sexta-feira, 31 de agosto de 2012

TENHA CERTEZA: VAI ACONTECER - Ezequiel 11-13

No texto de hoje, quero destacar Ezequiel 12:28: “Assim diz o Soberano, o SENHOR: Nenhuma de minhas palavras sofrerá mais demora; tudo o que eu disser se cumprirá. Palavra do Soberano, o SENHOR.” Em outras palavras, não adie sua entrega a Cristo.


Conta uma história verídica que aconteceu na Segunda Guerra Mundial. Dona Helena era uma mulher que se dedicava ao estudo da Bíblia. Rapidamente, foi entendendo as promessas e ensinamentos do cristianismo. No início, sua vida ficou cheia de paz e alegria. Helena nunca tinha sentido isso antes! Mesmo assim, não se entregava completamente a Jesus.

Certo dia, Helena disse para uma amiga:

- É só um pouquinho mais e essa guerra terá acabado, estarei com meu marido em casa, nosso país vencerá, estabelecerá a paz mundial e daí poderemos estabelecer o “lar dos nossos sonhos e então poder criar uma família”.

A amiga questionou:

- Helena, e o convite de Cristo? Por que você não aceita a graça de Jesus e passa a ser uma seguidora fiel de Deus?

Helena ficou pensando... Parecia que seus olhos e a cabeça estavam longe...

O tempo passou. Quatro anos depois da guerra, em um parto, Helena morreu. Pelo que a amiga pôde verificar, ela não se achava preparada para o encontro com o Senhor. Parecia que a volta de Jesus estava tão longe, mas o fim estava mais perto que ela imaginava. Seu destino ficou selado ali, porque depois da morte não há mais jeito. Para quem morreu, é como se Jesus já tivesse voltado.

A indecisão daquela jovem senhora também acontece conosco. O ser humano possui uma tendência errada de que, se buscar a Deus, não será feliz. Como Deus é muito paciente, passamos a ter uma impressão errada de que as promessas e os juízos de Deus nunca acontecerão. Essa história é antiga.

Na leitura de hoje, vemos isso. Esse foi o mesmo pretexto usado pelos judeus impenitentes no sexto século a.C. para resistir aos apelos finais que o Senhor estava fazendo através dos profetas. Por que temos a tendência de duvidar da certeza das promessas ou juízos de Deus? Por que os cristãos se esfriam com tanta facilidade?

Os rebeldes de Judá tentaram impedir os juízos preditos pelo Senhor, reforçando as defesas da cidade de Jerusalém. Outros alegavam que os profetas tinham proclamado o fim durante mais de um século e nada tinha acontecido. Outros, ainda, reconheciam que a destruição um dia viria, mas um dia... Entretanto, cinco anos depois, Jerusalém estava em ruínas, e o povo em escravidão.

Quer queiramos ou não, quer acreditemos ou não, Jesus voltará.

Encare isso com seriedade!

Um abraço,
@Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PECADOS SECRETOS - Ezequiel 08-10

Por que os crentes, uma vez que são cristãos genuínos, podem chegar a ter a propensão e a inclinação para se afastar de Deus? E por que a apostasia dificilmente acontece de forma repentina, de uma vez? Já pensou sobre isso?


Quero ilustrar com uma história. O Dr. José Conlee viveu no século dezenove. Ele cresceu em um lar metodista fiel, muito devoto. Como ele era um rapaz muito inteligente, motivado pelo pai, resolveu ser pastor. E para ser um pastor tem que estudar. Então ele foi para o seminário. Ao sair de lá, José Conlee foi pastorear em Santa Ana, na Califórina. Parecia que tudo ia bem, a não ser por um pequeno detalhe, que era um problema...

Quando Conlee ainda era estudante, começou a estudar demais sobre escritores como Thomas Paine, Renan e Huxley. Ele acabou acolhendo as dúvidas deles. Embora José fosse um pastor, por ter estudado aquelas “baboseiras”, ficou acalentando aquelas dúvidas. Com o passar do tempo, aquilo foi corroendo a saúde espiritual daquele pastor, como um câncer oculto, até que chegou o dia em que o pastor José disse para a esposa: “Estou acabado! Preguei meu último sermão!”

Que coisa triste! O ex-pastor José Conlee, agora, durante os próximos anos, passou a fumar, beber e jogar. Ele foi abafando a consciência debilitada, atacando a fé que tinha defendido no passado, se tornou o presidente da Associação dos Pensadores Livres da Califórnia e passou a ser conhecido como um ateu formador de opinião. Mas ainda tinha problemas. Ele virou um alcoólatra e se acabou muito rápido no mundo dos vícios. Virou um bêbado dos mais destruídos e freqüentou o mesmo bar por doze anos.

E quando ele estava na pior, os amigos o colocaram em um garimpo bem longe. Naquele garimpo, em um longo inverno, o apostatado José Conlee, junto com outros dois companheiros, reencontraram a Cristo. Amém! O interessante é que eles encontraram uma Bíblia em uma caixinha de primeiros socorros. E então, mais uma vez, a maravilhosa graça espiritual do evangelho triunfou sobre o poder do mal a fim de salvar uma vida arruinada pelo pecado.

Mas nem todas as histórias terminam desse jeito. O ponto que destacamos é que os cristãos, muitas vezes, se apostatam porque vão acalentando dentro de si, por muito tempo, pecados secretos e dúvidas. Portanto, ao fazer a leitura de hoje, lembre-se de que a queda de Judá não aconteceu da noite para o dia. Ao invés de acariciar seus pecados, ore a Deus, pedindo que Ele lhe conceda a graça necessária para se arrepender e abandonar esses pecados.

Tenha sempre uma consciência pura diante de Deus!

Um abraço,
@Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A DISCIPLINA USADA COMO UM MINISTÉRIO - Ezequiel 04-07

Na igreja, existem muitos tipos diferentes de ministérios: da música, da mulher, da criança e vários outros tipos de serviços especializados para contextualizar e veicular melhor a pregação do evangelho.


Você já ouviu falar do ministério da disciplina? Na nossa leitura de hoje, encontramos isso. Para ilustrar, há um verso que destaquei e representa muito bem o que quero dizer: “Mas pouparei alguns; alguns de vocês escaparão da espada quando forem espalhados entre as terras e nações” (Ezequiel 6:8). Apesar de haver esperança, é jogo duro, né?

Mas o foco desses quatro capítulos está no fato de que, antes da punição definitiva, Deus dá a disciplina. O contexto aqui é o seguinte: a conquista e o cativeiro babilônicos tinham afetado a vida dos que eram leais a Deus e dos que tinham se tornado inimigos de Deus. A destruição das terras de Judá pelos babilônicos tinha sido muito cruel. Deus tinha feito todo o possível para corrigir aquela nação do povo dEle que já tinha pisado na bola tantas vezes, mas, infelizmente, o povo de Judá tinha prosseguido obstinadamente na conduta idólatra deles. Eles ainda tinham a audácia de zombar dos mensageiros que Deus enviava. E o pior, como vemos em 2Crônicas 36:16, foi que os judeus fizeram isso até que chegaram a um ponto que já não tinham mais remédio. Nessa hora, entra o papel da disciplina.

A disciplina compassiva, que foi imposta para Israel, resultou no arrependimento e na salvação de muitos israelitas que ainda não tinham perdido a esperança da redenção. Agora, se observarmos melhor, nessa mesma compreensão, para uma escala mais ampla, perceberemos o que a Bíblia ensina. Com certeza, no grande conflito moral entre Deus e Satanás, o juízo de separação e morte será experimentado pelos que estão decididos a prosseguir no pecado e na rebelião. Afinal, até Jesus que não devia nada passou por essa. Esse juízo não foi suportado pelo próprio filho de Deus, cuja morte expiatória e substituinte possibilitou a nossa salvação?

Como escreveu o grande teólogo Frank Holbrook: “...muitos dos juízos menores destinam-se a prender a atenção dos incautos e atraí-los para Cristo.” Porque, a punição definitiva, “só é aplicada quando tudo o mais não conseguiu produzir uma resposta positiva.”

É assim que Deus trabalha. E, resumindo, aprendemos que a disciplina divina constitui um ministério. Isso, no sentido de que Deus disciplina o Seu povo, tanto de maneira individual quanto de maneira coletiva a muitas pessoas de uma vez só para percebermos quais são as nossas grandes necessidades. Portanto, preste atenção quando isso acontecer com você.

Volte para Deus em busca de perdão e restauração!

Um abraço,
@Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O LIVRO DE EZQEUIEL - Ezequiel 01-03

No livro Fundamentos da Educação Cristã, da Casa Publicadora Brasileira, página 495, encontrei uma frase que diz: “O livro de Ezequiel é profundamente instrutivo.” Fiquei pensando nessa frase. Esse pensamento é profundamente instrutivo. Ele diz para nós que devemos, indispensavelmente, estudar o livro de Ezequiel. Ou você não quer ser instruído? Quem não quer, né?


Então, com esse ânimo todo, iniciaremos hoje o estudo sobre o livro de Ezequiel. E para iniciar o estudo desse livro, daremos uma olhada geral para termos uma visão mais clara do que esse livro diz.

Ezequiel foi escrito por um dos sacerdotes que foram levados ao cativeiro caldeu junto com Joaquim, um homem fantástico que tem o mesmo nome do livro. Nele, todas as profecias de Ezequiel foram entregues para ele no país em que estava no cativeiro, em alguma parte do norte da Babilônia.

O principal objetivo de Ezequiel era consolar seus irmãos, que também tinham sido levados cativos. Então, o profeta recebeu a ordem de advertir os irmãos dele sobre as espantosas calamidades que estavam para sobrevir ao povo da Judéia. As advertências que Ezequiel deveria falar estavam relacionadas, particularmente, com os falsos profetas e as nações vizinhas.

Mas o profeta não falaria só de desgraça, deveria comunicar esperança também. Ezequiel também anunciaria sobre a futura restauração tanto de Israel quanto de Judá. Ele falaria sobre o estado de felicidade que viria para aquele povo. Essa felicidade, no entanto, viria em dias posteriores aos dias de Ezequiel. Ou seja, isso era uma profecia para o futuro, que iria acontecer sob o reinado do Messias, que também já estava prometido. É por isso que há muito de Cristo nesse livro, especialmente em sua conclusão. Isso é bom, não é mesmo? No livro de Ezequiel, vamos encontrar muito sobre Jesus, que é a nossa maior esperança.

O livro de Ezequiel é um livro bem profético, onde há muitas coisas curiosas. Ele é composto de prosa e poesia. O profeta usou recursos literários como parábolas, alegorias e perguntas retóricas. Ele usou ditados religiosos populares para apresentar seus ensinamentos. Um tema importante desse livro é a revelação da santidade e majestade do Senhor pelo cumprimento da Sua palavra na história do povo de Deus.

Ezequiel enfatizou a esperança futura e o perdão para o povo de Deus. Os capítulos 33-39 consistem de mensagens de restauração, enquanto os capítulos 40-48 oferecem um quadro da comunidade restaurada. Esse livro contém uma nova passagem de aliança.

Que maravilhoso saber que aquele povo podia contar com a misericórdia de Deus! Assim como eles, podemos contar com esse presente também, todos os dias da nossa vida!

Um abraço,
Valdeci Júnior
e
Fátima Silva

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

LAMENTAÇÕES

Você sabe que a necessidade de ficarmos por dentro da Bíblia é muito mais séria que imaginamos? Quando um povo busca a Deus e segue os conselhos bíblicos, esse povo prospera. O contrário também acontece. Quando o povo abandona os conselhos da Palavra de Deus, a ruína da sociedade vem mesmo, sem perdão.


Isso aconteceu no tempo do profeta Jeremias. Há alguns dias, estamos estudando sobre esse profeta. Concluímos a leitura do livro de Jeremias ontem, mas continuaremos a leitura do seu segundo livro chamado Lamentações de Jeremais ou somente Lamentações. Como esse livro é de apenas cinco capítulos, no nosso programa anual de leitura diária da Bíblia, devemos lê-lo inteiro hoje.

Fiquei pensando em como eu poderia fazer um resumo sobre o livro de Lamentações só neste comentário, então encontrei uma citação do livro Profetas e Reis que resume quase todo o entendimento do livro, explicando que por causa da completa perversidade das pessoas que deveriam ter sido a luz espiritual do mundo, o profeta estava com uma tristeza muito grande. Ele estava triste ao ver o “azar” de Sião e do povo querido dele sendo levados cativos para Babilônia. Toda essa tristeza, Jeremias revela nas Lamentações dele, que ele deixou registradas como um memorial da estultícia de deixar os conselhos de Jeová pela sabedoria humana.

Os dois temas principais desse livro são a sabedoria de Deus e a justiça dos seus juízos, mantendo a esperança da restauração depois do juízo. O interessante disso é que, mesmo em meio a tantas ruínas, Jeremias ainda pôde declarar palavras mais lindas como as que encontramos em Lamentações 3:22 e 40: “Graças ao grande amor do SENHOR é que não somos consumidos.” Bonito, não é mesmo? Esse era o tipo de louvor que aquele homem de Deus sempre tinha nos lábios. Então, o convite que o livro de Lamentações deixa para nós é: “Examinemos e coloquemos à prova os nossos caminhos, e depois voltemos ao SENHOR.”

Você quer fazer isso? Se desejar, posso ajudar um pouco, pelo menos no assunto do estudo das Escrituras, que é um ponto básico dessa busca por Deus. Se quiser receber um curso bíblico avançado, lhe enviarei a revista “Princípios”. Você aceita? É uma linda revista com cem páginas ilustradas. Se desejar, também poderá presentear outras pessoas com ela. Para isso, só preciso saber o nome completo de cada pessoa que irá receber, o endereço com cep, data de nascimento, telefone, a igreja que freqüenta, o nome da mãe e o e-mail. Escreva para escolabiblica@novotempo.org.br e mande seus dados. A distribuição dessa revista é gratuita.

Estude a Palavra de Deus e você nunca terá do que lamentar.

Um abraço,
Valdeci Júnior
e
Fátima Silva

domingo, 26 de agosto de 2012

O SIGNIFICADO DE BABILÔNIA - Jeremias 51-52 - Texto

Para ver este conteúdo em vídeo, clique aqui.

Na leitura de hoje, temos dois capítulos e duas cidades. Em Jeremias 51, Babilônia; em Jeremias 52, Jerusalém. No comentário de hoje, analisaremos o que Babilônia tem a ver conosco. Para isso, vejamos qual é o seu significado na Bíblia.


Ao pesquisar no dicionário bíblico, descobri que Babilônia era o nome de uma região do mundo antigo e da capital daquela região. A cidade foi construída na beira do rio Eufrates, onde hoje é o Iraque. Essa cidade antiga, na realidade, originou-se quando os homens, conscientemente, se afastaram da graça de Deus e procuraram a salvação por suas próprias obras. O período naquele tempo foi pouco depois do dilúvio, quando houve a construção de uma torre, que não foi terminada porque Deus confundiu os idiomas do povo que estava construindo-a (ver Gênesis 11).

No Apocalipse, a palavra Babilônia aparece seis vezes. E é interessante porque o número seis era o número de mistério do culto pagão da antiga Babilônia. A construção dessa cidade por Ninrode culminou na apostasia da torre de Babel, que passou a significar “grande confusão”. Desde aquele dia até hoje, Babilônia tem simbolizado apostasia, arrogância, confusão e tentativa de salvação baseada nos falíveis esforços humanos.

Nas Escrituras, as cidades, Jerusalém e Babilônia, têm um contraste desde suas origens. A palavra Salém significa paz e Babel, confusão. Jerusalém tornou-se o centro do reino terrestre de Deus; Babilônia, o centro do governo terrestre de Satanás. No Novo Testamento, especialmente, essas duas cidades passam a representam os dois reinos espirituais, o do bem e do mal; o povo verdadeiramente de Deus e o povo apostatado.

Tudo o que é falsa doutrina e falsa religião faz parte dessa Babilônia apóstata. Logo, é possível perceber que as nações, e até mesmo muitas igrejas, estão embriagadas com o que podemos chamar de vinho intoxicante de Babilônia. Porém, do mesmo jeito que os antigos babilônios, “enfurecidos pelos seus ídolos”, desafiaram a Deus e foram derrotados, da mesma forma, a Babilônia moderna enfrentará a condenação.

A antiga Babilônia poderia ter sido curada, mas, infelizmente, recusou a verdade de Deus, como vemos em Jeremias 51. Semelhantemente, a Babilônia moderna também está rejeitando o conselho divino. Quando a Babilônia desprezou a Palavra de Deus, ela se tornou, na realidade, morada dos demônios. Cada falsa doutrina encontrada na antiga Babilônia com todos seus males pode ser encontrada na moderna Babilônia.

Uma vez que Babilônia está condenada, Deus está chamando o povo que queira pertencer a Ele, para que se separe dela: “Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados.”

Com todo carinho, faça parte do povo de Deus!

Leia também: Babilônia - O Que Quer Dizer?



sábado, 25 de agosto de 2012

O SOLDADO DE JESUS NUNCA MORRE - Jeremias 49-50

Hoje, 25 de agosto, Dia do Soldado, lembro de dois amigos meus que nasceram neste dia, ambos pastores. Verdadeiros soldados do exército de Deus, guerreiros valentes. Um desses amigos, já tombou e não está mais na batalha. Está descansando no cemitério da Fazenda Passos, município de Rolante, RS. Em um cemitério onde estão sepultados vários outros soldados de Cristo, esse meu amigo está lá também. Quando estava na ativa, esse “soldado” foi um grande pastor.


O outro amigo é mais novo e ainda está na ativa, na frente de um batalhão de pregação do evangelho no Rio Grande do Sul. É um grande pastor!

Esses dois amigos pastores tiveram influências diretas para contribuir com que minha esposa e eu, como um casal ministerial, nos tornássemos soldados de Cristo também. O pastor que ainda está atuando fez o culto do nosso noivado, e o que já descansa, ministrou nosso casamento. Ambos são pastores, ambos nasceram no Dia do Soldado e ambos escolheram dedicar a vida trabalhando no exército do Senhor. Os dois são vencedores.

E o que isso tem a ver conosco? Está relacionado com as nossas escolhas. Se você observar Jeremias 49-50, verá que muitos exércitos antigos perderam a batalha da vida, sofreram as conseqüências das más escolhas e terminaram na desgraça. Mas, como vimos na leitura de ontem, mesmo em meio à desolação, percebemos que ainda tinha esperança para alguns, aqueles que escolhiam sair daquele povo apostatado e pertencer, fielmente, ao povo de Deus. Não importava a origem: amonita, edomita, de Damasco, de Quedar ou Hazor, de Elão ou babilônico, se ele resolvesse se converter e passar para as fileiras do povo fiel de Deus. Se alguém resolvesse ser um israelita não só de formalidade, de circuncisão, mas de coração, sendo um filho na fé de Abraão, ele estaria debaixo do “guarda-chuva de Deus” e seria protegido.

Na vida é assim! Ou você é soldado de Jesus e fica protegido por Ele ou tenta viver sozinho e levar “chumbo” das maldades que existem no mundo. Não existe um terceiro exército. Só existe o exército do bem e do mal. Ou você é de Deus ou não é. Em Gálatas 6:16, observamos que Israel, aquele contingente de povo antigo de Deus, existe até hoje. Os cristãos que são realmente fiéis a Deus são o “Israel moderno”, um tipo de Israel espiritual. Agora, onde estão os babilônicos, os edomitas e todos esses outros povos da leitura de hoje? Acabou-se tudo.

É por isso que digo: um soldado que escolhe ser do exército de Jesus é sempre vencedor. Leia a Bíblia. Descubra como ser um soldado de Jesus.

Um abraço,
Valdeci Junior
e
Fátima Silva

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

As Igrejas Protestantes e Pentecostais nas Profecias

Se você é evangélico, está provocado a ler este livro. Se você é católico, está desafiado a ler este livro. Para uns, este título é uma acusação, para outros uma apologia. Eu não sei se você vai amar ou odiar mais os protestantes, os pentecostais e as profecias, depois de ler este livro. Mas de uma coisa eu sei. O conteúdo desta obra é instigante do tipo ‘ou você me ama, ou você me odeia’. Temos muito que aprender com os protestantes e com os pentecostais. Foi por isso que me dediquei com esmero a ler as preciosas 352 páginas desta obra nestas últimas semanas.

Orlando Jerônimo de Oliveira apresenta neste seu livro que o protestantismo não surgiu por acaso. Depois de apresentar as identidades dos pentecostais e dos protestantes tradicionais nos capítulos 01 e 02, ao longo do livro, especialmente nos capítulos 16 e 17, o autor faz uma demonstração bíblica de que tal surgimento fazia parte inevitável da agenda profética de Deus. Dentre os tantos papéis que devem desenrolar-se na história e nos eventos finais previstos pela revelação, estão os movimentos destes dois grupos.

Nunca li um livro tão específico e pertinente em fazer um raio-X bíblico tão preciso sobre o assunto. Oliveira vai ao ponto, sem rodeios, e sem deixar a desejar. A proposta do livro é cumprida à risca (teológica). Desta forma, muitos mistérios bíblicos sobre os quais os protestantes e os pentecostais gostam de conversar, são assim trazidos ao diálogo esclarecedor. É prazeroso conseguir enxergar “As 70 Semanas de Daniel e a Teoria do Intervalo” (52-76) e o “Israel nas Profecias” (32-51).

O filme Deixados Para Trás, inspirado na série de livros de Tim LaHaye e B. Jenkins, entusiasmou a muitos evangélicos com o que apreciam ser uma verdade e somou-se à prateleira da ficção de muitos indiferentes. Agora, saindo da biblioteca moderna e do cinema, Oliveira amplia esta visão do leitor para as mesmas lentes dos autores bíblicos. No fim, o sentimento que nos resta é o desejo de sermos realmente arrebatados (77-105). Eu quero ser arrebatado, e você?

Do capítulo 07 ao capítulo 09, apresentando o desenrolar da história religiosa cristã, Oliveira consegue desvendar muitos mitos. Apesar de que existam tantas denominações cristãs, os diferentes credos cristãos têm muito mais em comum do que os seus adeptos imaginam. E isto está diretamente ligado à noção de quem é Deus. Tem tudo a ver com adoração.

Deus ama tanto o seu povo que deseja fazer o possível e o impossível para que haja a melhor aproximação possível entre Ele e cada indivíduo. É aí onde entram as alianças que o Criador se propõe a fazer com os seres humanos que criou. Você sabe como fazer parte desta aliança? Ou você está perdendo a oportunidade? Deus quer fazer uma aliança com você, e a Bíblia mostra como.

“O Batismo com o Espírito Santo” (165-177) é bíblico, e não se trata simplesmente de um batismo nas águas. Falar em línguas também é bíblico e cristão (178-187). Então, por que não estudarmos, biblicamente, estes assuntos, a fundo? Não há porque não crermos nisso! O melhor que podemos fazer é não perder a oportunidade do recebimento destes dons que Deus nos oferece. Orlando Jerônimo Oliveira nos ajuda nisso.

Agora, algo que apavora muita gente é o assunto do “Castigo dos Ímpios” (215-235). Mas, se formos evangélicos no mais bíblico sentido da palavra, não teremos o que temer. O estranho ato de Deus em eliminar o pecado e a maldade existentes no mundo deve nos dar esperança. A esperança de que, um dia, no Céu, seremos uma só família glorificada e eterna.

E o bonito é ver como esta restauração que o Senhor intenta fazer em nós vem a ser tão completa, em todas as áreas da nossa vida. Curas? Libertação? O Deus dos milagres se preocupa sim com a nossa saúde! E qual é a preocupação que nós cristãos devemos ter? Nada melhor do que um teólogo bem abalizado para nos dar esta explicação, nos capítulos que estão na segunda metade de As Igrejas Protestantes e Pentecostais nas Profecias.

Por fim, Oliveira conclui seu livro com quatro capítulos mais teológicos do que os dezessete capítulos anteriores, apresentando a correta explicação para textos difíceis da Bíblia em quatro diferentes assuntos. Se a igreja errou tanto no passado com inquisições, penitências, indulgências, e esquecimento das doutrinas bíblicas, etc., graças a Deus, agora estamos na era em que os cristãos que protestam contra isto, no poder do Pentecostes, corrijam a comunicação evangélica. É por isso que “este livro foi escrito baseado na Bíblia para revelar o plano do anticristo e as doutrinas e ensinamentos errados que têm penetrado nas igrejas ao longo dos séculos. Leia com oração, comparando em sua Bíblia, e Deus mostrará a você toda a verdade” (292). Ô glória e aleluia!

Louvado seja Deus,

Pr. Valdeci Jr.
Siga-me no Twitter: @Valdeci_Junior


A MENSAGEM É BOA OU RUIM? - Jeremias 45-48

Você gosta de receber mensagens? Mas, de que tipo? Mensagem de telegrama, pela secretária eletrônica do telefone, pela Internet, mensagem em um bilhetinho deixado debaixo da porta, em cima da cama, mensagem pelo correio... Há tantos tipos de mensagem!


Existe um programa na Internet para conversar mandando mensagens para lá e para cá: o messenger. Um dia desses, entrei no messenger para conversar com um amigo, um pastor que trabalha no sul de Santa Catarina. Eu tinha algumas notícias para dar a ele, então, antes de mais nada, digitei: “Pastorzão, tenho duas notícias para você: uma boa e uma ruim. Qual você quer primeiro?” Ele demorou um pouco para digitar, até que respondeu: “Olha Valdeci, digite aí as duas notícias de uma vez só: a boa a ruim.”

É interessante que somos curiosos para saber o que a mensagem está dizendo, mas não gostamos de notícia ruim, não é mesmo? É gostoso receber mensagens boas. Com relação à pergunta inicial, sua resposta depende do tipo de mensagem que você recebe.

Na leitura de hoje, temos uma porção de mensagens: mensagem a Baruque, mensagem acerca do Egito, mensagem acerca dos filisteus e mensagem acerca de Moabe. E o que essas mensagens têm a ver conosco?

O primeiro ponto é analisarmos se essas mensagens são boas ou ruins. Se fizer uma leitura superficial, de primeira mão, você terá a impressão de que são mensagens ruins, pois elas são verdadeiras sentenças de castigos que iriam vir para àquelas pessoas. No entanto, observando com mais cuidado, perceberá que em cada cenário de conseqüências maléficas descrito aí, tem um janelinha de esperança. Na mensagem a Baruque, as últimas palavras são: “...mas eu o deixarei escapar com vida, aonde quer que você vá.” Viu só? O assunto é esperança! Na mensagem acerca do Egito, as últimas palavras que encontramos são: “...não serei severo demais.” Outra vez, esperança. Até na mensagem sobre os filisteus: “Ah, espada do Senhor, volte à bainha, acalme-se e repouse.” Transmite esperança! Na mensagem de Moabe, nossa leitura termina com o ícone da esperança: “Contudo, restaurarei a sorte de Moabe em dias vindouros, declara o Senhor.” Mais uma vez, esperança.

E então, as mensagens são boas ou ruins? Depende da visão com que olhamos para elas. Naquelas que vimos hoje, observamos que há castigo e esperança. Portanto, uma mensagem pode ser boa ou ruim para você, dependendo de você mesmo. Deus monta o cenário onde você pode escolher o desfecho do drama. Faça a leitura de hoje, aplicando para sua vida e veja onde você se encaixa: no castigo ou na esperança. Que Jesus seja sua esperança!

Um abraço,
Valdeci Junior
e
Fátima Silva

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA TRANSFORMA VIDAS - Jeremias 42-44

Jeremias 42:3 diz: “Ore rogando ao Senhor, ao seu Deus, que nos diga para onde devemos ir e o que devemos fazer.” É só um verso e nele já podemos encontrar uma mensagem tão bonita e profunda.


Quantas vezes fazemos isso? Você já orou por mim hoje? Você pode rogar ao Senhor por mim, e pedir para Ele me orientar, dizendo para onde devo ir e o que devo fazer com esse comentário? Eu lhe agradeço muito se você orar por mim dessa forma. E eu posso orar por você, rogando para que Ele lhe dê orientação?

Você sabia que orar uns pelos outros tem um poder incrível? No meu trabalho, como pastor, eu recebo, sempre, muitos pedidos de oração. Estou lembrando da história da Gisele.

Gisele vivia numa depressão tão profunda, que ela já estava pensando em suicídio. Por “acaso”, entrou em um site ministrado pela Escola Bíblica. Fez um pedido de oração e alguém lhe respondeu, dizendo que estava orando por ela. Gisele então se animou e pediu um curso bíblico. Recebeu pelo correio. Ela percebeu que os assuntos dos estudos bíblicos eram muito parecidos com os temas de umas palestras que ela assistia na Band, de um programa chamado Está Escrito. Fez todos os estudos bíblicos e recebeu o diploma. O formulário da série de estudos bíblicos por correspondência perguntava se ela gostaria de ser visitada. Por ter respondido afirmativamente, a Escola Bíblica contatou o pastor da cidade da Gisele, e ela o recebeu em seu lar. Outros irmãos a visitaram também. Hoje, Gisele é feliz e trabalha como voluntária na igreja da sua cidade.

Essa história bonita é só uma das muitas que vivenciamos, diariamente, no nosso ministério de oração intercessória. A oração pode transformar a vida de uma pessoa. É uma bênção!

O que você está precisando que seja transformado na sua vida? Está precisando que Deus toque em algo da sua vida, que Deus lhe diga para onde você deve ir e o que precisa fazer? Então, é hora de orar! Eu posso orar por você? Vamos orar? Então continue a leitura ligando seu pensamento a Deus.

Vamos lá? “Querido Deus! Escrevo estas palavras pensando em alguém que, neste momento, está com o coração aberto para o Senhor. Quero lhe pedir, Senhor, que abençoe a vida desse(a) querido(a) filho(a) seu(sua). Por favor, Deus, dê a esse(a) meu(minha) irmão(irmã), orientação e transforme sua vida. Eu lhe peço isso, em nome de Jesus, amém.”

Deus já ouviu nossa oração com muito carinho. Agora, por favor, continue orando. E ore por nós e nosso comentário diário.

Um abraço,
Valdeci Junior
e
Fátima Silva

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A TEMPO - Jeremias 39-41

Ontem, falei de fogo e salvação. O povo de Deus foi brincando com fogo até se queimar. Deus foi avisando e eles não ouviam. Diante disso, eles não tiveram sucesso. No capítulo 39 de Jeremias, vemos a terrível queda da cidade de Jerusalém.


Vimos, no relato anterior, que Jeoaquim, por não preservar a Palavra de Deus, teve um castigo pronunciado contra ele, mas parece que a justiça só foi feita para ele e não para Jeremias. O profeta deveria ser o mais beneficiado com a justiça, mas dá a impressão que ela não foi feita. Jeremias ficou em uma situação muito difícil. Ele fez tudo certinho e ficou, literalmente, no fundo do poço.

Eu não sei se você, neste momento, talvez se encontre na mesma situação que Jeremias. Talvez você esteja esperando que Deus faça justiça e parece que Ele não faz. Não sei se você tem se sentido injustiçado. Ou, quem sabe, Deus esteja demorando demais em agir.

Mas gostaria que você conectasse a leitura de ontem com a de hoje. Faça uma ligação de Jeremias 37-38 com Jeremias 39-41. A partir daí, você conseguirá enxergar uma linha do tempo muito interessante. Tem o tempo que Deus aparece, mas também o tempo em que Ele parece estar em silêncio. Só parece porque, na realidade, Ele não desaparece. O Senhor pode até se esticar na linha do tempo, mas antes do deadline, ele resolve a questão. Antes que o tempo expire, antes que tudo passe da data de vencimento, Deus dá o jeito dEle. A questão é que quando pensamos que já é o fim, às vezes, pode ser o nosso pensamento que esteja errado. Às vezes, ainda não é o fim. Pode até parecer ser o fim na nossa visão, mas não na contagem de tempo de Deus.

Quando parecia que o fim já tinha chegado, e Jerusalém foi abaixo, chegou a salvação, a libertação de Jeremias. Nabucodonosor, um rei que era pagão, chegou pra Nebuzeradã, que poderia matar todo mundo daquela gentalha inimiga e falou para ele a respeito de Jeremias: “Vá buscá-lo e cuide bem dele; não o maltrate, mas faça o que ele pedir.”

E Jeremias foi salvo. Depois do fim, aos olhos humanos, na visão divina ainda tinha coisa boa para acontecer. Então, não se preocupe. Quando Deus parecer demorado para você, lembre-se que Ele é eterno e quer tornar você em alguém eterno também. Não se esqueça que quando, ao seus olhos, Deus estiver atrasado, Ele ainda estará agindo a tempo. Ao tempo certo, no tempo dEle.

Coloque sua vida nas mãos dEle, e deixe Ele cuidar dela para você sempre!

Um abraço,
Valdeci Junior
e
Fátima Silva

terça-feira, 21 de agosto de 2012

CTRL+B - Jeremias 36-38

Sabe quando você está digitando alguma coisa muito importante e, de repente, acaba a energia elétrica, trava o computador, o windows “dá pau” e perde tudo que escreveu? Perde porque não salvou. Quando digitamos alguma coisa no computador, precisamos salvar o que estamos fazendo, constantemente. Você salva seus arquivos? Aí alguém pode dizer: “Mas só Jesus salva” (rsrs). E isso é uma grande verdade: só Jesus salva.


Lembro-me de uma vez em que eu estava em um acampamento de jovens chamado “Campal do Riachão”, onde haviam jovens da minha igreja e de todo o estado de Goiás. Eram milhares de barracas organizadas por baixo de um arvoredo bem bonito. Tinha muita gente feliz. Ao andar por entre as barracas, tranqüilo, de repente, vi uma coluna de fogo no meio do arraial do povo de Deus. Mas não era aquela coluna de fogo abençoada do tempo de Moisés. Era incêndio mesmo, uma enorme língua de fogo de uns cinco metros de altura. Um fogo violento e barulhento.

Um botijão de gás tinha pegado fogo. Ele tombou e o fogo se espalhou no chão. Em poucos minutos, aquela barraca e tudo que ela possuía era um monte de carvão. Mas aconteceu algo muito interessante. Os donos da barraca estavam muito tristes, removendo as cinzas. Porém, perceberam que no meio daquele borralho havia uma coisa sólida que não tinha queimado. Eles foram limpando para ver o que era e descobriram uma Bíblia. Tudo ao redor tinha se queimado, menos a Bíblia. Foi um milagre muito lindo que presenciamos. Eu vi, pois estava lá. Vi que Deus não deixou a Bíblia se queimar.

Na leitura de hoje, tem um acontecimento ao contrário. Jeoaquim queimou a Palavra de Deus, você acredita? Ele colocou fogo em tudo. Que audácia! Enquanto Deus, que é todo poderoso e não precisa de um livro, tem todo o carinho e não deixa uma Bíblia queimar, Jeoaquim fez questão de jogar as Escrituras no fogo. Mas o castigo pronunciado para Jeoaquim foi terrível.

Deus leva muito a sério a preservação da Palavra dEle. Apesar de que Jeremias não tinha um backup, uma cópia de segurança daquelas Escrituras, Deus ajudou Jeremias a lembrar-se de tudo de novo, e ele escreveu tudo novamente. Enquanto eu estava preparando esta mensagem, aconteceu o mesmo comigo. De repente, meu computador fechou o programa e quando abri, não tinha nada do que eu estava preparando. Lembrei de Jeremias e fiz minha oração: Senhor, se o senhor restaurou a Tua Palavra para Jeremias, o Senhor poderá me ajudar a restaurar este programa também. E Deus ajudou, porque você está lendo este comentário.

Só Jesus nos salva!

Um abraço,
Valdeci Jr.
Fátima Silva

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ENCONTROS SEMPRE BONS? - Jeremias 33-35

O que você sente quando ouve dizer que Jesus voltará a esta Terra com poder e grande glória? Um dia desses, eu estava dando um estudo bíblico e começamos a comentar sobre o que cada um sente quando pensa que Jesus está quase voltando a este mundo.


Naquela rodinha de amigos, notei o quanto a reação de cada um é diferente. Uma moça dizia: “Nossa, me dá arrepio.” Um rapaz disse que sentia muito medo. Um outro dizia que tem pressa de ver Jesus voltar. E tinha outros que diziam que o sentimento gerado é ansiedade, curiosidade e tantos outros.

E você? O que sente quando ouve uma pregação bíblica, dizendo que Jesus está voltando para executar o juízo final? Fica feliz ou com medo?

Sabe por que as reações são diversas? Porque a revelação de Deus diante das pessoas causa as mais diversas ações e reações. Já percebeu? Por quê?

Na nossa leitura bíblica de hoje, encontramos Deus se manifestando para o povo dEle. Como as pessoas reagiam? O que acontecia com elas? Quando as pessoas se encontravam com Deus, era bom ou ruim? Bem, se o encontro de Deus com as pessoas seria bom ou ruim, iria depender.

Em Jeremias 33, por exemplo, vemos que a aproximação de Deus trazia promessas de restauração para o povo. Leia esses versos. Penso que eles resumem o capítulo todo: “Assim diz o SENHOR: Se a minha aliança com o dia e com a noite não mais vigorasse, se eu não tivesse estabelecido as leis fixas do céu e da terra, então eu rejeitaria os descendentes de Jacó e do meu servo Davi, e não escolheria um dos seus descendentes para que governasse os descendentes de Abraão, de Isaque e de Jacó. Mas eu restaurarei a sorte deles e lhes manifestarei a minha compaixão.”

Que revelação impressionante de um Deus de amor, trazendo esperança.

Agora, veja Jeremias 34: “Você não escapará, mas será capturado e entregue nas mãos dele. Com os seus próprios olhos você verá o rei da Babilônia, e ele falará com você face a face. E você irá para a Babilônia.”

Essa chegada de Deus trouxe desespero, mas veja o capítulo 35: “Vocês têm obedecido àquilo que o seu antepassado Jonadabe ordenou; têm cumprido todas as suas instruções e têm feito tudo o que ele ordenou. Por isso, assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Jamais faltará a Jonadabe, filho de Recabe, um descendente que me sirva.”

De novo, Deus se revela de maneira esperançosa. O tipo de encontro que temos com Deus depende do jeito que fazemos nosso preparo para o encontro.

Um abraço,  
@Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

domingo, 19 de agosto de 2012

PRECIOSAS E VIVAS PROMESSAS - Jeremias 30-32

Você acha que a confiança nas promessas divinas é uma parte muito importante da vida cristã? Pergunto isso, lembrando de um conselho popular: “Permaneça junto à promessa, até que Deus o encontre ali, porque Ele sempre retorna pelo caminho de Suas promessas.” Na teoria, é até bonito, mas será que isso funciona na prática?


Farei um “resumão” daquilo que encontramos em Jeremias 30-32, que podemos chamar de “Preciosas Promessas”. Pensando sobre o assunto, lembrei do encontro do Zé com o Chico. Você conhece essa história?

O Zé vinha de longe gritando:

- Chico, Chico!

Francisco saiu na porta de casa, sem saber o que estava acontecendo, até que reconheceu seu irmão, José, que fazia muito tempo que não via. O Zé, todo sorridente, deu um abraço apertado no irmão mais novo e foi logo abrindo a mala e distribuindo presentes para a família inteira. Há 20 anos, José tinha fugido de casa e ido parar na Marinha. Chico nem sabia mais do paradeiro do Zé. Mas agora, Zé tinha voltado e estava em casa novamente! Aqueles dois irmãos se reconciliaram. Ali começou uma nova vida, cheia de muitas esperanças. Fui um retorno ao lar muito feliz!

Essa história ilustra o contexto da nossa leitura. Quando você ler os textos de hoje, pense em uma coisa: o Senhor também já tinha planejado um retorno para o povo dEle. Aquele povão que estava exilado, que tinha gente descendente de Judá e Israel seriam restabelecidos na Palestina como um povo unido. O Messias que eles aguardavam por tanto tempo estava para chegar, e Deus então iria renovar o concerto dEle.

Isso tudo parecia ser utopia, um sonho impossível. Mas como não existe nada difícil para Deus, isso não era nada demasiado. E é por causa desse contexto que vemos preciosas promessas que são, na verdade, clarões encorajadores de esperança nas trevas espessas do inevitável exílio babilônico.

Ao terminar a leitura, a conclusão é que o cristão precisa de uma fé que se baseie nas promessas de Deus. Quando percebemos as promessas de Deus se cumprindo, a fé fica fortalecida. Acreditamos que Deus cumprirá as promessas que ainda não se cumpriram. Se houve uma coisa que manteve os judeus cheios de vida mesmo durante o longo e tenebroso período de exílio deles foram as promessas que eles tinham de que teriam um futuro feliz. Da mesma forma, as promessas que temos de que Jesus voltará são um grande auxílio para nós, cristãos, nos dias atuais. E é interessante que quando pregamos esse evangelho, nossas esperanças ficam bem acessas.

Não se esqueça: Cristo é a nossa esperança hoje e sempre!


Valdeci Júnior
e
Fátima Silva

sábado, 18 de agosto de 2012

FUTURO PROVÁVEL - Jeremias 27-29

Encontrei um verso muito lindo na leitura de hoje: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias 29:11). Você percebe como o sonho de Deus sobre o futuro é bonito para Seus filhos?


Você tem medo do futuro? Existem algumas expectativas a respeito do futuro que até são boas, mas há algumas que são muito pessimistas.

Há alguns anos, o economista, Stuart Chase, escreveu um livro em inglês intitulado The Most Probable Future – “O Futuro Mais Provável”. Nesse livro cativante, Chase fez suas previsões e discutia a explosão populacional. Ele falava sobre a energia, o armazenamento nuclear, o internacionalismo e sobre vários outros problemas da humanidade. É interessante que ele fazia previsões calculadas para o futuro próximo e o que estava mais longe. Os anos foram passando, e muitas previsões sofisticadas já puderam ser confirmadas. Há outras, porém, que podem ser provadas que estão fora da realidade.

Mais recentemente, o autor Mike Wallace, um jornalista americano, também escreveu sobre o assunto. Seu livro é Fifty Years From Today, cujo capítulo traduzido literalmente é “Cinqüenta Anos a Partir de Hoje”. As pessoas correm desesperadas para ler o livro, porque querem saber como o mundo estará daqui a 50 anos, porque parece que não têm esperança.

Muita gente tem medo. No entanto, nós, cristãos, não precisamos ter medo porque quem segue a Cristo tem um ingrediente a mais quando ele toca em assuntos futuristas. Pensar no futuro e até fazer algumas previsões lógicas não significa negar o poder do cuidado que Deus tem sobre o mundo. Existe muita diferença entre expectação e esperança.

A esperança é uma convicção espiritual que vem de Deus e confia que, por ser bondoso, Ele fará o melhor para nossa vida eterna. A esperança sempre se centraliza no Doador e não na dádiva. E daí que, de muitas formas, a esperança entra em contradição direta com o que muita gente boa por aí entende ser a realidade presente. Porque, o oposto da esperança é o desespero, que muitas vezes é mostrado desmascarado, disfarçado por um sorriso amarelo, forçado. Ele pode até ser resignado, mas não tem poder nenhum para dar vida.

E como fazemos para conhecer essa esperança? Cristo é a Pessoa em quem você, que é cristão, deve esperar. Valorize essa esperança! E não esqueça do que Deus disse a respeito do futuro: “...tenho para vocês, diz o Senhor, de fazê-los prosperar e não lhes causar dano, dar-lhes esperança e um futuro.”

Pensando nisso, não tenha medo do futuro!

Um Abraço,
Valdeci Jr. e Fátima Silva

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FIGOS BONS E FIGOS MAUS - Jeremias 24-26

Você gosta de figos? E doce de figos? Nossa leitura apresenta uma parábola que usa a imagem de dois cestos de figos, mas não quero me demorar nela. Penso que o mais importante é o que isso tem a ver conosco e que aplicação podemos tirar disso.


Jeremias teve a visão dos figos depois dos acontecimentos de 597 a.C., quando Jeconias tinha sido levado cativo para Babilônia juntamente com a conte real e outras pessoas de Judá. A mensagem básica que temos aqui é que os que estavam exilados iriam voltar e, enquanto isso, os que permaneciam no país seriam destruídos.

Outro detalhe importante é que Nabucodonosor precisava de mão-de-obra qualificada e de operários da construção civil para poder construir edifícios e prédios nos centros imperiais dele. Ele tinha a intenção de fazer com que essas construções fossem mais esplêndidas que todas as anteriores dos antepassados dele. Hoje, existem muitas escavações de ruínas no período neo-babilônico, que é de 612 – 539 a.C. Essas escavações mostram, claramente, tanto os feitos arquitetônicos marcantes de Nabucodonosor quanto os dos sucessores dele.

Para podermos entender melhor, precisamos perceber que os líderes judeus tinham sido deportados justamente pelo fato de que eles eram criadores de problemas em potencial. Então, diante desse contexto, entendemos os figos. Os figos temporãos, que amadureciam em junho, eram muito bons. Eles eram tidos como guloseima. Isso contrastava com os figos podres. Esses dois tipos de figos simbolizavam dois tipos de pessoas. As boas, que se voltariam para o Senhor arrependidas; e as pessoas que não se arrependeriam, mas que continuariam nos caminhos antigos da rebelião.

Esses que iriam se arrepender, no momento, estavam em Babilônia recebendo um tratamento de choque para que pudessem chegar a esse arrependimento e se entregar à adoração a Deus de coração íntegro. Eles eram os que iriam receber as bênçãos divinas. Os outros, que ainda estavam em Jerusalém, iriam sentir todo o peso da ira divina por causa da própria degradação incurável deles mesmos. Então, eles seriam jogados fora na vista de todos, para todos verem, da mesma forma que se joga fora figos podres.

Nessa visão, Jeremias mostra que a comunhão com Deus e as bênçãos da graça divina não precisam de nenhuma formalidade de culto, de um lugar demarcado específico e de instituições para acontecer. Aquele povo poderia estar em Jerusalém ou não; se procurassem a Deus de todo o coração e iriam encontrá-Lo. Essa é a lição para nós hoje. Deus não quer que fiquemos imprestáveis como figo podre. Busque a Deus de onde você estiver, do jeito que você estiver e seja um figo bom!


@Valdeci_Júnior
e
Fátima Silva

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

PASUR SOLTOU - Jeremias 20-23

Você já ouviu falar em alguém chamado “Pasur”? Estranho, não? Sempre ouvimos falar de alguns personagens da Bíblia que se destacam mais, como Abraão, Moisés, Davi, João, e também Jeremias, que faz parte da nossa leitura bíblica de hoje, mas há outros que quase nunca se ouve falar deles. Um exemplo é que está em Jeremias 20.


Você sabe quem foi Pasur? A curiosidade dele já começa pelo seu nome, que é o contrário do que ele fez e do que fizeram com ele. A palavra Pasur, no hebraico, significa “soltar”. E o que ele fez foi prender o profeta Jeremias e depois ele mesmo foi preso. Mas quem ele foi?

Pasur era filho de um homem chamado Imer, que provavelmente era o mesmo Amarias, lá de Neemias 10:3 e 12:2. Ele era chefe de uma das turmas sacerdotais e foi até “o presidente do templo”. Isso porque, no hebraico, o termo que aparece no começo de Jeremias 20 é paqid nagid e significa, literalmente, “governador substituto”. Houve um período de tempo que najid, isso é, traduzindo para o português, o “governador” do templo era o sumo sacerdote Seraías mencionado em 1Crônicas 6:4, e o paqid de Seraías, ou seja, o “delegado”, era esse camarada que estamos falando dele hoje.

Pasur ficou furioso com a clareza com que Jeremias proferiu os avisos solenes dele sobre os julgamentos que estavam para vir por causa da iniqüidade daqueles tempos. Então, ele ordenou que a polícia do templo prendesse o profeta Jeremias. Depois de castigarem Jeremias, fisicamente, com 39 chitocatas, eles o colocaram em um pedaço de madeira na porta de Benjamim. Jeremias ficou preso no tronco a noite inteira. No outro dia cedo, quando o libertaram, ele foi direto onde estava Pasur. Jeremias lhe disse que Deus tinha mudado seu nome para Magor-Missabibe, que significa, literalmente, “terror para todo lado”.

No final da sua vida, o castigo que caiu sobre ele, provavelmente foi devido ao remorso por ver a ruína que ele tinha trazido para o país, depois de ter influenciado o povo de Deus para que tivesse uma aliança mais próxima com o Egito. Dessa forma, estava agindo totalmente contra os conselhos de Jeremias, que era o profeta do Senhor. Esse castigo terminou se estendendo na prisão de Pasur. Seu fim foi ser levado cativo para Babilónia e por lá mesmo ele morreu.

De que adiantou, ter o cargo, sem se entregar nas mãos de Deus? Nada! É literalmente soltar a oportunidade. Lembre-se, a cada dia, de entregar sua profissão nas mãos de Deus. Com Ele, a garantia de sucesso é muito maior! É vitória na certa!


@Valdeci_Júnior
e
Fátima Silva

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

OLEIRO E BARROS - Jeremias 17-19

Hoje, nossa leitura explora muito a figura do oleiro. Portanto, quero começar o comentário compartilhando três versos que eu acho que representam o todo desses capítulos de Jeremias: “Mas o vaso de barro que ele estava formando estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade. Então o SENHOR dirigiu-me a palavra: Ó comunidade de Israel, será que eu não posso agir com vocês como fez o oleiro?, pergunta o SENHOR. Como barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos, ó comunidade de Israel” (Jeremias 18:4-6).


Precisamos orar muito para que o Senhor atue sobre Seu povo, porque a impressão que dá é que o povo de Deus está muito relapso. Deus pode manifestar-se na vida do Seu povo e fazê-lo reviver. Você acredita nisso?

Precisamos orar porque o fim dos tempos está muito próximo, e não percebemos. O fim se aproxima de uma forma tão furtiva, imperceptível e silenciosa, como pisada de ladrão que chega à noite, que torna-se uma surpresa para a maioria dos crentes que são “dorminhocos espirituais”, despercebidos e desprevenidos. Nossa oração deve ser pelo batismo do Espírito Santo. Que Ele sobrevenha aos corações que estão muito à vontade para que não continuem dormindo como os outros, mas que vigiem e sejam sóbrios.

Quem você acha que está disposto, mesmo depois de já ter vivido muito, a entregar a vontade própria, como se fosse barro entregue nas mãos de um oleiro? Quem você acha que está disposto a cooperar com Deus para ser moldado em Suas mãos para se transformar em um vaso de honra?

O barro necessita muito estar nas mãos do Oleiro para receber as impressões digitais de Deus! Não devemos deixar que as nossas prioridades egoístas predominem, porque, caso contrário, não seremos talhados à semelhança divina. Agora, quando o indivíduo compreende a grandeza dessa obra, ele submete até os pensamentos a Cristo. Eu sei que isso está bem além da nossa compreensão, mas é assim que acontece.

Você acha que é sábio de nossa parte confiar nas próprias obras? Precisamos deixar que Deus trabalhe por nós, afinal, se existe alguma virtude que apareça no seu caráter, saiba de uma coisa: essa virtude, quem a colocou em você foi Deus. Ele é o grande centro ou a expressão do poder do oleiro sobre o barro.

Portanto, aproveitando o fato de que Deus tem brindado você com os tesouros da verdade, acorde e diga no seu coração: “Senhor, o que você quer que eu faça?”

O “Oleiro” está ansioso para modelar o barro. Que tal nos humilharmos e sermos barros?

@Valdeci_Júnior
e
Fátima Silva

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Para Que Serve Deus?

Foi numa noite chuvosa, depois de um cansativo dia de reuniões, que, de uma maneira inusitada, comprei este livro “Para Que Serve Deus”. Eu cheguei ao hotel e contei os detalhes do meu desvio de percurso ao cruzar Maceió (AL) a um colega, e terminamos concordando que, dentre as tantas dificuldades que aquela trajetória deveria ter proporcionado, Deus realmente havia me ajudado a fazer tudo tão rápido e com tanta precisão. Eu estava feliz, pois já fizera dezenas de tentativas de comprar tal livro e não conseguira. Mas, cansado, fui dormir cedo.


Foi apenas no dia seguinte que comecei a entender porque a compra se dera daquela forma. Internado na Clínica Santa Mônica, na Bahia, eu tive tempo de sobra para meditar sobre “Onde está Deus quando chega a dor?”. O conteúdo deste primeiro capítulo parecia-me um consolo a conta-gotas, ou melhor, a conta-páginas. Deus tinha um momento certo para que eu conhecesse a luta de Yancey entre a vida e a morte. Ou melhor, Ele preparou o consolo certo que um filho seu estava precisando no leito de um hospital. Antes de ler o capítulo eu estava banhado de lágrimas enfermas; e no mesmo dia, após lê-lo, eu tinha lágrimas de gratidão por ver o quanto Deus se importa com detalhes da minha vida, e de compaixão em meditar sobre o quando os universitários de Virgínia Tech sofreram em Abril de 2007.

Sempre sonhei em ser missionário. E Deus tem me dado o privilégio de realizar este sonho em uma das regiões mais subdesenvolvidas do Brasil. Aliás, a sensação é a de estar em outro país, que ainda se diz terra brasileira. As alegrias são muitas, mas os desafios também são enormes. E o maior desafio de um missionário é conseguir sintonizar sua cosmovisão com a visão de mundo dos nativos da terra onde está servindo. Na China, a afloração desta dualidade serve como um mostruário extremo de vitrine, protótipo instrutor de quem, como eu, em escala menor, enfrenta a transculturação por amor à grande comissão. Neste capítulo da história, Deus, mais uma vez, restaurou meu senso de missão.

Sexo. Como o faz com todo homem, Satanás também já me levou a querer iludir-me com o mito da grama mais verde. É claro que a gente tenta cortar a tentação pela raiz, mas a falsa ilusão sempre faz o pecado parecer gostoso. Incomodar-se na cadeira, fazer careta, sentir raiva, indignação, nojo, dó e compaixão pelas vidas torturadas ao extremo pelo sexo errado, cria no leitor a completa repulsa pela sedução proibida. Que Deus abençoe a todas as prostitutas com quem Philip se encontrou em Green Lake em 2004.

Posso ser tentado a pensar que ficar trancafiado trabalhando numa dissertação de mestrado seja algo errado. Mas é de seus escritórios que homens como Yancey e seu mentor Lewis ajudam a equilibrar a fé de milhões de pessoas. É preciso ser um pouco cético para ser um crente equilibrado. O ceticismo moderado é a proteção contra o obscurantismo. Além de vir aprendendo isso com Philip Yancey ao longo dos livros (anos), passei a ver o Céu sob outro prisma, pelo modo com que ele meio biografa C. S. Lewis. “Escreveu a um amigo que ele mais desejava a própria morte nos momentos de alegria, não quando a vida parecesse mais difícil. Para ele, os prazeres deste mundo sempre apontavam para outro mundo, e as coisas boas eram provas indiretas de um bom Deus” (página 98). Através de Lewis, Deus me fez perceber que as alegrias neste mundo enfatizam sobre o quanto devem ser boas as alegrias do porvir. Obrigado Senhor, pelo lado intelectual da fé.

Mas é importante também sair da bolha. A cada vez que leio, num livro de Yancey, seus comentários sobre a “Faculdade Bíblica”, eu o entendo muito bem, pois eu também fui aluno interno de colégios cristãos, por oito anos. Nesta identificação, em muitas leituras, dou risadas sobre cultura à parte que vivemos. Exclusivismo é a tentação farisaica de todo cristão que começa a gostar demais da instituição que o abraça. Se em nosso culto racional não tivermos a humildade intelectual suficiente para ter empatia pelo mundo, nosso Deus não serve para nada.

No semestre passado, os professores Emílio Abdala e Érico Xavier, em suas respectivas matérias, fizeram com que nós alunos refletíssemos sobre o quanto a igreja precisa crescer no cumprimento da missão integral. Como somos pequenos nisso! Como temos que aprender com os de fora! Voltei-me destas classes para a realidade do campo ministerial quebrando a cabeça sobre como eu poderia fazer algo neste sentido. E foi exatamente aí que Deus me fez ler sobre a missão integral que a igreja faz acontecer na África do Sul e perceber que, em matéria de missão integral, o melhor não é seguir métodos elaborados por outros, mas sim aproveitar-se do contexto para servir ao próprio contexto.

Política. Atualmente estou morando numa das regiões mais corruptas do Brasil. A corrupção aqui é grande ao ponto de que pessoas boas fazem coisas absurdas pensando, sinceramente, serem atitudes moralmente normais. Estamos em época de eleições municipais. É quando a corrupção afeta o cidadão da maneira mais intensa possível. Eu estava planejando sobre como instruir as igrejas que lidero sobre a conduta e a ética recomendáveis a um cristão neste contexto. Yancey e Deus me deram de presente o capítulo sete de “Para Que Serve Deus”. Na hora certa. No mesmo dia, pude postar vários textos sobre o cristianismo e a política na internet. No dia seguinte, lá estava eu cumprindo o compromisso de agenda de encontrar-me com pastores evangélicos e políticos regionais, munido da nutrição dos textos do dia anterior.

Deus nos guia a cada dia. De volta da dita reunião, no dia seguinte, diante de tantos poderes maiores que tentam dominar a sociedade, eu me sentia um nada. Já se sentiu assim? Leia o capítulo “Dunas de Areia e Arranha Céus” e encontre-se com os cristãos missionários que mais se sentem assim neste mundo. Mas “Jesus comparou o reino a coisas pequenas – sal na carne, fermento no pão, uma pequena semente na horta – como se quisesse enfatizar que não devemos julgar o impacto do evangelho pelos números” (página 278).

O título da palestra que Yancey fez em agosto de 2003 em Chicago foi: “Por que eu gostaria de ser um alcoólico”. Pensando em tudo que ele disse, eu redigiria um desabafo intitulado: “Como eu gostaria que minha igreja fosse [como] um bar”. Mas oro a Deus para que eu consiga torná-la pelo menos como uma associação do Alcoólicos Anônimos. Embriagados da graça que o evangelho proporciona, podemos exalar ao menos àqueles que podem ser afetados por nossa influência. Que comédia, que tragédia, que capítulo, este!

Para o próximo fim de semana, a temática do meu calendário de pregações indica-me pregar sobre a graça. Ainda estou naquela fase pré-preparatória do sermão, de procurar por idéias. E então começo a semana lendo a palestra que fecha o livro com chave de ouro: “A graça sob o fogo cruzado”. Dizem que a repartição da minha igreja na Índia ameaça ser em breve o ponto mundial mais forte dessa denominação cristã. Deve ser por causa do que Yancey comenta: “Não conheço nenhum laboratório melhor para testar a graça do que este país, a Índia, a mais volátil mistura de castas, línguas, raças e religiões do mundo”. Mas e quanto à igreja? “Sabemos como seria a graça aqui neste lugar?” (pátina 264).

Lendo a biblioteca escrita por Yancey noto que, ao longo destas três décadas, este escritor tem ficado cada vez mais crente. E nesta última quinzena, ele serviu para mostrar-me que Deus se preocupa tanto com a minha vida a ponto de providenciar-me, em cada momento dela, exatamente o que eu preciso. Ele – Deus – me ama! Portanto, eu devo servir para amá-Lo também!

APARÊNCIA DISTANTE - Jeremias 14-16

Você sabia que de todos os profetas do Antigo Testamento, Jeremias é, provavelmente, o mais vívido ao fazer suas descrições? O comentário que segue a seguir, aprendi com Donaldo Mansell, em seu livro intitulado New Every Morning.


Existe um verso que representa muito bem o papel de Jeremias. Está na leitura de hoje (verso 14:8), onde Jeremias clama a Deus dizendo: “Ó Esperança de Israel, tu que o salvas na hora da adversidade, porque te comportas como um estrangeiro na terra, ou como um viajante que fica somente uma noite?”

Esse é um quadro lastimoso. Nele, vemos que Israel não consegue compreender porque Deus não se prontifica a livrá-los da aflição que estavam passando. Para eles, nessa hora, Deus se parecia mais com um viajante que tinha só passado uma noite com eles e já estava dando tchau.

Se verificarmos o próximo verso, vemos que Jeremias desenrola um pouco mais esse pensamento, questionando: “Por que ages como um homem que foi pego de surpresa, como um guerreiro que não pode salvar?” É... Israel estava desesperado por ajuda.

Você já passou por alguma experiência desse tipo? Já encontrou-se em uma situação desesperadora, na qual você orou a Deus e parecia que Ele não estava muito disposto a agir, ou então parecia que não tinha como fazer nada?

Nesse caso de Israel, sabemos muito bem qual era a dificuldade deles: “Eles gostam muito de vaguear; não controlam os pés. Por isso, o Senhor não os aceita” (Jeremias 14:10). Agora está explicado, não é mesmo? Por um lado, aquele povo desejava que Deus os abençoasse; mas, por outro, queria fazer o que bem entendesse. Eles queriam um relacionamento que só alimentasse o egoísmo deles. Imagina, ser o mínimo possível obediente e receber o máximo possível de bênçãos!

Esse não é o tipo de relacionamento que Deus quer ter conosco, mas, infelizmente, queremos nos relacionar com Ele dessa forma. Como Deus é tão misericordioso, Ele usa nosso jeito egoísta de se relacionar para tentar nos conduzir para a pessoa dEle. É aí que Ele permite que as dificuldades cheguem para sentirmos a necessidade de nos entregarmos a Ele de forma completa.

Portanto, quando parecer que Deus tenha lhe abandonado e que não atende mais suas orações, faça um auto-exame para ver se o que você está procurando fazer é a vontade de Deus ou sua própria vontade. Depois de verificar, se tiver a certeza de que você está realmente procurando fazer a vontade dEle, pode ser, então, que Deus esteja provando você. Nesse momento, é hora de procurar ouvir a voz de Deus. Deixe o Espírito Santo falar ao seu coração.

Um abraço,
Pr. Valdeci Jr.
e
Fátima Silva

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O EFEITO SANFONA E A DISCIPLINA - Jeremias 10-13

Você já encontrou uma sanfona na Bíblia? A vida espiritual do povo de Israel parecia uma sanfona: vai e volta como gráficos de eletroencefalograma, onde o ponteiro vai para cima e para baixo sempre, mas nunca consegue desenhar uma reta horizontal constante. Parece que a amizade daqueles israelitas com Deus era desse jeito. Não que fosse assim da parte de Deus. Ele estava sempre querendo ser amigo daquelas pessoas, mas elas não tinham firmeza no trato. Não sabiam o que queriam. Ora buscavam a Deus, ora se transformavam nos piores idólatras. A aproximação daquelas pessoas para perto de Deus parecia um efeito sanfona (Jeremias 10-13).


Tem gente que hoje dá um testemunho bonito, amanhã se apostada, depois de amanhã volta para Deus, depois vai para o mundão de novo, daí volta para Jesus novamente, depois se corrompe mais uma vez e não consegue se firmar. Sabe que é isso? Um dos principais fatores é a questão da disciplina. Isso também é falta de disciplina. Assim como um aluno precisa ser bem disciplinado para ir bem em seus estudos, assim também é na vida espiritual.

Aprendi esse conceito no livro que acabei de ler: Celebração da Disciplina, de Richard Foster, Editora Vida. Ele é Fantástico! É uma obra que mostra-nos, de maneira bem bíblica, o caminho do crescimento espiritual.

Embora não sejamos salvos pelas obras, Deus não nos empurra para o Céu de qualquer jeito, contra a nossa vontade, com uma graça barata. Em primeiro lugar, a graça não é barata porque custou o sangue precioso de Jesus. Então, um cristão que é salvo pela graça, para se manter no caminho do crescimento espiritual, será alguém que leva o relacionamento com Deus com seriedade, ou seja, disciplinadamente.

Primeiro preciso aprender sobre as disciplinas interiores. Porque a transformação que a conversão faz deve acontecer de dentro para fora. Logo, você precisa se disciplinar através da prática da meditação, da oração, do jejum e, também, do hábito de estudar a Bíblia. Se fizer isso, essa transformação interior terminará manifestando-se no seu comportamento.

Agora vêm as disciplinas exteriores. É conseguir ser alguém que vive a simplicidade e a solitude. É ser alguém que sabe viver a submissão e que não faz serviços de servo porque, na realidade, é um servo. E isso se fortalece quando colocamos as disciplinas em prática no relacionamento com as outras pessoas.

As disciplinas comunitárias podem ser verificadas quando você sabe perdoar e ser perdoado, se reúne com outros para adorar a Deus e consegue dar e receber conselhos espirituais.

Precisamos ser disciplinados na nossa prática religiosa! Que Deus abençoe você nesse aspecto!

Um abraço,
@Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

domingo, 12 de agosto de 2012

TIPOS DE RELIGIÃO (RELIGAÇÃO) - Jeremias 07-09

Você acredita que exista religião inútil? Claro que existe! É aquela religião falsa, a pseudo-religião que, na realidade, não é religião. A leitura de hoje nos leva a refletir na inutilidade da falsa religião e onde esse tipo de comportamento nos leva. Às vezes, pensamos que o Deus do Antigo Testamento era um deus malvado que vivia com uma varinha na mão, esperando uma ação errada para poder punir quem errasse. Mas não é bem assim....


O que vemos no Antigo testamento é que o povo ia se obstinando, errando, rejeitando, pecando, dando cabeçadas, e Deus ia atrás tentando dar um jeito. Quando não tinha mais jeito, Deus deixava as conseqüências acontecerem para que o povo talvez pudesse ser recuperado.

Nesse contexto, vejamos algumas características de Deus. Em Jeremias 7:3, encontramos um Deus que gosta de correção e que também se preocupa com o nosso bem-estar imobiliário. Logo abaixo, no verso sete, outra característica fantástica do Pai: Ele preocupa-se com nossa árvore genealógica.

Em Jeremias 7:11, vemos que Deus, além de ser consciente de tudo que está acontecendo, é alguém que adverte e avisa do perigo. Jeremias 7:12 mostra que Deus tem zelo pelo nome dEle. Em Jeremias 7:13, percebemos a insistência de Deus. O Senhor é perseverante em chamar, chamar e chamar de novo; chamar de um jeito, chamar de outro, até ver se o povo entende, já que a redundância é o esclarecimento da idéia.

Mas como tudo tem um limite, Deus não abusa de nós. Ele nos deixa livres para exercer nossa liberdade de expressão. Nesse relacionamento, Ele também tem os direitos dEle. Então, em Jeremias 7:16 em diante, vemos que Deus também exige exclusividade; que se os fiéis dEle tornam-se infiéis, Ele sente-se traído. Se essa “brincadeira” se estica demais, Ele pode até ficar irado com o pecado. Deus é tão puro que o pecado o irrita. É por isso que, como vemos no verso 23, Deus exige obediência. O pior é que mesmo assim, no verso 29, ainda observamos que as pessoas rejeitam, abandonam e provocam a Deus.

Então, diante desse paradoxo, Deus questiona. Ele não sossega em Suas tentativas em nos fazer felizes. Se você não aceita a idéia dEle, então questiona a sua (Jeremias 8). Quando a tentativa de Deus em buscar uma pessoa chega a esse limite (Jeremias 9:3), infelizmente, o nosso Senhor pode chegar a ser o Deus não reconhecido.

Deus luta tanto para resgatar Seus filhos até chegar ao ponto de perguntar: “Que mais posso fazer pelo meu povo” (Jeremias 9:7)?

Essa é a maior estampa da vontade de Deus em religar-se conosco. Fique ligado!

Um abraço,
@Valdeci_Júnior
e
Fátima Silva

sábado, 11 de agosto de 2012

O LIVRO DE JEREMIAS - Jeremias 04-06

Ontem, falamos sobre quem foi Jeremias. Hoje, teremos uma visão geral do livro escrito por esse profeta que está ligada ao estudo anterior. Esse livro contém tanto a biografia quanto a mensagem do “profeta chorão”.


Ele foi escrito de uma vez ou aos poucos no contexto daqueles momentos no período dos dias obscuros do reino de Judá, a partir do décimo terceiro ano de reinado do rei Josias (foi o último dos reis bons) até vários anos após o exílio. Ele contém longas seções em prosa, tanto em forma narrativa quanto de diálogo, mas grande parte da sua obra está em forma poética.

Os principais temas do livro de Jeremias são a reincidência, a escravidão e a restauração dos judeus. Se observarmos bem, perceberemos que o tema geral dessas profecias é a idolatria e outros pecados dos judeus; o juízo pelo qual eram ameaçados, com referências à futura restauração e libertação deles e, também, as promessas do Messias. É interessante o quanto as profecias são notáveis pelas repreensões fiéis e simples, admoestações afetuosas e advertências solenes.

Para alguns teólogos atuais, as profecias do profeta Jeremias não estão dispostas na ordem em que foram entregues a ele. Porém, para nós, cristãos, que acreditamos na total autoridade e inspiração da Bíblia, o importante é a ordem atual e é assim que ela será melhor aproveitada como a Palavra de Deus viva para nossa vida.

Podemos dividir o livro de Jeremias em dez partes:

Primeira parte – capítulo 1: Temos o chamado do profeta;

Segunda parte – capítulos 2-20: Fala das repreensões, advertências e as promessas feitas para os judeus;

Terceira parte – capítulos 21-24: Mostra a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor e menciona algumas profecias;

Quarta parte – capítulos 25-29: Apresenta as predições de juízos divinos, a destruição de Jerusalém e os setenta anos de cativeiro;

Quinta parte – capítulos 30-33: Encontramos as promessas de restauração dos judeus;

Sexta parte – capítulos 34-39: Tem as profecias ocasionadas pelos pecados de Zedequias e de Jeoaquim;

Sétima parte – capítulos 40-44: Há uma descrição terrível: a descrição da condição miserável dos que ficaram em Judá e as profecias contra eles;

Oitava parte – capítulo 45: É um consolo a Baruque;

Nona parte – capítulos 46-51: São as profecias acerca das nações hostis;

Décima parte - capítulo 52: Fala da queda de Jerusalém.

Deus usou Jeremias para proclamar Sua palavra de juízo e esperança para as nações. É interessante refletirmos que a esperança é um atributo que o Senhor sempre mantém, embora tenha que executar seu juízo sobre o povo.

O Pai Celeste nunca desiste de Seus filhos!

Um abraço,
@Valdeci_Junior
e
Fátima Silva

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Política e Evangélicos

A Participação dos Evangélicos na Política Brasileira


Por Dr. Erico Tadeu Xavier

O panorama religioso brasileiro, nas últimas décadas vem sofrendo profundas transformações. O enfraquecimento do poder religioso da igreja católica, a consolidação da democracia e da liberdade religiosa e de expressão, juntamente com a conquista da plena democracia brasileira, têm contribuído para essas transformações.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1940, apenas 2,6% da população era evangélica. Esse número aumentou em 1950 para 3,4%, em 1960 para 4%, em 1970 para 5,2%, em 1980 para 6,6%, em 1991 para 9% e 15,4% em 2000. Isso representa um número de 26.184.941 adeptos. A projeção do IBGE para 2006 era que esse número ultrapassasse 40 milhões de adeptos, e que em 2022 50% da população brasileira seja evangélica.

Esse fato é significativo porque o Brasil carrega o título de maior país católico do mundo, tornando-se também o maior país protestante.

Em reportagem à Folha On Line, Leandro Beguoci, repórter da Folha de São Paulo, afirma que

O Brasil é hoje o maior país pentecostal do mundo. Levantamento de um instituto americano indica que o país reúne 24 milhões de seguidores de igrejas como a Universal do Reino de Deus, a Assembléia de Deus e a Renascer em Cristo. (www.folhaonline.com.br)

O filósofo Ghiraldelli concorda dizendo:

Mas agora, o Brasil não é mais um país com maioria católica. Aliás, nem somos mais um país branco. O país em que nasci era branco e católico, o país onde meus filhos nasceram é mulato e não tão adepto do sincretismo religioso como pensávamos que ele iria ser. É um país mulato, mas não mais tão voltado para as “religiões afro” como imaginávamos que seria o caso. O país, de certa forma, tem se americanizado em termos religiosos – muitas ordens que chamávamos de “protestantes” cresceram nos últimos anos. Nesse novo país, sabemos bem, uma religião que cresceu foi a dos evangélicos em geral. (http://professordefilosofia.blogspot.com/2005/)

Os pentecostais e os protestantes crescem em camadas sociais diferentes. Enquanto a força pentecostal ainda se mantém na base da pirâmide social (apesar de percebermos um início de mudança nessa realidade), o protestantismo consegue adeptos nas camadas sociais mais elevadas.

Mariano (Ricardo Mariano é doutor em Sociologia pela USP e coordenador de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS) afirma que o crescimento do pentecostalismo junto às massa pobres

resulta, em parte, de seu incansável esforço e empenho para atraí-las, persuadi-las e recrutá-las mediante a oferta sistemática de serviços mágico-religiosos com forte apelo popular, da realização de cultos carregados de alto teor emocional, da propaganda pessoal e eletrônica, difundida diuturnamente, de testemunhos bem-sucedidos de conversão e obtenção de bênçãos. Sua ênfase pastoral e teológica na cura de enfermos, na expulsão e libertação ritual de demônios (tidos como responsáveis pelos infortúnios que afligem fiéis e virtuais adeptos) e na promessa de bênçãos materiais e de milagres aos cristãos obedientes a Deus – ênfase decorrente do propósito de resgatar, reproduzir e disseminar crenças e práticas do cristianismo primitivo – demonstrou ser uma receita evangelística exitosa, dada sua boa adaptação às demandas mágico-religiosas e aos interesses materiais e ideais de parte dos estratos pobres brasileiros e latino-americanos. (www.conciencia.br)

Três denominações religiosas ainda detêm a hegemonia relativa ao número de adeptos evangélicos. São elas a igreja Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus e Congregação Cristã no Brasil. Essas igrejas congregam, juntas, 74% de toda população evangélica do país.

O crescimento em números da igreja evangélica foi acompanhado da inserção de seus adeptos em crescimento em vários âmbitos, como na mídia, na assistência social e na política.

Até a década de 1960 eram poucos os evangélicos que se aventuravam a inserir-se na vida pública concorrendo a cargos eletivos. Essa realidade, aos poucos, foi se modificando, não somente no Brasil, mas praticamente, em toda a América Latina.

Nos últimos anos, segundo Padilla, ainda que a ênfase na iniciativa individual persista, ela tem cedido espaço para uma atuação política cada vez mais distinguida. Alguns exemplos que podemos citar é a criação de um partido político próprio na Venezuela, em 1978 (Organización Renovadora Auténtica); sua interferência evangélica na eleição do primeiro mandato de Alberto Fujimori, no Peru, em 1990; a eleição de Jorge Serrano Dias, membro da Igreja Pentecostal El Shaddai (Deus Onipotente), como presidente da Guatemala; a criação de um partido político "evangélico2" na Argentina em 1991.

A grande arrancada para a inserção significativa de evangélicos na política brasileira se deu na década de 1980. Com a eleição para a Assembléia constituinte em 1986-1988, houve uma grande mobilização no meio evangélico para pastores e líderes concorressem aos cargos públicos eletivos.

Uma das fortes razões para que isso ocorresse foi o boato amplamente disseminado de que havia um movimento por parte da igreja católica no sentido de legislar contra o crescimento das igrejas evangélicas, cerceando assim a liberdade religiosa. Formou-se então, na câmara dos deputados a bancada dos evangélicos.

A partir de então, nomes de destaque no meio evangélico passaram também a se destacar na vida pública numa tentativa de mudar a história política brasileira. Marcelo Crivella, Anthony e Rosinha Garotinho, Benedita da Silva, Francisco Rossi e outros, forma nomes que se elegeram para cargos de destaque no cenário político do país.

Enquanto muitas denominações religiosas aderem ao ingresso na vida pública através de cargos eletivos, muitos membros das igrejas evangélicas ainda apresentam certa restrição e dúvidas quanto ao dar ou não apoio aos seus candidatos, alegando que religião e política não se devem misturar.

É necessário ter claramente estabelecido que, individualmente, ninguém é apolítico. A própria pretensão de não adotar nenhuma posição política, em si, já se torna uma posição. Mas enquanto igreja constituída, não deve haver homogeneização entre Igreja e Estado.

Todos nós, em maior ou menor grau de intensidade, corremos o risco de viver em função da obtenção do poder e de sermos corrompidos por ele.

Freston comenta que

o âmago de tudo isso é a grande questão ausente dos nossos debates teológicos: o poder. Tanto o personalismo individualista como o institucionalismo corporativista sofrem de uma doutrina fraca do pecado. Alias, nós evangélicos, ironicamente, muitas vezes temos um conceito fraco do pecado! Não temos a doutrina protestante clássica de desconfiança no ser humano - qualquer ser humano, mesmo que seja um cristão sério, convertido, batizado no Espírito Santo; ou mesmo vários deles reunidos na cúpula de uma denominação. A doutrina clássica de que os pecadores precisam se controlar mutuamente num sistema de mútua prestação de contas é substituída por uma esperança "messiânica" num grande líder político evangélico ou pela fé numa "vanguarda" de líderes evangélicos com um direito divino de governar (Paul Freston é brasileiro naturalizado de origem inglesa. É sociólogo e pesquisa há muito tempo a relação entre evangélicos e política, tanto no Brasil como em outros países).

É importante atentar para essa questão do poder, e é possível que do uso indevido do mesmo resulte os prejuízos e o desgaste da imagem sofrida pela igreja, decorrentes das ações de alguns políticos evangélicos. Mas como igreja, é necessário ter consciência de que o reino o qual buscamos não pertence a este mundo temporal.

Há que se ter cuidado também ao atribuir a Deus revelações, através de visões e sonhos, que refletem e expressam única e exclusivamente os desejos e aspirações acalentados no íntimo do sujeito. Daí resultará, certamente, a pretensão de ser o “Salvador da Pátria” instituído por Deus.

Freston ainda comenta que

os partidos comunistas antigamente tinham essa idéia da "vanguarda". Os líderes iluminados do partido tinham a capacidade de interpretar infalivelmente os acontecimentos históricos e, portanto, o direito de guiar o povo. As vanguardas marxistas desmoronaram, mas vanguardas evangélicas estão surgindo. Devemos desconfiar de todas elas. Não se pode confiar tanto em ninguém, por mais consagrado que pareça, por mais unção do Espírito diga ter, por mais que reivindique governar ou legislar em nome de Deus. Nada substitui sistemas de prestação mútua de contas, de transparência e participação democrática. A democracia também não garante nada, mas é o sistema menos ruim, menos perigoso, porque mais próximo da visão bíblica do ser humano.

Talvez a grande pergunta que permeia toda essa reflexão e que mereça maior consideração seja: Tem o envolvimento e a inserção de evangélicos na política brasileira contribuído para o crescimento qualitativo, e não apenas quantitativo da igreja?

Se olharmos mais criticamente para algumas características do eleitorado brasileiro e o analfabetismo político no qual vive a maioria dos eleitores, talvez concluamos que, nada do que acontece envolvendo políticos evangélicos, seja para o bem ou seja para o mal, influencia o resultado das urnas, uma vez que uma boa fatia do eleitorado acaba por tomar suas decisões sobre em quem eleger nos últimos dias que antecedem o pleito, e tais decisões são tomadas com base nos favores e benesses recebidas ou prometidas, como cestas básicas, dinheiro, promessas de empregos e outros.

Mas, por outro lado, não podemos negar a imagem negativa que a igreja, de modo geral acaba passando, ao apoiar candidatos que fazem parte de seu rol de membros que, uma vez eleitos, acabam depondo contra a fé que até então professava.

Uma reportagem da revista Veja do dia 21 de julho de 2004 trouxe uma pergunta intrigante a respeito do envolvimento da igreja na política. Sob o título “O Evangelho segundo os políticos” a reportagem provoca a reflexão ao afirmar: ‘Candidatos de todos os partidos vão ao calvário para conquistar o voto religioso e levantam uma questão: é saudável colocar Deus no centro da política?”

Otávio Cabral, o repórter da Veja noticia o seguinte:

"Meu Deus, abençoe a prefeita", implorou o pastor, diante de 250 crentes da Igreja Batista da Graça, situada num bairro pobre de São Paulo. "Abençoe a prefeita porque esta autoridade que ela tem vem de Ti!" Ao lado do pastor estava a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, candidata à reeleição, que do alto do púlpito fez seu proselitismo em busca de votos. No fim de semana anterior, a prefeita visitara o templo de outra igreja evangélica e testemunhara o seguinte jogral religioso:

– A prefeita é bem-vinda? – perguntava, aos gritos, o pastor Deiró de Andrade.

– Amém! – gritava em resposta a massa de fiéis.

Luiza Erundina, do PSB, explicou aos adeptos da Assembléia de Deus, num templo na periferia de São Paulo, que só está na política por vontade divina. "Por mim, eu não estaria mais, mas Deus estabelece um desígnio, uma tarefa para a gente com a comunidade", disse, tentando cabalar os votos dos fiéis da Assembléia de Deus, cujos líderes se dividiram na eleição para a prefeitura paulistana. Uns estão com Erundina. Outros, com o tucano José Serra. E um terceiro grupo optou pelo presbiteriano Francisco Rossi, candidato de um tal de PHS.

No Rio de Janeiro, o candidato Marcelo Crivella, do PL, afirma que a população não está interessada em "saber a religião do candidato". Por via das dúvidas, Crivella não se esquece de dizer que é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, a denominação evangélica que mais cresce no país, e usa os templos espalhados pela cidade como diretórios partidários. A mistura de religião e política despertou a atenção do arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eusébio Scheid. "Não se pode jamais transformar uma religião em partido", criticou o arcebispo, ao visitar o prefeito Cesar Maia, candidato à reeleição que corteja o voto católico e acaba de assinar um convênio que investirá 5 milhões de reais na reforma de quatro igrejas católicas. Na realidade, ninguém está transformando religião em partido. Os candidatos, de todos os partidos, da esquerda à direita, é que têm feito de tudo para ganhar o voto religioso, principalmente dos evangélicos. (Veja, 21/07/2004)

Na mesma reportagem ainda lemos que o envolvimento de religiosos na política atingiu o ápice no ano de 2004, com a entrada em peso dos evangélicos na disputa de cargos públicos mais elevados, como os que compõem o Executivo.

A política brasileira nunca esteve preocupada com assuntos referentes à religião, pois mesmo a respeito de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek não se tem notícias se eram ou não praticantes de alguma religião; Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva nunca tiveram como prioridades de seu governo qualquer questão referente a denominação religiosa, sendo que, este último até chegou a ser taxado de “diabo de barbas” por muitos evangélicos, em alguns momentos de sua trajetória política que o levou ao Planalto.

A história tem provado que a associação entre igreja e política nunca foi saudável para os cristãos. Atualmente não é diferente.

Nos Estados Unidos, talvez o exemplo mais eloqüente da influência de Deus na política de uma nação democrática, a questão religiosa tem gerado profundas controvérsias, em especial depois da eleição de George W. Bush, um fundamentalista cristão que – assustadoramente – dá sinais de que se julga enviado divino. Hoje, há desavenças até nas escolas americanas entre os criacionistas, para quem o homem descende de Adão e Eva, e os evolucionistas, adeptos da teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. No Brasil, felizmente, a questão religiosa está longe de produzir tal dicotomia bizarra, mas há exemplos de que a chegada ao poder de gente que se sente investida de uma missão divina pode gerar complicações num Estado laico como o brasileiro. No Rio de Janeiro, governado pela evangélica Rosinha Matheus, está autorizado o ensino do criacionismo nas escolas públicas. (Idem)

Uma coisa, porém, é a igreja enquanto instituição, se envolver na política, apoiando este ou aquele candidato e permitindo que o mesmo use os seus espaços físico e temporal para campanha política; outra bem diferente é o indivíduo, crente professo, decidir concorrer a uma cargo eletivo.

Em artigo publicado na web www.advir.com.br, o teólogo e professor Alberto Ronald Timm afirma que

a Igreja encontra nos ensinos de Cristo e dos apóstolos base sufi¬ciente para evitar qualquer mili¬tância política institucional. O cris¬tianismo apostólico cumpria sua missão evangélica sob as estruturas opressoras do Império Romano sem se voltar contra elas. O pró¬prio Cristo afirmou que o Seu rei¬no "não é deste mundo" e que, por conseguinte, os Seus "ministros" não empunham bandeiras políti¬cas (João 18:36). Qualquer com-promisso político ou partidário por parte da denominação dificultaria a pregação do "evangelho eterno" a todos os seres humanos indistinta¬mente (Mat. 24:14; Apoc. 14:6). www.advir.com.br

Mas referente ao ingresso individual dos crentes na política, Escrituras Sagradas trazem alguns exemplos de pessoas que galgaram altos escalões dos impérios e nem por isso deixaram de ser fiéis a Deus. Ao contrário, quando esses fiéis se dispuseram a obedecer a Deus em quaisquer circunstâncias, foram abençoados, não somente eles, mas também toda nação israelita. Podemos ler tais exemplos na vida de José (Êxodo 37), Daniel e o próprio rei Davi, sem falar de Moisés, que preferiu abrir mão de todos os privilégios que o esperavam como príncipe do Egito para compartilhar a sorte dos filhos de Israel.

Timm ainda continua, no mesmo artigo, referindo-se ao candidato cristão adventista, dizendo:

A Igreja espera que os adventis¬tas que se candidatam a cargos po¬líticos elegíveis sejam honestos em sua campanha e, se eleitos, tam¬bém no exercício de suas funções políticas. Cada candidato deve conduzir o seu processo eleitoral-¬político (1) sem assumir posturas ideológicas e partidárias contrárias aos princípios cristãos; (2) sem se valer de recursos financeiros ina-propriados; (3) sem prometer o que não possa cumprir; (4) sem de¬negrir a reputação de outros candi¬datos igualmente honestos; (5) sem se envolver com coligações não condizentes com a fé cristã-adven¬tista; (...) (Idem)

No cenário político geral, especialmente do Brasil, duas palavras se confundem, tanto na interpretação como nas atitudes de quem se aventura no caminho do poder: política e politicagem (Política: definição do dicionário on-line da língua portuguesa: Ciência do governo das nações; arte de dirigir as relações entre os estados; princípios que orientam a atitude administrativa de um governo; Políticagem: Ligado à politiquice que significa política mesquinha, pouco escrupulosa, levada a cabo pela ação de politiqueiros). O problema maior acontece quando evangélicos perdem de vista que a política por si mesma é algo que visa o bem estar social, e a prioridade passa a ser os interesses particulares. O poder, nesse caso, pode ser um fator que contribui para a corrupção.

O caso mais recente e de repercussão internacional negativa para a imagem dos evangélicos de modo geral, envolveu a prisão do casal de líderes da Igreja Renascer, Estevam e Sonia Hernades. Ele, auto-intitulado apóstolo, e ela intitulada de bispa, fizeram do uso da fé (de seu adeptos) um trampolim para galgar as alturas na escala social. Ambos, líderes no Brasil de um movimento que surgiu na década de 1940 nos Estados Unidos e que hoje é um dos principais que adotam aquilo que é chamado pelos críticos de “Teologia da Prosperidade”, acumularam uma razoável fortuna em pouco tempo de liderança da igreja.

Mas o que mais importa para este trabalho é o uso da influência exercida por pastores, bispos e outros líderes da Igreja Renascer para que pessoas ligadas ao movimento, parentes ou não, se beneficiem financeiramente através indicação para ocupar cargos de confiança – alguns jamais exercidos - de estâncias governamentais em seus mais variados âmbitos, fato que também foi amplamente noticiado pela mídia.

Freston nos sugere olhar para os evangélicos que ingressam na vida pública como atores de um enredo escrito por forças diversas que fogem do nosso controle, e daí a necessidade de uma visão clara sobre o seu papel ao desempenhar uma função através de um cargo eletivo. Ninguém deve considerar-se o messias ao ser eleito, e nenhuma organização religiosa deveria idolatrar seus candidatos, mas ter sempre em mente que o homem é vulnerável quando se distancia de Deus e mantém relações estreitas com o poder:

Se alguém me pergunta se confio em algum político evangélico (seja Garotinho, Benedita, Iris Rezende, Bispo Rodrigues ou qualquer outro), respondo que não. E o chocante não é essa minha resposta, mas o fato de que muitos evangélicos acham quase uma heresia dizer isso. Mas, biblicamente, não devemos confiar nos príncipes, mesmo que sejam evangélicos e tenhamos ajudado a colocá-los no poder! É por termos uma doutrina superficial do pecado que nos damos mal politicamente e criamos ídolos evangélicos que depois nos desapontam.

A transparência e a austeridade ao se lidar com o que é público é ainda a melhor maneira de se manter o caráter impoluto, e o que se dizia a respeito das esposas de César, no passado, bem pode ser aplicado aos filhos de Deus que pretendem ocupar um cargo público e dar sua contribuição para a diminuição do sofrimento e da privação pelos quais passam as camadas menos favorecidas: “Não basta ser honesto, tem que se parecer honesto”.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FRESTON, Paul. Campanha eleitoral: raiz de todos os males. São Paulo: Editora Ultimato, 2004. (edição de 15 de setembro)
PADILLA, René. Los evangélicos: Nuevos actores en el escenario politico latinoamericano. In De la marginacion al compromiso. Quito: FTL, 1991, p. 5.



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