quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Inspiração Verbal ou Inspiração de Pensamento?

Qual é o melhor modelo de inspiração, o mecânico ou o de inspiração do pensamento?

Dentro das controvérsias adventistas que aconteceram no passado, o adventismo vivenciou acaloradas discussões sobre o melhor modelo de inspiração. Foram influenciadas pela teoria específica “monofônica” de inspiração que gerou uma clássica polarização sob os rótulos de “inspiração verbal”, de um lado, e de “inspiração de pensamento”, do outro, ou mecânico.

Há teólogos que acreditam que estas controvérsias nunca serão resolvidas enquanto estiver envolvido o “ou isto ou aquilo”. Porque, na Bíblia, encontramos até mesmo o mesmo relato dado em duas formas: mecânica e em forma de discurso, como é o caso dos dez mandamentos: Em Êxodo 20 é escrito pelo próprio Deus; e em Deuteronômio 5, é um discurso de Moisés. É claro que há diferença nos textos, devido à forma diferente de inspiração.

Da perspectiva da obtenção de informações acuradas, pode-se falar genuinamente da existência de modelos de revelação-inspiração. Mas no âmbito da transmissão fidedigna de informações, a discussão se restringe à interação divino-humana na própria redação das Escrituras. Essa interação é explicada na seguinte declaração de Ellen White: “Se bem que eu dependa tanto do Espírito Santo para escrever minhas visões, como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas.”

Então Alberto Timm conclui que, embora Deus tenha falado através dos profetas ‘muitas vezes e de muitas maneiras’ (Heb. 1:1), todo o processo de obtenção de informações e de sua transmissão ao povo foi controlado pelo Espírito Santo. Além disso, a redação de algumas partes foi escolhida pelo próprio profeta sob a orientação do Espírito Santo. Mas isso jamais deveria ser usado como um endosso à teoria dos graus de inspiração, ou como um pretexto para desprezar certas partes das Escrituras como menos importantes do que outras (ver Mat. 4:4; II Tim. 3: 3:16 e 17).

Nesta linha de pensamento, Timm cria um conceito sobre inspiração a que ele chama de “sinfônico” (lembrando de uma orquestra, em que vários tipos de instrumento vão tocando ao mesmo tempo). Ele explica que

conceito sinfônico significa que você não pode colocar todos os escritos inspirados dentro de um único modelo de inspiração, mas que você tem umas partes da Bíblia que são escritas por Deus, outras que são faladas por um anjo, etc. As inspirações são verbal e de pensamento, mas a de pensamento predomina.

O escopo todo abrangente é o fato de que a infalibilidade da Bíblia não se restringe ao tema da salvação, pois todo o conteúdo da Bíblia ( embora ela seletiva em sua mensagem ) é confiável.

Alberto Timm aconselha que devemos ter uma abordagem respeitosa ao lidarmos com o texto bíblico, ao analisarmos suas nuances ou ao consideramos sua fonte. Ele lembra que, “assim como os profetas do Novo Testamento não apontavam erros factuais no Antigo Testamento, e assim como Ellen G. White não aponta erros factuais na Bíblia, nós também não devemos fazê-lo”. Claro! Só porque estudamos teologia, quem somos nós diante daqueles que foram diretamente inspirados por Deus?
Twitter: @Valdeci_Junior

Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
É possível que, dentro de uma determinada cultura, os crentes, ao receberem a mensagem de Deus dada pelo processo de revelação-inspiração, moldem tal mensagem em condicionamento e acomodação?

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