Quem a efetua?
É ação de quem?
Quem participa ativamente da salvação?
Deus ou o ser humano?
Início da Escalada
Cresci na igreja do Grajaú, Santo Amaro, na cidade de São Paulo. Em minha escalada, ...6, 7, 8 anos..., meu sonho era alcançar o topo de ter 10 anos para então participar do clube de desbravadores Monte Moriá. Mas isso nunca aconteceu. Minha família mudou-se para um lugar onde a energia hidroelétrica, a água encanada, o asfalto e a igreja mais próximos ficavam a seis horas de viagem da nossa casa. Nesses “ermos missionários”, acabamos fazendo muitas coisas que desbravador faz, mesmo sem estar em nenhum clube. Afinal, os desbravadores mais próximos estavam a mil quilômetros. Hoje, pastoreio a igreja que sedia o clube de desbravadores Montes, na cidade de Eunápolis.
Na última semana de oração que os desbravadores realizaram, este clube sugeriu que analisássemos alguns montes citados na Bíblia. Para mim, foi uma ótima escalada. Quero compartilhar um pouco dela com você, lembrando que as reflexões deste texto não se propõem a ser exegéticas, mas sim, puramente aplicativas. Das montanhas bíblicas que estudamos, destaco aqui três, sendo que uma é o ponto de partida, a segunda é o ponto central e a última, o destino final. Pelo título, “Alpinismo Soterológico”, você já deve imaginar pelo menos uma destas três colinas.
Para entendermos o Calvário como uma colina de salvação, precisamos parar e olhar para uma primeira montanha, que a antecede, e um monte posterior, colocado no futuro. Quero convidar-lhe a esta contemplação.
Olhe no retrovisor e veja o Sinai, monte da revelação de Deus. Revelação das leis de Deus. Lugar em que Jeová revelou uma face de justiça dEle. Muitos de nós temos a tendência de nos atermos somente ao Sinai, ao caráter justiceiro de Deus. E aí, para nos tornarmos mais “semelhantes” a Deus, queremos fazer justiça com as próprias mãos, ou seja, sermos legalistas. Para chamar-nos deste extremismo a um equilíbrio, um milênio e meio depois, Deus revelou mais uma parte do Seu caráter.
Portanto, no cerne da matéria, você tem o Calvário, monte da revelação de Deus. Revelação da graça de Deus. O Senhor revelou a face de misericórdia, o caráter que Ele tem. Muitos de nós temos a tendência de nos fixarmos somente ao Calvário, ao caráter gracioso de Deus. E então, para nos tornarmos mais “semelhantes” a Jesus, queremos ser salvos através de uma graça barata, ou seja, sermos libertinosos. Deus é justiça e misericórdia. Mas onde está o equilíbrio?
A salvação é uma iniciativa de quem? Quem a efetua? É ação de quem? Quem participa ativamente da salvação? Deus ou o ser humano? Uma simples analogia da visão histórico-arqueológica do Gólgota pode nos ajudar a compreendermos, por comparação, sobre as participações divinas e humanas no processo da salvação.
A palavra “gólgota” é uma palavra transliterada do aramaico, para a qual muitas vezes usamos “calvário”. Entretanto, “calvário” não seria a tradução de “gólgota”; “calvário” é um aportuguesamento de uma palavra latina que tem o mesmo significado da palavra “gólgota” e que, em grego, seria “cranius”. O sentido literal, em Português, é “caveira”. Mas, chamemos o monte de “Calvário”, “da Caveira” ou “Gólgota”, o fato é que, em vários idiomas, esta palavra já não pertence a um só povo. É o que acontece com o próprio lugar a que ela se refere. Em primeiro lugar, porque a atribuição a onde seria esta colina é dúbia, senão plural. E em segundo lugar, porque os próprios dois principais lugares onde, provavelmente, seria realmente o Calvário, também não têm um ou poucos donos.
Igreja do Santo Sepulcro
Dentro dos muros da atual Jerusalém, existe a Igreja do Santo Sepulcro. Sua história remonta-se a Constantino, no quarto século. Em gratidão ao que o monarca julgava que Cristo fizera por ele, quis descobrir onde havia sido realmente o monte da crucificação e, ali, erigir uma capela monumental. E foi isso que fez com as informações que conseguiu dos que julgavam apontar verdadeiramente o suposto lugar onde fora fincada a cruz de Cristo. Ao longo da História, a igreja foi demolida e reconstruída muitas vezes, porque muitos povos e pessoas já se julgaram donos do direito de possuir aquele lugar.
Hoje, o enorme complexo sacro que está construído por cima e envolvendo o lugar em que muitos dizem estar tanto o monte Calvário quanto a sepultura de Jesus é usado por, pelo menos, quatro interesses religiosos. “Nesse local, os católicos romanos, os ortodoxos gregos, os coptas e os jacobitas têm suas capitais separadas, divididas umas das outras. O Santo Sepulcro está localizado em um compartimento de grande tamanho, no extremo ocidental da nave, onde cada um dos grupos cristãos ocupa um determinado turno para realizar serviços religiosos em ocasiões especiais... Por nenhum outro lugar se tem lutado tanto, e nenhum outro local tem sido alvo de anelos tão profundos” (4391-Calvário, Suplemento Arqueológico, Bíblia de Estudos Almeida, 1516-1517).
O Calvário de Gordon
O outro provável lugar onde talvez Cristo tenha sido crucificado é o “Calvário de Gordon”. No século 19, o general Gordon fez uma pesquisa bem detalhada e sugeriu, por algumas razões bem plausíveis, que o Calvário seria outra colina, que está fora dos muros da cidade (conforme Hebreus 13:12), próxima a um túmulo muito antigo configurado para ser selado por alguma grande pedra rolante e situado em um antigo jardim. O interessante é que, independentemente das preocupações da tradição cristã, esta colina foi, por muitos séculos da nossa era, o tradicional lugar usado pelos judeus para fazer execuções por apedrejamento. Todavia, o que mais chama a atenção para imaginar-se que ali tenha sido o Gólgota de Cristo é o fato de que a colina tem formato de crânio, caveira humana. Abaixo da abóbada, em sua encosta frontal, as rochas apresentam duas cavernosas formas de olhos, uma saliência que forma as narinas, uma fenda que se assemelha à boca e outra saliência representativa de um queixo.
Depois que fizeram as escavações para descobrir mais detalhes sobre o local, um grupo de ingleses comprou o lugar e o cercou. Hoje, como a maioria dos terrenos tombados histórico-turísticos palestinos, esta colina está numa situação em que dificilmente poderia ser uma propriedade particular que pudesse ser usada para qualquer interesse de capricho pessoal. É o atual lugar ao qual milhares de cristãos se reportam para rememorar o ato mais nobre do seu Mestre maior.
Raio X Calvariano Bíblico
Vamos a fundo! Assim como esses dois lugares históricos - tanto a Igreja do Santo Sepulcro quanto o Calvário de Gordon - não podem mais ser enclausurados a uma propriedade particular desconhecida, mas, pelo contrário, têm uma participação universal de seres humanos, a história bíblica do Gólgota também passa pela mesma situação público-participativa. Na Bíblia, o Monte da Caveira é mencionado nos quatro evangelhos. Em cada menção, podemos ver a adição de diferentes representações humanas sendo envolvidas com os acontecimentos da crucificação. Nos próximos parágrafos, analise comigo os quatro versículos bíblicos calvarianos e mire os participantes da subida para o Monte da Caveira.
Em João 19:17, lemos que “levando a sua própria cruz, ele [Cristo] saiu para o lugar chamado Caveira (que em aramaico é chamado Gólgota)”. Este verso nos faz lembrar sobre a iniciativa divina na concepção do plano da salvação. “Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês” (1Pedro 1:19-20). Cristo poderia renegar-se a este plano, mas Ele, voluntariamente, “tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças” (Isaías 53:14). O sacrifício do Calvário foi um ato voluntário de Cristo que, por si mesmo, declarou: “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer” (João 10:18). Por mais que você se ache incapaz de crescer espiritualmente diante do plano de Deus em salvar-lhe, saiba que esta é uma ideia e vontade dEle. Ele quer fazer isso por você. Deus tem parte ativa na escalada do monte da salvação. (Grifos acrescentados).
O mais brutal e comovente é ver até onde vai o alcance do sacrifício de Cristo. Ele não coordenou um plano de salvação virtual, à distância. Não! Para salvar, Deus foi até onde estava o moribundo. Leia outro verso bíblico que fala do “lugar chamado Caveira”: “ali o crucificaram com os criminosos, um à sua direita e o outro à sua esquerda” (Lucas 23:33 – grifo acrescentado). Meio milênio antes, um profeta já predissera que Jesus seria contado entre os transgressores (Isaías 53:12). “Os fariseus e os escribas murmuravam: ‘Este recebe pecadores, e come com eles’” (Lucas 15:2). “Jesus ouvindo isto respondeu-lhes: ‘Não são os que estão bem que precisam de médico, mas os que estão doentes. Ide e aprendei o que significam estas palavras, eu quero a misericórdia e não o sacrifício, eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’” (Mateus 9:12). Por mais que você sinta-se indigno de receber a salvação que Jesus oferece, você precisa saber que “onde aumentou o pecado, a graça de Deus aumentou muito mais ainda” (Romanos 5:20). Quanto mais cheio de pecado você estiver se sentindo, mais você estará sendo alvo do amor de Deus. Os pecadores participam na caminhada em direção ao topo do Gólgota.
O lado triste da história do Calvário é a nossa participação na mesma. Apesar de que João 19:17 mencione que foi Jesus quem botou o pé na estrada rumo à colina sangrenta, Marcos dá uma informação a mais sobre o ocorrido, acrescentando aos fatos o verbo “levaram”. Leia Marcos 15:22. Quem levou? “Nós o crucificamos”: esta frase pode estar no passado ou no presente. Isaías 53:5 diz que “Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu”. Se não tivéssemos pecado, Ele não teria morrido por nós. Mas, porque pecamos, Ele sacrificou-se. Se aceitamos Sua graça redentora, isso fica no passado, e vivemos, com Ele, em novidade de vida, pois “fomos sepultados com ele por termos morrido junto com ele. E isso para que, assim como Cristo foi ressuscitado pelo poder glorioso do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova” (Romanos 6:4). Entretanto, cada vez que rejeitamos o dom imerecido da graça, a frase “nós o crucificamos” vem para o presente. O autor de Hebreus afirma que, uma vez que abandonamos o caminho do Reino, crucificamos Jesus para nós mesmos, expondo-O novamente à vergonha pública (Hebreus 6.6). Em outras palavras, quando abandonamos a fé pura deixada a nós pelos apóstolos, expomos Seu nome ao vexame. Salvos ou perdidos, todos nós, seres humanos, passamos pela estrada do monte calvariano.
Mas a alegria que inunda o lugar é a percepção de um itinerário traçado. Dos quatro versos bíblicos que nos falam do monte da salvação, o que falta-nos ler é este: “Chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar da Caveira” (Mateus 27:33 – grifo acrescentado). E deste versículo, podemos destacar a palavra “chegaram”. Destino final! No plano da salvação, há um rumo certo a ser alcançado! “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Romanos 8:28-30 e Efésios 1:5-6 – grifos acrescentados). Este é o destino divino da salvação! Aonde você quer chegar ao passar por este corredor sangrento? À vergonha ou à mensagem da cruz?
Todos Podem Pular para o Terceiro
De qualquer maneira, Deus e você têm participações ativas no monte da caveira. O ato do Senhor é salvar. Mas e o seu? Dependendo de suas escolhas, você pode estar com o martelo ou com o manto em suas mãos. Como canta o ministério “Trazendo a Arca”, para tocar no manto tem que estar prostrado, quebrantado, rendido. Quando nós nos rendemos, de Cristo somos revestidos (Gálatas 3:27). E assim, nos tornamos, por Ele, aptos para escalar até ao destino final para o qual Ele quer nos levar: a Nova Jerusalém, no monte Sião. “Pois assim é dito na Escritura: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela confia jamais será envergonhado’. Então olhei, e diante de mim estava o Cordeiro, em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil que traziam escritos na testa o nome dele e o nome de seu Pai” (1Pedro 2:6; Apocalipse 14:1). Há um terceiro monte esperando por você!
“Vejo o Calvário, o monte tão cruel! Ali Jesus, pregado foi na cruz. Vejo o Calvário, o monte do amor! A minha culpa ali Jesus pagou”. “Sim, eu amo a mensagem da cruz. Até morrer, eu a vou proclamar. Levarei, eu também, minha cruz, até por uma coroa trocar”.
Pergunta Que Será Respondida Amanhã
Como homossexual, posso freqüentar a igreja, ou ela é mais uma instituição preconceituosa?
olá querido, Sou o Allan , como universitário, o tempo para mim é corrido, mas sempre rola um tempinho para descançar em casa, (intervalo do estágio para a facu), faço curso de economia, estou no 6º pediodo falta apenas 1 para concluí-lo. Sou diretor jovem, sonoplasta da minha igreja, e temente a Deus. Admiro seu empenho, suas respostas são fantásticas.
ResponderExcluirqueria muito se possível que o senhor enviasse todo e qualquer tipo de material(cristão) que certamente me interessaria para: allancarlos@advir.com
grato.
es una alegria conocerlo asi sea a traves de su pagina pero me siento muy contenta
ResponderExcluirmi papito celestial lo bendiga grandemente a usted y su familia pastor y sus temas son de gran ayuda gracias por compartirlos con nosotros