quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Caminho, a Verdade e a Vida - Introdução

João 14:6 possui um significado mais profundo do que simples metáforas? Jesus utilizou estas figuras de linguagem simplesmente para embelezar suas palavras, ou elas trazem um significado ainda maior?
É comum, entre os estudantes, pesquisadores, teólogos, professores ou leigos, quer seja em uma reunião específica, em sala de aulas ou em uma simples conversa de passatempo, que se tome ocupação em discutir algum ponto curioso ou de difícil compreensão bíblica. Porém, por que versículos que às vezes parecem ser tão comuns e simples, são recitados por tantas pessoas? Depois que Jesus disse suas memoráveis palavras a Seus discípulos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6), milhares de pessoas têm decorado e relembrado este verso, até ao dia de hoje.

Mas possui esta passagem um significado mais profundo do que simples metáforas? Jesus utilizou estas figuras de linguagem simplesmente para embelezar suas palavras, ou elas trazem um significado ainda maior? A questão é que reiteradas vezes usamos e reutilizamos este versículo sem conhecer a profundidade de suas próprias aplicações.

Para maior aplicação tanto exegética quanto homilética é de grande benefício que saibamos com que finalidade Cristo se dirigiu aos seus discípulos se expressando dessa maneira, com tais palavras. Esta é a razão pela qual passaremos a estudar este versículo de forma detalhada. Neste estudo, hoje e nos próximos três dias, faremos uma análise de cada uma das partes de João 14:6. O objetivo final será de verificar o grau de importância dessas partes, e a relação que elas têm entre si.

Vou dividir as postagens em três sessões diárias, e depois uma conclusão, nas quais estudaremos, o que Ellen Golden White, escritora adventista americana, deixou em suas obras referindo-se ao verso, qual a posição dos demais autores e teólogos de seu segmento religioso, e um estudo do uso deste verso por comentaristas bíblicos de renome no mundo teológico. Depois, vou terminar com uma conclusão que conduzirá o estudo a uma aplicação proveitosa e prática.

Vamos continuar este assunto amanhã,

Um abraço,


Twitter: @Valdeci_Junior

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Compreensão Entre Marido e Mulher

Como um homem pode compreender uma mulher, e como uma mulher pode compreender um homem?

Existe uma grande necessidade de compreensão entre os casais. Por isso, eles devem se esforçar para descobrir o que motiva, agrada, desagrada e preocupa o(a) companheiro(a), fazendo de tudo para identificar quais são os sonhos e as expectativas do outro. Estas atitudes permitem que o casal se beneficie de uma vida conjugal muito mais significativa.
Homens e mulheres geralmente pensam e sentem de forma diferente e é importante que ambos entendam alguns aspectos do sexo oposto para que haja compreensão em vez de desentendimento.

O que eles precisam saber

·        A maioria das mulheres passa por períodos de TPM (tensão pré-menstrual) bastante intensos. Neste perído, irritação, sensibilidade aguçada e oscilações do humor são frequentemente observados. Isto não é, como muitos dizem, “frescura”, mas consequência de uma série de alterações hormonais decorrentes deste período. Não a critique; neste momento, ela precisa de afeto ou, algumas vezes, um simples silêncio. Depois tudo volta ao normal.
·         Geralmente as mulheres têm mais necessidade de falar do que os homens. Elas tendem a ser mais detalhistas quando contam um acontecimento ou podem sentir a necessidade de simplesmente serem ouvidas sem, necessariamente, ouvir soluções. Portanto, não se preocupe tanto em dar conselhos, mas ofereça a ela sua atenção e compreensão.

O que elas precisam saber

·        Às vezes, as mulheres esperam que os homens “adivinhem” os seus sentimentos, pensamentos ou vontades sem que eles sejam falados claramente. Por isso, tente comunicar, de forma verbal, com seu cônjuge, aquilo que você quer que ele saiba, mesmo que isso pareça óbvio para você. O amor não adivinha magicamente. Cada um precisa abrir o coração e falar do que precisa.
·         Muitos homens preferem passar momentos de silêncio quando estão estressados ou cansados. Se ele não quiser conversar sobre alguma questão dele, respeite-o e aprenda a não tirar conclusões preciptadas de que tal atitude é algo contra você. 
Conclusão

Ontem e hoje, estudamos sobre comunicação íntima, comprometimento, cooperação mútua e compreensão. Você percebe que depois que estudamos a importância destes elementos para o crescimento da relação conjugal, podemos entender melhor por que muitos casamentos fracassam?
Mas não queremos que isso aconteça na sua família. Portanto, procure colocar todas essas dicas em prática. Nosso desejo é que, através destes ingredientes, o seu relacionamento se torne cada vez mais completo.
Leia mais sobre o que estudamos em:
              
Comunicação, a Chave Para seu Casamento. Norman H. Wright, Editora Mundo Cristão
Felizes no Amor. Nancy Van Pelt, Editora Casa Publicadora Brasileira
Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus. John Gray, Editora Rocco
Vida em Família. Ellen G. White, Editora Casa Publicadora Brasileira
Vida Familiar Transformada Pela Graça. Jeff Van Vonderen, Editora Betânia

Momento de Refletir


1. Diante de um conflito conjugal, como você reage? Se isola, conversa, pede divórcio, espera pela atitude do outro? Escreva abaixo como você costuma agir e reflita sobre os lados positivos e negativos desta conduta
2. Em que nível está sua comunicaçao com seu cônjuge? Se você ainda não chegou no nível 1, o que pode fazer para desenvolver esta comunicação?

3. Faça uma lista junto com seu cônjuge, dividindo os papéis de cada um. Analise o que cada um pode fazer para cooperar com o outro.

            4. Tanto o homem como a mulher, possuem necessidades diferentes e que precisam ser compreendidas. Faça, juntamente com seu cônjuge, uma lista dessas necessidades individuais e compartilhe um com o outro. Coloque ambas as listas em um local onde os dois possam ver, para que, quando uma situação semelhante acontecer novamente, ambos lembrem da necessidade do outro de ser compreendido.

Fonte: Revista Família Feliz, Capítulo 03.

A Comunicação no Casamento

Como desenvolver uma comunicação que traga ao casamento um verdadeiro relacionamento de apoio?

Quando duas pessoas estão conversando, as palavras transmitem somente 7% da comunicação. O restante da mensagem é passado através dos gestos, do tom da voz, das expressões faciais e da postura do corpo. Isso pode fazer com que a comunicação seja eficaz ou não.
O conselheiro Norman Wright divide a comunicação em cinco níveis. O nível 1 é o mais profundo e o nível 5 é o mais superficial.
Nível 5 – Comunicação Superficial.  Este é o nível de chavões como: “Olá! Como vai?” É uma conversa onde não se compartilha detalhes pessoais. Se a comunicação ficar neste nível, o relacionamento vai ficar maçante. Isso resultará em frustração e ressentimento.
Nível 4 – Comunicação de Idéias e Julgamentos. Neste nível, as pessoas apenas trocam informações, mas não fazem seus comentários, não dão opinião. Como os homens não gostam muito de expressar sentimentos, eles podem ser tentados a se comunicar neste nível.
Nível 3 – Comunicação Afetiva. É quando a conversa começa a ter a expressão de alguns sentimentos e opiniões. Aqui começa realmente uma comunicação de relacionamento.
Nível 2 – Comunicação de Sentimentos e Emoções.  Neste nível, você fala sobre o que vem de dentro. Você não esconde os sentimentos de raiva, de ressentimento ou de alegria. Se você compartilhar suas experiências com sinceridade com o seu cônjuge, mostrando que valoriza o que ele também sente, o relacionamento de vocês será enriquecido e ampliado.
Nível 1 - Comunicação Profunda. É quando a comunicação emocional e pessoal é completa. É claro que expressar os sentimentos mais íntimos pode envolver um risco de rejeição. Mas para que o relacionamento cresça, é necessário este nível de comunicação.

      Como desenvolver uma boa comunicação?

·        Escolha a hora certa para falar com o(a) seu(sua) parceiro(a). Falar a coisa certa, na hora errada, geralmente não dá certo.
·        Fale com um tom de voz agradável. Nem sempre o que se diz é tão levado em conta, mas como se diz.
·        Vá direto ao ponto, de forma clara, mas sem agredir. Uma conversa confusa pode gerar mal-entendidos. Procure pensar enquanto fala, para poder expôr o que você deseja comunicar, de forma clara.
·        Procure ser positivo. 80% da comunicação nas famílias é de caráter negativo, como críticas, piadinhas, reprovações, etc. Suba o nível das conversas para uma comunicação mais positiva e completa.
·        Mesmo que você não concorde com o que esteja sendo dito, ouça com interesse. Seja cortês e respeite a opinião de seu cônjuge.
·        Considere as necessidades e os sentimentos dele(a), identificando nele(a) sentimentos de raiva, temor, ansiedade ou felicidade.
·         A conversação é uma arte. Busque oportunidades para desenvolvê-la. Quanto mais tempo um casal passar conversando um com o outro, mais alto será o seu nível de satisfação matrimonial (Nancy Van Pelt).
·         Quando estiver chateado com alguém, e for conversar sobre isso, procure expor como você sente diante do que aconteceu, em vez de apontar os defeitos da outra pessoa. Ao falar de um assunto difícil, a meta deve ser mostrar seus sentimentos quanto ao mesmo e não atacar a pessoa. Assim funciona: “Quando você fica até tarde no escritório, eu me sinto muito sozinha e abandonada.”  Assim não funciona: “Você trabalha demais, só pensa no trabalho.”
·         Não diga que vai fazer, se não fará; e não faça sem falar primeiro.


       O Relacionamento de Apoio

No Relacionamento de Apoio, não há luta pelo poder nem a imposição da vontade própria. Ao contrário, demonstra-se prontidão em negociar e ajustar as diferenças, até que se chegue em um acordo.
Provavelmente, o marido será o líder, mas não o ditador. Em algumas coisas, quem deve liderar é o homem, por causa da sua competência em certas áreas. Já em outros assuntos, por causa das suas aptidões, deixem que a mulher assuma o controle.
O homem e a mulher foram criados para que um complete o outro, no sentido de fazer com que o casamento seja um relacionamento de apoio interdependente. Para o bem-estar de uma relação sadia, os cônjuges, apesar de terem papéis diferentes, devem ser valorizados individualmente. Os dois são importantes.
O casal que se apóia discute menos e consegue fazer com que uma paz natural se instale sobre a família inteira.


Um Abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior


Fonte: Revista Família Feliz, Capítulo 03.

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Como um homem pode compreender uma mulher, e como uma mulher pode compreender um homem?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Relações Problemáticas

Casamento: Sucesso ou Fracasso?

Depende das atitudes do casal. A conselheira matrimonial Nancy Van Pelt, fala que quando os casais estão em dificuldades, eles escolhem uma das três alternativas seguintes:
a) O divórcio é aceito freqüentemente; mas, na maioria das vezes, não é a escolha mais madura, pois geralmente não passa de um mecanismo de escape. Além de não trazer felicidade para a situação atual, não resolve os problemas e isto aumenta a probabilidade das mesmas decepções serem repetidas em relacionamentos posteriores.
b) O contentamento: é a alternativa de suportar um relacionamento de aparências, sem que haja esforço para melhorar a situação. Aliás, é mais fácil agir assim que encarar certas deficiências pessoais e fazer algo para superá-las. Essa também não é uma decisão feliz.
c) O esforço: é a decisão de enfrentar as dificuldades pessoais para conseguir transformar o casamento atual num casamento feliz. Mesmo os casais aparentemente incompatíveis podem aprender a superar suas deficiências. Pois não existe a “incompatibilidade de gênio”; o que existe é a falta de habilidade ou de interesse, em relacionar-se. Encarar as limitações pessoais não é nada fácil. Mas é a atitude mais sensata e madura. A caminhada rumo a um casamento completo é a caminhada que sai das atitudes infantis em direção ao amadurecimento pessoal.

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior


Fonte: Revista Família Feliz, Capítulo 03.
Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Como desenvolver uma comunicação que traga ao casamento um verdadeiro relacionamento de apoio?

Em Busca Do Casamento Ideal

Como Construir Uma Relação Sólida?

O casamento ideal não surge por acaso. Ele vai ficando forte à medida que o enriquecemos através do comprometimento, comunicação eficaz, cooperação, compreensão e amor. Hoje, daremos início ao estudo destes elementos indispensáveis para um relacionamento satisfatório.
Palestrando em uma universidade, Ruth Peale foi desafiada por uma aluna:
- Sra. Peale, na minha opinião, logo, logo o casamento vai desaparecer. Eu não acredito que seja necessário, ou mesmo desejável, alguém ficar preso a outra pessoa pelo resto da vida!
Após outros comentários nos quais a universitária apenas depreciava o casamento, Ruth Peale deu sua resposta:
- Eu me considero uma das mulheres mais afortunadas da Terra. Sou totalmente casada com um homem, no pleno sentido da palavra: física, emocional, intelectual e espiritualmente. Somos tão unidos que você não conseguiria colocar uma lâmina entre nós. Não somos dois indivíduos solitários e competidores. Somos um. E não há nada na vida que se compare a isso. No entanto, vocês jamais experimentarão tal unidade, e nem ao menos terão um vislumbre das satisfações que ela encerra, se continuarem com esta atitude e este código de conduta.
Para que um casamento seja verdadeiro, é preciso que haja compromisso e que se cumpra o que foi comprometido. Isso é resultado de uma partilha total e constante entre duas pessoas que trabalham juntas em função de um relacionamento duradouro.
Por mais que se tenha feito tudo certo, no sentido de se unir, durante o namoro e o noivado, dificilmente os noivos estarão perfeitamente unidos ao passarem pela cerimônia do casamento. A verdadeira união entre marido e mulher não acontece de uma hora para outra. Leva anos...
Quando o marido e a mulher começam a enfrentar os problemas e desafios da vida, aí sim, é que passam a conhecer o caráter um do outro. Geralmente, o começo da vida de casados é muito duro. No momento em que surgem dúvidas, decepções e frustrações, muitos chegam a pensar que cometeram um erro.
Casamento bem-sucedido não acontece por acaso, mas sim, quando duas pessoas buscam soluções para pequenos e grandes problemas, continuamente.
Platão usou uma escada para ilustrar o crescimento no relacionamento conjugal. As partes laterais da escada simbolizam o marido e a mulher, e os degraus representam os elementos que os mantêm unidos.  O degrau mais baixo é a atração física e o degrau mais alto é o amor a Deus. Todos os degraus são importantes e dependem um do outro a fim de manter a unidade da escada do casamento.

Um Abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

Fonte: Revista Família Feliz, capítulo 3.


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:

Casamento: sucesso ou fracasso?

O Dízimo é Dez Por Cento? 10%? - Texto

Quem disse que o dízimo deve ser dez por cento? Não pode ser um percentual maior ou menor?

(Veja esta resposta em vídeo clicando aqui).

Consegue imaginar uma divisão de metades onde uma parte tenha 20 por cento e a outra 80? Seria o mesmo que imaginar um dízimo de qualquer tamanho diferente de dez por cento. Ou o mesmo que imaginar um quadrado de três cantos. É uma questão de matemática, invariável. A palavra “dízima” e suas variações fazem parte muito mais do vocabulário matemático do que teológico.

A Bíblia traduzida, ao mencionar a palavra “dízimo” (ex. Mal. 3:10), simplesmente lança mão de um recurso já existente na comunicação lingüística para expressar o que o texto original quer transmitir. No pensamento bíblico é a décima parte, e como recurso para expressar isso, a língua oferece uma palavra: “dízimo”. É, por exemplo, da mesma forma que a língua oferece uma palavra para expressar 50 por cento: “metade”.

Os melhores dicionários da língua falada explicam a palavra “dízimo” como sendo “referente à décima parte de um todo”. Para a nossa Língua Portuguesa, a origem etimológica da palavra é o termo latino “decimus” – derivado do numeral latino “decem (dez)” – que literalmente é “décimo”, “décima parte”.

Isso coaduna com os termos originais usados no texto canônico para explicar este assunto de devolução parcial de bens ao Senhor. Em Levítico 27 a palavra hebraica usada é “ma‘aser”. Traduzida ao pé da letra essa palavra significa “pagamento de uma décima parte”. A versão bíblica em português “Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)”, é a que chega mais perto do original, com o texto “A décima parte das colheitas, tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a ele (Levítico 27:30)”. Isso ocorre também em Deuteronômio 12.

No Novo Testamento a palavra grega que nos é traduzida como dízimo é “decate”, que seria muito melhor traduzida como na NTLH. Em Hebreus 7:2 diz que Abraão separou o decate de tudo. Na NTLH a tradução é que Abraão separou a “décima parte”. Na aprovação de Jesus quanto ao ato de dizimar, mais fiel ao texto original, a NTLH também usa o termo décima parte, e não “dízimo”.

Portanto, compreender quanto equivale a um dízimo é uma compreensão muito mais de vocabulário do que de teologia. Mas concluindo com as palavras do “Dicionário de Teologia do Novo Testamento” das Edições Vida Nova, o que temos em português como “dízimo” “traduz palavras hebraicas e gregas que significam ‘a décima parte’, ou ‘dar ou tomar a décima parte’ dalguma coisa [sic]”.

“Tragam todos os seus dízimos aos depósitos do Templo, para que haja bastante comida na minha casa. Ponham-me à prova e verão que eu abrirei as janelas do céu e farei cair sobre vocês as mais ricas bênçãos (Malaquias 3:10)”.

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

domingo, 27 de novembro de 2011

Contradição Bíblica Sobre o Lugar da Ascenção?

Qual foi o lugar da ascensão? Jesus subiu de Betânia, conforme Lucas 24:50 ou de Jerusalém, conforme Atos 1:12?

Em uma leitura superficial, realmente parece haver uma contradição nas informações dadas destes dois versículos. Entretanto, até um leitor leigo em teologia pode perceber que as informações não se contradizem, apenas se for curioso em ler e reler ambos os versos em diferentes versões da Bíblia.

Por um exemplo, leia, abaixo, Lucas 24:50, em diferentes versões bíblicas em português, compare, e comece a tirar suas conclusões.
ARA - Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou.RA - Então os levou fora, até Betânia; e levantando as mãos, os abençoou.
RC - E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou.
NTLH - Então Jesus os levou para fora da cidade até o povoado de Betânia. Ali levantou as mãos e os abençoou.
NVI – Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus ergueu as mãos e os abençoou.
Grego - Exeyayen de autous ews pros Bethanian kai eparas tas cxeiras autou euloyesen autous.

A primeira palavra, Exeyayen, oriunda da raiz exago, se traduzida literalmente, pode significar “levar para fora”. Mas é interessante que esta palavra está numa conjugação verbal do grego chamada aoristo segundo. Ou seja, ele estava no processo; ainda estava fazendo; quase como dizemos com o nosso gerúndio: levando para fora.

E, chegando mais perto do literal, a junção das próximas palavras dá a permissão para traduzir, em lugar de usando um “para”, usando um “em direção a”.

Uma boa tradução deste verso portanto ficaria assim: “Então Jesus, enquanto estava levando-os para fora, em direção a Betânia, levantou as mãos e os abençoou”.

O que era Betânia, e onde ficava? O que era Jerusalém, e onde ficava?

Enquanto Mateus 21:17 chama Jerusalém de “cidade”, não chama Betânia de “cidade”. Era um costume dos judeus, quando diziam “a cidade”, “na cidade”, “para a cidade, etc., estarem referindo-se a Jerusalém. Por um outro lado, João 1:11 chama Betânia de “aldeia (RA)”, “povoado (NTLH)”.

Atos 1:12 e várias outras partes da Bíblia deixam claro que Jerusalém ficava perto do monte das Oliveiras, um pouco mais de um quilômetro. Marcos 11:1 e Lucas 19:29 Informam que Betânia ficava perto do monte das Oliveiras. E João 11:1 ensina que “Betânia ficava a menos de três quilômetros de Jerusalém”.

É interessante notar, que no mesmo verso que parece ser contraditório à informação de Betânia, dando a entender que Jesus teria ascendido de Jerusalém, deixa claro que eles não estavam exatamente dentro da cidade de Jerusalém, pois depois da ascensão “então eles voltaram para Jerusalém, vindo do monte chamado das Oliveiras, que fica perto da cidade, cerca de um quilômetro” (Atos 1:12).

Explicando por um outro prisma. Se você saísse de da cidade de Jerusalém, em direção ao monte das Oliveiras, passando pelo mesmo, em menos de três quilômetros, chegaria ao vilarejo de Betânia, pertencente à grande região, que, como um todo, pertencia a Jerusalém. Seria como alguém que mora em Santo André. Ele mora no município de Santo André, mas, para uma informação generalista, pode dizer perfeitamente que mora em São Paulo (cidade) sem estar mentindo, pois Santo André faz parte da Grande São Paulo.

Além disso, Jesus estava na estrada, entre Jerusalém e Betânia. Naquela época não havia uma demarcação clara de limite de município (nem município existia) com uma plaquinha indicando onde terminaria um domínio e começaria outro.

Portanto, a discordância de Lucas 24:50 com Atos 1:12, que fala do Monte das Oliveiras como o lugar da ascensão, é só aparente, pois Betânia fica na vertente oriental do dito monte.

Jesus ascendeu de algum lugar do monte das Oliveiras, que, por qualquer judeu da época, poderia ser chamado tanto de Betânia quanto de Jerusalém.

E o mais importante não é o marco “x” exato de onde ficou sua última pegada. O mais importante é o que vem depois disto, explicado pelos anjos e por ele: “Homens da Galiléia, por que vocês estão aí olhando para o céu? Esse Jesus que estava com vocês e que foi levado para o céu voltará do mesmo modo que vocês o viram subir (Atos 1:11)”. “Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim. Na casa do meu Pai há muitos quartos, e eu vou preparar um lugar para vocês. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também (João 14:1-3).

E isso, com certeza, é real. Ele vem: Prepare-se!

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Quem disse que o dízimo deve ser dez por cento? Não pode ser um percentual maior ou menor?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Questões Sobre Doutrina

Pastor, já ouviu falar sobre o livro Questions On Doctrine? O que você acha dele? É um livro controvertido?
O livro Questões sobre Doutrina foi publicado para aliviar a tensão existente entre o adventismo e o protestantismo conservador entre as décadas de 1950 e início de 1960. Os argumentos expostos pelos representantes do adventismo, representado por LeRoy E. Froom, pelo menos a princípio, foram convincentes aos líderes do protestantismo americano representados por Barnhouse e Martin. Mas ao se tentar resolver conflitos exteriores surgiram violentas turbulências dentro do adventismo lideradas por M. L. Andreasen, o teólogo mais influente das décadas de 1930 e 1940.
Dentre os assuntos que os líderes adventistas de então supunham ser problemáticos, estavam (1) uma expiação completa na cruz e (2) a natureza humana de Cristo. Eles encontraram a solução para esses problemas na necessidade de usar um vocabulário que fosse compreendido pelos evangélicos. Isso deu certo, visto que Barnhouse publicou um artigo na revista Eternity de 1956 considerando os Adventistas como irmãos redimidos e membros do corpo de Cristo (pg. 191).
A maior controvérsia, por volta de 1956, foi levantada por M. L. Andreasen. Talvez movido por um sentimento de rejeição, visto que ele foi excluído tanto do processo de formulação das respostas quanto da crítica delas. O descontentamento de Andreasen foi em relação à expiação. Froom mostrava a abrangência da expiação como indo além da cruz. Para ele, a morte de Cristo na cruz foi um sacrifício completo de expiação, mas não uma completa expiação. Andreasen não compreendeu as declarações de Froom dessa forma, a como uma expiação completa, perfeita e final pelos pecados do homem.
Ainda dentro dessa tensão, Andreasen em sua teologia divide a expiação em três fases: (1) Cristo vivendo neste mundo perfeitamente sem pecado, (2) a morte de Cristo na Cruz e (3) teologia da última geração.Como conseqüência do ponto (3) ao publicar o Livro O Ritual do Santuário, afirma que a derrota de satanás não se deu na Cruz com a morte de cristo, mas sim pela demonstração de uma vida impecavelmente perfeita por parte da última geração de seres humanos (perfeccionismo).
Andreasen, na verdade, foi o precursor de uma escola. Embora nos seus últimos dias dia de vida ele tenha reconhecido os seus erros e se reconciliado com a igreja, ele deixou discípulos que continuaram defendendo suas idéias.
De acordo com o teólogo Alberto Timm, este livro foi controvertido, por causa dos seguintes pontos:
1)O conceito da natureza humana de Cristo, onde o livro deixa bem claro (incluindo um apêndice de citações de EGW) a negação da natureza humana moral e espiritualmente caída, como advogada pelos movimentos perfeccionistas da época. 2)O conceito de expiação como ocorrido na cruz e aplicado no Santuário Celestial contradizendo a teoria adventista predominante de que na cruz não houve expiação. 3)A minimização do conceito de “babilônia” (Gerard Damnstg) e de remanescente. Crucial em todo esse processo foi a postura belicosa de M.L.Andreasen.
Mas a controvérsia está na falta de compreensão. Quer comprovar isso? Compre o livro na http://www.cpb.com.br/ e leia-o, você mesmo.
Esse livro é uma bênção.
Boa leitura!
 
Twitter: @Valdeci_Junior

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Se os Dias da Criação Fossem Eras Geológicas...

Qual é o problema em crer que os dias descritos do relato da Criação em Gênesis 1 sejam, cada um, a representação de uma longa era geológica?




As principais implicações teológicas da releitura dos “dias” da criação em Gênesis 1 como se fosem “eras” geológicas são:

1.            A morte antes da queda

Crer que os dias literais de Gênesis 1 são eras geológicas requer a pressuposição de que a morte existiu antes do pecado de Adão, contradizendo, portanto, o ensino bíblico de que a morte veio por intermédio do pecado de Adão (Rm 5:12, cf. Gn 3).

2.            Abandono do quarto mandamento (Sábado)

Admitir que a semana da criação não foi literal, mas sim uma composição de longas eras geológicas, significa uma negação da Palavra de Deus e a negação de um dos propósitos do movimento da igreja remanescente de Deus que é visto na observância do sétimo dia, o sábado, como uma característica distintiva do povo de Deus exatamente no tempo do fim (Apocalipse 12:17).

3.            Um recriação e uma nova  escatologia

Aplicar os pressupostos evolucionistas de longas eras geológicas para os dias literais da Criação equivale aceitar uma mudança significativa na compreensão escatológica correta. De acordo com Hasel, “escatologicamente, a ‘criação de novos céus e nova terra’ indica que o que foi criado no início também será criado no fim.” Por conseguinte, sob o modelo teísta-evolucionista, “o objetivo da recriação se torna tão indefinido, diante dos 600 milhões de anos do desenvolvimento evolucionário, que devemos até mesmo perguntar se ele alguma vez irá ocorrer.”

4.            Mudança no princípio sola-tota-prima Scriptura

Aceitar os conceitos de longas eras geológicas equivale abandonar o princípio da sola-tota-prima scriptura. Se a ciência puder corrigir a visão da Escritura sobre as origens, toda tentativa de harmonia pede uma mudança radical na compreensão da revelação e da inspiração divinas da Escritura.

5.            Mudança no corpo doutrinário das crenças fundamentais

Harmonizar a Escritura à evolução requereria uma reformulação de todo o corpo das crenças fundamentais bíblicas nas quais cremos, e, por fim, uma apostasia à crença Bíblica. Seria abandonar a própria Bíblia.

Leia mais sobre os dias da Criação serem literais ou não clicando aqui e aqui.

Um abraço,


Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Pastor, já ouviu falar sobre o livro Questions On Doctrine? O que você acha dele? É um livro controvertido?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pioneiros da IASD Eram Anti-Trinitarianos e Semi-Arianos

O que mudou na IASD? É verdade que a Igreja Adventista do Sétimo Dia teria se afastado da Bíblia e dos escritos de seus pioneiros para então aceitar a doutrina da Trindade?



Na realidade, os pioneiros da igreja adventista eram, em termos gerais, antitrinitários ou semi-arianos. E qual é o problema? Não temos nada a esconder sobre isso. A partir de 1888, alguns líderes passaram a, gradualmente, a compreender que a posição tradicional da denominação em relação à trindade era inadequada. O próprio Tiago White já afirmara que ele, bem como os demais pioneiros, estariam dispostos a mudar pontos de sua fé caso tivessem uma boa razão, para fazê-lo com base nas escrituras (Review And Herald, 7 de fevereiro 1856 p. 149).

O Adventismo passou por um desenvolvimento gradual, sistemático e consistente das suas crenças, inclusive de seu ponto de vista quanto à Trindade. Embora Ellen G. White nunca tenha usado o termo Trindade, ela participou desse processo de transformação do pensamento adventista. Em 1901 ela escreveu sobre “os eternos dignitários celestes – Deus, Cristo, e o Espirito Santo” (Evangelismo, 616). Em outra ocasião, Ellen escreveu se referindo ao Espírito Santo como a “terceira pessoa da divindade”.(O Desejado de Todas as Nações, 691).

A partir do final do séulo 19 e do início do século 20, houve um crescimento no conhecimento da Trindade, motivado pelas crises do pensamento panteísta e de outros ensinos falsos sobre o Espírito Santo e também de dificuldades acerca da compreensão da natureza de Cristo. Ou seja, no processo histórico doutrinário da IASD, a crença da Trindade evoluiu de um pensamento distintamente não trinitário, para arianismo, semi-arianismo e então para o pleno triunfo da atual confissão de fé trinitária.

Mas isso não significa abandono da Bíblia. Pelo contrário, como base bíblica temos muitas passagens a evidenciar a existência da trindade (Gn. 1:26; 2:24; 3:22; 11:7; Is 6:8; Mt. 28:19; 3:16 e 17). É como ouvi, certa vez, em sala de aula, o professor Alberto R. Timm dizer:

“A Bíblia enfatiza a Trindade, e Ellen White a confirma (Evangelismo 613-617). Embora a IASD valorize sua própria herança doutrinária ela sente ser seu dever revisá-la constantemente à luz dos escritos inspirados. Embora o nome não apareça em nenhum destes escritos, a Bíblia trata do conceito. Cremos, portanto, que a aceitação da doutrina bíblica da trindade é parte do compromisso adventista com a sola-tota scriptura”.

A base da nossa crença não é sermos regidos pelos cérebros dos pioneiros, mas sim, somente, totalmente, e acima de tudo, pela Bíblia. Apesar de que a maioria dos pioneiros da IASD fosse formada de anti-trinitarianos e semi-arianos, se eles tivessem vivido um século para acompanhar todo o crescimento de compreensão bíblica desta igreja, eles teriam, com certeza, tornado-se trinitarianos, pois eram sinceros no que criam. Isso os diferencia bruscamente dos antitrinitarianos de hoje que, acima disto, são dissidentes apóstadas disfarçados de santas ovelhas. Leia mais sobre estas mudanças doutrinárias ao longo da história dessa igreja em "Em Busca de Identidade".

Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior


Leia mais sobre o ensino bíblico da Trindade em: Trindade clicando aqui.


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Qual é o problema em crer que os dias descritos do relato da Criação em Gênesis 1 sejam, cada um, a representação de uma longa era geológica?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sobre a Onisciência de Deus

Se Deus criou-nos livres para agir, isso quer dizer que Ele prevê o futuro apenas parcialmente? Então ele não é totalmente onisciente? Logo, seria um Deus limitado?


A esta idéia o teólogo Richard Rice (Andrews University) deu o nome de teoria da "onisciência aberta" de Deus. Aprendi que tal modo de pensar é um jeito de tentar explicar algo difícil, mas que traz mais dificuldades ainda, por abrir maiores dúvidas teológicas. E esta é a problemática da teoria da onisciência aberta, que, de acordo com o teólogo Alberto R. Timm, 1) Possui uma visão limitada de Deus; 2) Distorce os ensinamentos bíblicos sobre o conhecimento de Deus; 3) Fragiliza o elemento profético das Escrituras, especialmente as profecias sobre a atuação do mal na História e 4) Torna sem sentido as visões proféticas onde o profeta antevê grupos de seres humanos livres no futuro e suas atuações.

A teoria da onisciência aberta defende a ideia de que Deus prevê o futuro apenas parcialmente – pelas consequências naturais de fatores presentes e passados, pelas Suas próprias ações (o que ele pode fazer), e pelo fato de conhecer todas as opções disponíveis aos seres humanos; porém não as próprias ações livres.

Além das problemáticas ressaltadas acma (e incluindo-as) as debilidades da teoria da onisciência aberta são:
a) Torna Deus dependente do ser humano.
b) Admite a possibilidade de surgir uma nova rebelião após a final erradicação do pecado.
c) Causa uma tensão e contradiz diretamente às profecias bíblicas, que são evidências claras da presciência absoluta de Deus.
d) Causa tensões teológicas maiores do que aquelas que ela se propõe a resolver.
e) Confunde o interesse divino no futuro com a ignorância divina em relação ao futuro, podendo ser tal visão considerada como um antropomorfismo.
f) Cria também um problema existencial, nos levando a desconfiar de Deus, uma vez que Ele não teria nem mesmo a condição de prever um acidente e me livrar do mesmo.
g) Supervaloriza o livre arbítrio humano em detrimento da presciência divina.
h) Contradiz o testemunho das Escrituras, as quais deixam claro seu argumento em favor da presciência divina (Isaías 41:21-22).

Portanto, prefiro manter minha fé pela fé, crendo no que Deus disse a respeito de Israel:  "Porquanto conheço a sua boa imaginação, o que ele faz hoje, antes que o introduza na terra que tenho jurado" ( Deuteronômio 31:21).

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
É verdade que a Igreja Adventista do Sétimo Dia teria se afastado da Bíblia e dos escritos de seus pioneiros para então aceitar a doutrina da Trindade?

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Líderes Espirituais Condenados

Gostaria de ter uma explicação sobre Ezequiel 34.
Nessa mensagem profética, Ezequiel condena os líderes espirituais do povo que, em vez de apascentar o rebanho, cuidavam apenas de si mesmos: “Vestem-se de lã e abatem os melhores animais, mas não tomam conta do rebanho”. Estavam dominando o rebanho de forma cruel, em proveito próprio, em vez de trabalhar para o bem do rebanho.

Essa mensagem tem dupla ênfase. Em primeiro lugar, Deus diz: “Estou contra os pastores e os considerarei responsáveis pelo meu rebanho. Eu lhes tirarei a função de apascentá-lo para que os pastores não mais se alimentem a si mesmos (verso 10)”. Os pastores predadores serão removidos, e as ovelhas, salvas de seu pastoreio.

Depois o Senhor promete: “Eu mesmo buscarei as minhas ovelhas e delas cuidarei (verso 11)”. Esse compromisso pessoal será cumprido por Jesus, que referiu-se a si mesmo como o bom Pastor, em João 10, utilizando palavras que refletem as idéias principais de Ezequiel:

Eu mesmo tomarei conta das minhas ovelhas e as farei deitar-se e repousar. Palabra do Soberano, o Senhor. Procurarei as perdidas e trarei de volta as desviadas. Enfaixarei a que estiver ferida e fortalecerei a fraca, mas a rebelde e forte eu destruirei. Apascentarei o rebanho com justiça (versos 15 e 16).

Associada à vinda do Senhor para pastorear seu povo, está a promessa de leva-lo de volta à sua terra! O Pastor trará seu rebanho de volta das nações. Ele mesmo diz: “Eu as farei sair das outras nações e as reunirei, trazendo-as dos outros povos para a sua própria terra. E as apascentarei nos montes de Israel, nos vales e em todos os povoados do país (verso 13). Ali a “nação de Israel”, que “são o meu povo”, será abençoada para sempre (verso 30).

Jesus é o bom pastor, entregue sua vida a Ele.


Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Se Deus criou-nos livres para agir, isso quer dizer que Ele prevê o futuro apenas parcialmente? Então ele não é totalmente onisciente? Logo, seria um Deus limitado?

domingo, 20 de novembro de 2011

Medida Usada Para Medir Jerusalém

A medida usada para a muralha da Nova Jerusalém, citada em Apocalipse 21:17, é côvado de anjo ou de homem?
Creio que a sua interpretação deve ter ficado confusa a partir de uma leitura na versão João Ferreira de Almeida, edição Revista e Atualizada’, da Bíblia. Lá está escrito exatamente assim: “Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo”. Daí surde a pergunta: “medida de homem ou de anjo”.

Como as Bíblias em português que temos em mãos, não são textos originais, e sim traduzidos (e logicamente interpretados), talvez, ao fazermos uma leitura, pode ser que tenhamos alguma dúvida que um leitor na língua original não o teria. Portanto, eu sugiro a você que, quando surgir uma dúvida assim, de interpretação de texto a partir da leitura da Bíblia, leia o mesmo texto em diferentes versões, e edições da Bíblia, que temos em português. A comparação pode ajudar a clarificar o entendimento, quer ver?

Agora, dê uma olhada, no mesmo versículo, na Nova Versão Internacional, da Bíblia: “Ele mediu o muro, e deu sessenta e cinco metros de espessura, segundo a medida humana que o anjo estava usando”.

Ficou claro, não? A medida era do tamanho do côvado (medida que vai da ponta do dedo mínimo, ao cotovelo de um homem - aproximadamente 44,44 cm); olhando neste aspecto, a medida era humana. Tal medida estava sendo feita (usada) por um anjo; neste aspecto, o relatório da medição era do anjo.

Um detalhe interessante que vale ressaltar, é que esta medida da muralha, neste versículo, no texto original, não está clara, se é a medida da altura ou da largura; pode ser de uma ou de outra, ou ainda de ambas.

A lição que tiramos é que o que Deus está preparando para nós é algo muito imenso. Os presentes de que Deus nos dá são sempre maiores do que imaginamos mensurar. A Ele seja toda a glória.


Um abraço,

Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Gostaria de ter uma explicação sobre Ezequiel 34.

sábado, 19 de novembro de 2011

Hebreus 7:18-19

Por favor,  eu gostaria  de saber o significado das palavras  dos  versículos  dezoito e dezenove  do capítulo sete da carta de Paulo  aos Hebreus.

Antes de começar a explicação destes dois versos, quero apenas fazer uma observação. Muitos pretensos intérpretes das Escrituras querem imaginar que tal texto se refere a uma possível abolição do Decálogo. Aqui se fala sim de lei, mas não a Lei dos dez mandamentos. Como em todo o tema do livro de Hebreus, Paulo aqui está comparando as leis do sacerdócio levítico com o ministério sacerdotal de Cristo, após sua ascensão, no Céu. Portanto, para não descontextualizar os versos de nosso estudo, não iremos nos ater nos assuntos dos mandamentos morais e eternos que refletem o caráter de Deus e de quem deseja ser Seu.
Voltando a pensar no propósito do livro de Hebreus, vamos primeiro analisar o verso 18.
Observe, nas diferentes versões, como este versículo é traduzido de tantas formas diferentes (a versão correspondente segue antes do texto):
Versão: João Ferreira de Almeira Revista e Atualizada
Hebreus 7:18   Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade
Versão: Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Hebreus 7:18   Assim a regra antiga foi anulada porque era fraca e inútil.
Versão: João Ferreira de Almeida
Hebreus 7:18   Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
Versão: João Ferreira de Almeida Atualizada
Hebreus 7:18   Pois, com efeito, o mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade   
Versão: King James
Hebrews 7:18   For there is verily a disannulling of the commandment goingbefore for the weakness and unprofitableness thereof.
Versão: Young's Literal Translation
Hebrews 7:18   for a disannulling indeed doth come of the command going before because of its weakness, and unprofitableness,
Versão: Reina Valera Bible
A los Hebreos 7:18   El mandamiento precedente, cierto se abroga por su flaqueza é inutilidad;    
Versão: Sagradas Escrituras
Hebreos 7:18   El mandamiento precedente, cierto queda abolido por su flaqueza e inutilidad;
Tradução minha:
Hebreus 7:18   Fica, pois, revogado o mandamento anterior por causa da sua debilidade e ineficiência
Este “fica, pois” quer dizer que, de acordo com o texto grego, a relação entre os versos 18 e 19 é como segue: “Por um lado há a revogação do mandamento,... e pelo outro, a apresentação de uma melhor esperança”.
Este uso do termo “revogado” é mais significativo do que o termo "mudado"  do verso 12. O desígnio era que a lei do sacerdócio levítico só operasse até que Jesus Cristo, o grande Sumo Sacerdote, começasse seu ministério, pois aí então seria revogado o sacerdócio levítico.
Quando Paulo atribui as qualidades de debilidade e ineficiência, não está querendo dizer que sempre e ou originalmente foram assim, os trabalhos do sacerdócio. Não o era intrinsecamente assim, pois Deus o tinha instituído; mas fracassou devido à atitude do povo para com ele. Fizeram da lei um fim; criam que obedecendo-a atingiriam a salvação. O Evangelho se lhes havia sido pregado, mas eles não aproveitaram, por não lhe adicionar a fé (cap. 4: 2).
Vamos agora ao verso dezenove.
Na versão Almeida Atualizada:
Hebreus 7:19   (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus.
Versão: Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Hebreus 7:19   Pois a lei não podia aperfeiçoar nada. Mas agora Deus nos deu uma esperança melhor, por meio da qual chegamos perto dele.
Versão: João Ferreira de Almeida
Hebreus 7:19   (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.
Quando o apóstolo escreveu aqui que a lei não aperfeiçoou a nada, ele estava referindo-se à lei em si e por si mesma. Mas isto não significa que a salvação era impossível para os que viveram nos tempos do Antigo Testamento. A perfeição era possível, mas pelo mesmo meio pelo qual se adquire hoje: pela fé em Jesus Cristo. A lei é o nosso aio, para levar-nos a Cristo... Mas obtendo-se a justificação, pela fé, já não estamos sob qualquer condenação da lei (cf. Gl. 3:24-25).
Aí vem o complemento que comentei acima, sobre o verso dezoito. Aí vem a introdução de uma melhor esperança. A melhor esperança se centraliza em Cristo. Ele tomou o lugar do sacerdócio, das leis de ritos do santuário e das ordenanças levíticas.
Esta é a esperança que é colocada diante de nós como segura e firme ancora, que penetra até dentro do véu (6:18).
É desde modo que nos aproximamos de Deus. Este tinha sido o propósito do sacerdócio levítico, mas devido a instruções e administrações defeituosas, os homens criam que Deus estava muito longe deles. Agora Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote, entrou "dentro do véu" (6: 19). Está sentado à destra da Majestade nas alturas (1: 3). Por isso os seres humanos podem aproximar-se "confiadamente ao trono da graça" (4: 16) e podem chegar a Deus com plena confiança.
Portanto amigo, estes dois versos refletem muito bem o propósito do livro de Hebreus. Paulo, nesta epístola, parte do conhecimento que o hebreus tinham, da lei do sacerdócio levítico, para mostra sua substituição pelo sacerdócio atual de Cristo, no santuário celestial. A compreensão que os hebreus não tinham de forma correta é a de que aqueles ritos eram apenas símbolos. Que em si não tinham poder de salvá-los. Que eles precisavam apenas olhar, através deles (ritos), pela fé, para seu salvador que ainda viria, Jesus.
Corremos hoje o mesmo risco, de fazendo a obra do Senhor, perder de vista o Senhor da obra. A salvação nos vem somente através da fé em Jesus. O sistema de santuário era válido e devia ser praticado, em todo o contexto do Antigo Testamento, mas não salvava. A igreja hoje também é um instrumento de Deus, mas não salva, pois somente através da fé em Jesus.
Corramos a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para Jesus (12:1 e 2).

Twitter: @Valdeci_Junior


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:

A medida usada para a muralha da Nova Jerusalém, citada em Apocalipse 21:17, é côvado de anjo ou de homem?