sábado, 22 de outubro de 2011

Linhas de Pensamento Pentecostal e Adventista

Na sua postagem de ontem há uma deixa de que os pentecostais estariam incorrendo nos excessos do acondicionamento e/ou da acomodação do evangelho no recebimento da mensagem. É isso mesmo? Como isso acontece? Adventistas e pentecostais não procedem do mesmo modo ao lidarem com a inspiração/revelação?

O notável crescimento da Ciência com seus métodos e suas formulações conceituais dados até o início do século XX, deu origem à abordagem filosófica cientificista. Era a predominância em julgar que os pensamentos, conceitos e princípios dos valores e das filosofias de qualquer área poderiam ser considerados como plausíveis somente se construídos da mesma forma que as teorias científicas eram elaboradas. Afinal, o Modernismo crescera, apoiando-se na Ciência, com vistas a tudo aquilo que pudesse ser provado, visto, mensurado. Para ser verdadeira, qualquer coisa deveria ser empírica porque a Ciência era a verdade, e o resto era resto. Nesta mesma época, os adventistas também procuravam provar, não no tubo de ensaio, mas na Bíblia, para o seu público-alvo, que estavam certos no que criam.

Paralelamente, estava surgindo o pentecostalismo que, ao longo do século XX e início do século XXI, tem crescido em escalas gigantescas. Um dos fatores que contribuíram para a expansão do pentecostalismo e, posteriormente, do carismatismo, foi a mudança no modo de aceitar a construção dos pensamentos em comparação ao que vem a ser aceitável como Ciência. Diante da incapacidade da Ciência em dar provas de todas as coisas existentes no Universo e resolver todos os problemas da humanidade, o cientificismo, principalmente nos grandes centros, teve que ceder um considerável espaço ao pós-modernismo. Este, por sua vez, ao relativizar a maneira de ver o mundo, também contribuiu para que religiões mais flexíveis ao experimentalismo emergissem.

Por um lado, os adventistas precisam refletir sobre um grande desafio que têm em mãos: se o que mais lhes convence em sua doutrina é o fato de poderem dar provas bíblicas, como continuar fazendo existir o diálogo interdenominacional com as pessoas que têm uma visão relativista dos conceitos religiosos? Na minha visão, atualmente, dentro do adventismo, existe não somente a necessidade de se encontrar respostas para a pergunta acima, mas, também, de se repensar sobre os próprios métodos de evangelismo urbano para os não crentes.

E os crentes em geral não escapam à necessidade da reflexão. Se querem manter a pureza do cristianismo, como poderiam manter uma postura bíblica característica de igreja primitiva e, ao mesmo tempo, falar uma linguagem que alcançaria o mundo pós-moderno?

E falando-se de pós-modernismo, recortando as duas características do mesmo que estruturam o pensamento pentecostal, a saber, o existencialismo e o pragmatismo, os pentecostais e carismáticos são os que mais têm que parar para pensar. Uma vez que, para eles, o sola-scriptura e a correta hermenêutica não são mais a única e absoluta autoridade de norma de conduta, eles precisam decidir de que lado ficar: do primitivismo bíblico da igreja do primeiro século, ou do secularismo pós-moderno que relativiza a própria religião.
Twitter: @Valdeci_Junior


Pergunta Que Será Respondida Amanhã:
Os adventistas não são uma seita?

Um comentário:

  1. Acreditamos na intervenção e no derramamento e no batismo do Espírito Santo, isso só já nos difere de uma seita

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