terça-feira, 19 de junho de 2012

Plante Igrejas


O livro que você está vendo na foto ao lado foi escrito por Arival Dias Casimiro. Depois de ter ser formado em Pedagogia, ele recebeu seu mestrado em comunicação pela Mackenzie e seu doutorado em Língua Portuguesa pela PUC de São Paulo. Atualmente, edita a revista Educação Cristã e é o pastor titular da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, SP.

De acordo com o prefaciador Hernandes Dias Lopes, “Arival trata do crescimento da igreja não a partir dos estudiosos contemporâneos, mas do livro de Atos, auferindo dele dez princípios vitais”(7) e dois propósitos: “o de motivar o crescimento da igreja e o de oferecer aos cristãos um manual de missões” (21). Casimiro introduz deixando claro que não concorda em tudo com Donald McGravan, mas que a insatisfação e a preocupação com uma igreja que não cresce lhes são comuns (11). O crescimento idealizado por Lucas seria geográfico, numérico, espiritual, verdadeiro e rápido.

No livro de Atos, a menção ao crescimento numérico aparece de forma estratégica seis vezes. De acordo com Casimiro, Turner e Barclay, estas seis menções estratégicas são resumos conclusivos (das seis subdivisões do livro) do que já acontecera naturalmente. Além de não ser avaliativas, tais menções estratégicas não eram nem normativas nem de planejamento (22-24).

O primeiro princípio de crescimento eclesiástico no livro de Atos seria o de que “a obra missionária é a prioridade da igreja” (31-38). Em sua autoridade, a igreja primitiva pregava, batizava, curava, se regozijava e enfrentava o mal. E, capacitada, ela sabia aonde deveria ir e quais eram suas atividades de testemunho.
No segundo princípio Casimiro ensina que “o Espírito Santo é o executivo da obra missionária” (39-46). Sendo uma pessoa divina, é Ele quem produz a conversão, o caráter cristão e a direção do trabalho missionário.

O princípio seguinte é declarante de que “a oração é a chave para a obra missionária” (47-54). É o melhor capítulo do livro, sendo um esboço perfeito para ser apresentado à igreja no sentido de levá-la à consciência da necessidade de orar. “Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha (Patrick Johnstone)”.

No quarto princípio, o homem é apresentado como “o método de Deus para a obra missionária” (55-66), no sentido de que “todo crente é um trabalhador na seara do Senhor”. O plantador de igrejas tem vocação divina, caráter cristão, visão espiritual, missão definida, disposição para pagar o preço, fidelidade à pregação da Palavra, frutos, solução para os problemas, perseverança, resiliência, e atitude mental positiva.

“A pregação é o meio escolhido por Deus para promover a obra missionária” diz o autor ao extrair o que chama de quinto princípio (67-75). Para ele, a pregação em Atos é uma ordem de Deus para sua igreja que deve ser a prioridade dos ministros, com conteúdos bíblico e teológico, sempre cristocêntrica.

Sexto princípio: “A igreja é a base para a plantação de igrejas”. Baseado na observação do que há escrito sobre a igreja primitiva de Antioquia, Casimiro tenta explicar o que viria a ser uma igreja missionária (77-86), concluindo que seria uma igreja que tem estratégias claras, definidas e funcionais no processo de plantação de igrejas filhas.

Longe de ser perfeito, o sétimo suposto princípio esboçado por Casimiro é, simplesmente, a heresia da predestinação calvinista. Claro, este autor é um presbiteriano conservador. Ele chama o tal princípio de “a doutrina da eleição é a motivação da obra missionária” (87-98. Palavras que parecem ser bonitas, mas que escondem um maléfico esboço eisegético.

O oitavo princípio Casimiriano afirma que as “missões acontecem em tribulações” (99-108). O resumo é o de que “o evangelho pregado na Bíblia não é o falso evangelho da prosperidade que é pregado hoje. O evangelho pregado pelos apóstolos era o evangelho da cruz de Cristo (1Co 1.18-25)”.

Na continuação desta linha de raciocínio, o autor argumenta que “dinheiro não é empecilho para as missões” (109-118), e este é o nono princípio de Plante Igrejas. Para Casimiro, o Espírito Santo, como Senhor dos nossos bens, não precisa de dinheiro para agir porque, além de julgar como nos ofertamos o dinheiro, Ele é quem providencia o dinheiro, não podendo portanto ser comprado.

Arival conclui com o que ele diz ser um princípio que engloba todos os outros, que é a ação. “Missões são ações” (119-124). “A palavra Atos significa Praxis, na língua grega. O livro de Atos não apresenta uma teolria de missões, mas prática missionária” [sic].

Seguindo o conselho paulino para lermos de tudo e retermos o que é bom, é possível usar Plante Igrejas como uma fonte tanto motivacional como instrutiva no sentido de levar a igreja ao cumprimento da Grande Comissão.

Um abraço,
Twitter: @Valdeci_Junior



Um comentário:

Quer dizer o que pensa sobre o assunto?
Então, escreva aí. Fique à vontade.
Mas lembre-se: não aceitamos comentários anônimos.
Agora, se quiser fazer uma pergunta, escreva para nasaladopastor@hotmail.com