sábado, 31 de março de 2012

MENTIRA! - 1Samuel 28-31


Chegamos ao fim do primeiro livro de Samuel. Ele termina com final triste: o fim da vida de Saul. Foi um final tão infeliz, que faz com que algumas pessoas também façam tristes conclusões ao ler esse trecho da Bíblia. Para proteger você disso, resolvi comentar sobre esse aparente problema de interpretação bíblica.
Refiro-me à história de Saul, quando ele foi consultar uma médium em En-Dor. A questão é a seguinte: algumas pessoas querem ver no relato da feiticeira de En-Dor uma prova da imortalidade da alma. Isso seria correto? Podemos ou não nos comunicar com os espíritos de pessoas falecidas? Foi Samuel ou não quem apareceu na sessão espírita?
Tertuliano, Jerônimo, Lutero e Calvino acreditavam que um demônio apareceu em forma de pessoa, personificando Samuel. Conforme podemos observar em Hebreus 11, Samuel morreu salvo na fé em Jesus. Portanto, se fosse uma alma imortal de Samuel que tivesse aparecido para Saul, ela teria descido do Céu, e não subido das profundezas da terra.
Outro detalhe importante é que os israelitas tinham leis que condenavam a prática da feitiçaria com a pena de morte. Isso você pode ver em Levítico 20:27 e Deuteronômio 18:10-11. Se eles consideravam a bruxaria como algo tão satânico, como Samuel, um profeta de Deus, viria ali, obedecendo e apoiando os trabalhos de uma feiticeira? O próprio Saul já havia falado que Deus não lhe respondia mais. Essa é a maior prova que aquela aparição era o diabo.
O último ato da vida de Saul foi o suicídio. Saul se perdeu. Veja que esse sujeito que apareceu a Saul, disse: “...amanhã você e seus filhos estarão comigo.” Pense bem: se Samuel estivesse vivendo no Céu, e Saul fosse para um suposto inferno, como Samuel estaria falando que eles estariam juntos? Isso é mais uma prova de que não era Samuel. Como um profeta de Deus, o que Samuel falasse, se cumpriria. E Saul não morreu no outro dia. Então, o profeta estaria mentindo?
Quem estava mentindo era o pai da mentira: “Isto não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz” (2Coríntios 11:14). Se você interpretar o texto corretamente, verá que Saul nem reconheceu Samuel naquela sessão espírita. Ele só aceitou que a suposta aparição seria Samuel. Como Saul, alguém que tinha convivido tanto tempo com Samuel, não o reconheceria?
Se você ler 1Crônicas 10:13-14, verá que Saul morreu justamente por causa da transgressão contra Deus e por consultar a feiticeira.
O sábio disse: “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles” (Eclesiastes 9:5).




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sexta-feira, 30 de março de 2012

EVANGELHO DA PAZ - 1Samuel 24-27


Você sabe o que aconteceu no dia 30 de março de 1842? Faz tempo, hein? Fiz uma pesquisa para saber sobre os fatos históricos que aconteceram nessa data e descobri uma coisa interessante. Encontrei fatos contrários à guerra. Observe:
30 de março de 1842 - aconteceu a primeira cirurgia usando anestesia e foi realizada pelo Dr. Crawford Long. Naquele dia, o Dr. Crawford estava levando a humanidade a vencer mais uma batalha na luta contra a dor, não acabando com a existência dela, mas aprendendo como tratá-la.
30 de março de 1856 - foi assinado o Tratado de Paris, que foi o encerramento da Guerra da Criméia. Ele garantiu a integridade da Turquia Otomana.
30 de março de 1867 - o Secretário de Estado norte-americano assinou um tratado com a Rússia e comprou o Alaska para os Estados Unidos por sete milhões de dólares.
30 de março de 1870 - os americanos conquistam o direito ao voto para homens negros no país.
30 de março de 1991 - o Sudão começou a receber ajuda externa para aplacar a fome de sete milhões de pessoas, vítimas do fracasso das colheitas.
30 de março de 1994 - sérvios e croatas assinam um cessar-fogo para terminar a guerra na Croácia.
Trinta de março de dois mil e... Hoje, é trinta de março. E é curioso que a leitura bíblica deste dia também é contra a guerra, é de paz.
No capítulo 24 de 1Samuel, vemos Davi poupando a vida do inimigo dele em pleno campo de guerra. Já, em 1Samuel 25, temos Abigail apaziguando Davi para que não houvesse confusão entre ele e Nabal.
No capítulo 27, lemos sobre Davi se dando bem com os piores inimigos, os filisteus. O relato termina dizendo que Aquis, o rei filisteu de Gate, disse que, porque ele confiava em Davi, não seria seu inimigo, mas companheiro para o resto da vida.
Isso é algo para se pensar. Jesus não disse para irmos até o nosso inimigo e furá-lo com uma espada. Não! Jesus disse para amarmos nosso inimigo e orarmos pelos que nos perseguem. E parece que Davi entendia muito bem do assunto. Por isso, ele conseguiu ser o rei que foi, não é mesmo?
Mas os detalhes sobre essas diplomacias de Davi, você conhecerá mais de perto quando fizer sua leitura bíblica de hoje.
Por falar nisso, como citei muita coisa de 30 de março que traz acordo, concordâncias e não guerras, que tal você promover algo que cultive a paz? Quer uma dica? Leia a Bíblia, pois, como diz Atos 10:36, a Palavra de Deus é o evangelho da paz.

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quinta-feira, 29 de março de 2012

JÔNATAS: PRESENTE DE DEUS, AMIGO - 1Samuel 20-23


Quero continuar o assunto que comecei ontem sobre Jônatas e a participação dele na história de Davi. Jônatas foi um homem muito bom, uma bênção de Deus. Aliás, seu nome, em hebraico, significa “dom de Deus”. Se você estudar a vida dele, verá como ele foi, realmente, um presente de Deus para muitas pessoas. Farei um breve resumo da sua vida.
Você sabe que Jônatas foi o filho mais velho de Saul? Mas ele foi muito diferente do pai. Na realidade, foi uma das personalidades mais amáveis e mais valorosas do Velho Testamento, sem exagero. Jônatas amou Davi com muita intensidade. Em 1Samuel 13:3; 14, observamos sua fé e sua valentia. Como ele e Davi eram muito amigos, o salmista reconheceu e elogiou o caráter guerreiro e a fidelidade dele, o que pode ser visto 2Samuel 1:22.
Quando Saul, movido pelos ciúmes, planejou matar Davi, Jônatas entrou no meio da briga. Ele não só se apresentou com um pacificador, como terminou expondo a própria vida para proteger seu amigo.  
O relato do último encontro dos dois amigos pinta um dos quadros mais eloqüentes que a Bíblia tem sobre fidelidade, mesmo em uma área onde só existia intriga (veja os versos 16-18 de 1Samuel).
Jônatas morreu ao lado do pai, combatendo os filisteus, os inimigos de Israel, na Batalha de Gilboa. E depois da sua morte, Davi, que tinha acabado de ser coroado rei, ficou cuidando de Mefibosete, o filho de Jônatas que ficou vivo.
Jônatas é o exemplo do que uma típica amizade baseada no temor de Deus pode ser quando é patrimônio comum de dois amigos. Enquanto o pai dele foi um modelo de falsidade e apostasia, esse guerreiro foi um modelo de amigo fiel, homem de Deus.
Uma boa amizade é um bem tão precioso, que não há dinheiro no mundo que pague. É por isso que a Bíblia fala em Provérbios 18:24 que existem amigos que são mais chegados que um irmão.
Como é bom poder contar tanto com uma pessoa, mais que com seu próprio irmão! É muito gostoso, é um presente de Deus.
Então, lhe digo: Seja um Jônatas, um presente de Deus para os seus amigos. Cultive boas e grandes amizades. Que elas sejam construídas sobre o alicerce do amor incondicional, lealdade e compromisso, pois quem planta colhe, e você vai colher muitas alegrias por isso. Acima de tudo, fazer muitas pessoas felizes também.
Então, fica aqui, para você, um abraço bem amigo, e o desejo de que o seu maior e principal amigo seja Jesus, o amigo que nunca falha. E até amanhã, se Deus quiser.




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quarta-feira, 28 de março de 2012

Teologia de Missão Integral

Acabo de ler um livro fantástico! Na realidade, quando comecei a lê-lo foi motivado por minhas obrigações acadêmicas de mestrado. Mas, quando fui degustando suas páginas, percebi o prejuízo que teria se não o tivesse lido. Além de ser pastor, estou cursando "Missão Urbana", e deparei-me com este livro de alguém que também é pastor e é estudioso em assuntos afins.

Érico Tadeu Xavier é pastor. Ele escreveu este livro enquanto trabalhava em Londrina, Paraná. Ele estudou em Londrina, onde fez um doutorado em ministério. Mais tarde, fez outro doutorado (PhD) em missiologia, em Costa Rica, pelo PRODOLA (Programa Doutoral Latino Americano). Hoje, está na Bolívia, como professor de teologia no SALT (Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia ) e editor da Revista Doxa. Ele também dá aulas no programa de mestrado do SALT campus IAENE (Bahia).




Informação Bibliográfica

Érico Tadeu Xavier, Teologia de Missão Integral nas práxis evangélicas na América Latina, Londrina, Paraná: Editora Descoberta, 2011, 289 páginas.

Descrição do Conteúdo

O livro faz uma descrição histórica das eclesiologias latino-americanas e dá ênfase às quatro dimensões de crescimento integral da igreja sugeridas pelo teólogo Orlando Costas. Considerado como o primeiro missiólogo latino-americano a ter destaque no campo da missiologia (88), Costas tinha como preocupação a contextualização da evangelização (105-106). Logo, para Costas, o crescimento de uma igreja só pode ser considerado saudável se for integral, abrangendo:

a) O crescimento numérico, no qual é possível verificar-se que a quantidade de pessoas está aumentando em determinada comunidade de crentes;

b) O crescimento orgânico de uma igreja é o seu desenvolvimento organizacional, em seu governo, nas participações financeiras, na capacidade da liderança, na aplicação dos recursos e na celebração litúrgica;

c) O crescimento conceitual são as constantes ênfases no aprendizado e na reciclagem cognitiva dos fiéis, visando-os a estarem cada vez mais conscientes do conteúdo que envolve suas crenças e fundamentos;

d) O crescimento diaconal é o serviço sócio-humanitário da igreja, não somente no atendimento aos membros, mas, principalmente, na preocupação de ser um agente social na comunidade onde está inserida.

Depois de expor o pensamento de Orlando Costas, Xavier então passa a compará-lo com a práxis teológica adventista. A busca consiste em verificar se o crescimento da IASD teria a integralidade visada por Costas. Num aspecto demonstrativo, Xavier então estuda o crescimento da IASD em Londrina, Paraná, cidade onde vive e estuda. O autor chega então à conclusão de que, com poucas diferenças, a IASD tem uma prática eclesiástica que reflete o pensamento eclesiológico de Costas.

Análise Crítica

O estudo de caso nas igrejas de Londrina serve para se ter uma vaga idéia do todo. Mas eu não ousaria usar o estudo da IASD/Londrina como demonstrativo da IASD/Brasil. Não creio que seria coerente, pois as realidades são muito diferentes. Depois que entrei na obra, já passei pelo território de pelo menos 5 Uniões, e posso verificar que embora a IASD tenha uma só teoria, as práxis missiológicas variam muito.

Não concordo com o autor quando fala que “a ênfase nas atividades ministeriais demonstra que o empenho dos pastores tem sido maior (...) também na questão do discipulado (236)”. Segundo a “Tabela 4 – Atividades enfatizadas pelos pastores das igrejas de Londrina”, o item “discipulado” foi o menos marcado (231). Apenas uma igreja teve este item assinalado.

A frase de Luís Gonçalves “Não basta ser adventista, tem que ser evangelista” (234) precisa ser confrontada com Efésios 4:11, ou, pelo menos, ser melhor explicada à luz de tal passagem bíblica. Uma coisa é dizer que todos os cristãos devem estar envolvidos com a comissão evangélica, conforme White o faz (Apud White, 1976a, p. 28), e outra coisa diferente é desrespeitar a distribuição diversificada dos dons espirituais que o Espírito Santo faz, esperando que todos tenham que ter o dom de serem evangelistas.

Esta obra, pelo valor que tem, carece de uma melhor revisão textual. O trabalho editorial de um revisor de língua portuguesa não somente corrigiria alguns usos inadequados de ortografia, gramática, acentuações e de maiúsculas e minúsculas, bem como ajudaria o autor a expressar melhor algumas coisas que pretende comunicar. Por exemplos:

a) “A igreja Central menciona que o site da IASD de Londrina foi o mais acessado no período de outubro de 2009, acima do Unasp” (235).  Pergunto: o mais acessado entre quais outros sites? Todos do Brasil? Todos da Igreja Adventista? Todos do Paraná?

b) “No aspecto do crescimento orgânico, segundo a visão de Costas (1998), a IASD tem procurado alcançar os propósitos relacionados à forma de governo, à estrutura física e financeira, à capacitação e preparo da liderança (...)” (241). Aqui, o uso de uma vírgula desnecessária criou um aposto que faz o leitor entender o que não é real. Pois, se Orlando Costas, em 1998, já fizera sua própria análise do crescimento integral da IASD, então de que valeria esta obra de Xavier? Logo, é lógico chegar à conclusão de que o que Xavier queria dizer seria: “No aspecto do crescimento orgânico segundo a visão de Costas (1998), a IASD tem procurado alcançar os propósitos relacionados á forma de governo, à estrutura física e financeira, à capacitação e preparo da liderança (...)”.

c) O autor denomina “ADRA” como “Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais”. Mas o significado correto da sigla é “Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais”, embora até mesmo alguns departamentos oficiais superiores da IASD façam também este uso equivocado da descrição da sigla. Aliás, seria proveitoso se, numa próxima edição, o autor trabalhasse com uma tabela de siglas e abreviaturas nas seções iniciais da obra.

A obra “Teologia de Missão Integral”, embora tão recentemente lançada, pode ser considerada um clássico trabalho de orientação evangelística. Além dar ao leitor a consciência das raízes histórica, antropológica, social, cultural e teológica do mundo religioso e da sociedade que o cercam, lhe sugere as melhores dicas possíveis de como permear este meio com uma prática de evangelização segundo os passos do mestre do cristianismo, Jesus.

O bom mesmo deste livro, é que ele sacia a sede de qualquer missionário, seja ele acadêmico ou leigo. Na realidade, Teologia de Missão Integral é praticamente uma tese doutoral. Mas Xavier conseguiu fazer a arte de publicá-la em um caráter ao mesmo tempo popular e erudito. Isso é incrível, pois a maioria dos autores e editores ou  não consegue sair do academicismo ou estraga seu próprio conteúdo ao popularizá-lo. Mas com esta obra isso não aconteceu (e aqui abro um parêntese para recomendar os trabalhos de edição da minha esposa, formada em jornalismo científico, rsrsrs: revisorafatimasilva@gmail ). Ela alcança o nível dos estudiosos e do grande público.

Sua leitura é indispensável a qualquer discípulo comprometido com a comissão deixada por Cristo.

Um abraço,

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UM CASO DE AMOR? - 1Samuel 17-19


Hoje, a nossa leitura bíblica tem um relato gostoso de ler. São histórias muito bonitas, porém, no capítulo 18, temos algumas palavras que são mal interpretadas por algumas pessoas que querer torcer o que a Bíblia diz para defender suas próprias idéias. Por isso, quero esclarecer esse ponto no comentário a seguir.
Estou falando sobre Davi e Jônatas. Veja como inicia o capítulo 18: “A alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou, como a própria alma”. Existem pessoas que dizem que esse verso é um argumento para justificar o comportamento homossexual pela Bíblia, acredita? Entretanto, a posição bíblica sobre esse assunto não tem nada a ver com a história mencionada.
Pense: se só porque um amigo amava Davi, então pode-se dizer que ele era homossexual? O que dizer de 1Samuel 18:16, onde declara que “todo o Israel e todo o Judá amavam Davi”? Significa que todas as pessoas naquela sociedade eram homossexuais? Isso seria uma incoerência até do ponto de vista da sociologia e da história.
Davi e Jônatas tinham características cristãs e masculinas muito parecidas. Por exemplo, ter a simpatia do povo, a confiança, uma fé simples e grande no poder e atuação de Deus, acima dos limites humanos. Isso os tornava comuns e nada mais.
Se você observar na história, verá que a tendência pecaminosa de Davi apresentada pela Bíblia não era homossexual. A poligamia e o adultério com a mulher de Urias mostram que a dificuldade do famoso salmista era bem heterossexual. E mesmo que Davi tivesse tido um caso homossexual, isto não justificaria o homossexualismo como um comportamento aprovado por Deus porque:
1. Na Palavra de Deus estão contados tanto os acertos quanto os erros das personagens. Se tudo o que elas fizeram fosse para ser seguido, então, como o próprio Davi, deveríamos transgredir todos os outros mandamentos.
2. Embora houvesse esse caso, saberíamos que tal comportamento, apesar de registrado pela Bíblia, não seria aprovado por ela, porque em nenhum lugar do texto bíblico há apoio para o comportamento homossexual (ver Romanos 1:26-27; Levítico 18:22; 1Coríntios 6:9; 1Timóteo 1).
Sabe, todos os traços louváveis do caráter de Davi e Jônatas foram aglutinados por um verdadeiro afeto, e Jônatas compreendeu que a felicidade consiste em amar antes de ser amado.
Se há pessoas que admiram que o amor de Davi por Jônatas foi mais forte que amor de mulher, o que dizer então do amor de Deus por nós, que é mais forte até que o amor de mãe, como diz Isaías 49? Busquemos da Fonte do amor e amemos uns aos outros com amor incondicional.



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terça-feira, 27 de março de 2012

APARÊNCIAS - 1Samuel 14-16


A história de hoje é muito interessante, pois fala sobre o chamado de Davi. E o curioso é que Davi era apenas um garoto. E daí, quem vai acreditar num garotão?
Certa vez, um garotinho disse para mãe:
- Mamãe, eu tenho três metros de altura!
E a mãe perguntou:
- Como é, meu filho?
Ele insistiu:
- É mamãe, eu tenho três metros de altura.
Daí a mãe respondeu para o menino:
- Não, meu amor, você já é um homenzinho, mas não é tão alto assim.
- Sou sim, mãe. Eu medi! Eu tenho três metros de altura.
E como o menino estava insistindo, ela perguntou:
- É mesmo, meu amor, então você tem três metros de altura? E com o que você se mediu?
- Com esse "metro" aqui - e mostrou para a mãe uma régua de  30 centímetros.
Você acha que a mãe seguiu discutindo com o garoto? Claro que não! Mas a mãe não sabia que a medida dele estava equivocada? É lógico, mas, para ela, isso não importava, porque, muito além da altura do garoto, estava a importância do que o menino significava. Ela nunca o taxaria como mentiroso, porque, por conhecer o coração dele, sabia que ele não estava mentindo.
Agora, volto à pergunta que fiz no começo, ao questionar sobre o chamado de Davi quando ele ainda era um menino: quem vai acreditar em um garoto? Aquele que pode ver muito além da altura e da aparência. Nós julgamos as pessoas pela aparência externa, mas como Deus encara isso?
No texto que conta a história do chamado de Davi, em 1Samuel 16, quando ainda está questionando por que Saul, o grande rei, vai perder o trono, no verso sete diz o seguinte: “O SENHOR, contudo, disse a Samuel: Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração.”
Quando você pensar em fazer um julgamento sobre alguma pessoa, lembre-se que pode ser que Deus olhe para essa pessoa de uma outra forma. Como seres humanos, julgamos as pessoas de acordo com as atitudes ou aparências, mas não conseguimos ler o coração de ninguém nem saber quais são suas intenções. Isso é com Deus, que tudo vê e pode julgar de maneira sábia.
Pare e reflita sobre como tem sido sua atitude em relação às pessoas que cercam você. Pense, também, em você mesmo e, depois de limpar o coração, pela graça de Jesus, fique em paz porque Deus vê e julga não a sua aparência, mas o seu coração. Seja feliz!

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segunda-feira, 26 de março de 2012

PECADO? - 1Samuel 11-13


Na nossa leitura bíblica de hoje tem muita coisa interessante. Continuamos com a história de Saul, Samuel e Jônatas. Começamos a ver muitos desafios para o povo de Israel, pois Saul “pisou na bola”. E esse seu erro foi determinante para que a geração dele perdesse a posse definitiva do trono de Israel.
No entanto, o que quero destacar é uma atitude de Samuel. Apesar de viver entre tantas pessoas desequilibradas, Samuel tinha um caráter muito lindo. O povo tinha cometido um erro e, agora, estava desesperado porque deviam pagar por ele. Assim, eles foram a Samuel com medo. O interessante é que ao invés de Samuel condenar aquele povo, falar mal, repreendê-los, ficar bravo – já que essa era a reação que eles esperavam dele – fez algo diferente. Ele disse: “E longe de mim esteja pecar contra o SENHOR, deixando de orar por vocês. Também lhes ensinarei o caminho que é bom e direito.”
Que impressionante! Isso me lembra outro versículo da Bíblia, que é Tiago 4:17, onde diz que “quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” Já parou para pensar nisso? Pecado não é só quando cometemos um ato mau; é, também, quando sabemos fazer o bem, podemos fazer o bem e não fazemos. Isso é pecado.
Um exemplo disso é o que Samuel diz em 1Samuel 12:23. Veja o exemplo que ele nos dá de como evitar o pecado. Ele disse “Longe de mim”, ou seja, ele queria ficar bem longe do pecado.
Existem pessoas procuram até onde podem chegar perto do pecado. Parece que amam viver no limite. “É pecado fazer isso? É pecado fazer aquilo? É pecado fazer aquele outro?” Porque, até onde não for pecado, o sujeito quer aproveitar de tudo. É curioso que as pessoas não questionam: “Até onde posso ficar o mais distante possível de pecar?” Mas esse era o desejo do coração de Samuel: ficar o mais longe possível do pecado.
Outro ponto importante é que se Samuel deixasse de orar, inclusive, pelos outros, isso seria uma negligência tão grande que seria até pecado. Você percebe aí uma forma de não pecar? É intercedendo pelos nossos semelhantes.
Finalmente, um outro antídoto contra o pecado é pregar o evangelho. Como Samuel disse, é ensinar para as pessoas o caminho bom e direito. Esse é um jeito de ficar longe de pecar.
Depois de sabermos como ficar longe do pecado, vejamos o conselho do profeta, que está no verso seguinte: “...temam o SENHOR e sirvam-no fielmente de todo o coração; e considerem as grandes coisas que ele tem feito por vocês.” Assim, você será muito feliz. 

domingo, 25 de março de 2012

SAUL - 1Samuel 07-10


Na leitura de hoje, vamos encontrar o estabelecimento da monarquia em Israel. Em I Samuel 8, vemos os israelitas pedindo um rei para Samuel, que já estava bem velhinho. Na realidade, Deus não queria que eles tivessem um rei, pois o Senhor era o Rei do povo, guiando, protegendo e cuidando dele. No entanto, como o povo quis seguir seu próprio caminho e tornar-se semelhante às outras nações, Deus acabou atendendo ao pedido deles.
Saul foi o primeiro rei do reino unido de Israel. Seu nome tinha tudo a ver com o contexto porque a palavra Saul significa “pedido a Deus”. Esse primeiro rei mencionado na Bíblia era filho de Quis e reinou do ano 1050 até 1010 a.C.
A princípio, o “povão” de Israel ficou feliz com a escolha. Saul era um homem de boa aparência pessoal. Ele começou bem, derrotando os inimigos de Israel. Seus primeiros anos de reinado foram marcados por humildade (I Samuel 10:22) e domínio próprio (I Samuel 10:27).
Embora Saul tenha começado bem, infelizmente, mais tarde, desobedeceu a Deus e, por isso, foi rejeitado por Ele. Tentou, por inveja, matar Davi e, no final, cometeu suicídio.
Infelizmente, as últimas características desse homem que perdeu a coroa foram características de obstinação, desobediência, ciúmes, ódio, superstição e muitos traços de caráter indesejáveis, exemplos a não serem seguidos.
Está tudo registrado na Bíblia para aprendermos por contraste para não cairmos nos mesmos erros dele nem nos mesmos erros que o povo de Israel cometeu naqueles dias.
Agora, o que acho mais interessante nisso, é ver como uma pessoa totalmente convertida e salva por Jesus, ainda pode se perder. Em 1Samuel 10:9, vemos que Saul foi convertido e, no verso seguinte, ele foi batizado pelo Espírito Santo. Isso, no começo da vida de Saul.
Mas, no fim da vida dele, na véspera de sua morte, em 1Samuel 28:19, percebemos Satanás explicando como ficou o destino eterno de Saul pelas palavras ditas pelo próprio diabo, um dia antes dele morrer: “amanhã, você e seus filhos estarão comigo”. E realmente, no dia seguinte, Saul cometeu o seu último ato pecaminoso, o suicídio.
Com o exemplo contrário da vida de Saul, aprendemos que a entrega do nosso coração a Deus deve ser diária e constante. Todos precisam “desesperadamente” de Jesus, tendo um encontro pessoal com Ele, submetendo a vida ao Senhor. Enquanto estivermos neste mundo de pecado, estar salvo hoje não significa estar salvo para sempre.
Você está salvo em Jesus, pois Ele já pagou o preço dos seus pecados. Qual será sua resposta em relação a isso? Vai aceitar a salvação? Busque a Jesus todos os dias.

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sábado, 24 de março de 2012

ELI - 1Samuel 04-06


Hoje, quero seguir comentando o livro de Samuel, falando sobre um personagem que está relacionado com a história do profeta: o sumo sacerdote Eli, descendente de Itamar. Na leitura de ontem, tivemos a participação dele na história de Samuel e, na leitura de hoje, no capítulo quatro, já menciona a morte dele.
Eli não é mencionado somente no livro de Samuel. Os livros de Reis e Crônicas também o citam. Ele tinha dois filhos: Hofni e Finéias. Já ouviu falar deles? Esses rapazes eram terríveis. Eles até ajudavam o pai, mas também interferiam nas ofertas das pessoas, pecando, de forma absurda, na frente do povo.
Eli chegou a falar com seus filhos sobre as más ações que eles estavam cometendo, mas não fez isso com pulso firme, suficiente para impedi-los de desonrar ao Senhor. E é aí que entrou o perigo. Afinal, a responsabilidade de manter o povo de Deus diante dEle era da casa sacerdotal. Foi isso que tornou o pecado desses dois jovens tão grande, bem como a negligência do próprio pai.
Um homem de Deus foi até Eli e disse claramente que ele estava honrando mais aos filhos que a Deus. Esse homem até detalhou alguns dos juízos que iriam acontecer sobre a casa de Eli, como a morte dos filhos no mesmo dia.
Como Eli permitiu que os filhos continuassem pecando, Deus então enviou essa mensagem pelo menino Samuel, lembrando-o de todas as advertências.
Ao contrário do que muitas pessoas fariam, Eli não se revoltou. Ele simplesmente se submeteu piedosamente a Deus, dizendo: “Ele é o Senhor; que faça o que lhe parecer melhor.” Essa foi uma atitude linda, mas continuou sem corrigir o mal, impotente diante desse problema. E esse foi o grande fracasso de Eli, mesmo que por outro lado ele buscasse honrar a Deus.
Imagino que Eli tremeu de medo quando a arca foi levada ao campo de batalha e veio o desastre de ser capturada pelos filisteus, assim como a morte de seus filhos.
O nome que serve de marco para o estado de Israel, devido ao pecado de Eli, é “Icabode”. Significa “foi-se a glória”.
Eli então não agüentou! Ao ouviu as tristes notícias, caiu para trás da cadeira em que estava sentado, quebrou o pescoço e morreu. Ele era bem gordão e já estava com noventa e oito anos. Mas, com tudo isso, ele governou Israel por quarenta anos.
A misericórdia de Deus é assim: Ele nos usa como instrumentos dEle apesar de nós mesmos. O nome Eli significa alto, elevado. Isso nos ensina que, embora sejamos falhos, Deus sonha alto ao nosso respeito. Sonhe alto, você também!

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sexta-feira, 23 de março de 2012

SAMUEL - 1Samuel 01-03


Estou muito feliz por estarmos iniciando a leitura e o comentário de mais um livro da Bíblia: Samuel. Nesse livro, você verá que a história vai girar em torno de três pessoas: Samuel, que foi o último dos juízes; Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, o rei modelo dos israelitas. Tudo isso aconteceu no período de transição, ou seja, no final do tempo dos juízes e no tempo estabelecido da monarquia.
A palavra Samuel pode significar duas coisas: “nome de Deus” e “Deus ouve”. Esse personagem bíblico que iremos estudar, realmente teve essa intimidade com Deus. Além de ter sido o último dos juízes do povo de Israel, Samuel também acumulou duas funções que, dificilmente, alguém aceitaria. Ele foi profeta e, ao mesmo tempo, sacerdote. Isso não era normal acontecer naqueles dias. E com essas funções, o profeta, juiz e sacerdote Samuel ungiu tanto Saul quanto Davi, como reis de Israel.
Nos três capítulos da nossa leitura de hoje, o assunto está mais focado na primeira parte da vida de Samuel. Neles, podemos ler sobre a mãe piedosa que ele teve, bem como sobre sua infância extraordinária, já que o relacionamento de Samuel com sua mãe era muito bonito.
No capítulo 1:9-11, podemos acompanhar o nascimento de Samuel, que aconteceu em resposta às orações da mãe dele. Antes de o menino nascer, ela o havia consagrado ao Senhor. E aí, no final do capítulo um, vemos que Ana levou seu filhinho, muito cedo, para ser educado pelo sacerdote Eli, deixando-o para morar com ele. Com muito amor, a cada ano, ela fazia uma roupa nova e levava de presente para Samuel.
Quando esse profeta começou a ministrar na presença do Senhor, ele ainda era um menino. Isso você pode ver no capítulo 2:18. Que bonito, não é mesmo? Há quem diga que o chamado de Samuel para o serviço do Senhor foi o chamado mais maravilhoso que de todos os outros personagens da Bíblia. Os versos 1-18 do capítulo três falam a respeito dele.
Tal chamado é uma inspiração para nós, ainda hoje, pois podemos perceber o coração obediente de Samuel demonstrado por sua pronta resposta: “Fala, pois o teu servo está ouvindo” (I Samuel 3:10). Essa atitude logo permitiria que ele conhecesse ao Senhor.
Deus também tem um chamado especial para você e para mim. Ele deseja que tenhamos um relacionamento genuíno com Ele para que, através do poder dEle, iluminemos este mundo tão escuro. As pessoas precisam conhecer a Jesus. Conheça-O primeiramente e faça como Samuel, tendo um coração obediente a ponto de falar como ele: “Fala, porque o teu servo está ouvindo.”




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quinta-feira, 22 de março de 2012

RUTE, LEALDADE E CONFIANÇA - Rute 01-04


De livro em livro, vamos avançando em nosso objetivo de lermos a Bíblia inteira em um ano. Hoje, devemos ler todo o livro de Rute. Mas não fique desanimado, pois esse livro só tem quatro capítulos.
Aqui contém uma história muito linda! Parece um romance com um enredo pronto para um bom filme. A história de Rute aconteceu no tempo dos juízes e conta as bênçãos que uma “gentia” recebeu quando passou a pertencer ao povo de Israel, mostrando sua fidelidade ao Deus do povo adotivo dela.
Ao ler sobre essa personagem, você verá que essa foi uma mulher que sofreu muito. Ela era, literalmente, uma estranha no “ninho”. Através do relato da própria vida dela, ela nos ensina que pertencer ao reino de Deus não depende de parentesco consangüíneo.
Rute era moabita. Qualquer participação de uma moabita na comunidade de Israel seria vedada por dez gerações, mas ela foi aceita pela obediência e pela fé, características que precisamos para pertencer ao povo de Deus.
A leitura do livro dela é uma inspiração, porque, na realidade, Rute foi uma pessoa bem diferente da maioria das pessoas. Ela fez de tudo para ajudar a sogra e acabou sendo a maior beneficiada. Digo isso porque quem está com problemas, geralmente quer fazer qualquer coisa que puder para salvar a própria pele, não é mesmo? Mas isso não é o certo.
Portanto, ao ler o livro de Rute, poderá captar as seguintes lições:
1º) A opção de seguir ao Senhor é a melhor decisão que podemos tomar na vida;
2º) Sempre vale a pena ajudar as outras pessoas. Com certeza, essa é uma recompensa que não falha;
3º) Ainda que estivermos sofrendo muito, podemos sentir que Deus estará nos protegendo.
Essas três lições de Rute são universais e valem para qualquer povo em qualquer tempo.
Uma curiosidade: você sabia que Rute ultrapassa as barreiras para unir? Seu nome significa “amizade”. Essa moabita guerreira, embora viúva de Quiliom, voltou para Israel com a sogra Noemi. Ela se casou com Boaz, que era israelita. Foi a bisavó do rei Davi e uma das antepassadas da família de Jesus. Já pensou, que privilégio?
Na genealogia de Cristo, em Mateus 1, encontramos cinco mulheres. É interessante o nome de Rute estar lá porque, como uma moabita, que não podia fazer parte do povo de Israel, ela mostrou que se formos leais e confiantes, poderemos ser recompensados. Deus cuida!
Você não acha que isso é uma grande honra? Então, leia o livro de Rute para saber mais sobre como ter lealdade e confiança cristãs e você ficará fazendo parte da família de Jesus.

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quarta-feira, 21 de março de 2012

O Desafio Missionário das Cidades


 Eu nunca havia pensado sobre a possibilidade de que a mega migração da população mundial das zonas rurais para as zonas urbanas ocorrida no século XX estaria num desígnio divino de evangelização. Mas Greenway me fez pensar assim.

Roger Greenway foi professor de missiologia mundial no Calvin Theological Seminary e professor de missões e comunicação do evangelho no Westminster Theological Seminary. Durante 24 anos, trabalhou em missões transculturais, primeiro no Sri Lanka e depois na América Latina. Mais tarde, foi diretor executivo de Christian Reformed World Ministries.

Para ele, “a migração maciça para as cidades, que ocorre hoje no mundo, pode ser, na providência de Deus, uma chave para a evangelização mundial”. Tanto pelo fato de que quem está em mudança está mais aberto a novas idéias, quanto pela facilidade para os evangelistas em levarem o evangelho a um lugar só, onde todas as pessoas estão juntas ali. “Deus está trazendo pessoas de toda raça, tribo e língua a lugares onde possam ser alcançadas com o evangelho”. Sim! “Deus está por trás da migração em massa de pessoas para as cidades”. E a selva missionária hoje é de pedra, pois são as metrópoles.

O que fazer nestas cidades é óbvio. É lidar com as necessidades reais das pessoas como a pobreza e as injustiças sociais, ajudando amenizá-las; é permear os diferentes grupos diversificados de pessoas fazendo não somente com que o evangelho os atravesse, bem como os harmonize; é não deixar que o pluralismo religioso se torne uma tolerância sincrestista; é estar sensível ao fato de que é exatamente no itens urbanos que incomodam o missionário que se encontram os pontos que precisam de atenção missionária; e por fim, é ter a disposição de pagar o alto preço da empreendedora e desafiante tarefa missionária urbana.

Para Roger Greenway, além de ter a Bíblia como a chave mestra da evangelização urbana, o missionário urbano precisa ter um foco bíblico bem definido na maneira que enxerga a si mesmo e aos seus próprios desafios. O autor sugere:

1) Todos os seres humanos são criaturas de Deus, feitos à sua imagem e caídos em pecado, e o evangelho da graça salvadora de Deus em Cristo aplica-se a todos [sic].
2) Enquanto as necessidades são diferentes de pessoa para pessoa e de lugar para lugar, as necessidades vitais [arrependimento, conversão e salvação] são universais e devem ser atendidas.
3) É da vontade de Deus que as cidades sejam evangelizadas.
4) Igrejas vivas que pregam o evangelho são a esperança das cidades, e desenvolver tais igrejas é a chave para as missões urbanas.
5) As cidades são campos de batalha onde a guerra espiritual entre o Reino de Cristo e o de Satanás é muito evidente [sic].
6) Trazer shalom – a paz do Reino de Deus – à cidade, com variedades de povos, culturas, religiões e problemas, necessita de ministérios holísticos multifacetados.
7) A visão escatológica da nova Jerusalém inspira os obreiros urbanos e de Cristo e influencia a agenda missionária. Hb 11:10.

Colocando isto em prática, o cristão que quer ser missionário urbano deve seguir alguns passos básicos. O primeiro ponto é elevar-se em crescimento, principalmente espiritual. Uma vez mais sintonizado com Deus, precisa também sintonizar-se com a realidade do mundo missionário; e isso torna-se possível quando o missionário em potencial apresenta-se como participante em algum ministério. Enquanto isso, o missionário urbano não deve parar de crescer em formação e informações sobre a área ministerial com a qual está se envolvendo. E após isto, será capaz de realmente explorar o campo missionário que lhe for dado, transformando a espiritualidade e a cognitividade em praticidade redentora. A oração deve estar presente em cada um destes passos.

É um privilégio ser um agente de redenção das cidades, pois a redenção final culminará numa eterna metrópole, a Nova Jerusalém!

Um abraço,

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O QUE É CERTO? Juízes 20-21


Estamos concluindo a leitura de mais um livro da Bíblia. Bom, né? Espero que você tenha gostado. Juízes 20, é uma continuação do capítulo 19, onde fala da história sobre o levita que esquartejou a mulher e mandou um pedaço para cada parte de Israel, causando indignação nos homens da Palestina. Agora, o capítulo 20 conta como os israelitas vingaram o ultraje feito pelo levita.
Falando da finalização do livro, infelizmente, ele termina com uma declaração muito triste: “Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo” (Juízes 21:25). Ou seja, não havia uma verdade única, centrada nos valores e princípios do bem. Eles viviam em um mundo pluralista, onde cada um tinha a sua verdade. E isso é uma desgraça para a sociedade.
Atualmente, vemos muitas pessoas que não têm valores definidos e não defendem princípio algum. João Soares da Fonseca, na revista Compromisso, contou que, uma vez, um funcionário de uma empresa foi chamado ao gabinete do dono da empresa. O patrão foi direto ao assunto:
- Olha, estamos reestruturando a empresa e precisamos de uma pessoa exatamente do seu tipo para ocupar uma importante gerência. Analisamos sua ficha e vimos que, com você, só há um problema: você é crente. O cargo é incompatível com sua fé. Então, terá que optar entre a promoção no emprego e sua religião. Mas não precisa responder agora. Vá para casa, pense nesse final de semana e, na segunda-feira, diga o que decidiu.
O funcionário foi para casa, envolto no manto da dúvida. Naquele final de semana, o coração dele virou um campo de batalha entre o certo e o errado.
Quando chegou a segunda-feira, lá estava ele na empresa, ansioso por encontrar-se com o dono. E quando o patrão apareceu, a pergunta foi:
- E aí, irmão? Qual é a sua decisão?
O crente respondeu assim:
- Acho que eu vou aceitar a proposta que o senhor me fez, chefe.
O patrão nem levantou a cabeça e já deu a ordem:
- Então, vá imediatamente ao Departamento de Pessoal. Você está despedido!
- Mas... mas patrão, foi o senhor mesmo que me fez a proposta!
- Sim, mas, na verdade, estou procurando alguém de absoluta confiança para ocupar esse cargo. Se você foi capaz de tão rapidamente trair a sua consciência religiosa, quem me assegura que mais rapidamente ainda não trairá também a sua empresa?
As pessoas mudam os valores e esquecem os princípios diante das provações. Mas o verdadeiro cristão não vive desnorteado. Ele conhece o que é certo e vive segundo os desígnios de Deus.

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terça-feira, 20 de março de 2012

VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA - Juízes 17-19


Para entender um dos nossos capítulos da leitura de hoje, quero compartilhar com você uma carta que recebemos na Escola Bíblica da Novo Tempo: “Minha dúvida está no relato de Juízes 19. Vocês poderiam explicar por que o velho que hospedava o casal ofereceu aos homens (estranhos) a concubina? E por que depois seu marido a esquartejou em doze partes? Não consegui entender a moral da história.”
Bom, isso nos lembra a história de Ló, não é mesmo? E, com certeza, esse homem de Juízes 19 conhecia o relato de Ló e tentou fazer a mesma coisa: diante da fúria de homens pervertidos, ofereceu a parenta para proteger o hospede. A diferença é que ele se deu mal. O desejo dele de manter o código da hospitalidade intacto até seria digno de admiração, mas é um terror, concorda?
Como o conceito das mulheres na antiguidade era baixo! E o homem deve ser julgado, pelo menos em parte, de acordo com os conceitos da época na qual vivia.
Outro detalhe importante: o verbo hebreu, trazido aqui como "tomando", é chazaq, que significa "tomar à força". O marido tomou a mulher indefesa à força e a obrigou a sair. Então, era muito natural que a concubina houvesse resistido aquele ato tão vergonhoso. A covardia do levita é que era digna de repreensão severa.
O pior é que, depois da experiência, o levita ainda se expressou com uma indiferença que é repugnante. Dessa forma, podemos esperar qualquer coisa da parte dele. Não era à toa que a mulher já o tivesse abandonado uma vez.
Sem dúvida, ele poderia ter encontrado uma forma menos horrível de reunir as tribos para castigar os homens maldosos de Gibeá. Mas, o levita já havia procedido de uma maneira tão estranha que não nos surpreende com o seu espantoso método de notificar as diversas tribos.
A comunicação dele suscitou a indignação de todos os hebreus na Palestina inteira. Eles reconheceram que se tratava de um crime tão tremendo, que nem a falta de um governo central, que eles tinham naquela época, e nem mesmo o tempo tumultuado em que eles viviam, serviam de desculpas para que os criminosos ficassem sem punição.
Podemos concluir que o objetivo desse texto é mostrar o grau de violência que reinava naquela cidade, bem como mostrar a forma tão desvalorizada de como as mulheres eram tratadas naquela época. Esse costume de tratar a mulher como um “objeto” não agradava a Deus. Ele já havia deixado regulamentos contra tal problema em potencial.
Que amor incrível Deus tem pela mulher, a ponto de demonstrar tanto cuidado nos decretos feitos para protegê-las!  


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domingo, 18 de março de 2012

JEFTÉ - Juízes 11-12


Juízes 11 conta a história de Jefté, um homem valente que lutava pelo povo de Israel. Um dia, ele teria uma batalha muito importante contra os valentes filhos de Amom. No verso 29, mostra que Jefté recebeu o batismo do Espírito Santo. Ele se encheu de coragem para lutar pelo Senhor e fez um voto a Deus. Veja a tradução, do hebraico para o português, dele: “Se entregares os amonitas nas minhas mãos, aquele que estiver saindo da porta da minha casa ao meu encontro, quando eu retornar da vitória sobre os amonitas, será do SENHOR, e eu o oferecerei em holocausto.”
Como achei isso estranho para estar na Bíblia, pesquisei sobre o assunto. Li muitos comentários bíblicos que dizem: “Jefté realmente sacrificou a filha dele, porque a Bíblia está dizendo e, naquela época, esse era um costume pagão que ele deve ter adotado.”
Percebi que esses comentaristas, fazem o comentário de forma muito superficial, baseados nos textos traduzidos da Bíblia e não no original. Finalmente, encontrei a resposta. No hebraico, essas palavras de Jefté em Juízes 11:31 estão em uma construção de texto que permite que seja traduzido do jeito que está na Bíblia traduzida por João Ferreira de Almeida; porém, também permite que seja traduzido da seguinte forma: “será do Senhor, e eu lhe oferecerei um holocausto”, o que é bem diferente de “eu lhe oferecerei em holocausto”.
O que autor hebraico queria dizer? A tradução pode ser feita dos dois jeitos, mas a correta é: “Será do Senhor, e eu lhe oferecerei um holocausto”, que é bem diferente das Bíblias traduzidas. Veja as seguintes razões:
1) Nunca foi praticado, em todo o Antigo Testamento, sacrifício de seres humanos a Jeová. Isso era feito aos deuses pagãos;
2) Os sacrifícios aos deuses pagãos eram feitos antes da guerra e não depois;
3) Jefté conhecia os mandamentos de Deus que proíbem essa prática;
4) Jefté estava cheio do Espírito Santo, então não falaria ou faria uma besteira;
5) Deus aceitou o voto e lhe deu a vitória. Se o voto fosse contrário a Deus, Ele não apoiaria;
6) Jefté está na galeria dos heróis da fé, de Hebreus 11;
7) A Bíblia não censura o ato de Jefté.
O que aconteceu foi que Jefté fez um voto ao Senhor, dizendo: “quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu lhe oferecerei um holocausto.” Como Jefté ganhou a guerra, a filha dele foi devotada à perpetua virgindade, o que lhe trouxe uma tristeza profunda.
Mais uma vez, vemos que podemos confiar na Bíblia.

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sábado, 17 de março de 2012

ABIMELEQUE - Juízes 09-10


A obsessão é um perigo! Você conhece alguém que é obsessivo demais? Veja como o dicionário define essa palavra: “Obsessão: impertinência excessiva; preocupação constante; perseguição insistente.”
O pior é quando o obsessivo é possessivo. Porque o possessivo, segundo esse dicionário “é alguém que é obcecado pelo desejo de posse, de alguma coisa.” Então imagina uma pessoa que, impertinente e excessivamente, é um perseguidor obcecado, insistindo em se apossar de algo.
Na leitura bíblica de hoje, existe alguém que tinha o caráter desse jeito. Para entendê-lo, quero lembrar de um caso que aconteceu em janeiro de 2006, da estagiária que confessou ter planejado a morte de duas colegas só para conseguir uma vaga de emprego em uma indústria de derivados de petróleo em Cubatão, São Paulo.
Segundo a GloboNews, a própria estagiária confessou que contratou um pistoleiro de aluguel para cometer os assassinatos. Uma das vítimas conseguiu sobreviver, mas ficou gravemente ferida. A outra foi assassinada com cinco tiros na porta da própria casa, em Santos.
Por que tudo isso? A jovem disse que queria um emprego na empresa. Então, como não havia mais vagas, decidiu planejar o assassinato. Ela também afirmou que queria a vaga para ficar perto de um outro funcionário que era o amante dela.
Dessa forma, chegou a esse extremo e depois disso, passou a pagar muito caro pelo que fez, envolvendo outras pessoas: dois suspeitos de participação nos crimes que também foram presos.
Pense até que ponto a pessoa chega quando é possessiva e se deixa dominar pela obsessão. Matou, levou outros a serem criminosos também, tirou a felicidade de duas famílias, causou uma enorme vergonha para muita gente e se transformou em mais um presidiário que custa caro para os bolsos públicos. O pior de tudo é que não conseguiu nada do que queria. Desgraçadamente, deixou de viver.
A obsessão e a possessividade tem um preço muito alto. O personagem da leitura de hoje era assim. Seu nome era Abimeleque. Ele começou sua carreira matando os outros para se apossar do que queria e, no fim, literalmente, “tomou na cabeça”: morreu com o crânio rachado.
Quando fazemos um mal muito grande, ele se vira contra nós mesmos. É como está escrito em Romanos 1:28-29: “Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio...”
Escolher fazer coisas más leva a conseqüências terríveis. Isso não compensa, pois podemos acabar comprometendo a própria vida. Escolha o bem e fique em paz!

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sexta-feira, 16 de março de 2012

GENTE VALENTE - Juízes 06-08

Você já mostrou valentia, alguma vez na vida, quando passou por alguma situação difícil? Eu acharia interessante ouvir suas historias, porque as histórias bíblicas da nossa leitura de hoje são sobre pessoas valentes, gente corajosa e ousada, que não teme o perigo.
O mais valentão tinha várias armas interessantes, que a maioria das pessoas que você conhece jamais usaria nos dias atuais se quisessem praticar a coragem.
Uma das armas desse corajoso foram duas esponjas. Sério! Um homem valente, que encarava o perigo com duas esponjas! Não é engraçado, um homem de conquistas ter, como ferramenta de trabalho, duas esponjas? Se você pensa que isso é sem importância, quero lhe dizer que Deus considerou como muito importante. Leia o capítulo seis do livro de Juízes e verá como ele usava tais objetos no trabalho.
A outra grande arma desse corajoso eram os joelhos. Existem muitas pessoas que usam a língua como arma para falar mal dos outros, outros usam as mãos e os pés para lutar. Tem gente que dá cabeçada, ombrada, etc., mas usar os joelhos como arma, como ferramenta de combate, é interessante também, não acha?
Esse homem que usava esponjas e joelhos para exercer a coragem era um homem bem diferente. Não pense você que ele era um lavador de panelas, viu? Ele era um guerreiro e usava umas estratégias de guerra que nenhum general usa. Sabe qual foi o resultado? Você pode encontrá-lo nos capítulos sete e oito do livro de Juízes.
O nome desse comandante era Gideão. Já ouviu falar dele? Seu nome, traduzido para o português, quer dizer exatamente “guerreiro”. Ele era um homem muito guerreiro, principalmente, de oração. Por isso, foi um grande homem.
Mas e você, é uma pessoa guerreira? É um guerreiro que fica tentando lutar contra a vida com suas próprias forcas, ou usa alguma arma especial? Que tal, se você usar as mesmas armas que Gideão usava? Sim! Use os joelhos!
As maiores batalhas da vida, você vence com oração. Porque, quando oramos, a partir dali, não somos nós que nos desgastamos, nos esforçando sozinhos. Não! É Deus quem passa a agir e, aí, a vitória é certa.
Faça um teste. Gaste muito tempo em oração, abrindo o coração a Deus como a um amigo. Isso sim é um ato de muita coragem. Lembre-se que qualquer que seja a necessidade ou desejo, se confiarmos em Deus, Ele os suprirá. Se existe algo que esteja causando preocupação ou ansiedade em você, deixe de focalizar a dificuldade e confie em Deus para cura, amor e poder, afinal, nada é impossível para Ele.
Seja valente na oração você também!



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quinta-feira, 15 de março de 2012

SALVADORA DA PÁTRIA - Josué 04-05

A salvadora da pátria: ela trabalhava embaixo de uma palmeira, em algum lugar da estrada entre Rama e Betel, no antigo Israel. Ali, ao ar livre, funcionava seu escritório. Praticamente todas as pessoas da cidade vinham até ela a fim de pedir conselho para resolver pequenos e grandes problemas.
Você já sabe sobre quem estou escrevendo? Estou falando sobre Débora, a famosa profetisa do Israel antigo. O parágrafo descrito acima, está em um livro didático, de quinta série, intitulado A Escolha Certa, de Adolfo Suaréz. Ao estudar a história, as crianças ficam encantadas em ver como Deus pode usar as pessoas que não são as mais fortes ou mais indicadas para fazer grandes conquistas.
Na realidade, naquela época bíblica, a mulher não tinha muito espaço na sociedade, principalmente para exercer alguma liderança. Inclusive, na história do povo de Israel, você só encontrará duas mulheres que lideraram aquele povo. Uma foi Atalia, e a outra é Débora. A história dela é cheia de aventuras curiosas, a começar pelo nome dessa profetisa.
Você sabe o que significa a palavra Débora? No hebraico, essa palavra significa abelha. Conviver com aquela mulher e ficar chamando pelo nome dela, era como chamá-la assim: “Oh, dona Abelha, tudo bem?” “Dona Abelha, é o seguinte”. Engraçado, né? Você conhece alguma senhora chamada dona Abelha? Acho que não.
Mas a nossa “Dona Abelha” aí do livro de Juízes era mesmo parecida com uma abelha, sabia? Débora, ao mesmo tempo que poderia dar uma ferroada doída com as repreensões proféticas, com os ataques de guerra, também era um doce de pessoa ao trabalhar para o povo de Deus por amor.
Com ela, aprendemos que, em situações difíceis, apesar, de que seja bem mais cômodo jogarmos a responsabilidade para cima dos outros, o bom mesmo é nos sentirmos responsáveis por encontrar uma solução. Débora quebrou os paradigmas machistas da época dela.
E aí entra a lição deixada pelo exemplo de uma outra pessoa, um homem chamado Baraque. Você saberá mais sobre ele quando fizer a leitura de hoje, mas, resumindo, o exemplo dele nos ensina que quando um homem, humildemente, reconhece a sua incapacidade, essa é a oportunidade que Deus espera para agir com o poder divino.
E quando você terminar de estudar a história de Débora e Baraque, pense em uma coisa: “O que posso fazer para ajudar minha pátria?” Porque, sabe que, através de pequenas demonstrações de cidadania, podemos melhorar, tanto a nossa família quanto nossa escola, nosso bairro, nossa cidade e até nosso país. Podemos melhorar, principalmente, a vida das pessoas, ajudando-as a serem mais felizes. Faça isso e você será o mais beneficiado.

 
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quarta-feira, 14 de março de 2012

JUÍZES - Juízes 01-03

“Juízes”. É um nome diferente para um livro, não é mesmo? Mas não tem nada a ver com direito, legislação, advocacia, tribunal, fórum, etc. Esse nome vem dos títulos das pessoas que governaram o Israel antigo depois da morte de Josué. Na realidade, antes da morte dele, Moisés já tinha dado instruções sobre o governo dos israelitas depois do estabelecimento deles em Canaã. Em Deuteronômio 16:18, lemos o seguinte: “Nomeiem juízes e oficiais para cada uma de suas tribos em todas as cidades que o SENHOR, o seu Deus, lhes dá, para que eles julguem o povo com justiça.”  Portanto, quando eles não tinham mais a liderança de Moisés e de Josué, nomearam juízes, os quais passaram a ser a autoridade civil mais alta do país.
Então, esse é o livro da história dos tempos póstumos a Josué. Porque, nesse período, a autoridade governamental de Israel esteve nas mãos de dois juízes, como o próprio livro diz no capítulo 21:25: “Naquela época não havia rei em Israel.” É um livro histórico, cheio de façanhas, conquistas, derrotas, altos e baixos, que cobre o período de Israel, da morte de Josué até os dias de Samuel quando, então, eles escolheram um rei.
Provavelmente, quem deve ter escrito Juízes, seja o profeta Samuel, lá pelos primeiros anos do reinado de Davi. Esse livro lembra aos cristãos a seriedade do pecado. Como no tempo dos juízes, os seguidores de Jesus estão continuamente em guerra contra a tentação de serem infiéis a Deus e à Sua Palavra. Através do julgamento ou da disciplina, o Senhor aproxima Seus filhos, desejando transformá-los à Sua imagem.
Na leitura de hoje, já temos a história de dois juízes. Um foi o conquistador Otniel, o outro, um libertador chamado Eúde. Esses juízes trabalhavam muito, contando com o apoio do povo, e o povo interagia e contava bastante com a liderança desses juízes também, afinal, os juízes não eram um tipo de liderança tão distante do povo como os reis eram. Eles eram líderes mais próximos. E sabe que eu acho que isso é uma grande lição para nós hoje?
Quando interagimos, podemos ter grandes crescimentos e vitórias no Senhor. Nós também precisamos diminuir as distâncias, quebrar as barreiras e unir as divisões do povo de Deus como os juízes faziam. Vamos começar fazendo isso aqui? Você topa? Então, escreva para nós, através do espaço para comentários, aí abaixo, dando a sua sugestão sobre os comentários das leituras diárias, ok?
Vamos interagir! Dê a sua opinião, e nós a usaremos aqui na pregação. Assim, vamos unindo o povo de Deus numa só mensagem, a mensagem da esperança. Sejamos mensageiros da esperança!

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terça-feira, 13 de março de 2012

Análise Crítica de "CONFRONTANDO OS CONTEXTOS URBANOS COM O EVANGELHO"

Hoje eu quero fazer uma análise crítica do capítulo daquele livro sobre o qual eu coloquei o resumo aqui ontem (para ler o artigo, clique aqui). Quando acabei de ler o artigo, fiquei satisfeito por tê-lo feito. Não somente por tratar-se do conteúdo escrito por um autor que admiro muito, que é Roger S. Greenway. O maior aproveitamento que tive da leitura foi o puxão de orelha, ao relembrar-me de que, como ministro do evangelho, não devo ficar trancafiado no escritório e na igreja o tempo todo. Aqui entra o papel fundamental que a visitação pastoral tem para a vitalidade da igreja e do ministério pastoral.

Na parte onde Greenway trata do pluralismo no contexto sócio-religioso da população urbana, tive um aproveitamento maior para minha própria dissertação, uma vez que um dos pontos que estou analisando no pentecostalismo é justamente a tendência pluralista dos pentecostais. Greenway comprova o que tenho hipotetizado em minha pesquisa: mesmo para os religiosos cristãos, a Bíblia tem deixado de ser autoritativa.

Na página 42, o autor apresenta um quadro que faz uma “comparação geral das vidas na cidade e rurais (bem como nas vilas) com implicações para o ministério pastoral). É uma tabela muito útil para o atual pastor sintonizar-se quanto à mentalidade de quem ele está pastoreando. Esteja ele no campo, nas vilas ou na metrópole, estará sempre lidando com pessoas de um mundo globalizado, que interagem com mentalidades dos demais contextos além dos seus próprios. Hoje, a globalização faz com que as pessoas sofram os choques transculturais sem precisar sair de casa.

Quando Greenway escreveu este artigo, há mais de vinte anos, ele dizia que “uma geração inteira precisa [precisaria] passar antes que os retirantes sintam [sentissem] que podem [poderiam] participar ativamente na vida interna da típica igreja urbana”. Claro, quando Greenway escreveu isso, ele estava vivendo a conclusão da década de maior migração rural-urbana da História. Era quando estavam acontecendo os maiores choques transculturais dos ex-camponeses agora urbanos, o que previa que muitas adaptações deveriam acontecer. Mas isto é passado, e já aconteceu. Uma geração inteira já se passou para que os filhos dos ex-rurais (bem como eles mesmos) tenham seu próprio espaço na igreja metropolitana.

A dificuldade da transição cultural sócio-religiosa de quem era rural e passou a ser urbano, esboçada em três aspectos pelo autor, pode ser vista claramente nas atuais limitações do adventismo. Os pioneiros adventistas eram colonos, mas hoje a maior concentração adventista é metropolitana. A igreja adventista migrou, e ainda sobre o choque da transação cultural.

Primeiro porque o adventismo é expressivamente tradicional. Este apego a muitas tradições parece fazer com que os adventistas queiram viver numa redoma alienada do mundo. É o exclusivismo. “Mas o pluralismo da cidade não os deixará sozinhos pra sempre, e, mais cedo ou mais tarde, eles terão que fazer escolhas que poderão contrariar a opinião da maioria”, adverte Greenway.

Segundo porque a cosmovisão da vida cristã holística que o adventismo muito bem a tem, entra em choque com as novas realidades de usos e costumes da atual vida metropolitana. Para o adventista, não basta ter a religião no coração: ela tem que expressar-se em todas as áreas da vida. É aí que, se os adventistas não conseguem transpor os princípios e valores do mundo dos pais na fé para o atual mundo, entra o choque. 

Que responsabilidades sociais a igreja deve assumir? Novamente, diante do trauma, muitos são levados a cair num comportamento extremista. E então, “sua habilidade para refletira mensagem cristã e aplicá-la aos problemas e desafios da vida urbana, o que é função essencial do discipulado urbano, pode ficar minimizada por muito tempo”.

E é aí onde entra o terceiro perigo, de que a religião tenda a “apresentar o evangelho em termos que deixem várias áreas da vida humana sem serem transformadas ou ao menos tocadas”. Veja como a seguinte descrição, que não foi feita para os adventistas, se parece com muitos comportamentos de determinados contextos da igreja adventista. “Estranho como possa parecer, estas fraquezas têm sido reforçadas por incontáveis púlpitos urbanos, especialmente nos círculos das igrejas conservadores onde atitudes rurais continuam a dominar congregações urbanas e pregadores populares mantêm seus membros socialmente tranqüilizados através de um tipo de pregação e ensino orientados pela mentalidade rural. Como conseqüência, uma das grandes fraquezas de algumas grandes igrejas urbanas é que, tão longe quanto sua conscientização está, elas ainda estão vivendo no seu passado rural”.

Nisso aí o autor profetizou bonitinho! Apesar de que seu artigo tenha muitas desatualizações (como por exemplo, em dizer que 80 por cento dos jovens que são protestantes quando entram na universidade abandonam a fé durante a graduação). Naquela época, diante de tais dificuldades que o autor ia descrevendo, ele imaginava que grandes mudanças aconteceriam no jeito de fazer igreja. Infelizmente ele errou. A igreja conseguiu sim, adaptar seus métodos evangelísticos, em algumas coisas. Mas não em tudo o que precisava. Infelizmente, o que mais tem acontecido é que, com medo de encarar as constantes transformações do mundo, a igreja tem se encolhido no exclusivismo doentio. É Roger, o mundo mudou, e a única certeza estável é a de que ele continuará mudando. É interessante “dialogar” com alguém que, do outro lado da linha, está há mais de duas décadas atrás.

O mais interessante de Roger S. Greenway é a sua teoria da necessária “compreensiva visão do discipulado urbano”, que nós poderíamos traduzir para os adventistas como o indispensável evangelismo integrado não somente de palavra, mas, inclusive, de fato. Evangelização sem contextualização é hipocretização.

Um abraço,