Se a história do rico e do Lázaro fosse literal, seria muito estranha. Afinal, não existe um seio literal de Abraão onde os Lázaros estão e nem um inferno de castigo eterno para onde vão os ricos avarentos. Isso é uma parábola.
Se a história do rico e do Lázaro fosse um evento histórico real, estaria ensinando que não apenas a alma, mas o corpo, ou pelo menos partes dele, quando uma pessoa morre, vão para os braços de Abraão ou para o inferno. Então os mortos no inferno teriam olhos, língua, e Lázaro, nos braços de Abraão, teria dedos.
Para analisar se o relato é literal ou parabólico, leia parte por parte e pense nos detalhes. “Todos os que morrem em Cristo são levados para os braços de Abraão?” A resposta obviamente será “não”, pois isso é apenas um simbolismo que representa o Céu. Se Bíblia ensina que o corpo da pessoa morta se deteriora na terra e só vai existir de novo na ressurreição, como explicaríamos sobre a existência de um tormento onde o rico teria olhos e de um descanso onde Lázaro teria dedos? Se essa história fosse literal, então estaria concordando que exista comunicação entre os salvos no Céu e os perdidos no inferno?
Você percebe? Se os braços de Abraão são uma coisa simbólica, e o dedo, a língua e os olhos são simbólicos, e a comunicação entre os dois homens era simbólica, parece muito lógico que toda a história seja simbólica, ou seja, uma parábola.
Observe na sua Bíblia que essa história está numa grande lista de parábolas que vem do capítulo anterior e contém mais três seguindo a mesma linha de raciocínio.
Parábolas e ilustrações não são usadas para ensinar que os eventos literais usados nas ilustrações realmente aconteceram. Se esse fosse o caso, você poderia provar através da Bíblia, em Juízes 9, que árvores podem falar. Mas é claro que você não fará isso, porque parábola é uma coisa apenas ilustrativa.
O uso que Jesus fez dessa história foi para ensinar uma verdade importante. O assunto não era o estado dos mortos ou como os iníquos serão punidos. Cristo queria repreender os fariseus, “que eram avarentos” (Lucas 16:14). Eles achavam que riqueza era sinal de bênção; e pobreza, da desaprovação de Deus. Cristo deu a primeira lição de que a recompensa que aguarda o rico, que só dá migalhas para os pobres, era exatamente o contrário daquilo que os judeus acreditavam.
Um abraço,
Pr. Valdeci Júnior
e
Fátima Silva
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