terça-feira, 28 de setembro de 2010

Arrependimento e Conversão



Gostaria de sentir arrependimento, mas o gosto pelo pecado é muito grande.

O que faço?






SERIA ERRADO VOLTAR ATRÁS?
(Estudo 04 desta série)


Joana despediu-se de seu filho, Manuel. Ele resolvera deixar sua ilha nativa de São Miguel, nos Açores, e mudar-se para os EUA, em busca de uma nova vida. Mas prometeu que enviaria algum dinheiro assim que encontrasse trabalho.

Logo chegou a primeira carta. Joana não sabia ler, mas como se achava em tremenda necessidade, abriu a correspondência. Não havia dinheiro algum. Poderia pedir à vizinha que lesse a carta, mas tinha medo do que poderia pensar quando ouvisse que Manuel não estava cumprindo a promessa.

A vida estava difícil para a idosa senhora, com dinheiro insuficiente até para o alimento. Visitando-a, uma amiga perguntou-lhe: “Tem noticias de seu filho?” Chorando ela confessou que havia recebido várias cartas, mas que Manuel não enviara dinheiro.

“Quero ver as cartas”, pediu a amiga. A mãe de Manuel entregou as cartas. Então a amiga notou que em cada uma havia um aviso postal, que ao ser convertido em dinheiro, resolveria a situação financeira da idosa mãe, que vira os papéis, mas não reconhecera seu valor.

Milhões de pessoas deixam de receber o dom de Deus, a salvação, que é oferecido de graça. Por quê? O que é preciso para receber a salvação? Como cristãos, corremos o risco perder este presente que nos é oferecido.

Ivad era, além de diretor musical, o líder máximo de minha igreja. Ele trabalhava integralmente para a obra do Senhor e era o responsável por todos os missionários. Como ungido, todos os fiéis o tinham como indicado por Deus. Tinha um registro de trabalho impecável. Sua integridade conquistara a confiança e lealdade de todos.

Mas Ivad, em vez de confiar no poder de Jeová, começou a confiar em sua própria sabedoria e poder. Logo que Satanás procura romper a intimidade com Deus, única fonte de força e sabedoria, ele procura despertar os desejos impuros da natureza carnal do homem.

Certo dia Ivad dormiu até tarde. Ocioso, levantou-se e ficou, de seu terraço, contemplando algo que, pare ele, era muito belo: o lindo corpo de uma mulher em uma piscina, próximo dali. Ivad ficou alimentando os maus desejos de seu coração. Procurou informação sobre a mulher e descobriu o pior: era esposa de um amigo seu, o missionário Sairu. Mas Ivad não conseguia tirar Abes da mente. Procurou corteja-la, conseguiu o que queria e dormiram juntos. Sabia que cometera um grande pecado, mas e daí? Ninguém precisava saber!

O pecado não ficaria encoberto por muito tempo, porque daquele encontro Abes ficou grávida, e seu esposo estava, por muitos dias, viajando. Como Ivad era superior de Sairu, ele planejou um escape. Mudou a escala de seu subalterno de maneira que ele viesse dormir em casa. O problema estaria resolvido.

Sairu insistiu muito em ser mais fiel às necessidades do trabalho do que à regalia que seu chefe lhe oferecia e não foi dormir com a esposa. Ivad não sabia o que fazer e planejou o pior: a morte “acidental” de Sairu, de uma maneira que ninguém saísse culpado. Deu certo! Sairu morreu, Ivad casou com a viúva e dali por diante era só receber aplausos.

Mas em seu coração não tinha paz. Sabia que havia transgredido pelo menos oito mandamentos. Para piorar a situação, o capelão conselheiro da missão havia descoberto tudo e censurou o chefão duramente. Seu crime apareceu em toda a sua enormidade. Ivad cometera graves pecados traindo Abes, Sairu, sua igreja, mas principalmente a Deus. Sentiu-se humilhado aos olhos de seus membros. Sua influência se enfraqueceu. Até ali sua prosperidade fora atribuída à sua conscienciosa obediência aos mandamentos. Mas agora seus irmãos, se tivessem conhecimentos de seus pecados... Ivad estava numa profunda depressão, se sentia “na fossa” e não sabia realmente o que fazer.

Mas, graciosamente o Espírito Santo usou as palavras do pastor Atan para convencer a Ivad do pecado, da justiça e do juízo (João 16: 7 e 8). Ele se sentia a pior das criaturas, mas sabia que Deus não viera chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento (Lucas 5:32). Portanto, ele próprio precisava arrepender-se, para serem cancelados os seus pecados (Atos 3:19) e para ter paz (Isaías 30:15).

O Que é o Arrependimento

Na Bíblia constatamos dois tipos básicos de arrependimento: um superficial e outro profundo. Paulo chama-os de tristeza segundo o mundo e tristeza segundo Deus (II Coríntios 7:10). O primeiro é uma simples tristeza pelo fracasso, tendo mais a ver com remorso, como fuga das conseqüências. O arrependimento profundo é o reconhecimento de que fizemos algo errado, prejudicando alguém, e a firme decisão de consertar o erro e não voltar a comete-lo (Marcos de Benectito, De Bem Com Jesus, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004, 30).
A tristeza humana é o que sentimos por haver quebrado uma lei e sermos apanhados. A tristeza de origem divina é a que experimentamos por ter quebrantado um coração e ferido nosso melhor amigo. Morris Venden.
O remorso pode ser exemplificado na atitude de Judas que, após ter traído a Jesus, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso e horrorizado apenas com as conseqüências de seus atos, retirou-se e foi enforcar-se (Mateus 27:3-7). O arrependimento verdadeiro pode ser visto na postura de Pedro que, depois que negou a Cristo lembrou da palavra que Jesus lhe dissera e, saindo dali, chorou amargamente (Mateus 27:75). Continuou amando a Jesus (João 21) e, pela consagração, teve seu comportamento restaurado (Ver Atos 2).

A Experiência

Penso que você conheça o desfecho da história de Ivad. Leia o seu nome (e dos demais personagens) de trás para frente. Isto mesmo! Esta história de Davi se encontra em II Samuel 11 e 12 e mostra tanto a qualidade destruidora da transgressão quanto a natureza restauradora do arrependimento. O rei reconheceu o seu pecado dizendo Pequei contra o SENHOR (II Samuel 12:13). Davi sabia que se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de TODA injustiça (I João 1:9).

Mas até chegar a este ponto, de confessar, ele sofreu uma angustia muito grande. Ele descreve esta dor nos salmos 32, 38 e 51.
Por causa do teu amor, ó Deus, tem misericórdia de mim. Por causa da tua grande compaixão apaga os meus pecados. Purifica-me de todas as minhas maldades e lava-me do meu pecado. Pois eu conheço bem os meus erros, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti eu pequei - somente contra ti - e fiz o que detestas. Tu tens razão quando me julgas e estás certo quando me condenas. De fato, tenho sido mau desde que nasci; tenho sido pecador desde o dia em que fui concebido.
O que tu queres é um coração sincero; enche o meu coração com a tua sabedoria.

Tira de mim o meu pecado, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. Faze-me ouvir outra vez os sons de alegria e de felicidade; e, ainda que tenhas me esmagado e quebrado, eu serei feliz de novo.

Não olhes para os meus pecados e apaga todas as minhas maldades. Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme! Salmo 51 NTLH
O escritor Marcos de Benecdito faz uma análise interessante desta oração de Davi, onde podem ser vistos o que ele chama de “passos para a restauração”:



O arrependimento de Davi foi sincero e profundo. Ele não orava somente pelo perdão, mas pela pureza de coração. Não se desesperou e desistiu. Ele via a evidencia de ser perdoado e aceito, nas promessas de Deus aos transgressores arrependidos. Mesmo caído, o Senhor o levantou. Felizmente o rei encontrou o perdão de Deus e passou a andar em Seu conselho a ponto de o Senhor dizer sobre ele: homem segundo o meu coração (Atos 13:22).

Na alegria de seu livramento, cantou: Confessei-Te o meu pecado, e a minha maldade não encobri; E Tu perdoaste a maldade do meu pecado. Tu me cinges de alegres cantos de livramento. (Sal. 32:5-7).

E a Conversão?

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados
Atos 3:19

Você sabe de quem é este apelo? Do próprio Pedro, em cuja experiência pessoal vemos uma das melhores demonstrações bíblicas de ARREPENDIMENTO. No exemplo do apóstolo vemos o reconhecimento do erro, o desejo incontido de abandoná-lo e uma mudança de rumo e atitude. Isto é CONVERSÃO!

Uma menina que tinha feito algo errado foi indagada pelo seu pai se ela gostaria de pedir perdão a Jesus. “Não!”, ela respondeu. Pensando que ela talvez não tivesse entendido direito, ele repetiu a pergunta, recebendo a mesma resposta. Ele perguntou, então, se ela achava que tinha cometido um erro. Ela concordou que tinha, mas disse que não queria pedir perdão. Gostaria de fazê-lo mais tarde, pois ainda não tinha terminado de fazer o que estava realizando e queria desfrutar o prazer de seu pecado um pouquinho mais antes de pedir perdão. Não há razão para pedir que Deus nos perdoe por determinado pecado se não estamos arrependidos e com vontade de abandoná-lo. Isso não é boa lógica, nem bom cristianismo(Adaptado de M. L. Andreasen, A Faith to Live By (Washington, D.C.: Review and Herald, 1943), 98).

Então, é o seguinte...

É possível haver ARREPENDIMENTO sem CONVERSÃO, mas é impossível CONVERSÃO sem ARREPENDIMENTO. CONVERSÃO do que? Do caminho de pecado que trilhamos. Isto nos leva a perceber que todos precisamos de ARREPENDIMENTO e mudança porque todos pecamos.

Eu o desafio a ler as passagens do Novo Testamento que relacionam os pecados, considerando cuidadosamente sua própria vida. Dê uma olhada cuidadosa em I Coríntios 6:9-11; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:3-7; Colossenses 3:5-11; 2 Timóteo 3:1-5 e Apocalipse 21:8. Honesta e responsavelmente precisamos admitir, por estas passagens, que estamos todos condenados pelo menos, por um pecado. Quando Deus relaciona tais pecados, está claramente pronunciando nossa culpa. Fazer o que Deus proibiu é pecado (I João 3:4). Não fazer o que ele exigiu é pecado (Tiago 4:17). A conseqüência do pecado é a eterna separação de Deus (Romanos 6:23; II Tessalonicenses 1:8-9). Eu tenho pecado. Você tem pecado. Necessitamos do perdão misericordioso de Deus.

João Batista instruiu: Produzi, pois, frutos dignos de ARREPENDIMENTO (Mateus 3:8). Uma pessoa que realmente mudou de atitude com respeito ao pecado manifestará essa mudança em suas ações, pois pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:20).

Você sabe que frutos são estes? Quando Davi estava se convertendo de seus pecados, ele pediu a Deus: não me retires o teu Santo Espírito (Salmo 51:11), Ser Divino que produziria no rei convertido o Seu fruto: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. (Gálatas 5:19-26).

Ore, confesse seus pecados a Deus e peça que Ele coloque em seu coração o verdadeiro ARREPENDIMENTO e, em sua vida, o poder para não pecar.

Um abraço,


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Surpresa!!

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