quarta-feira, 21 de março de 2012

O Desafio Missionário das Cidades


 Eu nunca havia pensado sobre a possibilidade de que a mega migração da população mundial das zonas rurais para as zonas urbanas ocorrida no século XX estaria num desígnio divino de evangelização. Mas Greenway me fez pensar assim.

Roger Greenway foi professor de missiologia mundial no Calvin Theological Seminary e professor de missões e comunicação do evangelho no Westminster Theological Seminary. Durante 24 anos, trabalhou em missões transculturais, primeiro no Sri Lanka e depois na América Latina. Mais tarde, foi diretor executivo de Christian Reformed World Ministries.

Para ele, “a migração maciça para as cidades, que ocorre hoje no mundo, pode ser, na providência de Deus, uma chave para a evangelização mundial”. Tanto pelo fato de que quem está em mudança está mais aberto a novas idéias, quanto pela facilidade para os evangelistas em levarem o evangelho a um lugar só, onde todas as pessoas estão juntas ali. “Deus está trazendo pessoas de toda raça, tribo e língua a lugares onde possam ser alcançadas com o evangelho”. Sim! “Deus está por trás da migração em massa de pessoas para as cidades”. E a selva missionária hoje é de pedra, pois são as metrópoles.

O que fazer nestas cidades é óbvio. É lidar com as necessidades reais das pessoas como a pobreza e as injustiças sociais, ajudando amenizá-las; é permear os diferentes grupos diversificados de pessoas fazendo não somente com que o evangelho os atravesse, bem como os harmonize; é não deixar que o pluralismo religioso se torne uma tolerância sincrestista; é estar sensível ao fato de que é exatamente no itens urbanos que incomodam o missionário que se encontram os pontos que precisam de atenção missionária; e por fim, é ter a disposição de pagar o alto preço da empreendedora e desafiante tarefa missionária urbana.

Para Roger Greenway, além de ter a Bíblia como a chave mestra da evangelização urbana, o missionário urbano precisa ter um foco bíblico bem definido na maneira que enxerga a si mesmo e aos seus próprios desafios. O autor sugere:

1) Todos os seres humanos são criaturas de Deus, feitos à sua imagem e caídos em pecado, e o evangelho da graça salvadora de Deus em Cristo aplica-se a todos [sic].
2) Enquanto as necessidades são diferentes de pessoa para pessoa e de lugar para lugar, as necessidades vitais [arrependimento, conversão e salvação] são universais e devem ser atendidas.
3) É da vontade de Deus que as cidades sejam evangelizadas.
4) Igrejas vivas que pregam o evangelho são a esperança das cidades, e desenvolver tais igrejas é a chave para as missões urbanas.
5) As cidades são campos de batalha onde a guerra espiritual entre o Reino de Cristo e o de Satanás é muito evidente [sic].
6) Trazer shalom – a paz do Reino de Deus – à cidade, com variedades de povos, culturas, religiões e problemas, necessita de ministérios holísticos multifacetados.
7) A visão escatológica da nova Jerusalém inspira os obreiros urbanos e de Cristo e influencia a agenda missionária. Hb 11:10.

Colocando isto em prática, o cristão que quer ser missionário urbano deve seguir alguns passos básicos. O primeiro ponto é elevar-se em crescimento, principalmente espiritual. Uma vez mais sintonizado com Deus, precisa também sintonizar-se com a realidade do mundo missionário; e isso torna-se possível quando o missionário em potencial apresenta-se como participante em algum ministério. Enquanto isso, o missionário urbano não deve parar de crescer em formação e informações sobre a área ministerial com a qual está se envolvendo. E após isto, será capaz de realmente explorar o campo missionário que lhe for dado, transformando a espiritualidade e a cognitividade em praticidade redentora. A oração deve estar presente em cada um destes passos.

É um privilégio ser um agente de redenção das cidades, pois a redenção final culminará numa eterna metrópole, a Nova Jerusalém!

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

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