O que significa a expressão “o
cetro de meu filho”, de Ezequiel 21:10?
Pra entender essa figura, você
precisa tentar entender todo o trecho de texto. Ezequiel 21:8-17 trata da
Espada Afiada e Polida.
Na sequência dos capítulos
anteriores, o terror da destruição próxima de Jerusalém é descrito neste
oráculo aqui, em termos ainda assustadores. A espada não só estava
desembainhada, mas está afiada e polida para o dia da matança (v.10). Não era
ocasião nem para regozijo, nem para zombaria. Por ocasião do sítio de Jerusalém
por Senaqueribe nos dias do rei Ezequias, houve aqueles que, com o maior
cinismo, estavam se preparando para o desastre que ameaçava engolfar a cidade
dizendo: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (Isaías 22:13).
Aparentemente, a história iria repetir-se ao Jerusalém ser sitiada pelos
exércitos de Nabucodonosor. Esta diferença cínica em face de um perigo mortal
reproduziu-se por ocasião do banquete que Belsazar ofereceu a seus grandes à
véspera da tomada de Babilônia pelas tropas de Ciro (Daniel 5).
A frase final do v.10, que, a
princípio, oferece umas certas dificuldades para ser entendida, poderia ser
traduzida assim: “O cetro [na NVI, vareta] de meu filho despreza qualquer [outro]
pau”. O termo hebraico “shebet” significa não somente “cetro”, mas também
“tribo”. Nas bênçãos que Jacó proferiu em seu leito de morte somente de Judá
diz ele beni, “filho meu” (Gênesis 49:9). Levando em consideração estes dois
fatos, a frase “a tribo de meu filho” seria uma referência à tribo de Judá. O
sentido de toda a frase seria então: “Judá despreza qualquer pau”. “Pau” teria
neste contexto o sentido de “castigo”. Como Judá tinha desprezado os castigos
mais leves do passado representados pelo “pau”, teria agora que sofrer o
castigo da espada afiada e polida.
Através do “matador” do v.11, que
é o NABUCODONOSOR, ou melhor, o exército que ele comandava, iria acontecer uma
guerra contra todo o povo de Judá, e mesmo os príncipes não escapariam (v.12).
O castigo seria feio. Judá, que tinha desprezado os castigos anteriores expressados
pela vara, não sobreviveria ao castigo da espada (versos 13 e 10). A
carnificina que ocorreria por ocasião do sítio e conquista de Jerusalém é
descrita em termos horripilantes nos vv.14-17. E isso tudo realmente aconteceu.
Infelizmente.
Lição de aplicação para a nossa
vida: quando Deus nos permitir uma leve conseqüência ruim, em vez de desprezarmos
a repreensão ou, em vez de até mesmo reclamar com Deus, o melhor é procurar
aprender a lição enquanto a disciplina é leve. Caso contrário, a repreensão
posterior pode ser insuportável. Concluindo tudo, o conselho é: aproveite a
disciplina por amor.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
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