Ao fazer a leitura de hoje,
demore-se em Mateus 5:44-46. E pense na história abaixo, que nem todos
conhecem, mas, que nos leva a pensar se precisamos mesmo conviver com
rivalidades.
Você se lembra desses três nomes:
“Plácido Domingo”, “José Carreras” e “Luciano Pavarotti”? Deles, quero
referir-me a dois, dos três tenores que encantaram o mundo cantando juntos.
Mesmo quem nunca visitou a
Espanha, conhece a rivalidade existente entre os catalães e os madrileños, dado
que os catalães lutam pela autonomia numa Espanha dominada por Madri.
Pois bem, Plácido Domingo é
madrileño, e José Carreras, Catalão. E devido a questões políticas, em 1984,
Carreras e Domingo tornaram-se aferrados inimigos. Sempre muito solicitados em
todo o mundo, ambos faziam questão de exigir nos seus contratos, que só
atuariam em determinado espetáculo se o adversário não fosse convidado.
Em 1987, apareceu a Carreras um
inimigo muito mais implacável que o seu rival, Plácido Domingo: For surpreendido
por um diagnóstico terrível: leucemia. Sua luta contra o câncer foi muito
difícil. Ele submeteu-se a diversos tratamentos, a um transplante de medula
óssea, além de uma mudança de sangue, que o obrigava a viajar mensalmente até
aos Estados Unidos. Nessas circunstâncias, não podia trabalhar. Apesar de ser
dono de uma fortuna razoável, os elevadíssimos custos das viagens e dos
tratamentos, dilapidaram as suas finanças. Quando não tinha mais condições
financeiras, teve conhecimento da existência de uma fundação em Madri, cuja
finalidade era apoiar o tratamento de doentes com leucemia.
Graças ao apoio da fundação
“Formosa”, Carreras venceu a doença e voltou a cantar. Voltou a receber os
altos cachês que merecia, e resolveu associar-se à fundação. E foi ao ler os
seus estatutos que descobriu que o fundador, maior colaborador e presidente da
fundação era Plácido Domingo. Logo, soube que Domingo tinha criado a fundação
para ajudá-lo e que ficara no anonimato para que ele não se sentisse humilhado
ao aceitar o auxilio do seu “inimigo”.
Mas... O mais comovente foi o
encontro de ambos. Surpreendendo Plácido Domingo num dos seus concertos em
Madri, Carreras interrompeu a atuação deste, subindo ao palco e humildemente,
ajoelhou-se a seus pés, pediu-lhe desculpas e agradeceu-lhe publicamente.
Plácido ajudou-o a levantar-se e com um forte abraço, selaram o início de uma
grande e bela amizade.
Mais tarde, uma jornalista
perguntou a Plácido Domingo, porque criara a fundação “Formosa”, num gesto que,
além de ajudar um “inimigo”, ajudava também o único artista que poderia
fazer-lhe concorrência. Sua resposta foi curta e definitiva: “-Porque uma voz
como aquela não poderia perder-se.”.
Se nobreza humana (história real)
serve-nos de inspiração e exemplo, quanto mais então, deve servir-nos, a
leitura de hoje?
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