quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Copiar Obras Com Boa Intenção

“Copiar CDs de músicas, obras, livros ou filmes, alegando ajudar pessoas carentes, ou com fins e propósitos não lucrativos é justo? Alguém pode pensar que copiar hinos ou coisas úteis para a igreja, para evangelizar não é pirataria porque não está vendendo ou lucrando, o que você acha?”


Prezado irmão em Cristo,

            Muito me alegro em poder atender ao seu questionamento. O texto abaixo é uma adaptação do pensamento de vários conselheiros pastores que trabalham (e/ou trabalharam) na área da comunicação. Parte do texto inclusive, é de autoria do Pr. Irineo Koch e foi apresentado como comentário de uma pergunta semelhante, debatida no programa Linha Aberta, na rede de rádios Novo Tempo. Aqui também estão transcritos alguns conselhos, espelhados na Bíblia, a partir de idéias minhas e do Pr Milton Souza, ex-diretor geral da Rede Novo Tempo de Comunicação. Queremos, junto com você, buscar conselhos e procedimentos que sejam aprovados pelo pensamento Bíblico.
Indo direto ao assunto: olha, se for para ajudar uma pessoa humilde, se for para evangelizar trazer alguém para Cristo, se for para salvar uma vida, se não estou lucrando, não tem problema. Era isto que alguns desejariam ouvir não é mesmo?  Mas a resposta correta não é esta. Fazer uma coisa boa, com métodos errados, não tem a aprovação divina. Pelos princípios bíblicos, os fins não justificam os meios.
A história de Uzá, retratada na Bíblia em II Samuel 6, revela que Uzá desejou proteger a Arca para não cair, e colocou a mão na arca e morreu na hora. Poderia parecer que Deus foi injusto, afinal, ele estava protegendo a arca de Deus.  Mas por que Deus agiu assim com Uzá?
Uzá  e Aiô eram os responsáveis pelo cuidado dos animais, e quando eles tropeçaram ameaçando a arca de cair, o fato se deu ao descuido de Uzá com os animais. Uzá não estava executando sua função exatamente, Uzá não estava no seu posto, Uzá estava fora de lugar, Uzá não estava cumprindo seu direito nem seu dever, Uzá ultrapassou os limites de sua função, Uzá bem intencionado, quebrou as regras, ultrapassou seus limites, e por usar meios incorretos, foi punido por Deus, para mostrar que cada um, deve fazer a sua parte de maneira correta, cumprir cada qual sua função, e não quebrar regras com intenções boas, pois o que Deus deseja é estrita obediência e não sacrifício.
Uzá teve boa intenção em proteger a Arca, mas foi punido por usar métodos não corretos que não tinham a aprovação do povo muito menos de Deus. A intenção foi boa, mas a estratégia usada foi incorreta.
Outro exemplo, é o irmão de Abel, o famoso Caim. Gen.4. Ele teve as melhores intenções ao preparar um altar de sacrifício para Deus, com o melhor que colheu do campo, teve um propósito final correto, mas seu método de executar sua intenção foi algo que Deus não ensinou, não pediu e nem desejou. Aparentemente não havia problema algum no tipo de sacrifício que fazia, mas oferecer frutas do campo, não apontavam para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Caim não usou a fórmula, o modelo de adoração que Deus ensinou, ele inventou sua própria moda, sua maneira, seu jeito, e não o jeito de Deus.  Ele teve um propósito final correto, mas usou de uma forma, um método incorreto. Foi rejeitado por Deus também.
Outro exemplo bíblico de pessoas que fizeram coisas bem intencionadas, mas de forma ilegal é Ananias e Safira. Planejaram vender uma propriedade e dar o dinheiro todo para os apóstolos. Mas após a venda, reteram parte do dinheiro. E Pedro disse uma frase  muito oportuna: “Não mentistes aos homens, mas a Deus.”  Atos cap. 5. Esta história Bíblica real, apresenta que, embora a justiça humana não consiga detectar algumas irregularidades praticadas com fins positivos, Deus conhece o íntimo de cada um, e sabe o que vai no nosso coração, e não aceita dedicação, oferta, trabalho, ação missionária, ou qualquer objetivo evangelístico, que seja feito de forma incorreta, injusta ou desonesta.
Duro é concluir que nos três exemplos bíblicos citados, os castigos foram severos, e devem nos fazer pensar muito bem, antes de usarmos meios ilícitos para fins lícitos.
Já diz o provérbio “melhor é ter pouco com Deus, do que muito sem Ele.”
Parece uma coisa de pouca importância fazer um CD pirata, para dar ou usar em fins de evangelização ou algo nobre.
Devo lembrar um verso que reflete como nosso Criador está atento a estes pequenos detalhes... as palavras são de Jesus, retratadas em Mateus 25: 21
 “Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei, entra no gozo do teu Senhor.”
Está mais do que claro neste texto, e outros tantos que poderíamos citar aqui, que Deus espera fidelidade, lealdade, honestidade em todos os detalhes. Não adianta fazer coisas para Deus com detalhes desonestos, meios ilícitos, ou quebrar regras divinas tentando justificar propósitos finais corretos.
Apocalipse 2:10 diz “Se fiel até a morte”.
Se alguém roubar Bíblia de uma livraria evangélica, com a intenção de doar a pessoas que não podem comprar uma Bíblia, está correto? Mesmo em nome da evangelização? E não poderia usar o argumento de que está muito cara uma Bíblia?
Agora eu pergunto: se você escreve um livro e manda imprimir 1000 cópias com a intenção de distribuir aos pobres que não o podem comprar, isto está correto? Você que escreveu não precisa receber honorários pelo seu trabalho? E se, em vez de roubar os livros, alguém comprar um livro e manda fazer noutra gráfica 1000 cópias com a intenção de distribuir aos pobres? Daí pode? Roubar papel não pode, mas roubar idéias, conteúdo, isso pode? O que é mais importante: o papel ou o conteúdo?
Sabe o que vai acontecer, se alguém faz isso com o livro? O autor não terá estímulo para fazer outro. Ou simplesmente não terá dinheiro para fazer outro.
Outro exemplo:
Fazer um CD bom tem aproximadamente o custo de uma casa. Já pensou se alguém constrói uma casa e depois chegam outras pessoas e dizem: queremos morar aqui também. Não, você que é o dono não precisa sair. Queremos morar juntos. Você não vai gastar nada mais por isso, por que não podemos morar junto aqui com você? Sabemos que foi você que gastou para construí-la, mas tudo bem, você irá desfrutá-la. Apenas queremos desfrutar junto. Nós não temos onde morar, então vamos nos mudar para cá, mesmo que você não queira.
Será que é bonito o Brasil ter a fama que está tendo, de ser um dos campeões mundiais de pirataria? Será que nós, cristãos, não deveríamos ser o exemplo em seguir o que Jesus disse: dai a Cezar o que é de Cezar? Ou seguir o oitavo mandamento, não furtarás? Será que, para os cristãos, idéias e conteúdo não valem nada? Apenas coisas valem? Idéias e conteúdo podem ser furtadas?
Faço hoje um apelo para você que crê em Deus: “vamos todos ser mais fiéis a Deus, fiéis a toda prova. Pois quando começamos com Deus, andamos e seguimos a Deus, o final também será com Deus”.
Sejamos fíéis a toda prova!
Ao terminar esta postagem, oro para que Deus lhe dê sabedoria para discernir o que é certo, vontade de praticar o que é segundo o Seu coração e humildade para andar em Seus caminhos. No final de tudo, a recompensa será ter uma consciência limpa e poder ouvir: “Bem está, servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei, entra para o gozo do teu Senhor”.

Que o Senhor te abençoe e te guarde!


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
“Barrabás era chamado ‘Jesus Barrabás’? E Cristo também era ‘Jesus’? Então eram dois ‘Jesus’?”

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