O livro que você está
vendo na foto ao lado foi escrito por Arival Dias Casimiro. Depois de ter ser
formado em Pedagogia, ele recebeu seu mestrado em comunicação pela Mackenzie e
seu doutorado em Língua Portuguesa pela PUC de São Paulo. Atualmente, edita a
revista Educação Cristã e é o pastor titular da Igreja Presbiteriana de
Pinheiros, SP.
De acordo com o
prefaciador Hernandes Dias Lopes, “Arival trata do crescimento da igreja não a
partir dos estudiosos contemporâneos, mas do livro de Atos, auferindo dele dez
princípios vitais”(7) e dois propósitos: “o de motivar o crescimento da igreja
e o de oferecer aos cristãos um manual de missões” (21). Casimiro introduz
deixando claro que não concorda em tudo com Donald McGravan, mas que a
insatisfação e a preocupação com uma igreja que não cresce lhes são comuns
(11). O crescimento idealizado por Lucas seria geográfico, numérico,
espiritual, verdadeiro e rápido.
No livro de Atos, a
menção ao crescimento numérico aparece de forma estratégica seis vezes. De
acordo com Casimiro, Turner e Barclay, estas seis menções estratégicas são
resumos conclusivos (das seis subdivisões do livro) do que já acontecera
naturalmente. Além de não ser avaliativas, tais menções estratégicas não eram
nem normativas nem de planejamento (22-24).
O primeiro princípio
de crescimento eclesiástico no livro de Atos seria o de que “a obra missionária
é a prioridade da igreja” (31-38). Em sua autoridade, a igreja primitiva
pregava, batizava, curava, se regozijava e enfrentava o mal. E, capacitada, ela
sabia aonde deveria ir e quais eram suas atividades de testemunho.
No segundo princípio
Casimiro ensina que “o Espírito Santo é o executivo da obra missionária”
(39-46). Sendo uma pessoa divina, é Ele quem produz a conversão, o caráter
cristão e a direção do trabalho missionário.
O princípio seguinte
é declarante de que “a oração é a chave para a obra missionária” (47-54). É o
melhor capítulo do livro, sendo um esboço perfeito para ser apresentado à
igreja no sentido de levá-la à consciência da necessidade de orar. “Quando o
homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha (Patrick
Johnstone)”.
No quarto princípio,
o homem é apresentado como “o método de Deus para a obra missionária” (55-66),
no sentido de que “todo crente é um trabalhador na seara do Senhor”. O
plantador de igrejas tem vocação divina, caráter cristão, visão espiritual,
missão definida, disposição para pagar o preço, fidelidade à pregação da
Palavra, frutos, solução para os problemas, perseverança, resiliência, e
atitude mental positiva.
“A pregação é o meio
escolhido por Deus para promover a obra missionária” diz o autor ao extrair o
que chama de quinto princípio (67-75). Para ele, a pregação em Atos é uma ordem
de Deus para sua igreja que deve ser a prioridade dos ministros, com conteúdos
bíblico e teológico, sempre cristocêntrica.
Sexto princípio: “A
igreja é a base para a plantação de igrejas”. Baseado na observação do que há
escrito sobre a igreja primitiva de Antioquia, Casimiro tenta explicar o que
viria a ser uma igreja missionária (77-86), concluindo que seria uma igreja que
tem estratégias claras, definidas e funcionais no processo de plantação de
igrejas filhas.
Longe de ser perfeito, o sétimo
suposto princípio esboçado por Casimiro é, simplesmente, a heresia da
predestinação calvinista. Claro, este autor é um presbiteriano conservador. Ele
chama o tal princípio de “a doutrina da eleição é a motivação da obra
missionária” (87-98. Palavras que parecem ser bonitas, mas que escondem um
maléfico esboço eisegético.
O oitavo princípio Casimiriano
afirma que as “missões acontecem em tribulações” (99-108). O resumo é o de que
“o evangelho pregado na Bíblia não é o falso evangelho da prosperidade que é pregado hoje. O evangelho pregado
pelos apóstolos era o evangelho da cruz
de Cristo (1Co 1.18-25)”.
Na continuação desta linha de
raciocínio, o autor argumenta que “dinheiro não é empecilho para as missões”
(109-118), e este é o nono princípio de Plante
Igrejas. Para Casimiro, o Espírito Santo, como Senhor dos nossos bens, não
precisa de dinheiro para agir porque, além de julgar como nos ofertamos o
dinheiro, Ele é quem providencia o dinheiro, não podendo portanto ser comprado.
Arival conclui com o que ele diz
ser um princípio que engloba todos os outros, que é a ação. “Missões são ações”
(119-124). “A palavra Atos significa Praxis, na língua grega. O livro de Atos
não apresenta uma teolria de missões, mas prática missionária” [sic].
Seguindo o conselho paulino para
lermos de tudo e retermos o que é bom, é possível usar Plante Igrejas como uma fonte tanto motivacional como instrutiva no
sentido de levar a igreja ao cumprimento da Grande Comissão.
Um
abraço,
Twitter: @Valdeci_Junior
Informação
Bibliográfica: Casimiro, Arival Dias. Plante
Igrejas, Princípios Bíblicos para Plantação e Revitalização de Igrejas, Santa Bárbaroa
d’Oeste, São Paulo: SOCEP, 2009.
Gostei... obrigado pelo resumo do livro!
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