sábado, 25 de setembro de 2010

Repensando Nosso Modo de "Fazer Igreja"

Pastor, gostei daquele livro que você recomendou: Uma Igreja Com Propósitos. Mas ele foi escrito por um pastor que não pertence ao seu (ao nosso) ministério evangélico. O senhor conhece algum livro no teor daquele de Warren, mas que tenha sido escrito por alguém da sua (nossa) denominação cristã?

Conheço sim, vários. Ron Gladen, por exemplo, escreveu Plant The Future. Já leu? Esse foi o livro que li que mais tem a ver com a realidade desta atual área de divulgação do evangelho que estamos, agora, usando. Gosto de “pregar” pela internet. É um meio de pregação muito forte que opera direta e exclusivamente com o público externo à igreja, atraindo-o. Mas a realidade é que, em escala considerável, a igreja não está preparada para colher os frutos daquilo que semeia. E precisamos parar pra pensar, em que pontos não estamos preparados para receber os que nos procuram, e nos readaptar-nos para as novas realidades nas quais a nossa cultura contemporânea tem se inserido.


Isso é tão necessário, a ponto de ser vital. Para isso, precisamos ter um foco definido, e mantê-lo em mente, a cada vez que usamos novos métodos. Aliás, precisamos ter um foco tão definido para sermos versáteis o suficiente para resistirmos à tentação de usar métodos revolucionários que nos atraiam, quando esses não forem oportunos. Para isso, é preciso conhecimento de causa.

Conhecimento de causa? Sim, tipo a Coca-Cola Company teve, para tornar-se o que se tornou. O capítulo mais interessante e aplicável à prática, que vem de encontro com nossas necessidades funcionais, de Plant The Future, é um capítulo que faz uma análise da história de ascendência da Coca-Cola. O que o capítulo diz? Sai do óbvio de apenas teorizar e mostra como aconteceu, na prática, a aplicação de foco definido, versatilidade, resitência à tentação de usar o que não é oportuno, conhecimento de causa, abertura para novos paradigmas, preparo para mudanças, e, acima de tudo, onde encontrar o ponto de equilíbrio entre o que deve mudar e o que não se pode mudar.

A carência desses atributos mencionados acima tem nos feito andar a passo de tartaruga. Já usei esse capítulo (da Coca-Cola) deste livro para palestrar, porque ele é um verdadeiro ombudsman da nossa realidade. E precisamos ser honestos. Muitas vezes, ao servirmos à igreja, nossas prioridades tem sido nós mesmos, e não os perdidos. Mas o maior problema é ver o quanto isso tem fincado-nos no passado, o que se manifesta na linguagem com que nos expressamos (se é que expressamos).

Um outro princípio grandioso que aprendi com Ron Gladden é sobre o ciclo de vida de uma igreja. Percebi que muitas vezes já joguei energia fora tentando buscar crescimento de igreja onde não havia mais o que crescer, e, com isso, perdendo a oportunidade de fazer com que a igreja, muito mais que crescesse, se reproduzisse.

O que eu não entendo não é Ron Gladden nem seus ensinamentos. O que eu não entendo é a nossa igreja, o nosso sistema organizacional, a nossa liderança e os nossos servidores. Se os conceitos estão já estudados e definidos de forma tão clara, e se o que queremos é crescer, por que não aplica-los e continuar vivendo na lamúria. Isso é confuso e paradoxal.

Com isso percebi que muitas vezes a resistência e o apego ao inútil é tão grande, que a reforma é impossível. Quando a reforma é impossível, a troca é oportuna. Passei então a orar para que Deus faça substituições. E por incrível que parece, Deus atende as orações. Quando não podemos mudar alguma coisa na igreja, podemos orar por isso, e, se for válido o pedido, Deus opera a mudança.

Que Deus abençoe a sua (a nossa) igreja!


Ficha do Livro:
Gladden, Ron, Plant The Future: So Many Churches! Why Plant More? (Nampa, ID, U.S.A.: Pacific Press Publishing Association, 2000), 80 pages, brochure.

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:

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