terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quanto Vale a Sua Liberdade?



Gostaria de entender mais sobre a origem do mal, os anjos e a Criação. 
ORIGEM DO MAL, ANJOS E CRIAÇÃO
(Estudo 07 desta série)

Imagine! Se, pela manhã, você abrisse o jornal e se deparasse com o seguinte anúncio nos classificados:

Contrata-se pessoa para contração de matrimônio. O candidato (contratado) que se interessar deverá unir-se em casamento com o anunciante (contratante), submetendo-se a todas regras culturais e civis que um enlace conjugal requer.
·         Deverá casar em cerimônia religiosa, submetendo-se aos credos do anunciante, e em cerimônia civil, junto ao cartório desta cidade.
·         O contrato é vitalício e não poderá ser revogado, anulando assim a possibilidade de desistência do contratado durante toda a existência de sua vida.
·         O contratado aceitará, se submeterá e cumprirá todas as regras do contrato, sem considerar quem vem a ser o contratante, aceitando-o, seja quem for, ainda que não o conheça total, parcial ou suficientemente.
O contratado será recompensado por remuneração financeira em moeda corrente deste país. A proposta inicial do valor será feita pelo candidato que se interessar e negociada em comum acordo com o contratante.

Você se candidataria a tal contratação? Pediria quantos mil reais? Valeria a pena? Quanto custa a sua liberdade?
Gostamos de ter liberdade para escolher. Um relacionamento a dois acontece a partir de uma “conquista”: o período que você gasta tentando convencer a outra pessoa a escolher pertencer a você ou vice-versa. Você concorda comigo que entrar para uma vida de relacionamento, segundo os moldes do anúncio de jornal, seria uma abolição à liberdade de escolha?
Mas quando fazemos uso do livre arbítrio para escolher viver com alguém, na realidade, estamos sendo cativados pelo amor desse alguém. E consideramos que entramos para o relacionamento livremente. A liberdade tem seus limites.
Se Deus é eterno (Salmo 45:6 – RC; ver também Salmo 90:2) e se pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus (Hebreus 11:2), compreendemos que houve um tempo em que existia somente a família triúna da Divindade, em perfeita harmonia e amor.
Deus então resolve criar. Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles, pois ele falou, e tudo se fez (Salmo 33:6 e 9). Este exército dos céus o adorava (Neemias 9:6) e milhares o serviam (Daniel 7:10), na cidade celestial; os muitos milhares de anjos (Hebreus 12:22), ao redor do trono (Apocalipse 5:11). Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros: Santo, santo, santo é o SENHOR (Isaías 6:2 e 3). Sim, todos os seus anjos, os seus exércitos celestiais... foram criados pelo Senhor (Salmo 148:2-5)!
Naquele tempo da eternidade, muito antes da criação do nosso planeta, todos os anjos, juntos, alegremente cantavam, e rejubilavam (Jó 38:4-7). Não existia o mal e tudo era paz e harmonia no Céu.
Estes seres haviam sido criados por Deus dotados de “livre arbítrio”, melhor dizendo, “vontade”, “poder de escolha”. Como Deus é amor, jamais gostaria que suas criaturas o servissem por obrigatoriedade. Todos os anjos eram livres para escolher receber o amor de Deus e com Ele relacionar-se.
Havia um poderoso anjo, a quem chamamos de Lúcifer. A ele Deus conferira capacidade e posição muito especiais. Veja como ele era:
O sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.  Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado... (Ezequiel 28:12-15).
O Criador o havia criado como um ser inteligente e não um robô. Mas ele começou a usar mal o seu livre arbítrio. Misteriosamente passou a cultivar um narcisismo muito intenso e a ficar cada vez mais autofascinado. Queria ser igual a Deus. Por possuir tão alta glória e posição sobre os outros anjos, se achava melhor que eles. Não percebia muita diferença entre si e o Deus Filho, que se revelava aos anjos na forma de um anjo comandante.
Este desequilíbrio veio à tona no coração de Lúcifer, quando a Trindade reuniu-se para planejar a criação de um novo planeta, lindo e habitado por seres inteligentes: a Terra. Lúcifer não foi convidado! Percebeu nítida a diferença: não era criador, mas criatura. Em vez de reconhecer sua posição e a de seu Criador, continuou alimentando aquele mistério errado em seu coração e, como a Bíblia diz,
se achou iniqüidade em ti... se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda... Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra... Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça... profanaste os teus santuários (Ezequiel 28:15-18).
Nas palavras de Billy Graham, ele “não estava satisfeito de se achar subordinado ao seu Criador. Queria usurpar o trono de Deus...” Seu argumento para com os outros anjos era de que o governo de Deus não era justo, pois eles, criaturas, não tinham outra opção a que servir. Iniciava-se uma coletiva rebelião.
Várias e várias vezes, Deus advertiu Lúcifer e deu-lhe oportunidade de arrepender-se, mas sempre respeitando sua liberdade de escolha. Nem os anjos fiéis reconheceram plenamente seu caráter, e esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Era preciso deixar que muito tempo se passasse, até que fossem demonstradas ao Universo, as extremas conseqüências do pecado (I Coríntios 4:9). Mas não no Céu!
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva (Lúcifer)! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas (o reino de Deus). Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima (dos anjos) de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei... subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao (Deus) Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o mais profundo abismo (Isaías 14:12-14).
Houve peleja no céu. Miguel (Jesus - maneira que Deus-Filho se revela em contexto de batalha) e os seus anjos pelejaram contra (Lúcifer) o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. A sua cauda (influência) arrastou a terça parte (dos anjos) (Apocalipse 12:4, 7-9), caindo do céu como um relâmpago (Lucas 10:18).
            Mas o mal não é o centro das atenções deste vasto Universo. Deus continuava suas atividades, inclusive, criando. Ele veio até este nosso planeta, num tempo em que aqui só existia o reino mineral. Não havia vida. O Espírito Santo já rondava guarda no globo da terra (Isaías 40:22 - RC). Deus estende o norte sobre o vazio e faz pairar a terra sobre o nada (Jó 26:7).
A chegada da Trindade para criar a vida trouxe a este lugar, muita luz... Houve tarde e manhã, o primeiro dia (Gênesis 1:1-5). Confira este relato em Gênesis capítulo 1.
            Nas 24 horas que se seguiram, Deus fez uma separação nítida entre as águas que estavam em estado líquido das que estavam em estado gasoso, criando assim o oceano e a atmosfera. Muito antes que Torricelli inventasse o barômetro, Deus regulou o peso do vento e fixou a medida das águas (Jó 28:25).
No terceiro dia, Deus disse: Ajuntem-se as águas num só lugar (mares), e apareça a porção seca (terra). Nesta parte seca, foi criado todo o reino vegetal, ainda neste mesmo dia. À tardinha, Deus viu que era muito bom!
Como originador, Ele sabia que as plantas precisariam da luz solar. Então, logo de manhãzinha, no dia seguinte, fez aparecer os astros que hoje vemos, para sinais, para estações, para dias e anos. O nosso mundo estava ficando lindo!
Na quinta feira, chegara o momento emocionante, pois dali em diante nada mais permaneceria parado. Estava chegando a população. Deus criou todos os animais que vivem nos rios e nos mares, e todas as aves!
O penúltimo dia foi o mais atarefado. Primeiro Deus criou os animais terrestres, como os mamíferos e os répteis. Depois, chegou a hora da humanidade. E para nos diferenciar de todos os animais, não nos fez apenas pelo sopro de sua palavra. Com Suas próprias mãos, Deus fez um boneco de barro e deu nele o beijo da vida. Passou a existir o Adão! E para terminar sua obra prima, Deus fez a linda Eva! De um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra (Atos 17:26).
É lindo conhecer nossa origem! Como disse Albert Einstein, “a religiosidade do sábio consiste em espantar-se, extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza que revelam uma inteligência tão superior, que o pensamento e o engenho humano não conseguem desvendar”. Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Salmo 19:1).
Para completar a criação, faltava 1 dia. A este, Deus deu um nome especial: “descanso”. Não ouviste que o Criador da terra, nem se cansa, nem se fatiga? (Isaías 40:28). Não, Deus não estava cansado! Ao sábado, abençoou e o santificou (Gênesis 2:2 e 3), para que neste dia pudéssemos adorar aquele que fez o céu, e a terra, e o mar (Apocalipse 14:7).
Adão e Eva foram criados para povoar este planeta e governá-lo, honrando e servindo seu Criador. Entretanto, eles não o poderiam fazê-lo forçadamente. Deus os criou para o bem, mas amou-os tanto, a ponto de dar-lhes a opção de seguir este bem, ou não.
Esses seres eram fruto do amor de Deus. O amor que levou o Criador a compartilhar Sua vida. Não pode existir amor onde não há liberdade. Portanto, a possibilidade de amar ou rejeitar a Deus, de servi-Lo ou abandoná-Lo, de fazer o bem ou o mal, era parte de um mundo perfeito. Se não existisse a possibilidade do mal, as criaturas não seriam livres. Seriam escravas do bem (Alejandro Bullón, O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000), 20).
Deus combinou com o casal que a voluntariedade desta obediência seria demonstrada de uma forma muito simples: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás (Gênesis 216 e 17).
Satanás, que havia sido expulso do céu, questionava ser impossível seguir a este bem divino e ser feliz. Por não poder mais habitar perto das moradas do altíssimo (Salmo 91:1), ele e os anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio (Judas 6), foram atirados para a terra (Apocalipse 12:9). Seu primeiro pecado havia sido querer ser Deus, e dizer que Deus não era verdadeiro. Agora ele tenta convencer Eva à desobediência com estas mesmas corrupções de pensamento: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (Gênesis 3:4 e 5).
Eva, que já estava encantada por ver uma serpente falar, agora se deleita em pensar em ser como Deus. Ela e seu marido haviam sido muito bem advertidos, mas escolheram desobedecer. O fruto que eles comeram era simples, mas a sua atitude tinha o profundo significado de uma aberta rejeição do comando divino. Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Romanos 5:12).
O inimigo passou então a achar-se no direito de ser o deus deste século (2Coríntios 4:4), o príncipe deste mundo (João 16:11). Ao contrário do que afirma o grande psicanalista Renato Mezan, que o demônio é apenas um “mecanismo de defesa”, a Bíblia diz que o diabo é um ser pessoal, que desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta (Apocalipse 12:12), pois em breve será lançado para dentro do lago de fogo (Apocalipse 20:10 e 15), preparado para ele e seus anjos (Mateus 25:41), para serem destruídos para sempre. Ele anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (1Pedro 5:8).

Estes anjos maus e expulsos, são espíritos enganadores (1Timóteo 4:1); demônios, operadores de sinais (Apocalipse 16:14), de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens  Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais... (Apocalipse 13:13 e 14). Inspiram os falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça (2Coríntios 11:13-15).

Mas não desanime! Você pode ser fortalecido no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para ficar firmes contra o diabo; a nossa luta é contra os principados e potestades; os dominadores deste mundo tenebroso; as forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Efésios 6:10-12). Deus, aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos (Salmos 91:11). Não tenha medo! O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra (Salmos 34:7).
Graças a Deus, dois terços dos anjos não caíram em engano e hoje agem a nosso favor. Ajudam na direção dos negócios das nações (Daniel 10:5-14), protegem e acompanham o povo de Deus, registram as ações humanas (Eclesiastes 5:6 – RC – em comp. c/ Malaquias 3:16), são testemunhas diante do tribunal celestial (Daniel 7:10), acompanharão a Jesus em Sua volta, reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus (Mateus 24:31) e fazem muitas outras coisas por nós!

Somos livres? Minha única liberdade é poder escolher de quem serei servo. Por exemplo, um jovem que não quer servir as regras da boa conduta, busca a liberdade em poder cultivar os hábitos de sua própria escolha, mergulhando-se no mundo das drogas, da diversão sem limites, da prostituição, dos prazeres ilícitos. Logo ele torna-se escravo do vício, da doença e das conseqüências que tal libertinagem lhe traz. Se você não for escravo da lei, será escravo das conseqüências de desobedecer à lei.

Sabe qual é o preço da sua liberdade? É de acordo com o valor de quem ou do quê você escolhe servir.
Assim é o desfecho desta batalha universal. Satanás tentando provar que servir a Deus não é bom. Deus tentando conquistar suas criaturas ao melhor caminho: servi-Lo. As criaturas de todo o Universo estão a observar este período de 6000 anos de pecado no planeta Terra, para comprovarem a justiça de Deus, baseada na milagrosa combinação de amor e misericórdia (Salmo 85:10). Portanto, a guerra consiste em conquistar a nossa escolha individual. Porque nos tornamos espetáculo, tanto a anjos, como a homens (1Coríntios 4:9). A luta é do bem contra mal, para ver quem será o dono do seu coração, o que determinará também o seu destino. No trono do viver só pode haver um senhor.

A quem você entregará a sua vontade? Volto a perguntar, quanto vale a sua liberdade?

Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Josué 24:15)



Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
“De onde eu vim, para onde eu vou?”
“Qual o sentido de eu ter surgido?” “Seria um primata, meu tataravô?”

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