Jesus foi
ríspido com Pedro? “Respondeu Jesus: Se eu quiser que ele permaneça vivo até
que eu volte, o que lhe importa? Quanto a você, siga-me!” - João 21:22.
Nessa
passagem, o pronome “você”, vem de uma afirmação grega absolutamente enfática.
Realmente, o tema da resposta de Jesus foi áspero. Em resumo, foi dito a Pedro:
“isso não é da sua conta”. Pedro foi informado do que iria acontecer com ele;
portanto, que ele obedecesse, independentemente das formas específicas de
obediência que outros devessem seguir (1 Coríntios 4:2-7). Deve ter sido duro
de ouvir, mas era preciso.
Esse verso
deve ser entendido junto com os anteriores (15-21), como um todo, sobre os dois
discípulos (Pedro e João). Sobre Pedro, Jesus já vinha dialogando acerca de um
relacionamento de amor, confiança e missão. Sobre João, Jesus quis dizer:
“poder-se-ia pedir a João até que permanecesse vivo até Jesus retornar – o que
importa?”. Em João 21:15-23, não há menosprezo nem parcialidade. Pedro teve o
privilégio de receber o chamado para um ministério estratégico (15-17) e
receber uma coroa de mártir (18-19), o que para ele (ao contrário da nossa
reação) seria uma honra (Atos 5:41). João recebeu um chamado diferente: longevidade
(22) para testemunhar histórica, teológica e estrategicamente, pela escrita
(24). Por ter vivido mais, foi o mais teólogo dos doze apóstolos. É isso que
liga o versículo 24, de forma tão estreita, aos versos anteriores. Portanto,
enquanto que a comissão do discípulo amado não foi enunciada em termos tão
explícitos, a comissão de Pedro chegou a ser, no bom sentido, constrangedora para
o próprio João, que não precisava de uma nova comissão.
Esse é o
porquê de palavras tão fortes. Pedro precisava de uma comissão nova. Era parte
da restauração pela qual tinha que passar. Em outras palavras, Jesus deu-lhe um
trato pessoal, que precisava de um chacoalhão, ao receber sua nova atribuição.
Um tratamento de choque, como estratégica didática, para a nova e complexa
missão de vida que Pedro estava recebendo. A igreja seria edificada, e Deus
glorificado.
O evangelho de
João, por ser muito resumido, não transmite tudo o que aconteceu (21:25). Não
que o texto seja mentiroso, mas é específico - tem um foco. Nem todas as palavras
comunicadas estão registradas, e muito menos o que foi comunicado sem palavras
- razão pela qual ninguém ficou chocado com Jesus. Nem os que estavam ali se
escandalizaram, nem o autor do relato mostra espanto, nem os autores
posteriores ao evento comentaram nada negativo sobre o ocorrido. E nem o
próprio Pedro, que, posteriormente, testemunhou e escreveu tão apaixonadamente
sobre Jesus. Jesus foi amoroso.
Valdeci
Júnior
Fátima
Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer dizer o que pensa sobre o assunto?
Então, escreva aí. Fique à vontade.
Mas lembre-se: não aceitamos comentários anônimos.
Agora, se quiser fazer uma pergunta, escreva para nasaladopastor@hotmail.com