Antes de ter lido esse livro, eu já havia lido o livro As Sete Leis do Aprendizado, de Bruce H. Wilkinson, o autor desse prefácio. Pra quem já leu o livro de Wilkinson sabe que ele é uma excelente obra, singular em suas características, e muito aplicável à prática do ensino.
O interessante é que nesse relacionamento de Hendricks e Wilkinson, a gente vê que eles não são meros apologetas de teorias irrelevantes à vida prática. No prefácio, Wilkinson, já deixa claro ser ele um discípulo de Hendricks, por isso, é impossível ao leitor que conhece ambos os autores e ambas as obras, não fazer a leitura sem relacioná-los, uns com os outros, obras e autores.
Não precisa dizer mais nada. Essa é a maior moral do livro Ensinando Para Transformar Vidas: o que Hendricks transmite realmente discipula.
Um Forte Amor Pelo Ensino
Mas antes de gerar discípulos como Bruce, Howard já era uma semente que guardava latente em si a paixão e o talento de ensinar a ensinar. Nesse capítulo, “Um Forte Amor Pelo Ensino”, ele compartilha isso, contando um pouco de quem ele é, através de sua própria história.
E o autor não faz rodeios para deixar claro o seu objetivo. Ele deseja, ardentemente, que o leitor passe a ter, ou cultive, um “forte amor pelo ensino”. E que tal amor seja eterno.
A Lei do Professor
É importante que o professor tenha conteúdo. Para isso, ele deve: viver e aproveitar a vida. O aproveitamento da vida se dá em buscar estar sempre crescendo, nas diferentes áreas da vida, mas, principalmente, no conhecimento.
Na necessidade que existe de que haja mais professores está uma das tarefas do professor. O professor não deve somente transmitir conhecimento aos seus alunos. Ele deve também formar outros professores.
Para conseguir tais proezas, e para ser coerente, o professor então deve ser o primeiro “transformado”. Podemos resumir essa idéia do autor em sua frase: “o passado existe para aprendermos com ele, não para vivermos nele”.
A filosofia de crescimento de Hendricks, baseada em Lucas 2:52, é de uma perfeita visão holística do ser humano. “...só obterão um pleno desenvolvimento espiritual se o associarem ao crescimento intelectual, físico, social e emocional”.
A Lei do Ensino
Esse é um capítulo bem complexo, mas nele o autor leva o leitor a refletir basicamente sobre quatro pontos centrais.
O professor que nos faz pensar: esse é o mestre por excelência, que é apreciado por seus alunos.
É preciso levar em consideração que cada um é cada um. Se cada aluno é diferente do outro, logo, cada aluno irá aprender de maneira única. Isso acontece porque os alunos se oriundam e se prolongam a partir de níveis passados de experiências pessoais, personalizados (família, lugar de origem, cultura, grau de instrução, aspecto econômico, etc).
O professor precisa ter suas metas pessoais. E dentre essas metas, como prioridade precisa ter a meta de ser um professor segundo o coração de Deus.
Mesmo com todos os seus esforços, o professor não deve esquecer-se dos seus insucessos. Os insucessos contribuem para o desenvolvimento pessoal, pois fazem com que ele reflita muito e busque ser melhor.
A Lei da Atividade
O autor se preocupa com o fato de que o professor tem que causar impacto. Deve ser por isso que ele gosta tanto das idéias de John Milton Gregory. Pra esse capítulo, eu não resisto em deixar de usar as palavras de Gregory como a representação do resumo:
“Não podemos transferir conhecimentos de nossa mente para a de outrem como se eles fossem constituídos de matéria sólida, pois os pensamentos não são objetos que podem ser tocados, manuseados... As idéias tem que ser pensadas na outra mente; as experiências, revividas pela outra pessoa”.
Isso só é possível quando se põe a “mão na massa”, o que faz com que o aluno se envolva. E quanto mais ele se envolver, mais aprenderá.
A Lei da Comunicação
O autor pode até ser um bom professor, mas não é lá essas coisas como comunicador. Porque ele faz da comunicação um bicho de sete cabeças. Mas isso é bom, porque por ser esforçado, o autor até que saca uns bons princípios da comunicação para ajudar o leitor.
Baseado na história da experiência de Jesus com a Samaritana e na etimologia do termo latino “communis”, Hendricks mostra que a comunicação tem que ter as suas vias. Uma ponte tem que apoiar suas cabeceiras.
Portanto, é imprescindível que, pra comunicar, sejam estabelecidas pontes de ligação. Como bom comunicador, além de estar bem preparado, o professor tem que estar pronto para os imprevistos que possam surgir. No estúdio a gente chama isso de feeling.
A Lei do Coração
Se o assunto do qual um professor trata é tão impregnado de realidade, ele não pode deixar de manifestar uma atitude ardorosa. Isso se acha refletido no nosso jeito de ser que “é mais importante do que o que dizemos ou fazemos já que determina o que dizemos ou fazemos”.
A base de uma comunicação eficiente é aquilo que somos, vem de dentro de nós. É por isso que os maiores professores não são os mais inteligentes, mas os mais apaixonados.
Mas para que essa paixão tenha efeito, é preciso conhecer bem os alunos, conseguir conquistar o direito de ser ouvido, e ter a disposição em mostra-se vulnerável diante dos alunos. Isso não é fácil.
A Lei da Motivação
Esse capítulo é um tanto redundante ao anterior. Mas como a redundância pode ser o reforço ao aprendizado, podemos nele crescer na linha de conhecimento que já vem sendo traçada.
A Motivação tem que ver com a curiosidade, o senso de propriedade, de utilidade, de atender a necessidades, desafios, reconhecimento social e aceitação, por parte dos outros. Por isso, é preciso ter sensibilidade para com o Quociente Motivacional do aluno.
A lei da motivação é a eficiência do ensino proporcional ao quanto o aluno se achar adequadamente motivado. Portanto, bons resultados não são apenas o fruto de “fazer a coisa certa”. Muitas vezes, o que determina são as razoes que produzem a motivação.
A Motivação Criativa é a mais poderosa.
A Lei da Preparação Prévia
Se o professor, antes de ir pra sala de aulas, se preparar e também tiver preparado o aluno, a eficácia do processo de ensino e de aprendizagem será incomparavelmente maior.
O aluno deve ser preparado através de tarefas proveitosas. Essas tarefas colocam o pensamento em movimento, ajudando o aluno a ter um ponto de partida e a aprender a estudar independentemente.
O professor deve preparar-se pra ser inusitado.
“Estudos têm demonstrado um fato muito interessante: existe uma relação inversamente proporcional entre a previsibilidade de nossos atos e o impacto que podemos causar. Quanto maior for essa previsibilidade, menor o impacto que causamos. E do mesmo modo, quanto menor a previsibilidade, maior o impacto”.
É muito bom fazer surpresas! Elas marcam.
E o professor que, em seu preparo, lida com aquilo que não é óbvio, termina ficando preparado para lutar contra o silêncio (que se opõe à necessidade do diálogo interativo necessário em uma aula), a saber se comportar diante de perguntas difíceis e a saber controlar os monopolizadores.
O Investimento
O autor lembra que as leis que ele apresenta nessa obra (do professor, do ensino, da atividade, da comunicação, do coração, da motivação, e da preparação) são princípios que, para ser aplicados, precisam ser adaptados. Para o autor, nessa adaptação, deve levar-se em conta que mais importante que isso tudo, são as pessoas.
Só é possível colocar tal teoria em prática, pelo poder de Deus. Em primeiro lugar, o professor precisa deixar que Deus o transforme, e logo em seguida, que o use. Pra isso, é preciso pagar o preço.
Que Deus abençoe o seu magistério/ministério,
Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Amanhã, continuarei este assunto.
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