Aqui em Curitiba, tenho vários amigos cristãos que dizem beber socialmente. O que dizer disso? Qual deve ser a posição do cristão, diante de bebidas alcoólicas, biblicamente falando?
Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
I Coríntios 3:16
O álcool representa uma das drogas mais utilizadas. Ele tem devastado incontáveis milhões. Não apenas fere aqueles que o usam, como também cobra o seu tributo de toda a sociedade – através de lares despedaçados, mortes acidentais e pobreza.
Uma vez que Deus Se comunica conosco unicamente através de nossa mente, é bom relembrar que o álcool afeta adversamente todas as funções mentais. À medida que o nível de álcool do organismo se eleva, o usuário da bebida pode chegar a avançar através dos estágios de perda de coordenação, confusão mental, desorientação, estupor, anestesia, coma e morte. O uso regular de bebidas alcoólicas conduzirá por fim à perda de memória, julgamento e capacidade de aprendizado.
Alguns tentam usar um suposto termo: “beber socialmente”, para diferenciar-se em sua inclinação pelo álcool. Esta categoria ilusória do hábito não existe, porque cada um irá dar uma definição diferente da linha imaginária de delimitação. Por um outro lado, não existe “beber anti-socialmente”, pois toda ingestão de bebida alcoólica se dá por algum tipo de influência social. Dizer também que o termo “beber socialmente”, não é para diferenciar-se em sua inclinação pelo álcool, porque não tem uma inclinação, é uma fuga da realidade. Pois se não fosse inclinado ao álcool, jamais questionaria o uso das bebidas, pois nunca precisaria sequer prová-las.
Agora, se o caso é argumentado na base de uma suposta necessidade gerada por algum momento de encontro ou convívio social, a questão não é “beber ou não beber”. Se você encontra-se neste caso, o problema tem que ver com suas habilidades comportamentais de sociabilização, e não com a bebida, pois quando resolver-se consigo mesmo, vai conseguir se sociabilizar bem e ao mesmo tempo dizer “não” ao que lhe faz mal.
O que as pessoas tentam chamar de “beber social” os estudiosos científicos do assunto determinam de “fase da dependência emocional”. É a primeira, das fases de dependências. Claro, existem outras muito mais profundas.
Segundo estudos científicos realizados pela Cefetes, a ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados por motoristas que haviam bebido antes de dirigir.
Neste sentido, segundo a legislação brasileira (CNT/1998) deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600 ml de cerveja (duas latas, uma garrafa ou três copos), 200 ml de vinho (duas taças, ou um copo) ou 80 ml de destilados (uma dose completa).
Ora, eu não entendo, como um cristão que pretende obedecer a Bíblia conservando o seu corpo e sua saúde, para que Deus nele habite, argumenta-se a favor da ingestão de algo que, em suas doses mínimas, o deixa inabilitado mesmo para dirigir. Não é lógico que a mente estará embotada também para discernir as coisas espirituais, continuar em comunhão, ou sintonizar-se com Deus?
Esta bebida é tão prejudicial que, em nosso país, apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem consome. O alcoolismo não difere psicologicamente da dependência de outras drogas. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Por esse motivo é que ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas e consegue atingir uma considerável porcentagem da população adulta. Desorientados, surgem então os “crentes”, argumentando que “bebem socialmente”, mas não são alcoólatras, ou escravos do alcoolismo. Por que estes mesmos não usam “craque” socialmente, cheiram coca socialmente, fumam maconha socialmente, e assim por diante? É porque estas outras drogas não são admitidas legalmente. Se o estado legislasse sobre a maconha, como está para com a bebida alcoólica, logo que a sociedade incentivasse o uso, tal “cristão” procuraria mais esta brecha para satisfazer seus desejos em lugar dos de Deus, de forma “aceitável”. Isto é viver indefinido entre dois mundos e não assumir-se.
Entre os etilistas sociais, o álcool causa contração dos lobos frontais, onde se localiza a sede do discernimento moral. Testes psicológicos de etilistas sociais mostraram que suas habilidades mentais e desempenho intelectual haviam sido significativamente prejudicadas. À medida que aumenta o consumo de álcool, decresce a freqüência aos serviços religiosos.
As histórias bíblicas envolvendo o uso de bebidas alcoólicas podem deixar a impressão de que Deus aprovava o seu uso. Contudo, a Escritura também indica que o povo de Deus participava de práticas sociais tais como divórcio, poligamia e escravidão – e por certo Deus jamais as aprovou. Ao interpretarmos semelhantes passagens das Escrituras, é útil manter em mente que Deus não necessariamente endossa tudo o que permite. A resposta de Jesus quanto à questão de por que Moisés permitiu o divórcio, ilustra bem esse princípio de interpretação. Ele disse: “Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio” (Mat. 19:8).12 O Éden constitui o modelo divino em relação ao qual o evangelho deseja nos restaurar. Assim como no tocante a outras práticas, o uso do álcool não constituía parte do plano original de Deus.
No Antigo Testamento, o termo genérico para vinho é yayin. Esse termo designa o suco de uva em todos os seus estágios, desde o não-fermentado até o fermentado, embora seja freqüentemente empregado para referir-se ao vinho envelhecido, portanto, fermentado. A palavra habitual para vinho não fermentado é tirosh. O termo é freqüentemente traduzido como “vinho novo”, e representa o suco de uva recentemente obtido da prensa. Ambos os termos foram traduzidos como oinos pela Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento. Oinos é o termo geralmente empregado para vinho no Novo Testamento e refere-se tanto ao vinho fermentado quanto ao não fermentado, dependendo do contexto. A partir dessa perspectiva não é sem significado que Cristo tenha evitado utilizar a palavra usual para vinho (oinos), mas tenha empregado a frase “o fruto da vide” (Mar. 14:25). Ao passo que oinos pode aplicar-se ao vinho tanto em seu estado fermentado quanto não fermentado, o fruto da vide refere-se ao puro suco de uva – símbolo apropriado do sangue de Cristo, que a Si mesmo Se identificou como a Videira Verdadeira (João 15:1).
A expressão “bebida forte” (shekar, em hebraico), significa uma bebida doce, geralmente fermentada e em geral produzida de outras fontes, que não uvas. Ela inclui bebidas como cerveja (de cevada, painço ou trigo) e vinho de tâmaras. A expressão não se refere aos licores destilados, uma vez que a destilação era desconhecida dos israelitas.
As Escrituras condenam o vinho com álcool porque ele traz consigo violência, miséria e destruição (Prov. 4:17; 23:29 e 35). Ele faz com que os líderes religiosos se tornem opressivos (Isa. 56:10-12). Achava-se também muitas vezes associado com a perversão de julgamento dos líderes israelitas (Isa. 28:7), tal como ocorreu com o rei Belsazar (Dan. 5:1-30).
A Bíblia fala em termos favoráveis do vinho não-fermentado, ou suco de uva, e recomenda-o como uma grande bênção. Ele devia ser apresentado como oferta a Deus (Núm. 18:12 e 13; Nee. 10:37-39; 13:12 e 13). Representa uma das bênçãos de Deus (Gên. 27:28, “vinho novo”; Deut. 7:13; 11:14; Prov. 3:10; Isa. 65:8; Joel 3:18), “agrada a Deus e aos homens” (Juí. 9:13), e simboliza as bênçãos espirituais (Isa. 55:1 e 2; Prov. 9:2 e 3). É também uma bebida saudável (I Tim. 5:23).
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (I Coríntios 10:31), e não para satisfazer vossas próprias idéias e desejos.
Que Deus lhes ajude a serem puros!!!
Um abraço,
Fontes:
Nisto Cremos, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
Pergunta que será respondida amanhã:
Falando em Música...
O que você acha sobre essa discução que sempre existe na igreja, sobre música?
oi pastor.
ResponderExcluirgostaria de entender pq não sinto vontade de ir para igreja. gosto de orar em casa, mas quando é para ir para a igreja vou forçada. pq?