignorância!
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer dizer o que pensa sobre o assunto?
Então, escreva aí. Fique à vontade.
Mas lembre-se: não aceitamos comentários anônimos.
Agora, se quiser fazer uma pergunta, escreva para nasaladopastor@hotmail.com