Gosto muito de Teologia
de Missão Urbana. Por algumas vezes, já comentei aqui sobre artigos teológicos publicados
neste assunto. Hoje, quero lhe apresentar uma síntese de mais um destes artigos
que li:
Manuel
Ortiz, “Being Disciples: Incarnational Christians in The City” – Disciplin The
Church, editado por Roger S. Greenway, 2ªa ed., Grand Rapids, Michigan: Baker
Book House, 1992, páginas 85 a 98.
Na
realidade, “BEING DISCIPLES: INCARNATIONAL CHRISTIANS IN THE CITY” é o sexto
capítulo de Discipling The City (Grand
Rapids, Michigan: Baker Book House, 1992, páginas 34 a 48), um livro editado por Roger S.
Greenway, contendo vários autores. Neste sexto capítulo, Manuel Ortiz
faz uma análise do caráter encarnacional do ministério de Cristo para a
compreensão do modo encarnacional que Seus discípulos precisam exercer o
ministério cristão.
Manuel Ortiz ensinou por 23 anos no Seminário Teológico de
Westminster, onde ele passou a ter a posição como professor emérito do
ministério de missão urbana. Além de ensinar, "Manny" (como é chamado
por muitos) também é o pastor da igreja Spirit and Truth Fellowship no norte da Filadélfia e é co-diretor do
movimento CRC Philadelphia Church Planting Initiative treinando pastores e
outros líderes para trabalhar nas igrejas emergentes. Suas áreas de atuação
são: missão urbana, plantação de igrejas, desenvolvimento de liderança e
teologia pastoral.
Baseado em Filipenses 2:5-8, Ortiz explica que, “para sermos discipuladores para o Senhor na
cidade, nós precisamos conhecer nossas comunidades bem e suficientemente e nos
tornarmos identificados com eles profundamente o bastante para sermos ali a
continuação da encarnação do Senhor”. E para isto, é preciso a) corrigir a
tendência de transferir modelos de ministério de um local para outro sem levar
em conta as diferenças dos contextos; b) ter a sensibilidade de detectar as
necessidades sentidas; c) abrir mão dos preconceitos; e d) buscar a orientação
de Deus.
Como fazer isso? De acordo com o autor, antes de
começar um ministério encarnacional em determinada cidade, o primeiro passo é
fazer pesquisas e análises sobre a localidade, juntando o máximo possível de
informações formais e informais, sobre todas as características e,
principalmente, sentimentos do público-alvo. “Não obstante, precisamos reconhecer o valor e o significado das pessoas
da comunidade”.
Com isso, é preciso fazer tornarem-se possíveis as
clarificações sobre as necessidades.
“Uma
necessidade é a discrepância mensurável existente entre um estado presente de
situações e o estado desejado de situações tanto afirmado pela pessoa que
possui a necessidade quanto por alguém que seja autoridade em necessidades”.
Clarificando-as:
1) “Necessidades Sentidas e
Necessidades Antecipatórias”. A orientação às necessidades
sentidas deve ser contestada pela atenção às prescrições que se pode fazer
antecipadamente sobre as mesmas.
2) “Compaixão e Programas”. Programas
podem “produtivos em alguns pontos, mas
são gélidos e deixam a desejar nos relacionamentos interpessoais”....”Compaixão é uma solidariedade que é interna
e externa”... “Um ministério urbano efetivo é construído sobre relacionamentos
pessoais”.
3) “Causas e Efeitos”. “Na avaliação
das necessidades, existe a tentação, por várias razões, de lidar com os efeitos
em vez de com as causas”. Ajudar o necessitado apenas nos
efeitos de suas necessidades é alimentar as causas de sua pobreza.
4) “Atendendo às Necessidades
Sentidas”; De nada adianta dar às pessoas o que achamos que
elas precisam e as anularmos.
5) “Interpretação das Necessidades”. “A interpretação dada às necessidades
comunitárias é afetada pelos pressupostos religiosos, culturais e sociais do
investigador”.
Esta aquisição e clarificação do conhecimento todo
abrangente acerca de um contexto e de suas necessidades, para a construção do
ministério encarnacional, pode acontecer seguindo este passo-a-passo:
1) “Faça um compromisso de união/ligação”.
“Equipes ministeriais podem ser contraproducentes para processos de ligação
pelo fato de seus membros serem tentados a gastar tempo demais juntos, falhando
assim em construir relacionamentos com seus semelhantes. Ministérios
encarnacionais começam com nossos vizinhos, pessoas que vêem o evangelho em
ação através de nós e das nossas famílias”.
2)
“Descubra
seus próprios vieses e influencias estereotípicas”. “Este passo é um dos mais
importantes”. “Nós somos etnocêntricos?” “O etnocentrismo pode ser encontrado
em todos os grupos” culturais. Mas nós não podemos ser
assim.
3)
“Absorva
a vida da comunidade”. “Torne-se parte da comunidade”. “Note como as pessoas
tratam-se umas às outras e também como elas respondem a você”.
4)
“Junte
informações sobre a comunidade” “A comunidade, você descobrirá, se torna de
maior valor e mais empolgante quando você se senta aos seus pés para aprender
interagindo”.
5)
“Junte
dados demográficos”. Como já falamos anteriormente.
6)
“Discirna
a perspectiva de Deus para a comunidade”. “Se continuamente rendermos nossas
vidas para o aquele que habita em nós e nos guia, o Espírito Santo, viremos a
perceber o que Deus quer que façamos”.
7)
“Pegue
todas as informações percebidas e colhidas e interprete-as”. “Uma vez que você
juntou todas as informações que pôde encontrar acerca da comunidade, permita
que os próprios nativos ajudem-nos a avaliá-las e interpretá-las.
“Ser discípulo autêntico na cidade significa esvaziar-se de si mesmo e
se se tornar servo de todos”. Por isso, o missionário estará mais
encorajado se ele construir relacionamentos com significado e ocupar-se sendo
um fornecedor de esperança. Além disso, deve prosseguir a reconciliação que
leva a uma frente unida, consciente de que existe um grande conflito cósmico no
qual os valores do Reino de Deus devem prevalecer. Nessa luta intensa, vale a
criatividade das diferentes expressões ministeriais, e, acima de tudo, faz-se
necessária a busca pelo poder que só Deus pode conceder.
Um abraço,
Twitter: @Valdeci_Junior
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