O teólogo
Lawrence Richards, em sua obra “The Teachers Comments”, da Chariot Victor
Publishing, comenta que, “numa visão geral, a carta a Filemom, que é tão
curtinha (no original grego, somente 335 palavras), foi escrita por Paulo, quando
ele estava preso em Roma em, mais ou menos, 62 ou 63 a .D.” Sendo assim, tal
epístola é um tipo de “‘bilhete’ escrito personalizadamente para um cristão bem
sucedido, com o objetivo de falar sobre o seu escravo Onésimo, que tinha fugido.”
Parece que o
escravo tinha roubado algum dinheiro do patrão, porque o plano dele era
desaparecer no meio do povão romano. E foi nessa que ele, Onésimo, encontrou a
Paulo, ouviu a pregação, aceitou-a, se converteu e, por causa disso, resolveu
voltar para o seu Senhor.
Segundo Richards,
existem dois motivos que fazem com que a carta escrita para Filemom seja
importante. Em primeiro lugar, esse livro bíblico mostra o tipo de “persuasão
moral” que o apóstolo usa na sua liderança espiritual. Isso é explicado melhor
em 2Coríntios, quando Paulo explica bem detalhadamente quais eram os valores
fundamentais que davam diretriz para os relacionamentos interpessoais que ele
mantinha com seus filhos na fé. E a segunda razão para dizer que a carta a
Filemom seja uma epístola importante, é perceber que é um livro que o
cristianismo, já lá no seus primórdios, teve que lidar com uma instituição
corrupta ou corrompida pelo pecado, que era a escravidão exploratória (não
confunda com a escravidão do Antigo Testamento). No tempo de Paulo, a
escravidão era praticada a moldes muito repugnantes. A dignidade do ser humano
era desvalorizada a um nada.
Mas é
interessante que, mesmo assim, os cristãos do primeiro século não saíram como
loucos revolucionários numa anarquia anti-social que tentasse acabar com o
sistema de escravatura na marra. Pelo contrário! Paulo enviou o escravo de
volta ao seu amo, mas com orientações de se tratar um escravo com dignidade.
Paulo conhecia muito bem as orientações escritas nos livros de Moisés.
Lá nos
escritos mosaicos também já estava o mandamento de que nós devemos amar o nosso
próximo como a nós mesmos. Isso foi repetido por Cristo e enfatizado por Paulo
na carta a Filemom, no aspecto de que Paulo estava deixando claro o fato de que
Jesus já tinha colocado a caridade tanto no coração do senhor quanto do
escravo. E, apesar de que a formalidade externa do sistema continuaria, como
escravo, Onésimo iria continuar tentando ser útil a Filemom, e Filemom, como
patrão, aprenderia a enxergar a pessoa de Onésimo como “irmão”.
Reflita: apesar
das diferenças sociais inevitáveis neste mundo de pecado, como você trata o seu
próximo?
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
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